quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Apagão na Educação ameaça avanços sociais e econômicos no Brasil

País perde 12 posições em ranking de educação

A UGT, mantém sua característica de independência em relação ao governo Lula, que admira mas que critica quando necessário, e volta a público, como tem feito sempre, para chamar a atenção em relação ao descaso com que a Educação é tratada no Brasil. Estamos no meio de um apagão da Educação no País e sem Educação (com E maísculo) não adianta superação da crise, Pré-Sal, PAC e outras ações macro-econômicas pois não teremos homens e mulheres preparados para assumir a nova realidade social e econômica. Infelizmente, apesar das boas intenções, a Educação é o calcanhar de Aquiles do Governo Lula. O ministro da Educação é preparado e cheio de boas intenções, mas decididamente não conseguiu sensibilizar o governo Lula para mobilizar recursos e pessoas, pais e mestres para transformar as salas de aula em ambientes em que se aprenda e não os atuais locais em que só se vê violência e drogas e desrespeito aos professores. Que são mal tratados pelos alunos e pelo governo, pois são obrigados a enfrentar todas as hostilidades imagináveis recebendo salários indecentes e sem conseguir cumprir com sua vocação que é, com certeza, educar nossos jovens para as novas realidades que o Brasil já enfrenta. Os números da UNESCO apenas confirmam a triste realidade de nossa Educação. E algo precisa ser feito com urgência. Muita urgência. A UGT continuará a bater nesta tecla. Com independência e com coragem. A favor do Brasil.

Leia mais: No Índice de Desenvolvimento Educacional da Unesco, Brasil passou a ocupar, dentre 128, o 88º lugar.

O Brasil perdeu 12 posições no índice de educação feito pela Unesco, o braço da ONU (Organização das Nações Unidas) para a educação e a cultura.
A queda, do 76º para o 88º lugar entre 128 países, ocorreu principalmente em razão da piora no índice de crianças que chegam até a quarta série. Segundo a Unesco, de 80,5%, em 2005, o percentual caiu em 2007 para 75,6%.
Com isso, o IDE (Índice de Desenvolvimento Educacional) do Brasil, caiu de 0,901 para 0,883 em uma escala de 0 a 1, o menor entre todos os países do Mercosul. Isso mantém o país em um patamar considerado mediano pela Unesco.
O IDE é composto pelas taxas de alfabetização de adultos, igualdade de gênero, matrícula na educação primária e sobrevivência na escola até a quinta série -no caso do Brasil, foi considerado o dado relativo à quarta série.
Os primeiros lugares ficaram com Noruega, Japão e Alemanha. Os últimos, com Etiópia, Mali e Niger, todos no continente africano.
Repetência — Um dos piores indicadores brasileiros mostrados pelo relatório é a repetência.
Com 18,7% de taxa de reprovação no ensino fundamental no ano de 2005, de acordo com o relatório, o Brasil só perde nesse quesito para 13 países que fazem parte da África subsaariana.
No dado mais recente, relativo a 2007, essa taxa estava em 12,1% segundo o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), órgão ligado ao Ministério da Educação.
Em relação ao investimento em educação, o Brasil gastava em 2005 menos de um quarto do que os países considerados como desenvolvidos: US$ 1.257 por aluno contra US$ 5.312 por aluno.
O coordenador da Unesco no Brasil, Paolo Fontani, ressaltou a alta taxa de repetência, mas avaliou que o Brasil se saiu bem no relatório ao ter sido bem avaliado no combate ao analfabetismo e na distribuição de recursos, como o Fundeb -fundo que recebe recursos da União, Estados e municípios e viabiliza o financiamento da educação em locais mais pobres.
Procurado para comentar o relatório, o Ministério da Educação afirmou que está analisando os números mas que, de qualquer forma, todos eles se referem ao período anterior ao lançamento do PDE (Plano de Desenvolvimento da Educação), o chamado "PAC da Educação", que ocorreu em 2007. (Folha)

Meirelles prevê crescimento de 5,8% puxado por investimento

Em teleconferência com repórteres, presidente do BC descartou ameaça de inflação fora da meta em 2010

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse em teleconferência com repórteres que, depois de muitas décadas de baixo crescimento, o Brasil está em sua "melhor forma macroeconômica" em muito tempo. "Estamos prevendo crescimento econômico de 5,8% para 2010."

Em 2009, o crescimento na maior economia da América Latina ficou perto de zero. Mas o crescimento robusto poderá reativar as pressões inflacionárias. Em 2009, a inflação foi de 4,3%. A meta da inflação estabelecida pelo Banco Central para este ano é de 4,5%.

"Os bancos centrais do mundo todo devem sempre se preocupar com a possibilidade de uma volta da inflação", disse Meirelles. "Mas, no momento, achamos que a inflação para 2010 e 2011 está em torno da faixa da meta."

Meirelles acrescentou que parte da preocupação com inflação envolve "a monitoração cuidadosa da utilização da capacidade industrial". Ele acrescentou que "tem havido uma recuperação gradual na utilização nos últimos meses".

O presidente do BC destacou que as autoridades do governo estão muito confiantes em que o crescimento do País em 2010 virá do investimento das empresas. "O investimento está liderando o crescimento agora, enquanto que anteriormente era o consumo que liderava", disse. "Estamos alcançando um bom equilíbrio macroeconômico; a produção de bens de capital está se recuperando."

O investimento direto estrangeiro, em particular, deve subir para US$ 45 bilhões em 2010, de apenas US$ 25,9 bilhões no ambiente recessivo de 2009.

Meirelles deu poucas indicações sobre a política monetária, notando apenas que o compromisso intransigente do BC "com a meta de inflação levou a um declínio na taxa de juro real".

Recuperação do emprego perde fôlego

Depois do recorde de criação de vagas em novembro, dezembro registra fechamento de postos acima do esperado. 2009 fecha com a criação de 995 mil novas vagas, menor número desde 2003; governo fala em 2 milhões de novos postos neste ano.
O mercado de trabalho encerrou 2009 com a criação de 995.100 vagas com carteira assinada, segundo dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) do Ministério do Trabalho.
Após um novembro com criação recorde de vagas para o mês, dezembro registrou queda acentuada devido ao fechamento de vagas temporárias. Assim, o resultado anual foi o menor desde 2003, quando o saldo totalizou 645.433 novos empregos formais.
O total de admissões no ano passado chegou a 16,187 milhões, enquanto as demissões somaram 15,192 milhões.
O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, que havia previsto 1 milhão de novas vagas em 2009, comemorou o resultado: "Apesar da crise, geramos quase 1 milhão de empregos, eu errei por apenas 5.000, que estatisticamente é praticamente zero percentual", argumentou.
Mesmo assim, afirmou ele, o Brasil obteve o melhor resultado dentre os países do G20, grupo que reúne as principais economias do mundo.
Lupi citou os saldos negativos registrados na Europa e nos Estados Unidos e ponderou que os dados positivos na Índia e na China não podem ser comparados com a realidade brasileira pela ausência de rigor nas legislações trabalhistas.
Para Anselmo Luis dos Santos, professor do Centro de Estudos Sindicais da Unicamp, a geração de quase 1 milhão de empregos formais em um ano no qual o PIB deve ficar estagnado é um resultado importante. "Apesar da crise, foi possível continuar a trajetória de redução do peso dos trabalhadores informais e dos autônomos de baixa renda na estrutura ocupacional do Brasil", avaliou.
No ano, o único setor da economia que registrou saldo negativo foi a agricultura, com o fechamento de 15.369 vagas, em decorrência da retração do comércio global, que dificultou as exportações brasileiras.
Já o setor de serviços, que foi o menos afetado pela turbulência financeira, foi responsável pela abertura de 500.177 postos, mais da metade dos novos empregos criados no país.
Apesar do grande volume de demissões no início do ano, a indústria conseguiu encerrar 2009 com saldo positivo de 10.865 vagas, sobretudo na fabricação de produtos alimentícios, voltada para a demanda doméstica, que vem sustentando a atividade econômica.
Demissões em dezembro — Ainda assim, no último mês do ano passado, o resultado foi negativo em 415.192 empregos formais. Fatores sazonais como a entressafra agrícola, o término do período escolar e a demissão de temporários no fim do ano geralmente geram saldos negativos em dezembro.
Mas só no fim de 2008, no auge da crise global, houve maior fechamento de vagas para o último mês do ano.
Segundo Lupi, a forte rotatividade no mercado de trabalho e o aumento das contratações temporárias para suprir a demanda aquecida no segundo semestre foram as maiores causas para a piora do saldo em dezembro. "Eu esperava um saldo melhor, mas dezembro superou a média negativa, porque durante os quatro meses anteriores houve crescimento nos postos temporários", disse.
No entanto, como foram registradas 1,068 milhão de contratações em dezembro, recorde para o mês, a estimativa do ministro é de uma reação mais forte em 2010.
"Em janeiro já vamos enxergar um resultado expressivo, inclusive na comparação com o mesmo mês do ano passado, que ainda foi negativo. Vamos criar 2 milhões de novos empregos neste ano", projetou. (Folha)

Lula receberá prêmio em fórum na Suíça

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva será o primeiro laureado com o "Prêmio Estadista Global", do Fórum Econômico Mundial. Ele vai receber a premiação no próximo dia 29, em Davos (Suíça). É a primeira vez que esse prêmio é entregue nas 40 edições do fórum.
Segundo a assessora do encontro, Lucy Jay-Kennedy, a honraria irá premiar os líderes políticos que usam o seu mandato para aperfeiçoar o estado do mundo.
O ex-secretário-geral da ONU (Organizações das Nações Unidas) Kofi Annan irá entregar o prêmio ao presidente, que deve discursar no evento durante painel de discussões sobre o Brasil. (Folha online)

Governo se arma contra inflação

Apesar do discurso otimista, o governo está se armando para neutralizar pressões inflacionárias que possam comprometer o desempenho da economia em 2010. É o que mostra matéria de Martha Beck e Vivian Oswald, publicada nesta quinta-feira, no GLOBO. Serão usadas, por exemplo, ferramentas tributárias para equilibrar o efeito da demanda aquecida.

Para conter aumentos de preços, o governo tem na manga, a partir de simulações, a possibilidade de mexer nas alíquotas de tributos regulatórios, como a Contribuição de Intervenção sobre Domínio Econômico (Cide) e o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).

A ampliação da lista de itens que podem ser importados com alíquota zero também está no radar. A manutenção das alíquotas reduzidas de IPI nos produtos beneficiados por desoneração na esteira da crise - como linha branca, carros e móveis - é outra alternativa.

Pelas contas da Fazenda, a economia tem condições de crescer 5,2% este ano dentro de um cenário em que a inflação fique no centro da meta, que é de 4,5%. Ainda assim, a ordem dentro do Ministério da Fazenda é agir a todo custo para não dar ao Banco Central (BC) motivos para elevar as taxas de juros e, com isso, puxar o freio de mão do crescimento este ano.

A preocupação do governo é que as expectativas de um aumento muito elevado no Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de bens e serviços produzidos no país) - alguns economistas falam até em mais de 6% - sejam vistas como uma expansão não sustentada, ou seja, que gera inflação.

Esse foi um dos temas da reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na quarta-feira com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e com o presidente do BC, Henrique Meirelles.

Desde segunda-feira, quando voltou de férias, Mantega tem apresentado ao presidente as estimativas da equipe econômica para o crescimento em 2010, ressaltando que a Fazenda não vê risco de pressão inflacionária para o ano. (Leia mais em O Globo)