quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Movimento dos varredores e varredoras de São Paulo mostra acerto estratégico que levaram a prefeitura a recuar e as empresas a rever demissões

Serra e Kassab discutiram o recuo no corte da limpeza

(Postado por Moacyr Pereira, presidente do Siemaco-SP e secretário de finanças da UGT) — Continuamos nossa análise do movimento, que teve inclusive uma greve de um dia, dos varredores e varredoras de São Paulo em defesa dos postos de trabalho, que chegaram a contabilizar 568 demissões e 1300 avisos prévios, em função do corte de 20% anunciado pelo prefeito Kassab.

Só para recordar, o corte anunciado pela prefeitura paulistana levou as empresas (irresponsavelmente) a iniciar um processo acelerado de demissões. O Siemaco-SP tentou negociar com as empresas e com a prefeitura. Sem sucesso, num primeiro momento. Como de hábito, o Siemaco-SP iniciou um processo agressivo de mobilização da opinião pública. Primeiro, esclarecendo o que acontecia e que não era interesse dos trabalhadores serem usados como massa de manobra nem das empresas nem da prefeitura. Mostramos nossa preocupação com os serviços que prestamos para a cidade e nossa vinculação com os moradores e as donas de casa. Num primeiro momento, nosso posicionamento surtiu efeito. A prefeitura depois de uns 15 dias sem receber as empresas e o Siemaco, aceitou negociar com os trabalhadores e com os empresários. Mas ainda sem assumir uma posição. Foi necessária, então, a greve de protesto de um dia. Feita dentro da lei, ou seja, mantendo 80% dos trabalhadores nas suas funções, para conseguir o status de greve legal e tentar que a Justiça do Trabalho decretasse o movimento como legal e estabelecesse estabilidade entre um mês e três meses. Nossa estratégia era nos manter, como de hábito, afinados em primeiro lugar com os interesses da categoria, que precisa de seus empregos de volta. E ampliar as alianças com a opinião pública e com a Justiça do Trabalho e com o Ministério Público. Afinal, esses atores estão, como nós do Siemaco e da UGT, preocupados com os serviços prestados à população. O resultado, como vocês poderão ver no texto abaixo, publicado pelo jornal “O Estado de São Paulo” foi o recuo de Kassab, após entendimentos com o governador Serra. Os dois, prefeito e governador, preocupados com o efeito do nosso movimento na imagem pública que tentam preservar.

A lição que aprendemos, mais uma vez, é que vivemos numa democracia. E a UGT e seus sindicatos filiados aprendem, cada vez mais, a se valer do diálogo com a opinião pública, através dos veículos de comunicação, a se posicionar com independência e a manter a defesa intransigente dos interesses da categoria profissional que defende. Sem cair nas armadilhas da greve truculenta mas colocando o movimento de paralisação como a última alternativa dentro do jogo de forças políticas, que leva em consideração os interesses de todos os envolvidos: os trabalhadores, a opinião pública, a Justiça do Trabalho, a Prefeitura e as empresas.

Vivemos uma nova época, de muito mais acesso à opinião pública, como ficou demonstrado no Seminário de Comunicação realizado recentemente pela UGT. E temos que agir como estrategistas para conseguir com meios modernos e democráticos negociar junto às empresas e poder público os sagrados interesses das categorias que representamos. Que sempre giram em torno de emprego, salário decente e respeito cidadão. Agora, estamos na fase de negociação, sendo que a reversão das demissões e a suspensão dos avisos prévios são nossas principais exigências.

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O prefeito Gilberto Kassab (DEM) e o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), mantiveram contato intenso às vésperas da decisão da Prefeitura de recuar dos cortes nos contratos de limpeza pública, anunciada anteontem. Segundo aliados, os dois estiveram juntos no fim de semana para conversar e definir as medidas que deveriam ser tomadas frente à pressão sofrida por Kassab, principalmente em razão do acúmulo de lixo na cidade.
Apesar das recentes baixas tucanas na gestão Kassab e de críticas de setores do PSDB ao seu governo, o prefeito continua aberto à influência do governador e padrinho político. As principais decisões de Kassab ainda são submetidas a Serra. "Os dois jogam juntos", diz um integrante do primeiro escalão do governo. Recentemente, setores do DEM passaram a ventilar a ideia de lançar Kassab a governador - mais um movimento do partido a fim de evitar que seja indicado o ex-governador Geraldo Alckmin do que uma ação política real.
O PSDB, no entanto, se preocupa com o desgaste que as medidas impopulares e os recuos do prefeito podem causar nos planos do partido de voltar à Presidência da República em 2010. Serra é o nome mais bem cotado nas pesquisas para disputar a eleição presidencial do ano que vem. A gestão de Kassab ainda é associada a Serra por grande parte do eleitorado. A preocupação de tucanos com os rumos da gestão Kassab foi levada ao governador após a decisão da Prefeitura de cortar 20% da verba de varrição e 10% na coleta de lixo, tida como a gota d"água dentro do PSDB.
Avalia-se, internamente, que algumas das medidas tomadas por Kassab têm até justificativa técnica, mas caem muito mal na opinião pública e servem de munição aos ataques dos adversários. Os tucanos também afirmam que o prefeito não soube traçar uma estratégia de comunicação eficaz para levar a público as medidas impopulares.
A pressão sobre Kassab não foi só política. O prefeito também estava prestes a enfrentar uma rebelião de subprefeitos quando decidiu recuar do corte nos contratos de limpeza pública. Segundo um subprefeito ouvido pelo Estado, o corte estava afetando serviços básicos do dia a dia, como poda de árvores e varrição, considerada uma operação de guerra.
"A gente implorou para ele não fazer isso. A pressão foi muito grande. Ele acreditou que bastava fiscalizar melhor e fazer uma gestão eficiente que tudo daria certo. Foi um erro."

Congresso de Fundação da UGT Paraíba

A União Geral dos Trabalhadores (UGT) promoveu na quarta-feira, 23, no Cine Bangüê, do Espaço Cultural, em João Pessoa, o Congresso de Fundação da UGT na Paraíba, que teve como tema: “Sindicalismo Cidadão, Ético e Inovador”, e contou com a participação de representantes de mais de 30 sindicatos que passam a integrar a entidade no Estado.
O evento que reuniu centenas de dirigentes sindicais paraibanos teve início, às 8h, com o credenciamento dos delegados. A solenidade de abertura do Congresso ocorreu às 9h20, com a presença de várias autoridades e convidados, além de dirigentes nacionais da UGT, como Ricardo Patah, presidente nacional da entidade.. Em seguida aconteceu um ciclo de debates, nos quais foram abordados temas como: Sindicalismo e o Mercado de Trabalho na Paraíba e a UGT: Uma nova proposta para a Paraíba.
O Congresso teve prosseguimento no turno da tarde, às 12h40, com a realização de uma Assembléia de Constituição da UGT na Paraíba. Logo após, ocorreu a leitura e aprovação dos Estatutos da entidade, composição e eleição da diretoria e conselho fiscal. E sfoi encerrado após a posse da diretoria eleita
De acordo com o presidente do Sindicato dos Radialistas da Paraíba, Moisés Marques, que também é vice-presidente da Federação Nacional dos Radialistas (FENART), entidade filiada à UGT, o congresso tem o objetivo de instituir uma Central de Trabalhadores no Estado, por intermédio da UGT, que vai congregar centenas de sindicatos e federações de trabalhadores paraibanos.
Moisés Marques destacou que a UGT é um fórum democrático elaborador e executor de propostas de políticas públicas e de elementos atualizadores do marco regulatório para o Movimento Sindical em todo país, neste período em que se processam inovações tecnológicas e trabalhistas no modelo de negócios com profundas consequências para a nação brasileira.
Desde sua constituição há dois anos, a UGT já conta com mais de 720 entidades filiadas e tem se destacado como movimento que propõe formas de atuação conjunta e inovadora, reforçando o caráter nacional das mobilizações modernas. Uma vez que as Centrais Sindicais são uma conquista da democracia brasileira, eficientes para reunir os diferentes atores com a finalidade de avaliar e propor diretrizes de políticas públicas setoriais. (Click PB)

Empresas terão benefício por reduzir acidentes

Um milhão de empresas terão desconto de 50% nas alíquotas de SAT (Seguro Acidente do Trabalho) recolhidas à Previdência a partir de janeiro. A redução beneficiará todas as empresas que pagam impostos pelo lucro presumido ou real e que tenham investido na melhoria da segurança dos trabalhadores, reduzindo acidentes.
Outras 78 mil empresas, entretanto, serão penalizadas com aumento de 100% nas alíquotas de SAT a partir do ano que vem.
Pelas regras atuais, as empresas devem contribuir para o seguro com alíquotas de 1%, 2% e 3%, de acordo com o grau de exposição do trabalhador a situações de risco. (Folha)

Bancários iniciam greve nesta quinta-feira em todo o país

Bancários das redes pública e privada iniciam nesta quinta-feira greve por tempo indeterminado. A decisão foi tomada em assembleias realizadas na noite de quarta-feira no país. A categoria reúne mais 470 mil trabalhadores. Aderiram à paralisação bancários de Rio, São Paulo, Distrito Federal, Pernambuco, Ceará, Espírito Santo, Santa Catarina, Rondônia e Acre. Bancários de Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba e de cerca de 50 municípios do interior também vão cruzar os braços. A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), que negocia com a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), manteve a proposta inicial de reajuste de 4,5%, considerada insuficiente pelos bancários, que reivindicam 10%.

" A greve é uma resposta à irresponsabilidade dos bancos em não oferecer uma proposta à altura dos lucros acumulados no último ano "


- A greve é uma resposta à irresponsabilidade dos bancos em não oferecer uma proposta à altura dos lucros acumulados no último ano - disse Carlos Carneiro, presidente da Contraf e coordenador do comando de greve dos bancários.

A Fenaban disse que aguarda uma nova proposta dos representantes dos bancários. Carneiro, porém, afirmou que os bancos já foram comunicados da rejeição da proposta de reajuste de 4,5%, percentual abaixo do obtido por outras categorias profissionais, como metalúrgicos. Eles reclamam ainda do baixo percentual destinado à Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e da redução de até 46% do salário inicial dos bancários.

No acordo de 2008, a PLR chegou a 15% dos lucros, caindo para 5,5% este ano. Os bancários alegam que os bancos foram pouco afetados pela crise, já que o setor registrou lucro de R$ 19 bilhões no primeiro semestre de 2009, segundo o Banco Central. (Leia mais em O Globo)

Consumidor de renda menor puxa acomodação da confiança em setembro

A acomodação do Índice de Confiança do Consumidor (ICC) em setembro foi puxada pelas faixas de renda mais baixas, que se ressentem do aumento da inflação e das condições do mercado de trabalho.

Para o responsável pela pesquisa, o economista Aloisio Campelo, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), o ICC, que registrou 111 pontos em setembro, se mantém em patamar de otimismo moderado. "Acho que essa acomodação é passageira. O resultado de setembro mostra que não há euforia, mas também não há pessimismo", destacou.

O economista ponderou que o aumento das preocupações com a inflação não significa que exista risco de explosão de preços. Segundo ele, o recente avanço dos preços dos alimentos causou uma preocupação maior para os consumidores de baixa renda, que têm a renda mais afetada por estes produtos. Em agosto, os alimentos atingiram alta acumulada de 5,72% nos 12 meses dentro do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), da FGV.

Entre os consumidores da faixa de renda familiar até R$ 2.100, o ICC caiu 3,9% em setembro, na segunda baixa seguida, acumulando queda de 10,7% desde o agravamento da crise internacional, em setembro do ano passado, mas com alta de 3,8% este ano. Para este grupo, a percepção de inflação subiu e a expectativa de alta de preços para este ano passou de 6,5% para 7,3% neste faixa, enquanto na média a alta foi de 6,5% para 6,7% entre agosto e setembro.

Já entre os consumidores da faixa de renda familiar acima de R$ 9.600, o ICC subiu 1,8% em setembro, na sétima alta seguida. Desde o agravamento da crise, o ICC deste grupo subiu 0,4%, enquanto este ano a alta acumulada é de 22%.

"Há uma continuidade do avanço da confiança nas rendas mais altas e um piora nas mais baixas, que também sofreram com a perda de fôlego sobre a percepção sobre o emprego futuro", disse Campelo. "Em grandes números, parece também que a confiança das rendas mais altas tem ligação com o comportamento da bolsa (de valores)", acrescentou (O Globo)

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