Governador Serra confirma presença na
O governador José Serra participa hoje da 1ª Plenária Nacional de Entidades Filiadas da União Geral dos Trabalhadores (UGT). O discurso do governador está agendado para as 12 horas, no auditório da Colônia de Férias do Sindicato dos Comerciários, em Praia Grande.
Já estão inscritas 900 lideranças de trabalhadores de todo o País. Durante o evento serão discutidas as ações que a UGT adota em todo o Brasil para a superação da crise econômica, especialmente, a reivindicação das contrapartidas sociais dos setores econômicos que se valem e se valeram de empréstimos públicos, a ampliação do crédito para as micro e pequenas empresas e a ampliação das políticas públicas para a inclusão social.
As eleições de 2010 também estarão na pauta da UGT que aproveitará para discutir como a central acompanhará as campanhas nas disputas presidencial e nos estados.
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Indústria de SP registra alta de 2% e fala em retomada
Depois de dois meses de expressiva recuperação na atividade da indústria paulista, o diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Francini, admitiu ontem que os efeitos da crise financeira internacional no País foram menores do que a entidade esperava.
Em julho, o Indicador de Nível de Atividade (INA), pesquisado pela Fiesp, apresentou alta de 2% em relação ao mês anterior, com ajuste sazonal. Em junho, o crescimento havia sido de 2,7% ante m maio.
"Tinha medo de que a crise viesse pior. Pagamos um preço mais baixo do que eu pensava, no sentido da profundidade e da duração", disse Francini.
A atividade industrial ainda permanece 10% abaixo do nível pré-crise, de setembro, mas já chegou a ficar 18% menor, em dezembro. "A melhora se acentuou. A indústria caiu da janela do quinto andar e agora está subindo as escadas num ritmo mais lento, mas bom."
Apesar disso, Francini não concorda com a avaliação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de que a indústria agiu com "cautela exagerada" e deu um "cavalo de pau desnecessário" nos meses de novembro, dezembro e janeiro. "Não concordo com o presidente Lula. Não foi uma marolinha", afirmou Francini.
"Principalmente para as 200 mil pessoas que perderam o emprego durante a crise na indústria paulista", completou o gerente do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp, André Rebelo.
A previsão da entidade é de que 2009 encerre com queda de 6% a 7% na atividade industrial do Estado. Na comparação com julho de 2008, o INA mostrou queda de 9,4%. "Ainda é um número expressivo, mas devemos lembrar que esse resultado já foi 15% menor na comparação anual. O número negativo está se reduzindo", ressaltou Francini, para quem os níveis de atividade anteriores à crise só serão atingidos em 2010.
Outro dado que mostra a recuperação industrial é o índice de dispersão de crescimento. Em julho, dos 17 setores analisados, 70,6% apresentaram crescimento. Foi o mesmo número observado em julho, mas ficou bem acima dos 35,3% registrados em maio.
As vendas reais aumentaram 3,1% em julho ante junho, o que indica que os estoques foram absorvidos. Já o nível de utilização da capacidade instalada de julho, de 81,6%, sem ajuste, é o maior desde novembro de 2008, quando estava em 81,9%.
Apesar da recuperação da atividade em julho, a confiança no meio industrial paulista deu sinais de piora na segunda quinzena de agosto. A pesquisa Sensor, realizada pela Fiesp, registrou 53 pontos no período, ante um nível de 55,9 na primeira quinzena de agosto, quando foi registrado o segundo melhor resultado da série da pesquisa, iniciada em 2006.
Dois dos itens que compõem o sensor ficaram praticamente estáveis: mercado, que passou 63,7 para 64,1, e emprego, de 54,4 para 54,5. Os demais subíndices pioraram. O item relacionado a vendas cedeu de 60,0 para 57,1; estoque, de 45,8 para 42,3, e investimento de 54,2 para 49,4.
Na pesquisa Sensor, um nível de 50 indica equilíbrio. Resultado acima de 50 é considerado um sinal de otimismo e abaixo dessa marca, de pessimismo. (Leia mais no Estadão)
Vendas em supermercados sobem 6,66% em julho
Férias escolares e o fato do mês ter um dia a mais em relação a julho colaboraram com alta
As vendas reais dos supermercados cresceram 6,66% em julho em relação ao mesmo mês do ano passado, informou nesta quinta-feira, 27, a Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Na comparação com junho, a alta foi de 5,66%. Os resultados foram deflacionados pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
De acordo com a Abras, contribuíram para a melhora do desempenho das vendas no mês passado o período de férias escolares, prorrogado este ano por conta da gripe suína, e o fato de julho ter um dia a mais em relação a junho.
O valor da cesta de 35 produtos considerados de largo consumo pela associação aumentou 0,93% na comparação com junho e 4,44% ante julho do ano passado, atingindo R$ 268,02. Os produtos que apresentaram as maiores altas em relação a junho foram: carne dianteiro (8,02%), queijo mussarela (5,68%) e feijão (4,75%). As maiores baixas foram registradas nos itens: batata (-12,85%), tomate (-8,99%) e arroz (-4,53%). (Leia mais no Estadão)
Ipea defende IPTU nacional contra pobreza
Em meio à queda contínua na arrecadação federal, um estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) sugere que a intensificação da cobrança de IPTU, sobretudo nos municípios menores, pode ser uma importante fonte de recursos para a ampliação dos programas sociais do governo. Além disso, um recolhimento eficaz do imposto sobre a propriedade proporcionaria uma maior justiça tributária.
"O IPTU vem perdendo importância na carga tributária, sendo substituído pelos tributos indiretos", afirmou o presidente do Ipea, Marcio Pochmann.
A participação do imposto na arrecadação dos municípios caiu de 37,9% em 1991 para 28,6% em 2008. O Ipea propõe que as alíquotas passariam a ser definidas em âmbito nacional ou estadual, respeitados critérios de proporcionalidade entre os municípios, que continuariam sendo os responsáveis pela arrecadação.
Segundo o estudo, os recursos seriam suficientes para reduzir o número de pobres em 3,9%, com repasse de R$ 84 às famílias com renda mensal abaixo de meio salário mínimo por pessoa.
Começa feirão de crédito para compra de carros
A Caixa Econômica Federal dá a partida hoje à Semana Auto, onde o banco vai financiar a compra de veículos novos ou usados dentro de 391 concessionárias de todas as marcas no estado. Os interessados em adquirir um carro encontrarão condições especiais, como juros mínimos mensais de 1,19% a 1,37% no caso de um modelo zero-quilômetro e de 1,64% nos automóveis com seis a dez anos de uso. No mercado, esses percentuais chegam a 1,5% e de 2,5%, respectivamente.
A iniciativa ocorrerá até o próximo domingo nas revendedoras. Além das taxas oferecidas, a instituição dará crédito de até 90% do valor do automóvel. O parcelamento pode atingir 60 meses nos carros novos ou com até cinco anos de fabricação. No caso das unidades entre seis e dez anos, o pagamento deve ser em, no máximo, 48 vezes.
- Muitos clientes já nos procuraram. Assim, a nossa meta pode ser ultrapassada - avaliou Valter Nunes, superintendente regional da Caixa.
A expectativa prevista é de movimentar R$ 50 milhões em financiamentos. O banco também enviou cartas para 436.130 clientes no estado com crédito pré-aprovado.
A Caixa informou a taxa mínima de 1,19% será na compra em seis parcelas, com metade do valor no ato da compra. Um Fiat Mille duas portas novo, por exemplo, que custa R$ 21.960 sairia por R$ 10.980 e em seis vezes de R$ 1.906,97.
Já o financiamento com juros de 1,37% ao mês ficaria em 60 vezes de R$ 485,25 e R$ 2.196 referentes a 10% de entrada. A simulações foram feitas pela Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac).
Os consumidores já admitem antecipar as compras caso as condições oferecidas sejam, de fato, vantajosas. (Leia mais em O Globo)
OIT: trabalho escravo é usado para desmatamentos
Um estudo da Organização Mundial do Trabalho (OIT) indica que o trabalho escravo no Brasil se encontra, principalmente, em zonas de desmatamento da Amazônia e áreas rurais com índices altos de violência e conflitos ligados à terra.
Segundo a publicação, apesar dos avanços feitos pelo governo brasileiro nos últimos anos, "a mão-de-obra escrava continua sendo usada no país para desmatar a Amazônia, preparar a terra para a criação do gado e em atividades ligadas a agricultura em áreas rurais".
A análise faz parte do livro Forced Labor: Coercion and Exploitation in the Private Economy ("Trabalho Forçado: Coerção e Exploração na Economia Privada", em tradução livre), que será lançado pela OIT no próximo domingo, quando se comemora o dia mundial em memória do tráfico de escravos e da abolição da escravatura.
A obra apresenta uma série de estudos de caso sobre formas de escravidão modernas na América Latina, Ásia, África e Europa e traz um capítulo específico, de 15 páginas, sobre o Brasil.
De Rondônia ao Maranhão
Com base na análise de dados e estatísticas do governo brasileiro e da Comissão Pastoral da Terra, a OIT constata que a correlação mais evidente se verifica no sul e sudeste do Estado do Pará que, entre 2000 e 2004, registrou quase a metade das operações do governo para libertar os trabalhadores escravos. No mesmo período, o Estado contribuiu com 38,5% do desmatamento total do país e registrou 44,12% dos crimes ligados a terra, indica a OIT.
Os dados analisados também demonstram que o trabalho escravo vem sendo utilizado para aumentar a produção agrícola e para o preparo das áreas desmatadas que serão transformadas em pastos.
"De fato, as propriedades rurais que usam o trabalho escravo estão concentradas exatamente numa faixa de terra onde foram abertas clareiras, que vai de Rondônia ao Maranhão", afirma à BBC Brasil Roger Plant, diretor do programa contra trabalho forçado da OIT.
"A correlação entre o trabalho escravo e os desmatamentos no Brasil é uma das conclusões interessantes desse estudo", diz.
Intimidação — A Organização cita um estudo publicado pelo Banco Mundial em 2003 (Causas do desmatamento na Amazônia brasileira) que indicou que a expansão da pecuária foi responsável por 75% das áreas desmatadas no Brasil.
"Para aumentar a produtividade, os desmatamentos são feitos com mão-de-obra barata e, muitas vezes, com recurso a trabalhadores escravos, que preparam a terra para permitir investimentos mais rentáveis", explica no texto o autor do capítulo dedicado ao Brasil, Leonardo Sakamoto.
Segundo a OIT, a principal forma utilizada no Brasil para submeter os trabalhadores a formas de trabalho forçado é a intimidação por dívidas. Essa prática se verifica não somente no Brasil, mas também em outros países do mundo.
Na maioria das vezes, as vítimas são recrutadas em zonas muitos pobres, no nordeste e norte do país, pelos chamados 'gatos', que trabalham para os proprietários rurais e que atraem os candidatos com ofertas muitas vezes enganosas.
Nos casos mais frequentes, os gatos prometem arcar com despesas de transporte e acomodação ou incitam os trabalhadores a pedir adiantamentos de salários que serão cobrados mais tarde.
"Os trabalhadores entram, então, em um círculo vicioso e são obrigados a abrir mão dos salários para pagar as dívidas" explica Plant.
Os dados analisados pela OIT indicam que a maioria das vítimas são originárias dos Estados de Tocantins, Maranhão, Pará, Bahia e Piauí, "regiões pobres, com altas taxas de desemprego e baixo índice de desenvolvimento humano, o que torna essas pessoas extremamente vulneráveis", comenta o diretor do programa de luta contra o trabalho escravo da organização.
Avanços — Roger Plant diz que o Brasil avançou muito nos últimos anos na luta contra o trabalho escravo, com iniciativas como o Plano Nacional para Erradicação do Trabalho Escravo, lançado pelo governo Lula em 2003.
"Apesar disso, o país ainda precisa superar alguns desafios, entre eles a defasagem entre a ação do governo e a aplicação da justiça", explica.
A impunidade é apontada pela OIT como um dos principais obstáculos na luta contra as formas modernas de escravidão.
O relatório da organização cita o artigo 149 do Código Penal brasileiro, que prevê penas de prisão de 2 a 8 anos de prisão, mas argumenta que os responsáveis pelos crimes são raramente detidos.
O livro Coercion and Exploitation in the Private Economy é publicado pela OIT em parceria com a editora americana Lynne Rienner Publishers.
A Organização Internacional do Trabalho vai publicar, no início do setembro, um estudo específico sobre o trabalhado forçado no Brasil. (Leia mais em O Globo)
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