segunda-feira, 18 de julho de 2011

A UGT inovou ao construir, na prática, hábitos democráticos que nos possibilitaram chegar a um novo patamar de organização

Manter a inovação numa UGT cada vez mais cidadã

Por Marcos Afonso de Oliveira, Secretário de Imprensa da UGT

Após o 2o. Congresso que teve a presença de mais de 3.500 lideranças sindicais do Brail todo, reunidas no Anhembi em São Paulo, a UGT caminha para ampliar sua presença junto aos governos, em todos os níveis, para implementar políticas públicas a favor da classe trabalhadora. A começar por insistir na transparência com o dinheiro público, a vigiar de perto os políticos no exercício de suas funções para monitorar todos os acordos feitos a favor do Brasil. Principalmente, neste momento de grandes obras com a aproximação da Copa do Mundo e das Olimpíadas. Temos um grande futuro pela frente. Mas também grandes batalhas. A concentração de renda ainda predomina, a pobreza preocupa e a Educação ainda é um imenso fosso a ser transposto. O que requer a energia de cada um de nós para manter a UGT sempre inovadora e cidadã.


Leia, por favor, o clipping:


'Vou voltar a incomodar', diz Lula em congresso sindical em SP

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta-feira, durante o 2º Congresso Nacional da União Geral dos Trabalhadores (UGT), no Palácio das Convenções do Anhembi, em São Paulo, que vai "voltar a incomodar algumas pessoas" e a viajar pelo País como o "lobista número 1 das causas sociais", sem esconder que deve permanecer como o principal cabo eleitoral da atual presidente, Dilma Rousseff. As declarações foram feitas diante de cerca de 3,5 mil sindicalistas provenientes de todo o Brasil. Na ocasião, Lula voltou a ressaltar conquistas do seu governo e a elogiar a atuação de sua sucessora.

"A companheira Dilma tem a cabeça mais acertada e mais voltada para o sucesso desse País. Eu tenho certeza que ela vai fazer muito mais. Ela vai fazer melhor e o País vai continuar crescendo, vai aumentar a categoria de comerciários no Brasil, vai aumentar o salário... Sabe por que vai aumentar? Porque nós temos o pré-sal, porque nós temos o PAC 2 (Programa de Aceleração do Crescimento), porque nós temos a Copa do Mundo, porque nós temos as Olimpíadas, porque esse País aprendeu a se respeitar e o povo voltou a ter auto-estima", disse Lula, em tom sempre efusivo para relembrar a evolução econômica dos brasileiros e afirmar que "foi apenas o começo".

"Agora os pobres estão viajando de avião. Eu fui agora para a Argentina... Está cheio de pobre dentro do avião indo para Buenos Aires, indo para o Uruguai, indo para o Ceará visitar seus parentes, para o Maranhão, para o Piauí, para a Paraíba, para o Rio Grande do Norte, para a Bahia. Ou seja, o que é mais importante é que está cheio de gente comprando carro novo e tem gente que fala: 'esse governo Lula é uma desgraça mesmo, até pobre está andando de carro novo aqui em São Paulo, está entupindo as ruas'. Pode ter certeza que o que aconteceu em nosso governo, foi apenas o começo".

O apoio à presidente é reiterado um dia depois de Lula discursar no 52º Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), onde o ex-presidente garantiu que não interfere na gestão de sua sucessora e criticou a suposta tentativa dos jornais de mostrarem uma "divergência profunda" entre os dois. "Só diz que ela é fraca quem não conhece a personalidade dela", disse. "Ninguém que passa três anos e meio na cadeia, barbaramente torturada e é eleita presidente da República (é fraca). Essa é a maior vingança contra quem a torturou", afirmou.

Na quinta-feira, Lula já havia dito que "a presidenta Dilma vai fazer mais e melhor do que nós fizemos" para uma plateia de cerca de 2 mil estudantes no auditório do Centro de Convenções de Goiânia, durante o 2º Encontro Nacional dos Estudantes do Programa Universidade para Todos (Prouni). Ele citou futuras ações da presidente, como o programa de qualificação profissional, creches e outros. "Ela vai inaugurar, até o final do mandato dela, deste primeiro mandato, obviamente, mais 200 escolas técnicas", afirmou, indicando que Dilma pode tentar a reeleição.

A chegada de Lula ao auditório Elis Regina, no Anhembi, foi marcada pelo tumulto. Cercado por seguranças, com empurra-empurra, o ex-presidente foi recebido com aplausos e por sindicalistas que se aproximaram do palco para fotografá-lo. Não demorou para o ex-presidente reviver os tempos de campanha e anunciar que terminou, após cerca de seis meses, o "processo de desencarnação" que, segundo ele, permitiria a "encarnação" de Dilma Rousseff na Presidência da República.

O evento da UGT, que teve início na quinta-feira, chega à marca de 1.008 sindicatos registrados no Ministério do Trabalho e será realizado até sábado. Delegações de pelo menos 27 países, tais como Marrocos, Espanha, Itália, Portugal e Bélgica, além dos países da América Latina, num total de 83 nações participantes, também comparecem ao Congresso.

"100 real" -- Durante os 26 minutos em que falou, Lula manteve o discurso de aproximação popular dos tempos de presidente. Em uma mesma frase, ele afirmou ter "olhar meio vesgo para os pobres", que "os ricos não sabem o que significa 100 real" e voltou a exaltar os programas sociais, como o Bolsa Família e o Programa Luz para Todos.

"Eu dizia pra todo mundo: 'eu sou presidente de todos', mas eu tenho um olhar meio vesgo para os pobres. Eu tenho um olhar porque é essa gente que precisa do Estado, é essa gente que precisa de políticas públicas, é essa gente que precisa do Bolsa Família. Quando a gente criou o Bolsa Família, chegaram a dizer que era esmola, que era assistencialismo, e o Bolsa Família hoje é maior política de transferência de renda e a mais bem sucedida. Porque os ricos não sabem o que significa 100 real (sic) na mão de uma mulher pobre. Eles não sabem o que significa um programa Luz para Todos, que levou energia para a casa de 13 milhões de brasileiros."

Denúncias no Transporte e Haddad -- O tumulto causado pela presença de Lula no local o acompanhou também na saída do Palácio das Convenções. Ainda cercado por seguranças, ele fez breves paradas para tirar fotos com sindicalistas e para falar com a imprensa, apesar do constante empurra-empurra. Indagado sobre as denúncias de gestão no Ministério dos Transportes, Lula minimizou a troca de comando na pasta.

"É importante lembrar que o ministro dos Transportes no ano passado era o companheiro que assumiu agora, o Paulo Sérgio, que assumiu em março de 2004. Na medida que tem uma denúncia, o que importa de quando foi a denúncia, o que importa é que ela seja investigada. Porque se a pessoa for inocente terão que comunicar que é inocente, se forem culpadas, pagarão por isso", afirmou.

O ex-presidente voltou a sinalizar a sua preferência pelo ministro da Educação Fernando Haddad, a quem considerou um nome "adequado", para disputar pelo PT à prefeitura de São Paulo, nas eleições de 2012. "Eu acho que o companheiro Haddad é adequado. Foi ministro da Educação e acho que está na disputa interna, mas quem vai decidir são os delegados (do PT)", disse Lula, antes de deixar o local, suado após o "corpo-a-corpo" e ainda cercado por seguranças.

Assessoria de Lula lança site -- O Instituto Cidadania lançou nesta sexta-feira um site para divulgar as atividades e projetos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A página entra no ar com mais de 50 notícias, além de vídeos, fotos e discursos. Sediado em São Paulo, o Instituto Cidadania foi onde Lula debateu e elaborou propostas de políticas públicas antes de ser eleito presidente em 2002. Hoje, é o espaço onde está sendo criado o Instituto Lula, voltado para causas políticas e sociais no Brasil, África e América Latina.

"O Brasil vive um momento de ouro, continua vivendo um momento extraordinário, e eu espero poder conversar com vocês daqui para frente neste pequeno espaço", afirma Lula em um vídeo de boas-vindas aos internautas. "(Vamos) tentar trabalhar a questão da integração, tentar trabalhar as experiências de políticas sociais bem-sucedidas. Não que a gente vá querer ensinar aos outros (países) o que eles têm que fazer, porque isso não deu certo em lugar nenhum do mundo. O que queremos é mostrar como fizemos as coisas no Brasil e, quem sabe, adequando à realidade deles, com a vontade cultural deles, com a vontade política deles, isso possa ser aplicado em outros países", diz o ex-presidente na mensagem. (Terra)


Em encontro de trabalhadores em SP, Lula diz que será lobista das causas sociais

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta sexta-feira, na abertura do II Congresso da União Geral dos Trabalhadores (UGT), em São Paulo, que, passados seis meses do término do seu governo, ele vai voltar a viajar pelo Brasil. Lula prometeu ser o lobista número um das causas sociais no país.

Em um discurso inflamado, Lula disse aos trabalhadores e sindicalistas que "vai incomodar" a presidente Dilma Rousseff e o ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, para resolver os problemas sociais.

- Faz seis meses que eu deixei a Presidência da República, e eu disse que entraria em um processo de "desencarnação" para permitir a entrada da Dilma. Mas agora vou voltar a viajar pelo Brasil para conversar com as pessoas e para ajudar o Brasil a seguir o caminho que nós colocamos o Brasil - disse Lula.

Na ocasião, Lula aproveitou para demonstrar sua preferência pelo nome do ministro da Educação, Fernando Haddad, afirmando que ele é um "excelente quadro político" para a eleição da capital paulista no ano que vem. Lula disse que a decisão sobre a candidatura para Prefeitura de São Paulo, porém, será decidida pelos delegados do PT:

- Haddad tem muita competência, foi um ministro da Educação excepcional e acho que está na disputa interna. Agora quem tem que decidir são os delegados.

Lula evita comentar escândalo no Ministério dos Transportes -- Sobre as denúncias de corrupção no Ministério dos Transportes, Lula evitou falar de Alfredo Nascimento, senador licenciado do PR que deixou a Pasta depois das denúncias que atingiram também o seu partido e os negócios de um filho. Lula preferiu mencionar o novo ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos.

- É importante lembrar que o ministro dos Transportes no ano passado é o companheiro que assumiu o ministério agora e que também assumiu em março de 2004 - afirmou.

Na medida que tem uma denúncia, não importa de quando foi, o que importa é que ela seja investigada -- O ex-presidente disse ser favorável à investigação no ministério:

- Na medida que tem uma denúncia, não importa de quando foi, o que importa é que ela seja investigada.

Ex-presidente diz que governou para os pobres -- Lula disse que a presidente está preparando uma nova política industrial para o Brasil e afirmou que vai sentar com os trabalhadores para conversar.

O ex-presidente lembrou dos melhores momentos do seu governo e fez questão de ressaltar a conquista dos trabalhadores por ganhos reais de salário. Segundo ele, 98% dos acordos salariais fechados já estão acima da inflação e isso aconteceu, de acordo com ele, sem que houvesse aumento da taxa de inflação.

- O salário mínimo aumentou 62% e inflação continua controlada - afirmou Lula, lembrando ainda os 15 milhões de empregos com carteira assinada que foram criados durante o seu governo.

Ele disse que governou para os pobres e lembrou que 30 milhões de brasileiros passaram para a classe média e 28 milhões saíram da Linha da Pobreza em sua gestão.

O ex-presidente disse que aumentou também o número de pessoas com conta em banco e que ele foi o responsável pela criação do Crédito Consignado, em que o trabalhador tem o seu financiamento debitado na folha de pagamento.

O petista foi aplaudido quando contou que, em uma viagem recente para a Argentina, percebeu a presença de muitos pobres no avião e disse que a classe trabalhadora está agora viajando para Buenos Aires, Uruguai e todo norte do país. (O Globo)


INSS pagará mais a 117 mil em setembro
Aposentados e pensionistas receberão benefício com a revisão determinada pelo STF; aumento médio é de R$ 240. Segurados com direito à revisão também receberão, em parcela única, o pagamento da dívida atrasada.
Aposentados e pensionistas que recebem pelo INSS vão ter um incremento em seus benefícios em setembro.
Nesse mês, além de creditar na conta dos segurados metade do 13º salário, a Previdência depositará o primeiro pagamento com a revisão definida pelo STF (Supremo Tribunal Federal) para 117.135 aposentados e pensionistas que começaram a receber o benefício entre 5 de abril de 1991 e 1º de janeiro de 2004.
O aumento médio para esses segurados ""que não tiveram a diferença do reajuste do teto em dezembro de 1998 e janeiro de 2004 incorporada ao benefício"" será de R$ 240, segundo o Ministério da Previdência. O impacto mensal nas contas previdenciárias soma R$ 28 milhões.
Os segurados com direito à revisão ainda receberão, em parcela única, o pagamento da dívida atrasada, referente aos cinco anos anteriores à abertura do processo que originou a revisão (ou do pedido de reajuste no posto, para os que já fizeram a solicitação administrativamente). Nesse caso, o pagamento beneficiará 131.161 segurados.
A diferença entre os que terão os atrasados e os que terão também o reajuste são os benefícios que foram cessados, mas ainda têm dívida atrasada que deveria ter sido paga, como os segurados que receberam o auxílio-doença no período.
O INSS identificou 601.553 benefícios limitados ao teto entre abril de 1991 e janeiro de 2004, dos quais 193.276 estão cessados há mais de cinco anos e 277.116 não têm diferenças a serem pagas.
O valor médio dos atrasados é de R$ 11.586, e o impacto provocado nas contas da Previdência, R$ 1,693 bilhão.
QUATRO DATAS -- Os segurados receberão esses atrasados em quatro datas diferentes. O primeiro lote, que congrega o maior número de beneficiários (68.945), será pago em 31 de outubro para quem tem até R$ 6.000 a receber.
Em 2012 outros dois lotes serão liberados: em 31 de maio, para os 28.122 segurados que têm direito a receber entre R$ 6.000,01 e R$ 15 mil; e, em 30 de novembro, para os 15.553 aposentados e pensionistas que receberão de R$ 15.000,01 a R$ 19 mil.
Os 15.661 segurados que têm crédito acima de R$ 19 mil só irão receber os atrasados em 31 de janeiro de 2013.
Os segurados terão os valores depositados de forma integral e corrigidos (o índice de correção está em estudo).
O valor deve ser depositado na conta em que os segurados já recebem as aposentadorias ou pensões.
Segundo o secretário-executivo do Ministério da Previdência Social, Carlos Eduardo Gabas, o INSS estuda incluir dos dados sobre o saldo a receber no informe de rendimentos, disponível no site www.previdencia.gov.br.
O pagamento depende de homologação de acordo com o Tribunal Regional Federal da 3ª Região, que emitiu liminar obrigando o INSS a pagar a revisão até 2012.
O crédito do 13º benefício será depositado na folha de pagamento de agosto e estará disponível nos primeiros cinco dias úteis de setembro. Ao todo, o governo irá pagar R$ 10 bilhões. Essa medida mantém o acordo que vigorou no governo Lula, de antecipar metade do 13º.
A nova proposta da Previdência é antecipar o pagamento de metade do abono de Natal para julho em 2012, e, a partir de 2013, para junho. (Folha)


Dilma não vetará emenda com reajuste para aposentados, diz Carvalho

O ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, disse nesta sexta-feira, no congresso nacional da União Geral dos Trabalhadores (UGT), que a presidente Dilma Rousseff (PT) provavelmente não vetará emenda feita a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2012 que insere o reajuste real para aposentados e pensionistas como uma das prioridades para o próximo ano.
A mudança na LDO, de autoria do senador Paulo Paim (PT-RS) e aprovada no Congresso na quarta-feira, estabelece para a revisão anual dos aposentados e pensionistas que recebem mais do que um salário mínimo, os mesmos critérios de reajuste do que os que recebem o piso – de reposição inflacionária mais o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos atrás.
Segundo Carvalho, há possibilidade do texto ser mantido porque a LDO é uma lei autorizativa – ou seja, permite, e não obriga, o governo a executá-la. “Teremos que, ao longo do próximo ano, avaliar a situação econômica do país para ver qual é a folga no orçamento que temos para fazer um reajuste acima da inflação”, afirmou o ministro petista, lembrando do cenário externo, em que Estados Unidos e Europa encontram dificuldades para pagarem suas dívidas.
O ministro reiterou que o Planalto mantém o diálogo com as centrais sindicais para tratar de melhorias para os aposentados. “O governo, obviamente, fará todo o esforço que puder nesse assunto, mas também não fará nenhum gesto de irresponsabilidade fiscal. O mais importante é evitar a volta da inflação, que tem um efeito corrosivo sobre os salários”, afirmou. (Valor)


Cresce desembolso do BNDES para as pequenas empresas

As micros e pequenas empresas elevaram sua participação nos desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no primeiro quadrimestre de 2011 e conseguiram abocanhar 25% das liberações, ante 18% no mesmo período de 2010 e 10% em 2008. De janeiro a abril, obtiveram R$ 8,5 bilhões dos R$ 33,9 bilhões liberados. A participação das grandes empresas encolheu para 55% do volume desembolsado, ante 71% no mesmo período do ano passado.

O avanço da participação das micros e pequenas empresas ocorreu principalmente a partir da criação do Programa de Sustentação do Investimento (PSI) no âmbito da Finame, com juros fixos e mais baratos, e com a introdução do Cartão BNDES, que funciona como um cartão de crédito para os pequenos empresários, disse Cláudio Bernardo Guimarães de Moraes, superintendente da área de operações indiretas do banco.

Por outro lado, as empresas reduziram sua demanda por financiamentos no PSI depois que a taxa de juros da linha subiu - ela é hoje de 8,7% para grandes companhias. Muitas delas optaram por empréstimos atrelados à Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), de 6% ao ano. Também pesou a redução do montante do empréstimo, que caiu de 80% para 70% do investimento total para grandes empresas. (Valor)


BNDESPar se associa a grandes grupos e efeito colateral é uma 'perda' de R$ 3 bi

Contestadas por especialistas, seis das maiores operações realizadas nos últimos anos pela BNDESPar, braço de participações do banco, dão pistas de que podem não ter sido exatamente um bom negócio. São operações que envolvem desde a polêmica capitalização da Petrobras, passando pela internacionalização de frigoríficos brasileiros, até a compra de ações de empresa do bilionárioEike Batista, um dos homens mais ricos do mundo. Levantamento do GLOBO mostra que as operações acumulam uma "perda" de R$ 3,04 bilhões em valor de mercado, considerando o montante injetado pelo banco para comprar participação societária nessas companhias a partir de 2007 em comparação ao atual valor das ações negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). A "perda", claro, é contábil, não se consolidou porque a BNDESPar não se desfez dos papéis.

Maior perda da carteira, o valor investido na compra de ações da Petrobras em setembro passado, quando ocorreu a megaoferta pública, encolheu em R$ 2,37 bilhões. O braço de participações do BNDES aplicou R$ 22,41 bilhões na empresa, numa operação bombardeada por especialistas. Desde então, os papéis preferenciais (PN) da Petrobras recuam 9,76% e as ordinárias (ON, com voto) caem 11,94%.

Para bancar a compra de ações da Petrobras, o BNDES, que tem como fonte de recursos o FAT e o Tesouro, transferiu R$ 15 bilhões para a BNDESPar.

- O governo usou riquezas do Brasil para aumentar sua participação numa empresa estatal que tem acionistas privados. É preciso se indagar se essa seria a destinação de recursos que o país precisa - avalia Mansueto de Almeida, pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Duas das seis grandes operações realizadas pela BNDESPar nos últimos anos foram orientadas para internacionalizar frigoríficos brasileiros, a Marfrig e o JBS. O banco gastou R$ 715,65 milhões e R$ 1,136 bilhão, respectivamente, na compra de ações das empresas para apoiar investidas das companhias no exterior. Essas operações registram perdas de R$ 201,4 milhões, caso da Marfrig, e de R$ 377,9 milhões, no do JBS. Os resultados não consideram dividendos.

Objetivo não é lucro, diz especialista

Para Almeida, como a BNDESPar, assim como o BNDES, não é um banco de investimento no sentido mais estrito do mercado - aquele que compra participações para vendê-las com lucro. Perdas seriam inclusive toleráveis. Ele critica, no entanto, perdas com o uso do banco como "hospital" de empresa, como ocorreu na fusão da Votorantim com a Aracruz, que teve grandes prejuízos com operações cambiais. A compra das ações para apoiar essa $ão, que resultou na criação da Fibria, registra perda acumulada de R$ 160 milhões para o banco.

- O problema é que o BNDESPar tem atuado como banco de investimento. Entra em grandes operações, sem benefícios claros para a sociedade. Estão sendo incentivados setores que já são competitivos, como de exportação de carnes, papel e celulose, energia - afirma o pesquisador do Ipea.

No setor de energia, a BNDESPar investiu R$ 179,2 milhões na compra de ações da MPX, do bilionário Eike Batista. Essa operação resulta agora numa perda de R$ 71,3 milhões em valor de mercado na carteira do banco. Especialistas questionam se MPX, como outras empresas incentivadas pela compra de participação societária, teria condições de levantar recursos entre investidores privados, no mercado de ações ou de dívida, sem a necessidade de recursos públicos.

- O BNDES deveria focar sua atuação em empresas que têm dificuldade em conseguir dinheiro no mercado. É claro que todo empresário vai preferir recursos do banco, que são subsidiádos. Mas nem todos precisam - avalia Samuel Pessôa, economista do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV) no Rio. - O BNDES tem um capital humano muito bom, muito bem treinado. Mas o papel institucional do BNDES está envelhecido. Esta é uma política de 20 anos atrás. É preciso modernizá-lo institucionalmente.

Por trás das "perdas" da carteira está o mau momento enfrentado pela Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). O humor de investidores azedou em meio à crise de países como Grécia e Irlanda. Também pesa a aceleração da inflação e o aumento dos juros no Brasil, o que provoca migração de recursos da Bolsa para a renda fixa. O Ibovespa, índice de referência do mercado, acumula este ano queda de 14,18% até o fechamento da última sexta-feira.

O professor Nelson de Souza, do Ibmec-Rio, lembra que perdas fazem parte dos riscos do mercado de renda variável. Mas acrescenta que a Bolsa sobe e desce de acordo com os ciclos da economia e notícias. Em tese, nada impede, portanto, uma melhora do clima nos mercados mundiais e a recuperação do preço das ações. Nesse cenário, o desempenho da carteira da BNDESPar se recuperaria.

Das seis grandes operações avaliadas pelo GLOBO, a única a registrar ganho foi a compra de ações da BRF-Brasil Foods, em agosto de 2009. A empresa injetou R$ 400 milhões em troca de 10 milhões de ações da companhia, operação que produziu um ganho de R$ 130 milhões em valor de mercado. Mas a aplicação de dinheiro público na companhia não deixa de ser polêmica. Resultado da associação entre Sadia e Perdigão, a fusão vai aumentar a concentração no mercado de alimentos no país, com prejuízo aos consumidores e fornecedores.

Eduardo Fiúza, ex-técnico da Secretaria de Defesa Econômica (SDE) do Ministério da Justiça, discorda da participação de um banco público na operação. Ele afirma que a concepção do governo de eleger "campeões na$" para competir no mercado internacional é equivocada.

- Não faz sentido o governo marombar empresas brasileiras para competir no mercado internacional se elas não terão competição aqui dentro - afirma Fiúza.

Segundo ele, falta transparência na atuação da BNDESPar. As decisões de investimento do braço de participações do banco são tomadas por um comitê gestor, sem consulta prévia ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

- Quando o projeto chega ao Cade, ele já tem uma chancela do governo por meio das participações do BNDES. Aparentemente não existe modelagem, nada, e o governo chancela a operação sem saber os impactos sobre o mercado. São dois lados do governo que não se conversam - acrescenta Fiúza, para quem o governo federal deveria au$a transparência do banco e estabelecer metas mais claras de gestão e atuação.

Na carteira, 11 empresas falidas -- Essa falta de transparência foi uma das razões que levaram o Ministério Público Federal (MPF) do Distrito Federal a abrir investigações sobre o interesse do BNDES em participar da polêmica operação entre o Pão de Açúcar e o Carrefour, liderada pelo empresário Abilio Diniz e o banco de investimentos BTG Pactual. A promotoria queria saber a forma como são feitas as escolhas dos projetos a serem financiados pelo banco de fomento.

Além das "perdas" bilionárias, a carteira da BNDESPar retrata erros $política de fomento do banco ao longo de décadas. Das 148 empresas que compõem a carteira de participação societária da BNDESPar, 11 delas estão fechadas ou faliram. A carteira carrega esqueletos de outros tempos e governos, como a Elebra (símbolo da reserva do mercado de informática no país), Casa Anglo Brasileira (dona da antiga rede Mappin, de São Paulo), as Lojas Arapuã e a CTC-Rio, empresa de ônibus do Rio que foi liquidada em 1996.

Parte dos papéis não é retirada da carteira da BNDESPar porque as empresas ainda têm inscrição de CNPJ, embora estejam fechadas. A carteira de ações é o principal ativo da BNDESPar. Ao fim de 2010, essa carteira totalizava R$ 102,89 bilhões. Ela rendeu R$ 2,229 bilhões em dividendos em 2010, queda de 8% frente ao ano anterior. Procurado, oficialmente, o BNDES não se pronunciou. (O Globo)


Reunião do Copom, IPCA e desemprego fazem a semana

Os destaques na agenda da semana são do mercado interno. O ponto alto é a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). A decisão em si não é a grande questão. Faz tempo que se espera uma nova elevação da Selic, de 12,25% para 12,50% ao ano. O foco está no comunicado que deve acenar o que poder ser feito no encontro de agosto do colegiado. Ainda não há consenso sobre nova alta ou encerramento do ciclo.

A decisão do BC sai na quarta-feira à noite. No mesmo dia, só que pela manhã, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apresenta o Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) de julho. A equipe do Bradesco espera inflação de 0,15%, recuando do 0,23% de junho.

Antes disso, na terça-feira, a Fundação Getulio Vargas (FGV) traz uma nova prévia do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) em julho e o IBGE divulga a taxa de desemprego de junho.

Nesta segunda-feira, aparecem nada além dos tradicionais boletim Focus, Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) e balança comercial semanal.

Na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), merece atenção o vencimento de opções sobre ações, evento que soma instabilidade ao pregão.

Olhando a agenda externa, são destaques os dados do setor imobiliário dos Estados Unidos, como novas construções e venda de casas usadas. Na zona do euro, saem alguns indicadores de sentimento econômico e de confiança do consumidor. (O Globo)


Aumento de estoques estimula férias na indústria

O descompasso entre o ritmo de produção das fábricas e as vendas do varejo provocou um aumento dos estoques em setores importantes, como carros, embalagens, materiais de construção e até alimentos na virada do semestre. Com encalhe crescente, houve indústrias que iniciaram o mês dando férias ou cortando hora extra. O comércio reduziu pedidos e optou por promoções nas quais na compra de um item, o segundo é de graça.

Dados da Sondagem Conjuntural da Indústria de Transformação da Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostram que, pelo segundo mês seguido, a fatia de empresas com estoques excessivos aumentou em junho e atingiu 5,3%. De 14 setores pesquisados, em 9 cresceu o porcentual de companhias que declararam ter estoques acima do normal na comparação com maio. A pesquisa já desconta o comportamento típico de cada mês. Quando se leva em conta junho de 2010, o período mais recente de estoques baixos, o volume de produtos indesejáveis cresceu em todos os setores pesquisados, exceto nos eletrônicos, observa o responsável técnico pela pesquisa, Jorge Ferreira Braga.

Quase todos os segmentos de embalagens registraram em junho um aumento da parcela das empresas com estoques excessivos. Em junho, 52,5% dos fabricantes de embalagens metálicas e 15,9% das indústrias de material plástico para embalagens informaram que estavam com volumes excessivos de produtos.

Segundo Braga, o aumento dos estoques de embalagens é um termômetro importante de outros setores. Está relacionado com a redução da demanda interna por bens duráveis e não duráveis, em resposta ao aperto no crédito dado no fim de 2010 e aos aumentos sucessivos na taxa de juros desde janeiro. "A demanda diminuiu, mas a produção continuou no ritmo anterior. É claro que esse movimento acabaria provocando acúmulo de estoque", diz o economista.

"Todo mundo hoje está com estoque porque o crescimento do PIB vai ser menor", diz o presidente da Associação Brasileira da Indústria do Plástico, José Ricardo Roriz Coelho. Ele conta que os estoques do setor chegaram a 25 dias e o normal é 20. Esse acréscimo, segundo ele, ocorreu por causa da redução das encomendas das indústrias de alimentos, da construção civil e das montadoras de veículos.

Na semana passada, a Fiat deu férias coletivas para um turno dos trabalhadores da fábrica de Betim (MG). Segundo a FGV, 8,9% das montadoras tinham estoques excessivos em junho ante 0,5% em maio. Entre indústrias e concessionárias, há o equivalente a 33 dias de vendas de carros nos pátios, um volume muito próximo do considerado crítico para o setor, que é de 35 dias.

O encalhe de veículos fez revendas de três marcas concorrentes (GM, Nissan e Fiat) se unirem para desovar cerca de 2 mil carros. Três concessionárias decidiram fazer hoje e amanhã o primeiro feirão de rua, na Avenida Nazaré, no Ipiranga. "A expectativa é vender 400 carros", diz o diretor da Itororó, Gilberto Antonialli. Entre as vantagens oferecidas está o primeiro pagamento só para novembro, quando é a paga a 1.ª parcela do 13.º salário. (Estado)

Bancos têm de oferecer pacote de serviços essenciais gratuitos
Muitas vezes pagamos por serviços que não utilizamos. E, como nosso orçamento, na maioria das vezes, é restrito, é bom ficarmos atentos às oportunidades que se apresentam no sentido de reduzir os itens que oneram nosso gasto mensal.
Os serviços bancários são essenciais na nossa vida.
Hoje em dia, não é mais possível viver sem uma conta bancária, sem um cartão de débito, sem um cartão de crédito, sem compras pela internet, sem caixas automáticos, entre outros, para realizar as diversas transações financeiras envolvidas com pagamentos e com recebimentos ao longo do mês.
Você sabia que existe um pacote de serviços essenciais prestados a pessoas físicas pelo qual os bancos não podem cobrar?
São dois pacotes, na verdade: um relativo ao serviço de conta-corrente de depósitos à vista e outro relativo ao serviço de conta de depósito em poupança.
Vamos conhecer os itens que devem ser fornecidos gratuitamente. Para a conta-corrente, são os seguintes:
1) Fornecimento de cartão com função débito;
2) Fornecimento de segunda via do cartão de débito, exceto nos casos decorrentes de perda, de roubo, de furto, de danificação e de outros motivos não imputáveis à instituição emitente;
3) Realização de até quatro saques por mês, em guichê de caixa, inclusive por meio de cheque ou de cheque avulso, ou em terminal de autoatendimento;
4) Realização de até duas transferências de recursos entre contas na própria instituição, por mês, em guichê de caixa, em terminal de autoatendimento e/ou pela internet;
5) Fornecimento de até dois extratos por mês, contendo a movimentação dos últimos 30 dias por meio de guichê de caixa e/ou terminal de autoatendimento;
6) Realização de consultas mediante uso da internet;
7) Fornecimento, até 28 de fevereiro de cada ano, do extrato consolidado, discriminando, mês a mês, os valores cobrados no ano anterior relativos a tarifas;
8) Compensação de cheques;
9) Fornecimento de até dez folhas de cheques por mês, desde que o cliente reúna os requisitos necessários à utilização de cheques, conforme a regulamentação em vigor e condições pactuadas; e
10) Prestação de qualquer serviço por meios eletrônicos, no caso de contas cujos contratos prevejam usar exclusivamente meios eletrônicos.
POUPANÇA -- Para a conta poupança, os serviços são os seguintes:
1) Fornecimento de cartão com função movimentação;
2) Fornecimento de segunda via do cartão, exceto nos casos de pedidos de reposição formulados pelo correntista, decorrentes de perda, de roubo, de furto, de danificação e de outros motivos não imputáveis à instituição emitente;
3) Realização de até dois saques por mês, em guichê de caixa ou em terminal de autoatendimento;
4) Realização de até duas transferências por mês, para conta de depósitos de mesma titularidade;
5) Fornecimento de até dois extratos por mês, contendo a movimentação dos últimos 30 dias;
6) Realização de consultas mediante uso da internet;
7) Fornecimento, até 28 de fevereiro de cada ano, do extrato consolidado, discriminando, mês a mês, os valores cobrados no ano anterior relativos a tarifas; e
8) Prestação de qualquer serviço por meios eletrônicos, no caso de contas cujos contratos prevejam usar exclusivamente meios eletrônicos.
A regulamentação estabelece também que a realização de saques em terminais de autoatendimento em intervalo de até 30 minutos é considerada como um só evento.
Além dos serviços essenciais, também não pode ser cobrada tarifa por liquidação antecipada em operações de crédito e de arrendamento mercantil financeiro, nos contratos assinados a partir de 10 de dezembro de 2007.
Dimensione se o pacote de serviços que você contrata atualmente é adequado às suas necessidades. Você pode estar pagando por serviços que não utiliza.(Folha)

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