Inflação é o maior imposto sobre os salários dos trabalhadores
Larte Teixeira da Costa, vice-presidente da UGT
A inflação acumulada nos primeiros cinco meses deste ano já corroeu e comprometeu todo o avanço salarial dos trabalhadores no ano passado. Junta com a rotatividade que também achata salários, teremos neste ano de 2011 uma tarefa gigantesca para recuperar os patamares salariais de 2010. Estamos vivendo um período muito critico porque mais de um terço de nossa população, os mais jovens, não têm memoria inflacionária. E isso é ruim porque com o aumento do consumo e a oferta ainda abundante de crédito, tem muito consumidor que não sabe o perigo que corre. Pois a inflação é um imposto não oficial que corrói salários, compromete rendimentos e transfere renda para as grandes redes de supermercados, os bancos e financeiras. E que quanto mais tempo fica sem controle, como aparentemente está acontecendo agora, mais difícil fica de ser controlada. Por isso, temos que organizar as campanhas salariais deste ano em duas frentes. Uma delas para recuperar o valor dos salários e avançar para aumentos reais. A outra, mais politica, continuar pressionando o governo para controlar a inflação sem se valer da politica de juros altos que já sabemos que não está funcionando.
Renda média real do trabalhador cai nas regiões metropolitanas
Há cinco meses a renda média real do brasileiro vem caindo, segundo a Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), realizada em sete regiões metropolitanas do país. Entre fevereiro e março, a diminuição do rendimento médio dos assalariados foi de 1,9%, ficando em R$ 1.422, enquanto para os ocupados a queda foi de 1,2%, para R$ 1.371. A pesquisa é feita pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e em parceria com outras entidades.
O encolhimento da renda real nos últimos meses, de acordo com as entidades, reflete uma combinação de fatores que inclui o avanço da inflação e as novas contratações com salários menores. "A inflação está corroendo o poder de compra da população em todas as regiões do país. Isso é preocupante porque já vimos como é importante termos um mercado interno forte. Foi isso que nos sustentou durante a crise global", ressalta Patrícia Lino Costa, economista do Dieese.
O coordenador de Análise da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), Alexandre Loloian, avalia que é preciso ponderar as ações de controle da inflação para que elas não atrapalhem a geração de emprego e renda. "Ninguém quer inflação alta, mas se não tivermos cuidado com as medidas, poderemos prejudicar o mercado de trabalho e desencadear um processo recessivo. É fácil provocar recessão, o difícil é sair dela", afirma.
Em abril, a taxa de desemprego do grupo formado pelas sete regiões estudadas pelo Dieese e seus parceiros (Belo Horizonte, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Salvador, São Paulo e Distrito Federal) ficou em 11,1%, abaixo dos 11,2% de março e dos 13,3% contabilizados um ano antes. Em São Paulo, o indicador foi de 11,2%, o menor patamar para o quarto mês do ano desde 1990, quando a taxa de desemprego foi de 10,6%.
Ainda assim, o percentual é considerado alto pelos responsáveis pela pesquisa. "Em alguns setores, há falta de mão de obra qualificada para o preenchimento de vagas, mas no geral o que vemos é muita gente desempregada e baixos salários", ressalta Loloian. (Valor)
Líderes dos aposentados se reúnem com Garibaldi para discutir fator previdenciário
O ministro da Previdência Social, Garibaldi Alves, se encontrará com líderes sindicais e representantes dos aposentados na quinta-feira (26) para discutir uma alternativa ao fator previdenciário.
A ideia do encontro, de acordo com a pasta, é abordar em profundidade o que já foi discutido no Palácio do Planalto. Dessa forma, dentre as alternativas mais cotadas, que devem ser discutidas na reunião, está o estabelecimento de uma idade mínima para aposentadoria.
Na última semana, em audiência pública sobre a Previdência no Senado, o ministro cogitou o estabelecimento gradual da idade mínima como alternativa ao fator. Segundo afirmou na audiência, o trabalhador que já contribui teria um prazo para fazer a opção entre o modelo atual e o novo. E aqueles que ingressarem no mercado a partir das mudanças só poderiam se aposentar com 65 anos.
Para o encontro devem estar presentes representantes da Cobap (Confederação dos Aposentados e Pensionistas do Brasil), do Sintapi/CUT (Sindicato Nacional dos Trabalhadores Aposentados, Pensionistas e Idosos da Central Única dos Trabalhadores), do Sindnapi (Sindicato Nacional dos Trabalhadores Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical) e da NCST (Nova Central Sindical de Trabalhadores).
Resultados da Previdência — O resultado do Regime Geral da Previdência Social é satisfatório na avaliação de Garibaldi. Divulgados na última terça-feira (24), os dados mostram que, em abril, o deficit aumentou 79%, frente ao mesmo período do ano passado, com um saldo entre arrecadação e pagamento negativo em R$ 5,729 bilhões. Frente a março, o aumento foi de 81,4%.
No setor urbano, o deficit chegou a R$ 910,6 milhões. De acordo com o ministro, o desempenho negativo deve-se à concentração de pagamentos de precatórios no mês de abril. Segundo a Previdência, o passivo judicial urbano foi de R$ 2,5 bilhões no mês passado – 1000% a mais do que a pasta gastou com precatórios em fevereiro (R$ 221,1 milhões).
“A Previdência continua apresentando um resultado satisfatório desde o final do ano passado. Por causa do pagamento dos precatórios, não tivemos o resultado superavitário que estávamos obtendo na previdência urbana. É ela que garante esse desafogo da situação previdenciária”, disse o ministro, em nota. (Infomoney)
Diferença salarial é mais acentuada por escolaridade, diz IBGE
Segundo levantamento do IBGE, trabalhadores com curso superior em 2009 ganharam um salário 225% mais alto.
Os homens ainda são maioria no mercado de trabalho e possuem salário maior que o das mulheres, segundo o Cadastro Central de Empresas 2009 (Cempre), divulgado nesta quarta-feira, 25, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mas, ao contrário do que ocorria no passado, o gênero não é mais tão determinante para o sucesso profissional. O que impulsiona o salário atualmente é o nível de escolaridade.
Embora os homens ganhassem 24,1% a mais do que as mulheres, segundo a média nacional, a escolaridade mostrou-se mais determinante para o nível salarial. Os trabalhadores que tinham curso superior ganhavam um salário 225% maior do que os que não concluíram a faculdade.
"A informação que consideramos mais importante no estudo foi que existe ainda uma diferença salarial significativa entre homens e mulheres no País, e, mais ainda, uma diferença entre as pessoas que têm nível superior e as que não têm, mostrando a importância da educação em termos de retornos salariais", disse Denise Guichard Freire, gerente do Cempre.
De um montante de 40,2 milhões de trabalhadores assalariados, 33,6 milhões não tinham nível superior (83,5%) contra apenas 6,6 milhões de pessoas com curso superior (16,5%). No entanto, essa fatia de trabalhadores que concluíram a faculdade concentrou R$ 310,6 bilhões, ou 39,7% da massa salarial, enquanto os outros R$ 471,3 bilhões, ou 60,3%, foram distribuídos entre os trabalhadores com menor escolaridade.
"As diferenças salariais são muito significativas em todos os setores da atividade econômica, mas principalmente na indústria, muito mais do que no comércio", afirmou Denise. O salário médio mensal, em 2009, foi de R$ 1.540,59 ou 3,3 salários mínimos. Os homens receberam, em média, R$ 1.682,07, ou 3,6 salários, enquanto que as mulheres receberam R$ 1.346,16, ou 2,9 salários.
"De uma forma geral a mulher ganha menos, mas como está inserida em empresas menores, existe também uma relação entre o porte da empresa e o salário pago. Essas micro e pequenas empresas pagam salários menores do que as grandes empresas", completou a gerente do IBGE.
O levantamento foi conduzido com 4,8 milhões de empresas e organizações, que reuniam 40,2 milhões de assalariados, sendo que 23,4 milhões (58,1%) eram homens e 33,6 milhões (83,5%) não tinham nível superior. (Estado)
Indústria repassa aumentos de custos
Fogões, lavadoras e geladeiras chegam às lojas com alta de 8% a 9% nos preços, mas há itens que estão até 20% mais caros
Fabricantes de geladeiras, fogões e lavadoras aumentaram os preços entre 8% e 9% este mês. Há itens em que a alta chega a 20%. Esse reajuste já provoca reações do varejo. Na semana passada, num encontro do Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV), que reuniu 35 varejistas com ministro da Fazenda Guido Mantega, empresários do comércio pediram ao governo que negocie um pacto entre indústria e varejo para frear os aumentos.
O reajuste de preços da linha branca ocorre exatamente num momento em que a inflação mensal dá sinais de arrefecimento em razão do alívio das cotações dos alimentos e dos combustíveis, por causa da safra. Um novo foco de pressão de preços seria danoso para a governo que tenta domar a inflação.
"Reajustamos entre 8% e 9% os preços de diversas categorias de produtos da linha branca", afirma José Drummond, presidente da Whirlpool, dona das marcas Brastemp e Consul e que lidera o mercado de eletrodomésticos. Ele diz que esse é o primeiro aumento em dois anos e meio e que pressões de custos levaram a empresa a tomar essa decisão. "As empresas são privadas. Tenho de olhar os meus custos e as minhas receitas."
O presidente do IDV, Fernando Castro, diz que fazia tempo que não havia aumentos dessa magnitude. "A realidade atual é que é que estas demandas de aumentos se concentraram nos últimos meses em porcentuais bem maiores do que aqueles que vinham sendo solicitados."
Drummond conta que a nova tabela de preços da empresa está em vigor desde o início do mês e que não detectou redução nas vendas por causa do reajuste.
Boicote. Isso não é o que diz o varejo. Além de pedir socorro para o governo para frear os aumentos, os varejistas já estariam deixando de comprar os itens com preços reajustados. De acordo empresários do comércio, o boicote aos aumentos de preços ainda não está visível para o consumidor porque as lojas tem estoques. Mas, ainda segundo fontes de mercado, já estariam faltando nas lojas determinados modelos específicos de produtos.
Na análise do varejo, o repasse desse aumento de preço para consumidor é inevitável porque as margens de comercialização estão muito espremidas. Depois do dia das Mães, os lojistas notaram uma certa desaceleração no ritmo de crescimento das vendas de eletrodomésticos. O temor do comércio é que o quadro se agrave com aumento de preço. Procuradas pelo Estado, Electrolux e Eletros não comentam e a Mabe nega aumentos. (Estado)
Bancos já preveem falta de recursos para imóveis
Podem faltar recursos para o financiamento de imóveis já no ano que vem, preveem os bancos que atuam no setor. Com o recente ciclo de alta do juro, o dinheiro da poupança, principal fonte de financiamento do setor, encolhe desde o início do ano. Até o dia 19, a captação foi negativa em quase R$ 2 bilhões, em comparação aos R$ 4,2 bilhões positivos do mesmo período de 2010. Já os desembolsos somavam R$ 22,2 bilhões no primeiro quadrimestre, 54,7% maiores que no mesmo período do ano passado e acima dos 40% estimados pela Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).
A Caixa Econômica Federal, que detém 40,6% do financiamento à habitação, considerando-se apenas a fonte pou-pança, prevê uma situação crítica a par-tir do segundo trimestre de 2012. Santander e HSBC estão monitorando de perto o ritmo de captação, enquanto Bradesco e Itaú, com saldos mais robustos da aplicação, ainda trabalham com um cenário de disponibilidade até 2013.
O desafio será encontrar instrumentos adicionais de captação para atender a demanda. A Caixa se valeu da securitização e tem na oferta de Letras de Crédito Imobiliário (LCI) um paliativo. "Só que a LCI não é uma alternativa sustentável no longo prazo, porque o custo de captação é mais elevado e o histórico é de curto prazo", diz Teotônio Rezende, consultor da vice-presidência de governo da Caixa.
Uma alternativa rápida que o governo poderia lançar mão é a liberação da parcela de 30% do recolhimento compulsório sobre as captações da poupança que os bancos têm de cumprir. Representantes do setor imobiliário, Ministério da Fazenda e Banco Central discutem a criação de um CDB imobiliário ("covered bonds") como opção. (Valor)
Trabalhadores atrasam início do expediente em unidades da Petrobras
A Federação Única dos Petroleiros (FUP) organizou nesta quarta-feira manifestações em diversas unidades da Petrobras com o objetivo de cobrar mudanças na política de Saúde, Meio Ambiente e Segurança (SMS) da companhia.
As manifestações ocorreram uma semana depois da morte do montador de andaimes Reginaldo Saraiva de Souza, ocorrida após acidente na refinaria da estatal em São José dos Campos, a Revap.
Houve atraso na entrada do expediente nas bases do Amazonas, Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Bahia, Minas Gerais, Duque de Caxias, Campinas e Mauá (SP), Paraná e Santa Catarina. Segundo a FUP, trabalhadores próprios e terceirizados atrasaram entre 1 e 4 horas o início do expediente e a troca de turno.
Procurada, a Petrobras não quis se manifestar sobre os efeitos das manifestações nas operações da companhia, nem sobre a existência de um canal com os sindicatos ligados à FUP sobre possíveis mudanças na política de SMS da empresa. (O Globo)
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