Primeiro de Maio confirma retomada do avanço a favor das bandeiras sociais e trabalhistas
(Postado por Marcos Afonso de Oliveira e Moacyr Pereira) — Juntamos a festa com a vontade de transformação no Primeiro de Maio Unificado da CTB, NCST e UGT. O público composto por trabalhadores e seus filhos e filhas, se divertiram muito e tiveram a oportunidade de um contato direto com as principais lideranças politicas do País, que fizeram um balanço das vitórias recentes e dos avanços pretendidos a curto e médio prazos. Ouvimos o presidente Lula e compartilhamos nossos sonhos com os líderes das centrais. Em Piracaia, para onde foi Moacyr Pereira e o deputado Roberto Santiago logo após o evento de São Paulo, vivenciamos uma festa cívica em que se destacou a imponência da liderança regional do deputado Roberto Santiago que foi extremamente aplaudido no seu discurso politico e democraticamente didático. Tivemos também muita reflexão e festa em Carapicuíba, com a liderança do companheiro Salim, vice-presidente da UGT e em Campinas. Agora, para os trabalhadores brasileiros, após termos fincados nossas bandeiras de luta, é o momento de juntar o título de eleitor com nossas carteiras sindicais e exigir mais renda, mais justiça social e principalmente investimentos urgentes em Educação.
Leia o clipping do dia:
Capitais e classe B vão liderar consumo
Levantamento do IPC Target mostra que o gasto total dos brasileiros será o maior desde 1995 e chegará a R$ 2,2 trilhões neste ano.
As grandes cidades e as famílias da classe B, aquelas que sentiram no ano passado o tranco da crise em suas aplicações financeiras, serão as vedetes do consumo em 2010. Sustentados pelo crescimento do crédito, da renda e do emprego, os brasileiros, no total, devem gastar neste ano R$ 2,2 trilhões com produtos e serviços básicos, além das despesas com viagens e com a compra de eletrodomésticos, veículos, roupas e móveis.
Os números fazem parte do estudo Índice de Potencial de Consumo (IPC) Target. Será a maior cifra desembolsada desde que o indicador começou a ser calculado, em 1995. O estudo é feito anualmente pela IPC Marketing Editora, com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cruzados com os de outras fontes. Para a edição deste ano, levou-se em conta que o Produto Interno Bruto (PIB) do País crescerá 6,1% este ano.
A montanha de dinheiro destinada ao consumo, 18,8% maior do que em 2009 e correspondente a 3,5 vezes o PIB da Argentina, já tira o sono do governo. Na semana passada, o Banco Central iniciou um ciclo de elevação dos juros básicos para reduzir o ritmo de crescimento da demanda doméstica a fim de atenuar impactos inflacionários.
Metrópoles. Duas tendências são claras no estudo. Uma delas é que as grandes cidades voltam neste ano a ampliar sua fatia no bolo total do consumo, revertendo uma tendência de perda de participação para os municípios menores que ocorria desde 2005, segundo Marcos Pazzini, diretor da consultoria e responsável pela pesquisa. A outra tendência é o aumento de participação da classe B, o único estrato social que deve ampliar a sua fatia de consumo neste ano.
De acordo com o estudo, as 27 capitais devem responder por 34,5% do consumo neste ano. A participação delas em 2009 foi de 32%, a menor em cinco anos. Movimento semelhante ocorre com as 50 maiores cidades. Em 2009, representavam 43,1% do total do consumo; neste ano, devem ficar com 45,8%.
"No pós-crise, as capitais reagiram mais rapidamente do que as cidades menores porque reúnem grande parte das indústrias e dos empreendimentos imobiliários", diz Pazzini. Além disso, observa, os grandes centros concentram maior fatia de consumidores das classes B1 e B2, com renda média familiar de R$ 5.350 e de R$ 2.950, respectivamente. Neste ano, as famílias das classes B1 e B2 juntas terão 46,5% do consumo do País, ante 42,4% em 2009. Em contrapartida, a classe C, que respondia por 30,1% em 2009, recuou para 27,7%.
Poder da classe B. Quando se analisa as capitais, essa tendência fica ainda mais nítida, diz Pazzini. As famílias das classes B1 e B2 detinham no ano passado 43,9% do consumo das capitais e, neste ano, a participação subiu para 48,1%. No mesmo período, a classe C retrocedeu: respondia por 23,4% do consumo das capitais em 2009 e hoje participa com 20,1%. Parte do recuo se deve à ascensão das famílias da classe C para a classe B.
A mesma tendência é constatada pelas projeções da LCA Consultores. Bráulio Borges, economista-chefe da consultoria, estima que o consumo das famílias atinja neste ano R$ 2,193 trilhões, crescimento real de 6,2%. Ele projeta que, de 2009 para 2010, as classes A e B terão maior parcela na massa de rendimentos. Nas contas dele, a massa de rendimentos das classes A e B deve aumentar 4,9% este ano, com elevação de 1,3 ponto porcentual sobre 2009. Na classe C, os rendimentos terão crescimento de 1,1 ponto porcentual. Nas classes D e E, o acréscimo será de 0,4 ponto porcentual. (Estadao)
Clima de campanha eleitoral se repete em segundo ato do Dia do Trabalho
O clima de campanha eleitoral se repetiu no segundo evento comemorativo do Dia do Trabalho em que esteve presente o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, organizado pela União Geral dos Trabalhadores (UGT), Rua Marquês de São Vicente, na Zona Oeste de São Paulo. Em seu discurso, o presidente Lula exaltou os feitos do governo, como a melhoria de salário, da renda, do crédito e os efeitos da economia sobre o trabalhador.
- Ainda temos o que fazer. Para continuar fazendo o que estamos fazendo, é preciso continuar com nossos programas, como o Minha Casa Minha Vida, que prevê construção de mais de 2 milhões de casas - afirmou o presidente.
Olhando para a pré-candidata à Presidência pelo PT, Lula disse que a ex-ministra Dilma Rousseff ajudou o país.
- Essa moça aqui teve muito a ver com a coordenação do governo para que chegássemos onde chegamos.
O presidente Lula começou seu discurso lembrando que trabalhadores morreram pela jornada de oito horas por dia e falou do projeto que reduz a carga horária semanal para 40 horas. O presidente disse que foi o único presidente a participar de um ato comemorativo de Primeiro de Maio.
- Posso olhar na cara dos dirigentes sindicais e dizer que valeu a pena trabalhadores elegerem um metalúrgico para governar o pais. Já elegeram fazendeiro, empresário, generais, mas foi preciso eleger um trabalhador metalúrgico para que ele fizesse o que tinha que ser feito para os trabalhadores - afirmou o presidente, lembrando ainda que atualmente o país é credor do Fundo Monetário Internacional.
A pré-candidata do PT Dilma Rousseff também destacou conquistas obtidas no campo econômico e disse que 24 milhões de pessoas saíram da pobreza, e 31 milhões passaram para a classe média.
- Passamos a ser um povo orgulhoso do nosso país - afirmou Dilma.
Para a ex-ministra da Casa Civil, o Brasil vai ser a quinta maior economia do mundo.
- Isso é possível. O Brasil pode crescer e distribuir a riqueza entre a população. Nós provamos isso.
Também presente ao ato da UGT, o pré-candidato do PT ao governo de São Paulo, Aloizio Mercadante, criticou o virtual adversário de Dilma Rousseff nas eleições, o ex-governador paulista José Serra (PSDB). Segundo Mercadante, os trabalhadores passam muito tempo no trânsito atualmente. Além disso, para Mercadante, os professores, que ficaram em greve recentemente no estado por melhores salários e criticaram o governo de Serra, são tratados com "borrachadas". (O Globo)
Redução da jornada para 40h é maior bandeira dos sindicatos no Dia do Trabalho
A proposta ainda está parada no Congresso Nacional.
Os sindicatos têm na briga pela redução da jornada semanal de trabalho sua maior bandeira para este 1º de Maio, Dia do Trabalho. A discussão gira em torno do projeto para cortar quatro horas na rotina do trabalhador, limitando em 40 o número de horas semanais no serviço.
A PEC (Proposta de Emenda Constitucional) que pode reduzir oficialmente a jornada ainda está parada no Congresso, sem previsão para ser votada. Vários sindicatos já conseguiram, por meio de acordos diretos com as empresas, cortar a jornada sem diminui salários. Grandes empresas, como as montadoras do ABC, já trabalham com cargas próximas de 40 horas.
Ricardo Patah, presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores), afirma que essa é uma questão histórica da relação entre empregadores e empregados.
- Quando em 1988 foi feita a mudança de 48h para 44h, já tinha essa discussão das 40 horas. Precisamos diminuir a jornada para incluir as pessoas que foram desempregadas pela globalização e pela tecnologia nos últimos 20 anos, que passam de 2 milhões.
O Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) avalia que a redução da jornada de trabalho vai inserir mais de 2,5 milhões de pessoas no mercado. Esta é a terceira vez que o debate é feito. Antes de 1988, só em 1943 foi mudado o regime, instituindo o limite das 48h semanais.
Na opinião do presidente nacional da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Arthur Henrique, há 22 anos se debate uma distribuição de lucros das empresas aos funcionários, como resultado do aumento da produtividade e dos ganhos das companhias no período.
- Temos um acumulado de ganhos de produtividade da indústria de 84%, enquanto o salário real aumentou 30%. Os ganhos de aumento da produtividade e de tecnologia foram incorporados no capital, e não no trabalho. Reduzir a jornada é a melhor forma de dividir essa produtividade, mas sem reduzir os salários.
Para João Carlos Gonçalves, o Juruna, secretário-geral da Força Sindical, a redução da jornada já está se transformando em realidade a partir das negociações diretas entre trabalhadores e empresários.
Reajuste do mínimo — O secretário da Força defende que outra grande vitória dos trabalhadores neste ano foi conseguir aprovar o reajuste do salário mínimo baseado nos números da inflação mais o índice de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) de dois anos antes pelos próximos 13 anos.
- Isso é positivo não só para quem recebe, mas para os empresários, porque ela banca o desenvolvimento da economia. Esse foi um motivo pelos quais o Brasil não sentiu os efeitos da crise do crédito porque conseguiu segurar o consumo no mercado interno.
Hoje, 43 milhões de pessoas dependem do mínimo no mercado formal, entre os quais 17 milhões são aposentados.
O presidente da UGT diz que hoje há uma política de reajuste do mínimo adequada. Arthur, da CUT, conta que qualquer aumento real já causa grande impacto na economia, o que aumenta o consumo e, por consequência, a produção.
- Quando você coloca, por exemplo, um aumento de R$ 50 no salário mínimo, isso equivale a jogar na economia cerca de R$ 23 bilhões. Esse dinheiro vai para o sapato, para o bife, para a TV. É desenvolvimento da economia, é consumo. Uma das principais razões para termos saído mais rápido da crise foi o reajuste do mínimo. (R7)
Lula apoia redução da jornada de trabalho
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva que na qualidade de governante participou hoje pela primeira vez das comemorações públicas do Dia Internacional do Trabalho, respaldou a redução da jornada de trabalho, a principal reivindicação dos sindicatos do país.
Lula justificou a redução de 44 para 40 horas semanais para poder incluir mais gente no mercado de trabalho. "Com exceção da China, não existe um país que tenha criado tanto emprego como nós nestes sete anos", disse.
Em seus sete anos de Governo o país criou 14 milhões de novos postos de trabalho, destacou Lula para cerca de 600 mil pessoas que participaram do ato organizado em São Paulo pela Força Sindical, central que admitiu reduzir de 44 para 42 horas a semana de trabalho.
Depois do ato, Lula participou de outro similar organizado por UGT (União Geral dos Trabalhadores), NCST (Nova Central Sindical de Trabalhadores) e CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras Brasileiros).
No final do dia, Lula discursou para 3.000 pessoas no Memorial da América Latina durante o ato principal da Central Única dos Trabalhadores (CUT), a maior do país e que realizou uma programação internacional com participação de delegações artísticas, culturais e sindicais de 20 países.
Em discurso emocionado, no qual chegou a chorar, Lula lembrou sua época de sindicalista, quando dirigiu justamente a CUT, e disse que sua participação nos atos, pela primeira vez como governante, não pretendia promover a candidatura da ex-ministra Dilma Rousseff, que o acompanhou.
Ele assegurou que sua presença queria dizer para a classe operária que durante seu último ano de Governo tinha a "missão cumprida" e que em 2011 voltaria a morar em São Bernardo do Campo, município da região metropolitana de São Paulo, onde liderou os movimentos operários dos anos 70 e 80.
"Meu maior orgulho será me levantar pelas manhãs e dizer a qualquer trabalhador que encontrar na rua: Bom dia companheiro", ressaltou Lula. (EFE)
Redução na Jornada de Trabalho é discussão entre trabalhadores
Integrantes do Sindicato dos Metalúrgicos participam de uma manifestação a favor da redução da jornada para celebrar o Dia do Trabalho
Tudo começou no século 19, quando os primeiros trabalhadores norte-americanos saíram às ruas reivindicando. O que eles queriam? A redução de 16 para 8 horas na jornada diária de trabalho. A busca por melhores condições de emprego deram origem, em 1886, ao Dia do Trabalhador.
E hoje não é diferente. No centro da luta entre sindicatos e empresários, a redução da jornada de trabalho ainda permanece com opiniões divergentes no Brasil. E entre um dos assuntos mais discutidos no famoso 1º de maio – aquele criado dois séculos atrás. “Agora o objetivo é diminuir a carga horária de 44 para 40 horas semanais”, afirmou o presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores), Ricardo Patah. Segundo o sindicalista, com a redução, os funcionários poderiam ter mais tempo para a família e para se qualificar.
A medida não está apenas nos sonhos dos trabalhadores, mas também na legislação. O Projeto de Emenda Constitucional 231 criado em 1995 e encaminhado para o Congresso (onde até agora permanece sem qualquer transformação) foi uma das formas encontradas para que a mudança saísse do papel. “Nós esperamos que a PEC seja votada ainda este ano”, disse Patah.
Segundo a socióloga e técnica do Dieese, Ana Cláudia Cardoso, diminuir o tempo de trabalho ajudaria, ainda, na disposição e saúde dos funcionários. O que, segundo a especialista, “aumentaria a produtividade das companhias.”
Custos e geração de empregos — No entanto, o principal motivo para a defesa da emenda está em relação ao número de empregos. De acordo com dados do Dieese, cerca de 2,5 milhões de novas vagas seriam abertas caso a medida fosse aceita pelo Congresso. “A redução da jornada é uma das principais alternativas para a criação de novos trabalhos”, explicou Cardoso.
Mesmo assim, há quem não acredita que a criação de uma lei favoreceria o trabalhador. “Não aumentaria nem sequer um único emprego”, afirmou o diretor sindical da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Roberto Della Manna. Para ele, a discussão “não passa de campanha eleitoral.”
Para o advogado especializado em relações trabalhistas Pedro Lessi, o custo da hora trabalhada seria mais alto e, consequentemente, haveria a diminuição dos postos de trabalho. “Este aumento de custo seria refletido na produção e geraria um aumento no preço dos produtos. A economia brasileira enfrenta os efeitos da recessão mundial e esta redução na carga horária de trabalho comprometeria gravemente a competitividade, elevaria os custos de produção em todas as empresas e regiões do País”, disse.
Lessi afirmou que a medida poderia ainda reduzir os níveis de produção, as exportações e provocar o aumento de preços em numerosos produtos, como bens de consumo e serviços. Além de representar mais um obstáculo às contratações para micro e pequenas empresas – que não teriam condições de absorver ou repassar os custos provocados pela medida.
Entretanto, segundo os sindicatos, as empresas teriam apenas 1,9% de acréscimo no pagamento dos funcionários, baseado em dados da própria CNI (Confederação Nacional da Indústria). “O custo com a mão de obra de um produto chega a 22% do valor total da mercadoria. Se fizermos as contas na relação da diminuição da carga hora do trabalhador, o prejuízo seria baixíssimo”, afirmou a especialista Cardoso, do Dieese.
O entendimento entre as trabalhadores e empresários é o fator mais importante, como explica Lessi: “Acordos ou convenções coletivas já garantem a várias categorias profissionais jornadas inferiores a 44 horas semanais, faltando estabelecer uma compensação tributária, mas deveríamos ter regras trabalhistas mais modernas e flexíveis que iriam estimular e muito o emprego, garantindo direitos básicos a milhões de trabalhadores e segurança às empresas.” (Bandeirantes)
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