quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Os trabalhadores brasileiros se juntam à dor das vítimas da tragédia do Haiti

Terremoto no Haiti

UGT junta-se à dor das famílias dos brasileiros e de todas as vítimas do terremoto do Haiti

A União Geral dos Trabalhadores, através de seu presidente nacional Ricardo Patah, junta-se à dor das famílias dos brasileiros e de todas as vítimas que perderam suas vidas, no terremoto que devastou Porto Príncipe, capital do Haiti.

“Estamos consternados com a notícia de que a médica Zilda Arns, fundadora e coordenadora da Pastoral da Criança e do Idoso, encontra-se também entre as vítimas”, afirma Ricardo Patah.

A UGT também lamenta profundamente a perda de vários militares brasileiros que compunham a missão das Nações Unidas no Haiti.

Leia as notícias do dia:

Tremor deve ter matado de 30 mil a 50 mil, estima presidente

Fenômeno devasta país já arruinado. Chefe administrativo da missão da ONU morre e seu vice, brasileiro, está desaparecido. Mundo se mobiliza para enviar ajuda a haitianos. Número de militares brasileiros mortos chega a 11.
O presidente haitiano, René Préval, disse ontem que o terremoto que arrasou o Haiti na terça-feira pode ter causado a morte de 30 mil a 50 mil pessoas. Horas antes, o primeiro-ministro Jean-Max Bellerive tinha dito à CNN que os mortos podiam chegar a 100 mil. O tremor de 7 graus na escala Richter devastou um país já arruinado pela pobreza. Se as adversidades eram frequentes, o cenário ficou ainda mais sombrio. "Acho que o Haiti volta 15 anos no tempo", afirmou ao Estado Ricardo Seitenfus, representante especial no Haiti da Organização dos Estados Americanos. Seitenfus chegou ao Brasil na quinta-feira de férias e escapou da tragédia por pouco. O prédio da ONU, onde ele trabalhava, desabou, matando 14 pessoas. O tunisiano Hedi Annabi, chefe da missão de paz, e o vice-representante especial, o brasileiro Luiz Carlos da Costa, foram dados como mortos. O Brasil, que comanda a Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti (Minustah), perdeu 11 militares. O número de soldados mortos pode aumentar, mas é, desde já, a pior baixa do Exército brasileiro desde a 2ª Guerra. Zilda Arns, fundadora e coordenadora da Pastoral da Criança, também foi uma das vítimas. Roseana Teresa Aben-Athar, mulher do embaixador brasileiro no Haiti, foi quem reconheceu o corpo de Zilda. O presidente dos EUA, Barack Obama, enviou equipes de resgate ao país. Luiz Inácio Lula da Silva decretou três dias de luto oficial e prometeu enviar US$ 15 milhões e 14 toneladas de alimentos. No total as contribuições de países chegavam ontem a US$ 175 milhões. (Leia mais no Estadão)

Inflação de Lula é 37% menor que a de FHC

Estabilidade amplifica efeitos de programas sociais; para críticos, mesmo resultado poderia ser obtido com juros menores.
Nos últimos sete anos, custo de vida das famílias de baixa renda aumentou menos do que o da parcela mais rica da população Com a divulgação da inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) em 2009, ficam mais nítidos tanto o impacto social como o custo da estabilidade de preços dos sete primeiros anos de governo do presidente Lula.
O índice fechou 2009 com taxa acumulada de 4,31%, abaixo do centro da meta estipulada pelo Banco Central para o ano, de 4,5%. Trata-se do segundo menor índice desde 2000, acima apenas dos 3,14% de 2006 (leia texto abaixo).
Entre 1995 e 2002, durante o período de implementação do Plano Real, no governo Fernando Henrique Cardoso, o IPCA médio ficou em 9,1%. De 2003 a 2009, sob o governo do PT, o índice médio caiu para 5,7%. Ou seja: a inflação média anual dos sete anos de Lula é mais de um terço (37%) menor que a dos oito anos de FHC.
O resultado de 2009 deveu-se principalmente à crise externa, que reduziu a demanda internacional por alimentos, elevou a oferta interna e barateou produtos. Além disso, o dólar, desvalorizado, derrubou o preço de itens essenciais.
Transferência de renda — Associada ao aumento do salário mínimo e a programas de transferência de renda, a inflação mais baixa funcionou como motor de redução da pobreza.
Em 2003, com um salário mínimo, comprava-se pouco mais de uma cesta básica (1,5). Hoje, compra-se algo mais que duas (2,2) cestas básicas.
Além disso, nesses últimos sete anos, o custo de vida das famílias de baixa renda foi menor do que a inflação dos mais ricos.
Segundo indicadores fornecidos à Folha pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), os bens e serviços que pesam mais no orçamento das famílias com menor renda em São Paulo subiram 45,18% entre 2003 e dezembro de 2009. Nesses mesmos sete anos, a cesta de consumo dos que ganham mais subiu 47,9%.
O IPCA é o índice oficial utilizado pelo BC para cumprir o regime de metas de inflação -o objetivo foi cumprido em seis dos últimos sete anos.
Para o presidente do BC, Henrique Meirelles, esse histórico trouxe mais previsibilidade para a economia, o que contribuiu para um crescimento mais acelerado do PIB e para o aumento da renda do trabalhador. "O Brasil inicia a segunda década do século 21 [na realidade, ela começa em 2011] com respeito internacional e com a perspectiva de um crescimento sustentado por longo tempo."
No entanto, sobram críticas, dentro e fora do governo, de que o custo dessa conquista foi muito exagerado, em termos de juros elevados e da decorrente valorização do real.
"É claro que o governo acertou ao manter o processo de estabilidade, mas houve exagero na ortodoxia do BC", diz Roberto Giannetti da Fonseca, diretor do Departamento de Relações Internacionais da Fiesp.
Segundo Giannetti, o mesmo resultado poderia ter sido obtido com juros mais baixos e outros mecanismos, pois os preços hoje seriam mais determinados pela expansão do crédito do que pela taxa do BC.
"O comércio exterior dá uma contribuição negativa ao crescimento do PIB por causa do câmbio valorizado", diz Giannetti. "E os juros do BC são um dos principais motivadores desse câmbio."
Segundo a Fiesp, a política monetária do BC foi um dos fatores pelos quais, sob Lula, a distância entre a média de crescimento do Brasil e a dos emergentes subiu entre 2003 e 2008 (3,1 pontos percentuais) em comparação com o período 1995-2002 (2,2 pontos).

A crítica é compartilhada por integrantes do governo. Em entrevista ao "Jornal do Brasil", o vice-presidente, José Alencar, disse que, com juros menores, o Brasil ganharia "no mínimo" mais dez PACs. (Leia mais na Folha)

Lula faz críticas a empresários e elogia Confecom

O presidente Lula disse ontem que, apesar de empresários da mídia terem se ausentado das discussões da Confecom (Conferência Nacional de Comunicação), ocorrida em dezembro, os resultados foram "extraordinários".
Para Lula, a promoção de conferências é uma forma de toda a sociedade participar das decisões.
"Os grandes empresários não quiseram participar achando que seria uma guerra, mas, no fundo, o resultado foi de uma sabedoria extraordinária. Quem esperava divergência, (...) deve estar triste agora porque a conferencia se deu num alto nível extraordinário", disse.
Em agosto do ano passado, as principais entidades representativas das empresas de mídia no Brasil decidiram não participar da conferência por conta da possibilidade de aprovação de teses consideradas restritivas à liberdade de expressão e de livre associação empresarial.
Ficaram a Telebrasil (Associação Brasileira de Telecomunicações) e a Abra (Associação Brasileira de Radiodifusão), que tem como sócios TV Bandeirantes e Rede TV!.
A Confecom aprovou medidas que afetam as empresas, como controle social sobre a mídia. No entanto a conferência não tinha poder de impor mudanças, que precisariam passar pelo Congresso. (Leia mais na Folha)

Dieese: novo salário mínimo vale duas cestas básicas em São Paulo

Dados divulgados, nesta terça-feira (12), pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostram que pela primeira vez desde 1972 o trabalhador que mora na cidade de São Paulo comprometeu menos da metade do salário mínimo na compra dos produtos da cesta básica.

Segundo a Pesquisa Nacional da Cesta Básica, a queda dos preços dos alimentos na capital paulista em 2009, ao lado da política de recuperação do mínimo, ajudaram a diminuir o comprometimento da renda com a cesta básica.

De acordo com José Maurício Soares, coordenador da Pesquisa Nacional de Cesta Básica, o fato de a despesa com os alimentos ter caído e de o salário mínimo estar nos últimos anos sob o impacto da política de recuperação de valor fazem com que sobre mais dinheiro no bolso do brasileiro.

Para se ter uma ideia de como esta evolução tem se comportado, em 1994, por exemplo, a relação entre cesta básica e salário mínimo era de 102,35% - a mais alta desde 1959, quando o Dieese começou a fazer a pesquisa.

Ou seja, era necessário mais de um mínimo para arcar com as despesas com gêneros alimentícios. No ano passado a relação foi de 49,47%.

"Com uma certa folga no orçamento, o brasileiro passa a ter mais condições de pagar as dívidas, sair do cheque especial e até fazer outros gastos", explica Soares. Daí o fato de muitas empresas estarem cada vez atentas ao consumidor que tem a renda atrelada ao salário mínimo.

Com a política do aumento real do seu valor, iniciada em 1995, o brasileiro tem conseguido uma sobra de caixa e chamado a atenção até mesmo das empresas de turismo, como a operadora CVC.

O levantamento do Dieese mostra ainda qual é a jornada de trabalho necessária no mês para a compra da cesta básica. No ano passado foram necessárias em São Paulo 109 horas e 53 minutos - menos que as 126 horas e 54 minutos de 2008.

Assim como na relação entre cesta básica e salário mínimo, 1994 foi o momento mais crítico. Naquele ano era preciso trabalhar 225 horas e 10 minutos para arcar com as despesas dos gêneros alimentícios básicos.

De acordo com o coordenador do Dieese, a conclusão é que já foi necessário trabalhar mais para comprar a cesta básica, "mas historicamente também já se trabalhou menos", ressalta.

Em 1959, quando o Dieese começou a fazer a pesquisa, era preciso trabalhar apenas 65 horas e 5 minutos para comprar a cesta básica.

Para o especialista, de uma forma geral o preço da cesta básica se comportou bem no ano passado e pelo menos até abril não deve apresentar sobressaltos. Até o meio da década passada, lembra, ela chegava a subir 30%, 40%, até 50% ao ano.

Cesta Básica — Segundo o Dieese, das 17 capitais pesquisas, apenas em Belém os custos dos alimentos subiram em 2009 (2,65%). A maior queda foi em João Pessoa (-14,95%).

A capital da Paraíba foi onde se precisou de menos tempo de trabalho para comprar da cesta básica, 80 horas e 44 minutos. Já em Porto Alegre foi necessário trabalhar 112 horas e 24 minutos. (Fonte: O Estado de S.Paulo)