Saneamento básico é, sim, de interesse sindical
Por Roberto Scalize, Secretário Geral Adjunto da UGT
A UGT inovou ao longo dos últimos quatro anos e por isso triplicou de tamanho. Saiu dos 361 sindicatos que lhe deram origem e hoje ultrapassa mil entidades. Inovou ao apostar na inclusão social e na Educação. Inovou ao se manter independente dos partidos políticos. Inovou ao provar na prática que acredita de verdade na democracia interna.
E a partir do 2o. Congresso gostaríamos de ver a UGT mobilizada para interferir nas políticas públicas, especialmente, as relacionadas com o saneamento básico.
Porque apesar de governos e até mesmo lideranças sindicais reconhecerem a importância da água em nossas vidas, é necessário que concentremos esforços para vincular, na prática, o tratamento dos esgotos com a melhora das condições de saúde das pessoas.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que a cada unidade de moeda investida em serviços de saneamento, quatro unidades de moeda deixem de ser gastos com hospitais, remédios ou atendimentos médicos. Ou seja, onde há saneamento as condições de saúde são melhores.
Uma boa política de saneamento requer que uma central inovadora como a UGT atue de maneira persistente junto aos poderes públicos federal, estaduais e municipais. Principalmente, porque se tratam de obras que não aparecem como os viadutos e praças públicas.
Se associarmos a iniciativa de se investir em saneamento com o aprimoramento das políticas de destino final dos resíduos sólidos teremos, acredito, criado um novo patamar de aglutinação em torno da UGT, com resultados diretos na saúde pública e na redução da mortalidade infantil.
Beneficiando diretamente as populações mais pobres e as regiões de grande aglomeração urbana, tipicamente onde se concentram grande parte da população trabalhadora.
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Congresso da UGT debate conhecimento e justiça social
A União Geral dos Trabalhadores (UGT) realiza, de 14 a 16 de julho, o 2º Congresso Nacional da entidade, que terá como tema “Rumo à Sociedade do Conhecimento com Justiça Social”. O evento será realizado no Pavilhão de Eventos do Anhembi - Centro de Eventos e Convenções da Cidade de São Paulo (avenida Olavo Fontoura, 1209, Santana).
Segundo o presidente da UGT, Ricardo Patah, o congresso vai consolidar a atuação da terceira maior Central Sindical brasileira junto à classe trabalhadora. “Queremos uma participação massiva no congresso, que servirá para mostrar o que a UGT quer para o Brasil e para os trabalhadores, e por isso a participação de todos é fundamental”, afirma.
O sindicalista explica que, desde a sua fundação em julho de 2007, a UGT se caracterizou pelo caráter democrático e pluralista de sua atuação, fazendo frente aos desafios de participar dos temas nacionais, além de encaminhar as lutas nas negociações salariais, na ampliação dos direitos dos trabalhadores e participação nas eleições sindicais de sua base.
Presença - “No congresso vamos mostrar aos nossos filiados e entidades representativas o que fez a UGT se destacar na história do sindicalismo, nesses seus quatro anos de existência”, sublinhaPatah. Ele enfatiza que a Central está presente em todas as categorias, confirmando o que foi estabelecido no primeiro congresso, quando foram definidas a bases de atuação da entidade. (Fonte Mundo Sindical)
Inadimplência tem maior alta desde 2002
Calote ficou em 22,3%; dívidas com cartão, lojas e prestadoras de serviços lideraram.
O crédito mais caro e a alta da inflação (que reduz a renda disponível para pagar dívidas) elevaram a inadimplência no primeiro semestre em 22,3% -maior crescimento desde 2002, segundo a Serasa Experian.
O principal aumento ocorreu nas dívidas com cartão de crédito, financeiras, lojas e prestadoras de serviços (telefonia, energia e água) -alta de 62%. Já os atrasos com bancos subiram 7,42%.
Segundo o assessor econômico da Serasa Experian, Carlos Henrique de Almeida, o aumento do calote deve encarecer ainda mais o crédito. "Quem concede crédito passa a ser mais conservador."
Os juros médios no Brasil já subiram de 40,6% ao ano em dezembro para 46,8% em maio devido a medidas adotadas pelo BC (Banco Central) para diminuir a oferta de crédito e controlar a inflação.
A expectativa de Almeida é que a inadimplência cresça em ritmo menor neste terceiro trimestre e volte a cair no fim do ano, quando o pagamento do 13º salário deve ajudar os brasileiros a ajustar as contas.
O economista da LCA Wermeson França também prevê um segundo semestre melhor, pois muitas categorias terão reajuste salarial e a inflação deve ficar mais baixa.
A Folha mostrou na edição de domingo que o BC vai passar a monitorar pequenos tomadores de crédito. O principal objetivo é avaliar melhor o risco que a forte expansão de empréstimos representa para o sistema financeiro, especialmente para bancos de menor porte. (Folha)
Abilio busca saída honrosa com o Casino
Sem acordo entre acionistas, BNDES se prepara para sair da operação 'Carreçúcar', em que entraria com até R$ 4,5 bilhões. Empresário do grupo Pão de Açúcar acertou reunião extraordinária com sócio francês no domingo passado.
O empresário Abilio Diniz, do Pão de Açúcar, acertou no domingo passado uma reunião extraordinária com o Casino, sócio na rede brasileira de supermercados.
Diniz vai tentar uma saída honrosa para o impasse criado pela proposta de fusão com o Carrefour, segundo a Folhaapurou. Ele vai participar de uma reunião do conselho do Casino, do qual faz parte desde 1999.
No início do mês, na última vez em que tentou conversar com o presidente do Casino, Jean-Charles Naouri, Diniz não foi recebido.
A relação entre Diniz e o grupo francês se deteriorou após o empresário negociar com o Carrefour sem conhecimento do seu sócio.
O Casino investiu cerca de US$ 2 bilhões no Pão de Açúcar desde 1999, de acordo com Naouri, e tem direito a assumir o comando dos negócios em 2012, segundo acordo de acionistas de 2005.
Uma das propostas que Diniz leva projeta um papel melhor do que mero coadjuvante quando o Casino estiver na direção do Pão de Açúcar.
O acordo prevê que ele será o presidente do conselho. Em muitas empresas, essa função tem muita pompa, mas quase nenhum poder.
SEM BNDES -- O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social deve desistir de participar da fusão após a repercussão de sua entrada no negócio. O governo Dilma trabalha com a informação de que está cada vez mais distante um acordo entre o Pão de Açúcar e o Casino.
A Folha apurou que a diretoria do BNDES não esperava uma reação tão contrária ao negócio. O banco se dispôs a colocar até R$ 4,5 bilhões na operação. A saída é cogitada pelas empresas que desenharam a fusão. A corretora Estáter e o banco BTG Pactual estariam buscando investidores no exterior, noticiou o "Wall Street Journal".
Diniz e Naouri têm encontro marcado em São Paulo no próximo dia 2, quando o conselho de administração da Wilkes, holding que controla o Pão de Açúcar, se reúne. (Folha)
Otimismo do empresário para 2011 cai em junho, diz Fecomercio-SP
Segundo a entidade, os empresários acreditam que a economia para o restante do ano 'não é tão promissora quanto foi no passado recente'
Uma Pesquisa da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio), divulgada nesta segunda-feira, 11, mostra que o otimismo do empresariado paulista do setor do comércio de bens e serviços para 2011 diminuiu de maio para junho. O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) de junho caiu 3,5% em relação ao mês anterior, para 123,3 pontos em uma escala de 0 a 200 - o otimismo é verificado acima dos 100 pontos. Segundo a entidade, os empresários acreditam que a economia para o restante do ano "não é tão promissora quanto foi no passado recente".
A Fecomercio afirma que os empresários paulistas reduziram suas expectativas com o aperto monetário e as medidas macroprudenciais, adotados pelo governo, para restringir o crédito. "Em última análise, o consumo das famílias afeta diretamente as vendas do comércio, principalmente no varejo", analisa a Fecomércio. Dessa maneira, o Índice de Investimento do Empresário do Comércio (IIEC), um dos três subíndices que compõe o indicador, caiu 1,9% em junho ante maio, para 116,9 pontos. "Os projetos de investimentos só devem voltar a ser discutidos nas empresas a partir de 2012, quando o governo apresentar indicações de que voltará a reduzir juros e estimular o crédito", afirma o relatório da entidade.
Ainda de acordo com a Fecomercio, houve queda de 4,1% em junho no Índice de Expectativa do Empresário do Comércio (IEEC), mas a pontuação deste indicador - 151 em junho - mostra que o empresariado está otimista no médio e no longo prazo. "As perspectivas de investimento também são vistas com certo otimismo, sendo que os estoques das empresas estão adequados para o momento e os investimentos devem ficar em um patamar neutro."
O Índice das Condições Atuais do Empresário do Comércio (ICAEC), que mede as percepções imediatas do cenário econômico e do setor, também fechou junho com baixa, de 4,6%, para 102,1 pontos, próximo à linha que separa o otimismo do pessimismo (100 pontos). (Estado)
Política industrial do governo Dilma terá quatro blocos
Estudo da Fiesp mostra receio de que novo plano repita 'pouca ousadia' de programa adotado pela gestão Lula. Empresários querem desoneração total da folha, mas equipe da presidente não concorda com medida.
A política industrial do governo Dilma pode ser lançada no fim do mês e deve manter a isenção de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para bens de capital como estímulo permanente visando aumentar a taxa de investimento brasileira.
Além dessa medida, a política vai ampliar o teto para pequenas e médias empresas exportadoras se enquadrarem no Supersimples, sistema que permite pagamentos menores de impostos.
A ideia é permitir que a receita anual acima de R$ 2,4 milhões -obtida com exportações- também tenha tributação pelo Supersimples.
Chamada de Política de Desenvolvimento Competitivo, a nova versão da política industrial terá metas e medidas até 2015 e seu lançamento depende do acerto com o Ministério da Fazenda do valor total das desonerações tributárias que passariam a valer a partir do próximo ano.
O programa está dividido em quatro blocos: desoneração tributária; fortalecimento do comércio exterior; inovação tecnológica e investimentos, no mesmo modelo da sua versão anterior no governo Lula, a Política de Desenvolvimento Produtivo.
No pacote, o governo deseja endurecer os critérios de financiamento do BNDES, fazendo com que seja dirigido a setores com amplo uso de conteúdo nacional. Empresas que usam muito importados seriam impedidas de obter empréstimos do banco.
Está em estudo acelerar a depreciação de máquinas e equipamentos, mecanismo que permite às empresas declarar o valor pago na aquisição desses produtos como despesa, o que reduz o lucro final e o valor pago como Imposto de Renda.
INSUFICIENTE -- Enquanto o governo se prepara para lançar sua nova política industrial, estudo da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) mostra que a última versão fracassou em suas metas.
Para a Fiesp, a política industrial do governo Lula foi "pouco ousada", valendo-se de "desonerações pontuais" e "linhas de crédito mais caras e de mais difícil acesso" do que em outros países.
O governo, porém, não está disposto a atender a todas as sugestões da entidade.
A Fiesp defende desoneração total dos encargos trabalhistas da indústria de transformação, transferindo essa carga tributária sobre a folha de pagamento para outros setores da economia.
A equipe de Dilma não concorda com essa sugestão e tende a não incluir a desoneração da folha em sua proposta de política industrial, enviando o projeto separadamente em outro momento.
"O Brasil enfrenta um processo de desindustrialização precoce. Para revertê-lo, a nova política industrial é fundamental, mas não suficiente. É preciso modificar a política macroeconômica", diz Paulo Skaf, presidente da entidade.
Para o coordenador do estudo, o diretor de Competitividade e Tecnologia da Fiesp, José Ricardo Roriz Coelho, inovar é imprescindível, mas não vai adiantar enquanto o Brasil for "campeão de taxas de juros, ter uma carga tributária elevada e uma infraestrutura sofrível".
A Fiesp concorda com o argumento do governo de que um dos motivos para o fracasso das metas foi a crise mundial em 2008 e 2009.
A entidade destaca, porém, que o governo poderia ter adotado medidas para reduzir os juros mais fortemente, o que teria permitido uma recuperação mais sustentável do país logo depois da crise. (Folha)
Saúde economizou R$ 603 milhões com novo sistema de compras, diz ministro
As novas políticas de compras governamentais do Ministério da Saúde adotadas no início do ano começam a dar resultados. No primeiro semestre, a pasta economizou R$ 603 milhões com aquisições de remédios e insumos médicos distribuídos em hospitais e postos do Sistema Único de Saúde de todo o país. Basicamente, o governo federal está negociando mais com produtores e centralizando as compras de Estados e municípios, o que gera forte ganho de escala.
Cálculos do ministro Alexandre Padilha mostram que o gasto do governo federal com cerca de 80 itens, como seringas e diferentes tipos de medicamentos, atingiu R$ 1,711 bilhão de janeiro a junho. "Sem as nossas ações para centralizar as compras no ministério e também para coibir fraudes em licitações, o valor teria ficado acima de R$ 2,3 bilhões", diz Padilha.
Elaborada com apoio do Instituto de Desenvolvimento Gerencial (INDG), que era comandado pelo empresário Jorge Gerdau, a nova política federal de compras públicas para a saúde passa pela adoção de um banco de preços com referência internacional para produtos importados de Austrália, Canadá, Espanha, Estados Unidos, França, Grécia, Itália, Nova Zelândia e Portugal. Também inclui a formação de equipes do ministério para a negociação direta com os fabricantes de medicamentos. Em acordo com Estados e municípios, a pasta centralizou a aquisição de 40 tipos de remédios de alto custo. Por fim, os procedimentos de compra seguem orientações do Tribunal de Contas da União (TCU), o que evita fraudes e dá mais transparência ao processo.
Segundo Padilha, a substituição das licitações de Estados e municípios pela compra direta pelo Ministério da Saúde resultou em economia de R$ 220 milhões. "Escolhemos os 40 medicamentos do grupo especializado, que são os mais caros - para tratamento de câncer, aids, hipertensão, doenças inflamatórias crônicas -, e fizemos uma associação com Estados e municípios. Em vez de cada um deles fazer uma licitação, o ministério fecha a compra, o que nos permite um enorme ganho de escala. Em muitos casos reduzimos o preço pela metade", diz Padilha.
O secretário estadual de Saúde do Amazonas, Wilson Duarte Alecrim, conta que o esquema funciona há três meses no Estado da região Norte. "Pagávamos R$ 8 mil por caixa de Glivec, um remédio da Novartis para tratamento de câncer. Desde abril, o ministério montou esse sistema, e o preço do remédio caiu para R$ 3 mil, R$ 3,5 mil", relata Alecrim. Segundo ele, o abastecimento não foi afetado. "O ministério contrata o serviço de uma empresa de logística para fazer a distribuição, que tem funcionado regularmente."
Padilha esclarece que o Ministério da Saúde tem um sistema informatizado que facilita a distribuição desses medicamentos em todo o país. Pelo fato de serem remédios muito caros e que tratam de problemas sérios de saúde, o paciente preenche uma ficha específica para passar a recebê-los. "Sabemos exatamente quem são as pessoas que precisam e até onde elas moram. Houve rumores de que a centralização da compra poderia prejudicar o abastecimento, mas, na verdade, reduz a possibilidade de fraudes que poderiam existir nos hospitais", complementa Padilha.
Para a médica Lígia Bahia, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), as medidas racionalizam o processo de compras, mas "o ministério também precisa ser controlado".
O ministro também disse que o dinheiro economizado será investido na ampliação da assistência farmacêutica do SUS, com a oferta de mais medicamentos em hospitais e postos de saúde. "Já incorporamos um novo remédio para tratamento da hepatite C e estudamos a compra direta de outros dez produtos." (Valor)
Governo vai fatiar leilão do trem-bala
Depois do fracasso da licitação, ANTT anunciou a divisão da disputa em duas etapas, uma para a escolha da tecnologia e outra para as obras
O leilão do trem-bala, previsto para ser iniciado nesta segunda-feira, 11, fracassou. Às 14 horas, foi encerrado o período para entrega de propostas, como previa o edital, sem que nenhuma empresa se apresentasse na BMF&Bovespa, em São Paulo. A fase final do leilão estava marcada para o dia 29 de julho.
Diante do fracasso do leilão do trem-bala, planejado para ligar Campinas a São Paulo e Rio de Janeiro, o governo decidiu fatiar a licitação em duas partes para tentar tornar o projeto mais atrativo para empresas estrangeiras detentoras da tecnologia e para as empreiteiras brasileiras interessadas nas obras civis. A licitação já havia sido adiada duas vezes.
"Percebíamos que havia possibilidade de não haver propostas, mas achávamos que tínhamos os elementos para um processo disputado", afirmou o diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Bernardo Figueiredo.
Mas sem ter a quem entregar a responsabilidade pela construção da obra mais cara do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), orçada a princípio em R$ 33 bilhões, o governo precisou mudar radicalmente o processo de concessão, quebrando-o em duas etapas para tentar tornar o empreendimento viável.
A primeira fase da nova licitação tratará apenas da tecnologia e da operação dos trens. "Temos confiança que vamos ter processo disputado nessa etapa", disse Figueiredo.
Entre os principais grupos que se mostraram interessados na operação do trem-bala brasileiro, estão empresas espanholas, francesas, alemãs, coreanas e japonesas. Somente após a escolha da tecnologia e a conclusão pelo consórcio vencedor de um projeto executivo para a linha do trem é que as obras civis serão licitadas.
A segunda etapa será mais complexa. O consórcio que ganhar terá que fazer novas licitações - nos moldes determinados pelo governo - para escolher outras empresas que construirão trechos do trajeto. "O vencedor terá que licitar trechos das obras para empresas médias e grandes, nacionais e internacionais", afirmou Figueiredo.
Na prática, um consórcio cuidará da implantação e operação dos trens, a um custo estimado pela ANTT em R$ 9 bilhões, pagando ao governo um aluguel pelo uso dos trilhos. Na outra ponta, outro consórcio licitará a construção de trechos por outras empresas, a um custo de R$ 24 bilhões, e será remunerado pelos pagamentos feitos pelo grupo operador das linhas e outras receitas, como a operação de hotéis e publicidade nas linhas. As concessões terão a duração de 40 anos.
O governo manteve o valor de sua participação direta na obra, R$ 4 bilhões a serem aplicados pela estatal Empresa de Transporte Ferroviário de Alta Velocidade (Etav) e o financiamento de R$ 22 bilhões pelo BNDES. "Não haverá aumento da participação do governo no projeto", concluiu Figueiredo. (Estado)
Para captar, Caixa vende R$ 2 bi em créditos imobiliários ao FGTS
A Caixa está preparando a venda de cerca de R$ 2 bilhões em contratos de financiamento imobiliário para o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). É a maior operação de venda de recebíveis imobiliários residenciais já feita no Brasil, envolvendo mais de 40 mil contratos de pessoas físicas.
Diante da iminente saturação dos recursos da poupança, que já deve se tornar insuficiente para financiar o setor no próximo ano, a Caixa vai testar um novo modelo de operação, vendendo parte de sua carteira para o FGTS. Isso deve acabar levando outros bancos a também ceder suas carteiras em breve. Ao vender os contratos para o fundo, os bancos reciclam a fonte de recursos disponível para aplicar no financiamento habitacional, podendo emprestar novamente.
Apesar de ter sido criada em 2008, essa linha do FGTS para a compra de recebíveis imobiliários praticamente não vinha sendo usada por bancos e incorporadoras. Isso porque o FGTS vinha exigindo que as empresas de securitização garantissem os papéis, o que não era aceito por elas. As securitizadoras não garantem nenhum dos papéis estruturados por elas. Em caso de inadimplência dos contratos que dão lastro aos títulos, os investidores têm como garantia o próprio imóvel.
Neste ano, o FGTS eliminou essa exigência. No caso da operação da Caixa, parte do risco de inadimplência dos contratos ficará nas mãos do próprio banco, uma vez que ele comprará as cotas sêniores da emissão. Outros tipos de papéis, como debêntures de incorporadoras, já são compradas pelo FGTS há cerca de três anos e têm como garantia terrenos e imóveis.
Segundo o Valor apurou, os papéis vão pagar ao FGTS uma remuneração equivalente à Taxa Referencial mais 6% ou 7% ao ano, dependendo do valor do imóvel financiado. Essa operação engloba imóveis de até R$ 400 mil. Um prêmio extra ainda poderá ser pago dependendo da avaliação de risco que for feita da carteira de crédito. Os contratos de financiamento da Caixa serão transformados em títulos de investimento, os chamados certificados de recebíveis imobiliários (CRIs), pela securitizadora Gaia. Procuradas pela reportagem, Caixa e Gaia informaram que não comentariam a operação.
Maior financiadora do setor imobiliário no Brasil, a Caixa tem um total de R$ 117 bilhões em recebíveis, segundo dados do balanço da instituição. Por isso, o banco vem fazendo algumas experiências de venda dos seus contratos de financiamento para ampliar sua capacidade de empréstimo.
Em março, a Caixa testou a venda de R$ 230 milhões em certificados de recebíveis imobiliários (CRIs) para investidores de varejo, com aplicação mínima de R$ 10 mil. Foi o primeiro teste que um banco fez de vender seus contratos de financiamento para reciclar o funding imobiliário. Porém, a iniciativa esbarrou na dificuldade de distribuição desse tipo de produto na rede de agências bancárias. As pessoas físicas compraram apenas metade do volume ofertado. Em geral, são os investidores de alta renda que têm comprado os recebíveis imobiliários, o que limita a revenda desses papéis pelos bancos para um público mais amplo.
Para complementar a securitização de recebíveis, os bancos estão neste momento trabalhando na criação de um papel para captar recursos para o financiamento imobiliário, o chamado "coveredbond". Usado na Europa, o título tem como lastro contratos imobiliário, além da garantia do banco. (Valor)
Bradesco dobra linha para micro e pequenas
O Bradesco está reforçando a atuação no segmento de micro e pequenas empresas. O banco ampliou em R$ 200 milhões os recursos para as linhas de crédito Giro Simples e CDC Flex, lançadas no fim de 2010 para atender a empresas com receita anual de até R$ 2,4 milhões. Em maio, o volume inicial de R$ 100 milhões destinado a cada uma das linhas já havia sido tomado, um mês antes do previsto.
O prazo foi renovado e os empréstimos estarão disponíveis nas agências até 30 de dezembro. Na linha Giro Simples é possível contratar capital de giro de até R$ 60 mil, com prazo de 36 meses, taxa de 2,90% ao mês e carência de até 90 dias. No CDC Flex, linha para aquisição de máquinas e equipamentos, a única diferença está no prazo do empréstimo, de até 48 meses, e da carência, de 59 dias.
"A demanda foi grande porque o juro que estamos oferecendo é comparável ao do crédito consignado", observa Octavio de Lazari Jr., diretor de empréstimos e financiamentos do Bradesco. Em cinco meses de operação, foram fechados cerca de 10 mil contratos com tíquete médio de R$ 20 mil.
É provável que o Giro Simples e o CDC Flex se tornem produtos de prateleira do Bradesco. Tudo vai depender do comportamento da inadimplência. Por ora, o índice de atrasos nas duas linhas oscila entre 1,4% a 1,7% dos créditos concedidos. O período de seis meses, porém, é muito curto para uma análise mais apurada - até porque um dos financiamentos conta com carência de 90 dias.
De março do ano passado até março de 2011, a carteira de créditos de micro e pequenas empresas do Bradesco cresceu 29,4%, para aproximadamente R$ 90 bilhões. "Seguramente, estamos ganhando mercado." (Valor)
Governo prepara medidas tributárias, diz Ideli
Preocupada com a situação econômica mundial, a presidente Dilma Rousseff debateu a situação dos Estados Unidos e da Europa durante a reunião de coordenação desta segunda-feira e discutiu novas medidas na área tributária, disse a ministra das Relações Institucionais.
Durante a reunião foram dadas "explicações sobre medidas adotadas na sexta, de contenção dos derivativos, e talvez algumas outras medidas que sejam necessárias ao longo desta semana", afirmou Ideli Salvatti a jornalistas, sem detalhar quais seriam.
Um pouco mais tarde, a ministra esclareceu que as medidas discutidas com Dilma que estariam sendo preparadas são ações tributárias relacionadas ao Simples e ao microempreendedor individual.
Uma fonte do governo, que pediu para não ser identificada, disse que o ministro interino da Fazenda, Nelson Barbosa, explicou medidas de contingência para o caso das crises na Europa e nos Estados Unidos se intensificarem, mas que não há planos para grandes mudanças imediatas na política econômica.
Na sexta-feira, o Banco Central determinou o recolhimento de um depósito compulsório sobre a posição vendida dos bancos que exceder 1 bilhão de dólares, ou que seja superior ao seu patrimônio de referência. Desde abril esse compulsório era recolhido sobre posição superior a 3 bilhões de dólares.
O governo tenta conter a alta do real frente ao dólar, que deteriora a competitividade industrial no país.
Segundo Ideli, parte da reunião de coordenação serviu para que Barbosa fizesse uma apresentação sobre o cenário econômico mundial, com foco nos problemas dos Estados Unidos e da Europa. (O Globo)
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