Concentração bancária aumenta e dificulta a retomada do crédito
Os trabalhadores e a sociedade civil têm que aumentar a pressão sobre o governo para não permitir esse excesso de concnetração bancária no País, que deveria ser tipificado como crime de sequestro, pois utilizam o enorme poder para manter a sociedade refém. Deveria ser caso de polícia, pois além de dificultar e encarecer o crédito que é uma das principais moedas do sitema capitalista, os banqueiros impõem estabelecem spreads que são verdadeiros assaltos ao nosso bolso. E é deles a responsabilidade de termos um 2009 praticamente perdido, apesar das previsões mais ou menos otimistas do governo. Enquanto não buscarmos, através do Estado, um respeito maior ao trabalho, como gerador de riqueza e até mesmo de ampliação e reprodução do capital, seremos as vítimas de um sistema que transfere excesso de poder aos bancos e banqueiros.
Leia mais: Participação dos cinco maiores bancos do País no mercado de crédito aumentou de 56,8%, em 1994, para 77,5%
As estatísticas do Banco Central (BC) confirmam as queixas de pessoas físicas e, principalmente, pequenas e médias empresas sobre a dificuldade para obter empréstimos nos últimos meses. Em fevereiro, as novas concessões de crédito caíram 7,7% em relação a janeiro. No bimestre, a baixa é mais expressiva: 23,9% na comparação com igual período de 2008. Segundo analistas, há várias razões para que as operações de empréstimos ainda não tenham retomado ritmo próximo ao que vigorava antes do agravamento da crise. Uma delas é a concentração do setor bancário no Brasil.
Estudo da agência de classificação de risco Austin Rating revela que, no fim de 1994 (ano de implementação do Plano Real), os cinco maiores bancos brasileiros respondiam por 56,8% do crédito. Em dezembro de 2008, esse porcentual havia disparado para 77,5%. Isso ocorreu por causa de dezenas de fusões e aquisições nos últimos anos, além de quebras no meio do caminho, como a do Banco Santos. No fim do ano passado, por exemplo, Itaú (então 2º do ranking) e Unibanco (6º) se fundiram e o Banco do Brasil (1º) comprou a Nossa Caixa (10º) e metade do Votorantim (8º).
O problema foi agravado com os efeitos da crise internacional nos pequenos e médios bancos brasileiros, além do esvaziamento das operações das filiais de bancos estrangeiros que estão com problemas nas matrizes. Na avaliação de uma fonte do governo existem hoje apenas cinco bancos comerciais atuando fortemente na concessão de empréstimos no País: Itaú-Unibanco, Bradesco, Santander, Banco do Brasil e Caixa.
"Quando há mais instituições no mercado, a retomada de uma crise tende a ser mais rápida, pela dinâmica de competição por mercado", diz o presidente da filial brasileira da seguradora de crédito Coface, Fernando Blanco. "Se há 50 grandes bancos brigando, alguns se animam antes dos outros (a voltar a emprestar) e, com isso, acabam puxando o setor inteiro."
Blanco ressalta que o raciocínio é verdadeiro no caso de condições econômicas realmente melhores do que as anteriores. Em outras palavras, um banco pode enxergar antes do que outros que os efeitos da crise ficaram para trás e, a partir daí, ser mais agressivo na retomada das operações de crédito.
"Com mais cabeças pensando, cria-se maior diversificação nas decisões", diz o analista da Austin Rating, Luís Miguel Santacreu. "O Brasil enfrenta, a um só tempo, dois desafios. Um estrutural, que é a concentração bancária em si, e outro conjuntural, que é a crise de crédito global que nos pegou em cheio."
Essa realidade faz Santacreu elogiar as medidas anunciadas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) no fim de março, cujo objetivo é aumentar a liquidez dos bancos menores. O CMN elevou para até R$ 20 milhões a cobertura do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) para aplicações em Recibos de Depósitos Bancários (RDBs).
Espera-se, com isso, que investidores voltem a comprar esse tipo de papel emitido por bancos menores, o que permitiria que voltassem a emprestar. "Esses bancos têm mais proximidade com o cliente e, por isso, têm mais agilidade", diz Santacreu. Como enfrentavam obstáculos para captar dinheiro no mercado em decorrência da falta de confiança dos investidores, não conseguiam retornar com força ao mercado.
Rodolfo Riechert, diretor do banco UBS Pactual, concorda. "Os bancos menores têm uma função social." Segundo ele, os pequenos e médios são as principais fontes de recursos para pequenas e médias empresas. Essas, por sua vez, empregam a maioria dos brasileiros.
O professor da USP Alberto Borges Matias não vê relação clara entre concentração bancária e retomada do crédito no pós-crise. Mas diz que é ruim o Brasil ter cada vez menos bancos relevantes. "Em primeiro lugar, porque dá a eles muito poder na definição de preços e tarifas. Em segundo, porque cria um risco para o próprio sistema financeiro, como ocorreu nos EUA com o Citi." (Leia mais no Estadão)
Parte das empresas e governo vêem reação da economia no 2º trimestre, outros só no 2º semestre
O segundo trimestre do ano será decisivo para a economia brasileira. Para boa parte do governo e dos empresários, o período será de sinais ainda mais claros da recuperação da atividade no país, mas há uma parcela do setor produtivo que considera que a recuperação definitiva ocorrerá apenas no segundo semestre do ano.
Entre os setores mais otimistas, aparecem o automotivo, o varejo, os supermercados e a indústria elétrica e eletrônica. De maneira geral, a sensação é de que, ainda que a crise não tenha acabado, o pior já passou. No lado mais cético, porém, está quem se preocupa com os efeitos ainda por vir da queda abrupta da produção industrial nos últimos meses - 17% só em fevereiro, recuando a quantidade produzida aos níveis de 2004 - em outras áreas e com a escassez do crédito, que torna mais difícil o financiamento de pequenas e médias empresas. (Leia mais em O Globo)
Estudo mostra que 76% da classe C não abrem mão de padrão de consumo
Depois de transpor a barreira da exclusão social, a classe C foi às compras, gostou e assumiu seu lado consumista de ser. A ascensão social, como mostra a reportagem de Liana Melo publicada neste domingo no jornal O GLOBO, foi alimentada nos últimos três anos pelo aumento de renda e a abundância de crédito. Apesar da crise, a nova classe média - como passou a ser chamada esta parcela da pirâmide social brasileira -, recusa-se a abrir mão das conquistas materiais nesse período. A constatação é de pesquisa do Ibope Inteligência e da agência Nova S/B, que juntos saíram em campo para desvendar os mistérios da classe C no levantamento "Projeto + 100.
A hipótese de que a classe C é um monolito não se confirmou. Ao contrário. A pesquisa constatou que, apesar de compartilharem o mesmo estrato social, as pessoas dessa faixa de renda têm comportamentos e perfis de consumo diferenciados. São três os tipos de consumidores detectados no estudo: o consumista, o planejador e o retraído. Os dois primeiros não abrem mão das compras e são a grande maioria da classe C no Brasil. Eles somam 23,1 milhões de pessoas e representam 76% dos consumidores homens e mulheres, de 18 a 64 anos, dessa classe, cuja renda média familiar varia de mil reais a R$ 2.500. Já os retraídos são uma parcela bem menor: 24%.
Faxineira ganha um apartamento em festa dos 50 anos do Siemaco-SP
A auxiliar de limpeza Edileuza das Virgens Araújo, 48 anos, ganhou um apartamento de R$ 90 mil ontem, em um show para mais de 20 mil pessoas no Anhembi, após a primeira sorteada não aparecer para receber o prêmio.
Faxineira da Santa Casa de Santo Amaro, Edileuza mora no Jardim São Luiz, na zona sul da capital. "Trabalho há 13 anos com limpeza. Sonhei que ia ganhar e fiz promessa para um santo. Sempre morei de aluguel", comemorou a mulher, mãe de três filhos.
A primeira sorteada foi chamada para o palco, mas não apareceu após cinco minutos de espera. Um novo sorteio foi feito após dez minutos. O apartamento fica em São Miguel Paulista (zona leste).
Um Ford Ká, outro prêmio, foi sorteado para a auxiliar de limpeza Cristina Nunes de Souza, 29 anos. "Eu vim com intenção de ganhar. Vou vender o carro para reformar a minha casa", conta Cristina, que vai ficar uma semana com o veículo, já que seu irmão sabe dirigir. Uma moto Honda também foi sorteada.
Festa especial — O show, com apresentações de forró, pagode e sertanejo, foi uma festa especial para os garis e faxineiros da capital. O evento mesclou performances com playback e outras ao vivo para celebrar os 50 anos do Siemaco (sindicato dos funcionários de limpeza urbana).
A atração mais esperada da noite foi a dupla Zezé Di Camargo e Luciano. A dupla subiu no palco às 20h10 para cantar para uma plateia que estava no local desde as 14h.
"Zezé, cadê você, estamos aqui só pra te ver", gritava o público, à espera dos ídolos. A dupla apresentou o show "Duas Horas de Horas" e embalou os fãs cantando hits como "Mexe Mexe que É Bom", "Fera Mansa", "Dou a Vida por um Beijo" e o clássico "É o Amor", empolgando a todos.
A banda Calypso se apresentou a partir das 18h e ficou no palco por mais de uma hora. Chimbinha e Joelma empolgaram a plateia com show de luzes embalado por hits como "Xonou, Xonou". Joelma cantou os principais sucessos da banda e conversou com os presentes. "Tem muita mulher solteira para pouco homem", brincou a vocalista durante o show.
O evento começou com a apresentação de um coral e, depois, seguiu com show da banda de axé Batom na Cueca. Ainda subiram no palco os grupos de pagode Pixote, Inimigos da HP, Gian e Giovanni e o cantor D'Black, entre outros artistas. (Agora)
Sindicato denuncia demissões na Eletropaulo
O Sindicato dos Eletricitários de São Paulo (Stieesp) informou que pelo menos 50 trabalhadores da AES Eletropaulo foram demitidos na sexta-feira. As demissões foram informadas pelos funcionários ao sindicato. De acordo com o secretário geral do Stieesp, Eduardo Annunciato, os dispensados são eletricistas que fazem manutenção da rede. Trabalham nessa função cerca de 1,2 mil pessoas. "Foram mandados embora três coordenadores de equipes da zona oeste da capital e funcionários com mais de 20 anos de casa." (DCI)
Nenhum comentário:
Postar um comentário