BNDES libera R$ 10 bilhões para capital de giro
(Postado por Antonio Carlos dos Reis, o Salim) — O governo federal, através do Banco Central e dos ministérios, tem que agir rapidamente para não passar a impressão que está subordinado aos banqueiros. Essa decisão do BNDES é uma demonstração que o governo Lula começa a reagir e a se desvencilhar, mesmo que timidamente, do enorme poderio politico e económico dos bancos, que estão, sim, abusando e impondo suas estratégias ao governo. Vamos vigiar e mobilizar a classe trabalhadora para libertar nosso governo, legitimamente eleito, da influência nefasta dos banqueiros. Conforme relatado no texto abaixo e no seguinte:
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anuncia amanhã uma linha de financiamento a capital de giro, com nova injeção de recursos de R$ 10 bilhões para o setor produtivo. Será mais uma medida do governo para tentar manter inalterado o nível de investimentos no País, apesar da crise. Do volume recorde de R$ 90 bilhões que o banco estima liberar este ano, pelo menos R$ 51,2 bilhões virão de reforços extras em seu caixa.
A escassez de recursos no mercado elevou a importância do banco estatal - principal veículo financiador das empresas nacionais - na economia. O BNDES aumentou sua participação no crédito à exportação para suprir a seca das Antecipações de Contratos de Crédito (ACCs); passou a oferecer empréstimo-ponte para garantir novos projetos; elevou sua participação em projetos industriais e se dispôs a entrar como debenturista ou acionista no capital de empresas em dificuldades.
"Vai haver um momento em que o governo, que orienta o banco, decidirá o que é mais conveniente: ou o BNDES fica restrito, atuando de forma mais segmentada e seletiva, ou aumenta o seu funding. Considerando a característica o longo prazo, é possível que o nível do banco tenha de ficar sistematicamente acima da capacidade atual", disse o diretor financeiro do banco, Maurício Borges Lemos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Mantega e Meirelles dão recado a bancos para liberarem crédito — Ministro e presidente do BC cobram atuação mais pró-ativa do sistema financeiro durante jantar da Febraban.
O público era formado por mais de 200 banqueiros e executivos do sistema financeiro, e o recado dado pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, e pelo presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, não poderia ser mais direto: é preciso desempoçar os recursos para o crédito. Durante o jantar de final de ano da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), na quinta-feira, os ministro aproveitaram para cobrar, durante seus discursos, uma atuação mais pró-ativa do sistema financeiro no intuito de mitigar os impactos da crise financeira internacional no Brasil.
"De nada adianta se demandar um nível de capitalização elevado quando, em momentos em que este capital precisa ser usado, precisamos, na realidade, conviver com níveis de capitais menores", argumentou Meirelles. Para ele, o capital elevado tem que ser construído antes de períodos de crise por meio de um aumento da provisão.
O presidente do BC admitiu que essa ferramenta não é suficiente para evitar o ciclo de maior retração, mas é um canal importante para suavizá-lo. "Os bancos tendem a cometer excessos nos períodos expansionistas, quando prevalece um otimismo exagerado e todos parecem acreditar piamente que recessões e contrações econômicas são relíquia do passado", afirmou.
Meirelles lembrou que no passado recente o mundo viveu esse período prolongado de estabilidade econômica e juros baixos, principalmente nos Estados Unidos. "Presos em sua teia otimista, (as instituições financeiras) relaxam o controle de crédito", comentou. De forma contrária, em momentos de recessão, continuou o dirigente, premidos pelo aumento da inadimplência que afeta os resultados e corrói o bem de capital, os bancos reduzem drasticamente a oferta de crédito. "(Os bancos) passam a fazer grandes empréstimos apenas para os clientes cuja solvência está acima de qualquer suspeita, como parece que está ocorrendo em alguns países hoje." O resultado, segundo ele, não poderia ser outro: um ciclo de expansionismo exagerado e, em contraste, uma retração também exagerada.
Compulsório — Ao citar algumas medidas já dotadas pelo governo na tentativa de diminuir o represamento dos recursos para o crédito, Meirelles salientou que já foram liberados até o momento quase R$ 100 bilhões provenientes da redução do volume de compulsório. "Os depósitos compulsórios, sobre os quais os senhores tanto reclamavam com legitimidade durante tanto tempo, hoje são vistos por todos como algo que, neste momento, podemos dar graças a Deus por existirem porque é uma reserva de liquidez compulsória e que, neste momento, pode ser usada pelo sistema à medida que é liberada pelo Banco Central. Não é isso?"
Ministro critica bancos — O ministro, porém, também não poupou esforços em mostrar que está descontente com a atuação dos bancos. Ele voltou a afirmar que o governo brasileiro está atento e monitorando a crise atual e que, desde o agravamento da crise, foi tomada uma série de medidas para atenuar seus impactos sobre os mercados brasileiros. "Mas ainda há alguns problemas de oferta de crédito em dólares e reais e o custo financeiro está muito elevado, dificultando o funcionamento da economia real", alfinetou.
O maior desafio do Brasil, segundo Mantega, é o de restaurar a liquidez e o de reduzir o custo financeiro para patamares compatíveis com o crescimento equilibrado da economia. "O governo já tomou e está disposto a tomar todas as medidas fiscais e monetárias para impedir que a crise aborte o ciclo de desenvolvimento em curto no País." (Leia mais no Estadão)
É o governo agindo para gerar caixa e investimentos diretos em infra-estrutura. Só assim, teremos condições de proteger o País da pior parte das crise econômica mundial.
Leia mais: O governo começou a liberar as estatais da obrigação de acumular superávits primários para que impulsionem os investimentos do setor público. Entre outubro de 2007 e outubro deste ano, o valor anualizado da poupança das empresas federais caiu (incluindo pagamentos de Itaipu) de R$ 20 bilhões para R$ 6,5 bilhões, enquanto os investimentos - liderados pela Petrobrás, que já tomou emprestado mais de R$ 35 bilhões no ano - subiram de R$ 27,5 bilhões para R$ 37,6 bilhões.
O movimento, que vinha ocorrendo por conta do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), se intensificou em outubro, com o agravamento da crise internacional. Boa parte dessas estratégia de incrementar os investimentos das estatais deriva também do perfil do governo Luiz Inácio Lula da Silva: baixíssima capacidade de investir o dinheiro do Orçamento da União e altíssima disposição política para aumentar o custeio - só a conta da folha de salários (ativos e inativos), vai pular de R$ 120 bilhões, ano passado, para R$ 150 bilhões no ano que vem. (Leia mais no Estadão)
Fundos Petrobras com recursos do FGTS têm a pior queda mensal entre os investimentos.
A crise econômica mundial chega aos investimentos dos trabalhadores, que começam a sentir as perdas em seus investimentos oriundos do FGTS. Faz parte do jogo. Mas ao contrário dos banqueiros, que buscam proteção nos cofres públicos, os trabalhadores ajudam o governo a buscar saídas para ampliar o consumo, manter empregos e salários e, o mais importante, ajudar o Brasil a superar a atual situação. Desta maneira, a médio e longo prazos, os trabalhadores conseguirão recompor suas carteiras de investimentos.
Leia mais: Os fundos de ações da Petrobras com recursos do FGTS foram o investimento com a pior performance no mês de novembro. Os investidores que investiram no fundo perderam 20,55% do valor aplicado até o dia 24 de novembro. De acordo com os dados da Associação Nacional dos Bancos de Investimentos (Anbid), as perdas já chegam a 55,39% no ano. Os fundos de ações da Vale com recursos do FGTS caíram 8,09% em novembro, mas acumulam baixa de 55,37%. Analistas indicam que as ações da Petrobras, além de serem as de maior peso do Ibovespa e as primeiras das quais os investidores se desfazem nos movimentos de vendas, também têm passado por momentos de notícias nada positivas envolvendo a companhia.
As notícias mais recentes foram o desconforto do Senado com empréstimos do Banco do Brasil e da Caixa à petrolífera, além da saída da companhia do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da Bovespa. O petróleo em baixa acentua ainda mais a insegurança dos investidores em relação à continuidade dos investimentos necessários ao processo de exploração do pré-sal.
Para completar, o cenário externo, embora não tenha sido tão ruim quanto foi em outubro, continuou a dar sinais de desaquecimento.
- Quando se olha a Vale, que exporta minério de ferro, matéria-prima primordial para dois setores da indústrias muito abalados pela crise americana : construção civil e automobilística mundial, percebe-se que o cenário interno, um pouco mais positivo, está descolado do cenário externo. As empresas atreladas a commodities ainda dependem muito da restauração da economia global - disse Giberto Braga, professor de finanças do Ibmec. (Leia mais no Globo online)
Um ano após padronização, tarifas bancárias estão até 329% mais caras
Os bancos estão pedindo desesperadamente uma regulamentação. E não restará alternativa ao governo brasileiro, de preferência na atual gestão, agir com seriedade e provar para a História que nossa democracia não se curva a rapinagem dos bancos. Que prejudicam seus correntistas, seus trabalhadores e, principalmente, a Nação brasileira. Já começaram as demissões no setor bancário. A desculpa é a crise económica mundial. Mas quando ganharam tubos de dinheiro com a expansão da economia, os banqueiros se recusaram, sistematicamente, a repassar lucros para os bancários.
Leia mais: Na semana em que as novas regras para as tarifas bancárias do Conselho Monetário Nacional (CMN) completam um ano, o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), alerta: desde a padronização da regras, em 30 de abril de 2007, foram registrados aumentos significativos nos preços dos serviços: de 41%, para renovação de cadastro no HSBC, a 329%, fornecimento de cheques, no Banrisul, mostra reportagem publicada pelo jornal O Globo, na edição desta segunda-feira.
As novas normas incluem a padronização dos nomes dos serviços, a divulgação das tarifas na internet e um intervalo mínimo de seis meses entre os reajustes e não prevêem congelamento ou limites de correções. Ainda assim, o Idec considera que os aumentos registrados por sete dos dez maiores bancos do país, em número de clientes, indicam uma nova estratégia: os reajustes estão se concentrando em tarifas como confecção e renovação de cadastro, o que afeta todos os consumidores - inclusive aqueles que pouco utilizam os serviços bancários e os pequenos poupadores. De acordo com o levantamento, apenas três dos maiores bancos não realizaram reajustes no período: Caixa Econômica Federal, Santander e Real. Já Bradesco, Itaú, Unibanco, HSBC, Nossa Caixa, Banrisul e Banco do Brasil aumentaram seus preços. (Mais informações no Globo on line)
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