Gregory
é alvo de investigação por trabalho degradante
A
Gregory, grife de roupas com 80 lojas nos principais shoppings e cidades do
país, está sob investigação do Ministério Público do Trabalho e do Ministério
do Trabalho em São Paulo.
Auditores
fiscais encontraram, em oficinas que prestam serviço à rede, funcionários
estrangeiros em condições consideradas degradantes, como jornadas exaustivas.
Este
é o argumento da Gregory em sua defesa: o de que não fabrica as roupas e
considera proveitosas as fiscalizações para alertá-la sobre os problemas em
fornecedores.
Mas
os órgãos públicos consideram que todos os elos da cadeia produtiva são
responsáveis em casos de trabalho análogo à escravidão. (Folha)
Construtoras
perderam R$ 3,2 bi em valor de mercado
Aumento
de custos e atrasos em entregas de obras reduziram lucros no trimestre
Aumento
de custos, atraso na entrega de unidades, perda de valor de mercado. Essa tem
sido a radiografia do setor de construção civil, que enfrenta um inferno astral
na Bolsa de Valores de São Paulo. Das 22 empresas de construção de capital
aberto, dez tiveram perda de valor de mercado no primeiro trimestre. Juntas
essas dez companhias perderam, este ano, mais de R$ 3,2 bilhões em valor de
mercado, segundo levantamento feito pela consultoria Economática, a pedido do
GLOBO.
Só a
PDG Realty, maior empresa de incorporação do país, e que está entre as cinco
ações com maior peso no Ibovespa, ao lado de Vale, Petrobras, OGX Petróleo e
Itaú Unibanco, já perdeu R$ 2,4 bilhões em valor de mercado este ano,
considerando o fechamento dos papéis nesta terça-feira. O valor das ações
negociadas pela companhia era de R$ 6,6 bilhões em 31 de dezembro de 2011 caiu
para R$ 4,1 bilhões até esta terça-feira, dia 15. A empresa acaba de divulgar
que o seu lucro líquido ficou em R$ 32,5 milhões, contra uma previsão média de
R$ 140 milhões do mercado. O número representa uma queda de 86% em relação ao
mesmo período do ano passado.
A
PDG informou que, a partir deste mês, implanta um centro de serviços
compartilhados, em São Paulo, para ter mais eficiência. O objetivo da companhia
é “centralizar, padronizar e simplificar os processos e, consequentemente,
aumentar a qualidade dos serviços prestados", informou em relatório sobre
o desempenho no primeiro trimestre. As ações da empresa fecharam com queda
9,58%, cotadas a R$ 3,68.
Na
véspera, o mercado se surpreendera com o balanço trimestral de outra empresa, a
Brookfield Incorporações, que indicara a necessidade de uma revisão de custos
nos projetos, resultando em queda abrupta do lucro. A companhia teve lucro
líquido de R$ 4 milhões, 94% abaixo dos R$ 65,8 milhões no mesmo período do ano
anterior. A previsão dos analistas ouvidos pela agência Reuters era de R$ 60,3
milhões. Os papéis da Brookfield, que chegaram a cair 10% na véspera, fecharam
com desvalorização de 6,22%, a R$ 3,93.
Nicholas
Reade, presidente-executivo da Brookfield, garantiu em teleconferência com
investidores que a operação "continua forte, apesar de os indicadores
financeiros registrados virem bem abaixo do ano passado".
Os
papéis do setor vêm sofrendo com balanços trimestrais abaixo do esperado.
— Em
geral, os resultados das construtoras estão vindo muito ruins, com lucros
abaixo do esperado. Os balanços mostram problemas parecidos, como atraso na
entrega de unidades, dificuldade de encontrar novos terrenos para construir,
aumento dos custos operacionais. Em geral, as construtoras são beneficiadas
pelo cenário de queda de juro, que estimula o consumo, mas com resultados ruins
as ações têm sido prejudicadas até agora — analisa Fausto Gouveia, economista
da Legan Asset. Ele afirma ainda que há muita saída de dinheiro estrangeiro
desses papéis na Bolsa, o que ajuda na desvalorização.
Para
o analista do setor de construção da corretora SLW, Erick Scott, o crescimento
da inadimplência no varejo também atinge as construtoras, mas em menor grau.
Segundo o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) a inadimplência no varejo, em
abril, teve crescimento de 4,5%.
- A
inadimplência também acaba chegando às construtoras, e o que acontece é que a
pessoa acaba perdendo o imóvel. Mas este não é o principal problema dessas
empresas. As construtoras hoje têm muitas unidades em estoque, muitas estão com
os cronogramas de entrega atrasados, gerando ações judiciais. O país tem demanda
para o setor, mas a velocidade de lançamentos está caindo com esses problemas.
As ações dessas empresas estão sendo penalizadas pelos balanços mais fracos e
também pelo desempenho ruim da Bolsa, que praticamente zerou os ganhos do ano -
diz Erick Scott.
No
caso específico da PDG, pesou também sobre os papéis a renúncia do diretor
vice-presidente de relações com investidores, Michel Wurman, e do diretor de
investimentos e planejamento gerencial, Frederico Marinho Carneiro da Cunha, na
noite de sexta-feira. O conselho de administração já elegeu para o cargo de
diretor de relações com investidores João Miguel Mallet Racy Ferreira, que
acumulará com a função já ocupada de diretor financeiro.
A
empresa também reafirmou que o diretor presidente, José Antonio Tornaghi
Grabowsky, permaneceu no posto, "à frente da companhia e de suas
atividades, bem como da equipe de diretores da companhia e principais
executivos de suas subsidiárias".
As
ações da MRV, que tinham valorização de mais de 9% este ano, caíram 14,77% nesta
terça-feira a R$ 10,53 após a companhia anunciar um resultado do primeiro
trimestre de 2012 abaixo do esperado pelo mercado. A empresa teve um lucro
líquido 23,9% menor do que no mesmo período do ano passado, totalizando R$ 116
milhões.
Analistas
do Deutsche Bank rebaixaram os papéis da empresa para manutenção.
“Em
nossa visão, o grande prêmio da empresa em relação aos pares pode ser indevido
se a fraqueza das margens prevalecer e, portanto, rebaixamos a MRV para
manutenção”, afirmam Esteban Polidura e Caimi Reis, analistas do Deutsche Bank,
em um relatório.(O Globo)
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