Bancos recuam e preparam juro menor
Instituições privadas reconhecem erro no debate com governo e preveem perda de cliente se não mexerem em taxas. Segmento de maior concorrência é o de empresas; Santander anunciou ontem redução de taxa a lojista.
Depois da polêmica criada na discussão sobre redução do custo dos empréstimos, os bancos privados já indicam que vão aderir à rodada de corte nos juros iniciada pelo Banco do Brasil e pela Caixa Econômica Federal. Eles esperam, no entanto, a "poeira baixar" para oferecer taxas e tarifas mais competitivas.
O diagnóstico dos bancos é que, se não fizerem nada para reduzir as taxas, vão perder clientes para instituições públicas, sobretudo no atendimento a empresas.
Isso porque as pessoas jurídicas têm a cultura de operar com mais de três bancos e costumam "fazer cotações" antes de tomar empréstimos.
Na semana passada, declaração do presidente da Febraban, Murilo Portugal, indicando que a redução dos juros dependia da adoção de medidas do governo irritou o ministro Guido Mantega (Fazenda). Para a equipe econômica, nenhuma medida será adotada até que os bancos privados reduzam os juros.
O presidente da Febraban se desculpou em telefonema ao secretário-executivo do ministério, Nelson Barbosa. Internamente, os banqueiros concluíram que erraram no encaminhamento da questão e que deveriam "ter oferecido" alguma ação em vez de apenas "cobrar o governo".
Diferentemente do atendimento ao consumidor, os segmentos de grandes e de médias empresas são os de maior concorrência.
O Santander reduziu ontem os juros para micro e pequenas empresas -foi o primeiro banco privado após o HSBC a mexer nas taxas.
No Santander, os juros para os lojistas "adiantarem" faturas de cartões caiu do intervalo de 2,54% a 3,27% ao mês para entre 1,5% e 2%.
"Mas isso não tem nada a ver com a ação do BB e da Caixa. É resultado de anos de estudo do funcionamento das microempresas. Agora temos diagnóstico mais preciso de risco", disse Pedro Coutinho, vice-presidente do Santander.
TEMPO -- Diante do constrangimento criado pela Febraban no governo, a estratégia agora é não alimentar mais a polêmica, esperar um tempo e agir para retomar as discussões.
A avaliação é que, para os juros caírem de forma prolongada, é preciso debater a estrutura atual do "spread", a diferença entre o que o banco paga para captar o dinheiro e o que cobra do clientes.
Os depósitos compulsórios (parcela do dinheiro captado retida no Banco Central) têm um peso significativo para os bancos, mas se sabe que esse instrumento tem funções de regulação da demanda e de proteção ao sistema financeiro em momentos de crise.
Por outro lado, os bancos querem discutir como facilitar a portabilidade, que permite levar histórico de relacionamento de um banco para outro, além da implementação do cadastro positivo, central que ajudará a avaliar o perfil dos clientes. (Folha)
Governo condiciona seguro-desemprego à matrícula em curso
Regra vale no caso de o seguro ser solicitado pela terceira vez num espaço de dez anos.
Os trabalhadores que requisitaram o seguro-desemprego três vezes num período de dez anos podem ser obrigados a fazer um curso de qualificação para ter direito a novo benefício. De acordo com decreto publicado no “Diário Oficial da União” desta terça-feira, o curso terá que ser reconhecido pelo Ministério da Educação e ter carga horária mínima de 160 horas.
Os cursos serão gratuitos e os alunos terão que comprovar matrícula e frequência. Para a medida entrar em vigor, faltam ainda portarias do Ministério do Trabalho e da Educação para definir, por exemplo, as características dos cursos e demais condições, como casos em que os trabalhadores podem ser dispensados dos treinamentos. O decreto regulamenta o que já está previsto no Programa Nacional de Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), que prevê a oferta da bolsas para aprimorar a formação dos trabalhadores.
De acordo com o decreto, caberá ao Ministério do Trabalho por intermédio dos Sines - os postos do ministério onde os trabalhadores podem requisitar o seguro-desemprego - encaminhar os trabalhadores aos cursos de formação e definir e encaminhar as características desses beneficiários ao Ministério da Educação. E a pasta por sua vez, enviará periodicamente ao Trabalho informações sobre as matrículas e as frequências dos alunos.
Caso o trabalhador se recuse a fazer o treinamento ou curso de qualificação, será lavrado um termo assinado por duas testemunhas, nos postos de atendimento dos Sines.
Em 2011, o governo gastou R$ 23,7 bilhões com benefícios do seguro-desemprego. No ano anterior, foram R$ 21,1 bilhões. Uma das justificativas para a medida é a falta de qualificação dos trabalhadores brasileiros. Segundo dados do Trabalho, sobram vagas nos Sines.(O Globo).
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