terça-feira, 18 de janeiro de 2011

UGT e demais centrais mobilizadas, nacionalmente, por mínimo de 580,00 e correção da tabela de Imposto de Renda

Centrais iniciam hoje manifestação por mínimo maior

As centrais sindicais iniciam hoje manifestações em todo o País para reivindicar um reajuste do salário mínimo para R$ 580 e uma correção de 6,47% da tabela do Imposto de Renda (IR). O movimento foi decidido na semana passada, após a primeira reunião conjunta das seis principais centrais sindicais neste ano.

Caso a presidente Dilma Rousseff não respondesse até a última sexta-feira ao pedido urgente de audiência feito pelos sindicalistas, as centrais realizariam as manifestações em, pelo menos, 20 Estados. Em São Paulo, o ato será realizado hoje, na Avenida Paulista, na capital paulista, a partir das 10h30.

No início de janeiro, o presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho, protocolou emenda parlamentar que eleva o mínimo para R$ 580. O governo federal elevou o valor do vencimento de R$ 510 para R$ 540 a partir de 1º de janeiro, com correção de 5,88%, e, na última sexta-feira, o valor subiu para R$ 545, a partir de 1º de fevereiro. A estratégia das centrais sindicais é abrir negociação tanto com o Palácio do Planalto como com o Congresso para tentar a aprovação de um valor maior e evitar um veto do Executivo.

Além de passeatas, as entidades pretendem ingressar na Justiça caso o governo federal não corrija a tabela do IR em 2011. "Desde 1995, a tabela do IR acumula defasagem de cerca de 70%", afirma o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves.

As centrais sindicais que organizam o movimento são a Força Sindical, a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a União Geral dos Trabalhadores (UGT), a Nova Central, a Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB) e a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB). (Fonte: Estado)

Consumo: Brasileiros poupam pouco e tendem a elevar gastos, aponta pesquisa

Diante do crescimento da renda, os consumidores brasileiros tendem a gastar mais em itens não essenciais e continuam poupando pouco. A conclusão é de um estudo do Credit Suisse, que abordou os países integrantes dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China), além do Egito, Indonésia e Arábia Saudita.

Segundo a pesquisa, o Brasil está mudando seu perfil de consumo, caminhando para o perfil descrito nos países desenvolvidos. O foco dos brasileiros em itens, como o consórcio de veículos e os empréstimos para aquisição de veículos, por exemplo, estão entre os mais altos dos países analisados. Os investimentos em ativos fixos, como os imóveis, também são prioridade no país.

- O que é interessante é que no Brasil a renda per capita esta chegando a US$ 1.000 por mês e esse perfil de consumo muda, saindo de produtos necessários para os úteis, mas não necessários. Estamos próximos do perfil dos países desenvolvidos, mas não estamos lá ainda - afirma o responsável por pesquisa e estratégia do Credit Suisse, Andrew Campbell.

Os cuidados com a saúde são outro destaque do estudo. No Brasil, as famílias destinam 9,8% da sua renda para o setor, o porcentual mais alto da pesquisa. O país é seguido pelo Egito, com 7,1%, e China, com 5,7%.

- Nós notamos que esse resultado não é espelhado nos baixos gastos governamentais com a saúde, que somam 3,5% dos gastos públicos no país. O gasto privado pode ser um reflexo de problemas de qualidade nos serviços públicos, percepção que não é exclusiva do Brasil - pondera a pesquisa.

O estudo atribui à memória da inflação a baixa poupança do brasileiro. Como proporção da renda, a poupança do consumidor no país fica no patamar de somente 10%, enquanto na Rússia, fica em 13%, na Índia 17% e na China 31%. A pesquisa lembra, no entanto, que há diferenças estruturais entre os países, que interferem neste número: o Brasil possui um sistema previdenciário bem estabelecido, enquanto na China, por exemplo, ele é pouco desenvolvido.

Por outro lado, as perspectivas para a renda do brasileiro são positivas. A pesquisa indica que um crescimento real ocorrerá em todos os grupos de renda nos próximos 12 meses. Os números variam entre crescimento da renda real de 5% para os grupos de renda mais baixa e mais de 12% para a faixa de renda mais alta.

Esse avanço na renda é um dos fatores que tem impulsionado o ânimo dos brasileiros, os consumidores mais otimistas, de acordo com o estudo. Quando questionados sobre a possibilidade de uma melhora em suas finanças pessoais nos próximos seus meses, 63% dos brasileiros foram afirmativos com relação a essa expectativa.

Para o estudo, o Credit Suisse contratou a companhia de pesquisa de mercados AC Nielsen, Foram feitas 120 perguntas sobre 11 assuntos diferentes, para cerca de 13 mil homens e mulheres de locais e níveis de renda diferentes. (O Globo)

Exportador especula com dólar deixado fora do país
Empresas usam recursos em aplicações e lucram com juros e queda da moeda. Em 2010, entrada de dinheiro no país via exportações ficou 12,5% abaixo do valor efetivamente exportado.
A quantidade de dólares de exportadores que ficaram depositados fora do Brasil triplicou em 2010 e há sinais de que parte desse dinheiro está sendo utilizada para aumentar a especulação, dentro do país, com a moeda.
Segundo analistas, empresas que costumam reclamar da desvalorização do dólar, que torna as vendas do Brasil para o exterior menos rentáveis, estão lucrando com a perda de valor da moeda.
Desde 2008, para reduzir a entrada de dólares e a pressão sobre o câmbio, o BC liberou o exportador da obrigação de trazer esse recurso para o mercado interno.
Dessa forma, essas empresas podem usar o dinheiro para fazer pagamentos, de importações ou dívidas, investimentos ou até aplicações no exterior.
Em 2010, a entrada de dinheiro no país por meio de exportações ficou 12,5% abaixo do valor efetivamente exportado. Essa diferença passou de US$ 8 bilhões em 2009 para US$ 24,7 bilhões.
José Augusto de Castro, vice-presidente da AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil), diz que o aumento nas operações de comércio exterior, sozinho, não justifica uma elevação tão grande nesses depósitos.
BANCOS — Parte desses recursos, segundo ele, estaria sendo direcionada para aplicações no próprio país via bancos.
Nessa operação, a empresa deposita o dinheiro no banco no exterior. A instituição traz o recurso para o Brasil e vende os dólares (geralmente para o BC).
Pode repassar os reais ao mesmo exportador, como um empréstimo dentro do país, ou aplicá-los.
Empresas e bancos ganham com os juros maiores no Brasil e também com o câmbio, pois há expectativa de desfazer a operação com um dólar mais barato, situação em que a empresa precisará comprar menos dólares para pagar o empréstimo.
Além disso, futuramente, em um cenário de alta do dólar, o dinheiro que ficou lá fora voltaria via exportação, trocado por mais reais.
Há coincidência nos dados do BC. O valor que deixou de entrar em 2010 na exportação é quase o mesmo que veio via operação financeira.
"O dinheiro está vindo por outro caminho. Os exportadores descobriram uma forma de manter o dólar lá fora e rentabilizá-lo a juros brasileiros, dividindo com os bancos esse resultado", diz Sidnei Nehme, diretor da corretora de câmbio NGO.
TRIBUTAÇÃO — Esse movimento já foi percebido pelo governo, que aumentou a tributação sobre investimento estrangeiro em títulos públicos em 2010 e, na semana passada, adotou uma medida para forçar os bancos a reduzir a especulação com a moeda.
Desde 2008, houve aumento na abertura de contas e no volume de depósitos de empresas brasileiras no exterior, segundo Oswaldo Parreh dos Santos, gerente no Exterior do Banco do Brasil.
Segundo ele, o movimento está ligado ao aumento de despesas fora do país e à administração mais eficiente do caixa externo das empresas.
"As empresas trazem os recursos só quando necessário e de forma a manter os volumes de caixa na relação adequada às necessidades e às condições cambiais." (Folha)

Concorrência derruba as taxas de cartões para lojistas em até 40%

Ritmo de queda das taxas após novas regras para o setor vem surpreendendo analistas, que esperavam um movimento de redução mais gradual

Com o aumento da concorrência no setor de cartões, os lojistas estão conseguindo renegociar com as empresas e as taxas cobradas por transação realizada pelos consumidores com este meio de pagamento estão caindo. A queda está surpreendendo analistas, que já preveem redução das receitas e dos lucros da Cielo e da Redecard, as duas maiores credenciadoras de estabelecimentos comerciais.

A Agência Estado apurou que algumas grandes redes conseguiram redução de até 40% nas taxas, como é o caso da Pague Menos, uma das maiores redes de drogarias do Brasil. Para a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), as taxas devem continuar recuando, conforme a competição aumente e novas empresas passem a operar no mercado.

O presidente da CNDL, Roque Pellizzaro Júnior, destaca que, desde a abertura do mercado de credenciamento, em julho de 2010, alguns lojistas estão conseguindo isenção na locação das máquinas e redução de até 35% na taxa por transação. Segundo ele, essa taxa média, que variava de 3% a 5% antes do fim da exclusividade da Cielo e Redecard, está, atualmente, entre 2,5% e 4,5%. Essa variação ocorre de acordo com a característica dos estabelecimentos comerciais. A expectativa de Pellizzaro Júnior é de que a taxa média recue para o intervalo de 1,5% a 2,5%.

As renegociações das taxas se intensificaram no quarto trimestre de 2010, puxadas pelas grandes redes varejistas. Os resultados efetivos só devem ser conhecidos a partir de fevereiro, quando a Redecard e a Cielo divulgam seus resultados financeiros. Em uma reunião com analistas de mercado em dezembro, o presidente da Cielo, Rômulo de Mello Dias, já antecipou que os resultados da empresa viriam piores no quatro trimestre por conta das renegociações dos contratos com grandes varejistas. Procuradas, Cielo e Redecard não se pronunciaram sobre o assunto, por estarem em período de silêncio.

Exclusividade — Segundo fontes, a drogaria Pague Menos obteve redução de até 40% nas despesas com os serviços de cartão de crédito – taxas de desconto, antecipação de recebíveis e aluguel de equipamentos – após fechar um contrato de exclusividade com uma grande credenciadora. Em 2009, a Pague Menos foi a varejista com o maior faturamento do ramo farmacêutico do País e a segunda em número de pontos de venda. Procurada, a empresa preferiu não se pronunciar sobre este assunto.

Os analistas do Goldman Sachs Carlos Macedo, Jason Mollin e Wesley Okada esperavam que as taxas cobradas dos lojistas fossem caindo lentamente. Mas a redução veio acima do esperado, por conta da renegociação com grandes varejistas.

Após se reunirem com executivos do setor e das duas empresas credenciadoras, os analistas do Goldman preveem nova rodada de baixas nas taxas, até porque o movimento ainda não ocorreu com força em redes menores.

A redução das taxas é "uma briga histórica" dos supermercados com as credenciadoras, afirma o vice-presidente e diretor de comunicação da Associação Paulista de Supermercados (Apas), Orlando Morando.

Segundo ele, os porcentuais cobrados chegaram a equivaler a 4,5% dos valores transacionados, sobretudo nos pequenos comércios. "Isso era maior que o resultado líquido das nossas operações, que fica na faixa dos 3%", diz Morando, acrescentando que as taxas, atualmente, situam-se na média dos 3%, considerando a média entre os associados da Apas. No entanto, entre os pequenos comércios podem variar ainda entre 3,5% a 4%. (Estado)

Crescem pressões por alta mais acentuada dos juros

A piora considerável do cenário inflacionário nas últimas semanas amplia o peso da decisão que será tomada amanhã pelo Comitê de Política Monetária (Copom), em sua primeira reunião no governo Dilma e com o Banco Central (BC) sob o comando de Alexandre Tombini. O relatório Focus já aponta previsão de um IPCA de 5,42% neste ano, acima do centro da meta de 4,5%.

Há consenso no mercado de que o BC deve elevar o juro básico amanhã de 10,75% ao ano para 11,25% ao ano. Mas cresce o número de economistas que defendem um aperto maior, de até 2,75 pontos ao longo do ano. A curva de juros futuros, que responde mais rapidamente aos dados conjunturais, já projeta um aperto monetário maior, com alta de 0,75 em março.

Depois de uma trégua em dezembro, os preços agropecuários voltaram a subir no atacado nos primeiros dez dias de janeiro. No IGP-10 deste mês, divulgado ontem, as cotações desses produtos subiram 0,6%, bem acima do nível de dezembro. O movimento reflete principalmente a renovada pressão sobre as commodities agrícolas, como café em grão, milho, trigo, açúcar e algodão. O café, por exemplo, teve alta de 8,63% em um mês. O impacto das chuvas neste começo do ano, que afeta os alimentos in natura, foi pequeno, porque esses produtos têm peso bem menor no atacado.

Para complicar o cenário, algumas commodities industriais também retomaram a alta. O preço do minério de ferro no mercado à vista subiu de US$ 170,1 a tonelada no fim de dezembro para US$ 180,8 a tonelada ontem. Ou seja, uma alta de 6,4% nesse curto período, com impacto nos custos industriais. E os analistas preveem que a cotação pode chegar a US$ 200 a tonelada em fevereiro, caso a demanda mundial continue crescendo por conta das compras antecipadas das usinas chinesas.

O carvão metalúrgico, que tem problemas de oferta em razão das inundações na Austrália, também subiu. Com a interrupção do fornecimento australiano, o preço do carvão chinês de alta qualidade já subiu de US$ 299 a tonelada para US$ 323 - uma elevação de 6%. Como o carvão é um importante insumo na produção siderúrgica, os preços do aço acompanharam a alta. Nos últimos dois meses, a elevação acumulada já alcança 35% no mercado internacional. (Valor)