segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

UGT mobiliza trabalhadores e sociedade civil rumo à redução da jornada

UGT contesta dados da Fecomércio-RJ sobre movimento nos feriados

O presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores), Ricardo Patah, contestou os dados fornecidos nesta sexta-feira pela Fecomércio-RJ (Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro) sobre perdas sofridas pelo comércio de bens, serviço e turismo em razão dos 12 feriados em dias úteis ocorridos em 2009.
De acordo com ele, informação da Fecomércio-RJ, cuja estimativa é de que o setor deixou de ganhar R$ 55 bilhões no ano passado por causa dos feriados, “não reflete a realidade percebida por nós, trabalhadores, porque o comércio no Brasil e, em especial, no Rio de Janeiro e São Paulo, abre em todos os feriados”.
Patah disse que graças aos feriados “o comércio ganhou muito e vendeu muito mais”. Os dados divulgados pela Fecomércio-RJ “estão errados”, garantiu.
O presidente da UGT disse que se o comércio vendeu menos não foi por causa dos feriados. Ele reiterou que, além de abrir as portas, o comércio costuma faturar mais nesses dias, “porque os trabalhadores, como metalúrgicos e bancários, que não trabalham nos feriados, vão fazer mais compras”.
Ele admitiu que o setor pode ter vendas menores este ano, mas assinalou que isso não será resultado dos feriados. Embora o trabalho em feriados e nos domingos represente um custo adicional para os empresários, Patah observou que não há prejuízo para o comércio.
“Se esse custo fosse tão alto, não haveria tanta briga, até na Câmara Federal, para manter a legislação permitindo abrir aos feriados. Se a área do comércio não pudesse abrir nos feriados seria até melhor para nós, trabalhadores, porque muitos não querem trabalhar nos feriados. Mas, por conta da flexibilização da jornada de trabalho dos comerciários do Brasil inteiro, isso na realidade trouxe uma potencialização enorme para o comércio nas vendas”.
O resultado, segundo Patah, supera em muito os custos trabalhistas, como pagar o dia em dobro, “que é o único custo que tem”, afirmou. (Band)

Maiores bancos privados fecharam 10 mil vagas em 2009

Os três maiores bancos privados do País - Itaú Unibanco, Bradesco e Santander - fecharam 9.902 postos de trabalho no ano passado, segundo levantamento divulgado hoje pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), realizado em parceria com a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).
O levantamento aponta que o Itaú Unibanco, instituição que registrou lucro líquido de R$ 10 bilhões no ano passado e abriu 42 agências bancárias no País, fechou 7.176 vagas. Após a fusão dos dois bancos, anunciada no final de 2008, a nova empresa começou 2009 com 108.816 funcionários. Um ano depois, o quadro de pessoal foi reduzido para 101.640 bancários.
O Bradesco, que registrou um lucro líquido R$ 8 bilhões no ano passado - 5% superior ao observado em 2008 -, cortou 1.074 empregos em 2009. O Santander, por sua vez, elevou o lucro líquido em 40,7% (de R$ 3,9 bilhões em 2008 para R$ 5,5 bilhões) e fechou 1.652 vagas.
O estudo do Dieese mostra também que a rotatividade de mão de obra tem ajudado a reduzir a remuneração média dos bancários. Os desligados de janeiro a setembro de 2009, nos três bancos privados, recebiam remuneração média de R$ 3.494,25. Os contratados no mesmo período, por sua vez, tiveram remuneração média de R$ 2.051,80, o que representa uma diferença de 41,28%. (Estado)

Infraestrutura terá R$ 274 bi até 2013

Estudo do BNDES mostra que, desse total, quase 60% será investido em energia elétrica e telecomunicações.

Os grandes projetos nas áreas de energia elétrica e de telecomunicações continuarão a liderar a expansão da infraestrutura do País, que deve receber R$ 274 bilhões em investimentos nos próximos quatro anos - a maioria dos recursos será aplicada durante a administração do próximo governo.
A projeção é de um novo estudo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que prevê aumento de 37,3% nos investimentos do setor entre 2010 e 2013 comparado com os R$ 199 bilhões entre 2005 a 2008. O ano de 2009 ficou fora da comparação porque os dados não estão fechados.
Do total de investimentos para o atual quadriênio, 33,6% virá de projetos de geração, transmissão e distribuição de energia. Os R$ 92 bilhões previstos até 2013 com grandes obras, como as hidrelétricas na Região Norte e a terceira usina nuclear de Angra dos Reis, vão significar aumento de 35,7% no setor em relação ao período entre 2005 e 2008.
Para os técnicos do BNDES, o volume pode ser ainda maior, já que novos projetos poderão surgir nos próximos anos, consolidando a liderança da energia elétrica na expansão da infraestrutura. O lugar foi das telecomunicações entre 1997 e 2001 e vinha sendo dividido pelos dois setores.
O banco considerou que as duas usinas em construção no Rio Madeira (Jirau e Santo Antônio) devem receber R$ 20 bilhões nos próximos quatro anos. A usina de Belo Monte, cujo leilão está previsto para abril, deve ter nesse período R$ 8 bilhões consumidos do seu orçamento. Eles também consideraram R$ 8 bilhões previstos em 70 projetos de energia eólica.
Embora a previsão de crescimento dos recursos para telecomunicações nos próximos quatro anos seja de quase estabilidade (0,8%), o setor manterá forte influência no conjunto de investimentos estruturantes. Entre 2010 e 2013, deve responder por R$ 67 bilhões, 24,5% do esperado para os seis setores mapeados pelo BNDES.
"Há planos importantes em telecomunicações, como as tecnologias de 3G e TV digital, mas são projetos menos intensivos em capital do que a estrutura que consolidou a telefonia fixa e implementou a móvel, entre 1997 e 2001", diz Fernando Puga, chefe do Departamento de Acompanhamento Econômico e Operações do BNDES. "Agora, os projetos passam mais por manutenção e atualização, numa lógica mais de responder à concorrência."
O gerente da área de Pesquisa e Acompanhamento Econômico do BNDES, Gilberto Borça Jr., destaca que energia e telecomunicações continuarão a moldar a expansão da infraestrutura nos próximos anos, com quase 60% dos investimentos, mas destaca a perspectiva de um salto em áreas, como logística e saneamento, que viraram um entrave para o desenvolvimento do País. (Estado)

Arrecadação da Previdência em janeiro é recorde

O secretário de Política de Previdência Social, Helmut Schwarzer, informou hoje que a arrecadação corrente da Previdência Social em janeiro, que somou R$ 16,18 bilhões, foi recorde, excluindo-se os meses de dezembro, quando são feitos os recolhimentos relativos ao 13º salário. A arrecadação corrente inclui os valores que serão transferidos para o sistema ''S'' e também para o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).
De acordo com o secretário, essa alta da arrecadação reflete a significativa melhora do mercado de trabalho. A combinação de melhora na arrecadação com redução no pagamento de sentenças judiciais levou a Previdência a ter déficit de R$ 3,708 bilhões no mês passado, um valor 43,94% menor que o de janeiro de 2009, em termos reais. O déficit de janeiro foi o menor para o mês desde 2007.
Déficit — O secretário disse ainda que a forte queda no déficit da Previdência em janeiro decorreu principalmente da redução dos pagamentos de decisões judiciais. Em janeiro, as despesas determinadas pela Justiça foram de R$ 225 milhões, ante R$ 3,187 bilhões no primeiro mês de 2009.
Segundo ele, essa diminuição não ocorreu por decisão do Ministério da Previdência, e sim porque não chegaram as ordens de pagamento da Justiça Federal. Mas, no primeiro trimestre de 2010, o pagamento de sentenças judiciais deve ficar em torno de R$ 3 bilhões, quase metade dos R$ 7,1 bilhões previstos para todo o ano.
Além das sentenças judiciais menores, a melhora no mercado de trabalho também contribuiu para um resultado mais favorável da Previdência neste primeiro mês do ano. Schwarzer explicou que a situação do emprego no mês passado estava bem melhor do que em janeiro de 2009, quando a crise ainda estava no auge do seu impacto na economia brasileira.
De acordo com o secretário, se essa tendência de melhora acentuada no mercado de trabalho continuar, a projeção do déficit para 2010, de R$ 52 bilhões, pode ser reduzida. (Estado)

Inadimplência com cheques caiu para 1,85% em janeiro, diz Serasa

A inadimplência com cheques caiu para 1,85% no país em janeiro de 2010, de acordo com o indicador do instituto Serasa Experian divulgado nesta sexta-feira. Foi o menor percentual verificado em 16 meses. Também foi o melhor janeiro desde 2005, quando a devolução de cheques por insuficiência de fundos ficou em 1,53%.

No mês passado, foram devolvidos ao todo 1,673 bilhão de cheques e compensados 90,587 bilhões. Em dezembro, o indicador estava em 1,87%, o que correspondia a 1,987 bilhão de cheques devolvidos e 104,977 bilhões compensados.

Segundo os economistas da Serasa Experian, a aceleração do crescimento econômico, especialmente a partir do segundo semestre de 2009, conferindo aumento do nível do emprego e da renda, tem contribuído para a redução da inadimplência das pessoas físicas e jurídicas em todas as modalidades de crédito, inclusive no uso de cheques.

"Além disto, a normalização do mercado de crédito tem diminuído o papel do cheque como alternativa de financiamento - movimento que foi bastante intenso durante o final de 2008 e boa parte de 2009 - favorecendo a melhora do risco deste instrumento de pagamento", explica o instituto em nota. (O Globo)