(Postado por Marcos Afonso de Oliveira) -- Os preços resolveram cair mais do que o Copom desejava para justificar a alta de juros. É um bom sinal e mostra que não é apenas a política monetarista que decide o controle da inflação. Nestes momentos de juros altos, o país parece que busca lá no fundo todas as suas qualificações de produtividade, de resistência ao aumento de preços e de ajuste dos próprios agentes econômicos à necessidade de se manter a inflação baixa. Vamos acompanhar, agora, a reação do Copom e ver se cai a taxa de juros, em vez dos 0,75% como dito e anunciado.
Leia a notícia: Preço recua em 15 de 16 capitais pesquisadas, no momento em que se discute necessidade de manter alta do juro.
Depois de acumular altas consecutivas desde o fim do ano passado, o preço dos alimentos de primeira necessidade deu um alívio ao bolso do trabalhador brasileiro. Em agosto, o preço da cesta básica apresentou queda em 15 das 16 capitais pesquisadas mensalmente pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
A queda nos preços dos alimentos acontece num momento em que se discute a necessidade ou não de o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central manter a política de elevação das taxas de juros. Na próxima semana, o Copom voltará a se reunir. O objetivo do atual aperto monetário é esfriar a demanda, reduzindo o espaço para repasses de aumentos de custo para os preços, o que pressionaria ainda mais a inflação. Para alguns analistas, no entanto, o pior da inflação já teria passado.
"Foi a primeira vez desde fevereiro que o número de capitais com preços em queda supera o das cidades com altas", disse o economista José Maurício Soares, coordenador da pesquisa do Dieese. Naquele mês, 11 localidades haviam apresentado queda nos preços da cesta básica.
De acordo com o economista, a tendência de recuo nos preços de alimentos deve se manter nos próximos meses, seja por causa da queda nos cotações das matérias-primas (commodities) agrícolas no mercado internacional, seja por melhora nas condições climáticas e início da colheita de algumas culturas no País.
As retrações nos preços médios dos 13 gêneros alimentícios considerados de primeira necessidade superaram os 10% em quatro capitais: Recife (-10,77%), Natal (-10,73%), Fortaleza (-10,59%) e Rio de Janeiro (-10,56%). A única alta foi apurada em Goiânia, onde o custo da cesta apresentou ligeira variação de 1,15%.
Porto Alegre manteve o título de capital com a cesta básica mais cara, apesar de os gêneros alimentícios terem apresentado queda 6,99% no mês passado. Para comprar a cesta básica em agosto, o trabalhador gaúcho teve que desembolsar R$ 241,16, valor praticamente igual ao apurado em São Paulo (R$ 241,15). A cesta mais barata foi encontrada no Recife (R$ 176,09).
O recuo dos preços dos alimentos no mês passado representa um alívio para o orçamento dos trabalhadores, sobretudo os de renda mais baixa. Segundo o Dieese, em agosto o trabalhador que ganha o salário mínimo (R$ 415) gastou em média 110 horas e 12 minutos de trabalho para conseguir comprar a cesta básica. Em julho, precisava cumprir uma jornada de 117 horas e 8 minutos para adquirir os mesmos produtos. Descontada a contribuição previdenciária, a compra da cesta básica exigiu, no mês passado, o comprometimento de 54,45% do salário mínimo, ante 58,26% em julho. Há um ano, esse número correspondia a 47,74%.
Cesta básica recua até 11% em agosto, afirma Dieese -- Preço de alimentos cai em 15 das 16 capitais pesquisadas; em SP, baixa é de 4,35%.
Regularização das safras e desaceleração do preço das commodities agrícolas explicam queda; feijão e tomate são destaque de baixa
Os preços dos alimentos básicos recuaram em 15 de 16 capitais brasileiras no mês de agosto, segundo pesquisa realizada pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos).
As maiores quedas se deram em Recife (-10,77%), em Natal (-10,73%) e em Fortaleza (-10,59%). Em São Paulo, a baixa foi de 4,35%, mas o custo da cesta de gêneros alimentícios essenciais na cidade é o segundo maior, de R$ 241,15. A única cidade a registrar elevação foi Goiânia (1,15%).
"A alta generalizada dos itens observada pelo menos desde novembro último foi interrompida", diz José Maurício Soares, coordenador da pesquisa de cesta básica do Dieese.
A queda se explica pela regularização das safras e pela desaceleração do preço das commodities agrícolas no mercado internacional. O feijão, por exemplo, caiu em 15 localidades -a maior baixa foi de 17,07%, em Recife. "No ano passado, esse produto sofreu com uma seca muito forte. Além disso, não havia estoque suficiente para suprir o consumo e a cotação do petróleo disparou, encarecendo os fertilizantes", diz Soares. "Mas os preços do feijão não recuaram o bastante, ainda. Têm espaço para voltar."
A queda do tomate também foi destaque no mês passado.
Em Natal, chegou a 60%; em Vitória, a 55,56%; e, no Rio, a 53,48%. Mesmo assim, os preços continuam elevados: no período de um ano encerrado em agosto, o produto acumula alta de 40,74% no Rio Grande do Norte. "Apesar de não ter faltado tomate, o preço estava exagerado, daí as pronunciadas baixas no mês passado."
Todas as capitais viram o óleo de soja recuar também.
Em 11 delas, a carne e o arroz caíram. Já o leite, que está na entressafra, avançou em sete cidades.
Na avaliação de Soares, os preços tendem a seguir em queda até o final do ano. "O tempo está melhor do que em 2007, o que melhora a capacidade de produção."
Fim de discriminação a doméstico tem apoio
Estava na hora do reconhecimento pleno dos direitos dos trabalhadores domésticos. Que para muitos, exercem a tripla jornada. Pois quando chegam em casa têm que cuidar de suas residências. Queremos e apoiamos os direitos dos trabalhadores domésticos, na sua mais absoluta plenitude.
Veja as notícias:
Deputados do governo e da oposição manifestam apoio à intenção do governo de enviar projeto equiparando direitos.
Projeto daria à maior categoria do país, discriminada pela Constituição de 1988, direitos como hora extra e adicional noturno
Congressistas disseram ontem apoiar a intenção do governo de acabar com a discriminação contra os trabalhadores domésticos, a maior categoria profissional do país.
Deputados tanto da base quanto da oposição afirmaram que discutirão o assunto o mais rápido possível assim que uma PEC (proposta de emenda constitucional) chegue à Casa.
A idéia do governo é que o doméstico tenha direito a jornada de trabalho estabelecida em lei, hora extra, adicional noturno, salário-família e FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) obrigatório -desde 2000, esse benefício é opcional.
Alguns setores da oposição, no entanto, acusam o governo de começar a discutir o assunto agora devido às eleições de outubro. "Essa é mais uma jogada eleitoral do governo, mas ninguém vai ficar contra o trabalhador aqui no Congresso. Pode mandar [a PEC] que votamos com urgência", disse o vice-líder do DEM na Câmara, José Carlos Aleluia (BA).
O líder tucano, José Aníbal (SP), também concorda com a proposta, mas ressalta aumentos dos encargos profissionais que ela deve causar ao ser aprovada. "Temos que aprimorar essa questão, e acho que é uma boa hora para isso. Temos que contemplar essa categoria tão especial, mas também discutir tudo muito bem quando chegar aqui para não diminuir o número de contratações", disse. A líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC), faz a mesma ressalva. Segundo ela, a relação de trabalho dos domésticos é peculiar e precisa ser muito bem discutida. Já o líder do PT na Câmara, deputado Maurício Rands (PE), disse que as críticas da oposição sobre o momento "eleitoreiro" são apenas para "desmerecer as boas propostas do governo".
"Estamos em um momento em que a renda da sociedade está crescendo, por isso é justo que eles [domésticos] tenham um reconhecimento tão merecido", disse Rands.
Segundo reportagem da Folha no domingo, o governo federal prepara uma PEC que permitirá a equiparação dos direitos de 6,8 milhões de empregados domésticos do país -segundo o IBGE- com os dos demais trabalhadores.
Além dos 6,8 milhões de empregados domésticos que trabalham por mês, há 2,3 milhões de horistas, caso das faxineiras ou das diaristas. Somados, são 9,1 milhões de trabalhadores ou 5% da população brasileira.
Cinco ministérios (Trabalho, Previdência Social, Casa Civil, Fazenda e Planejamento) trabalham juntos na mudança na legislação, que deve chegar ao Congresso até o fim do ano. Para ser aprovado, o texto precisará ser aprovado em primeiro e em segundo turnos na Câmara dos Deputados e depois no Senado Federal.
VAREJO -- FATURAMENTO DO COMÉRCIO CRESCE 3,9% EM JULHO
O faturamento do varejo na região metropolitana de São Paulo em julho teve alta de 3,9% em relação ao mesmo mês de 2007, segundo dados da Fecomercio. Já no acumulado do ano até julho, as vendas cresceram 5,3% sobre igual intervalo do ano passado. A entidade atribui o resultado ao aumento da renda e do crédito.
Brasil bate recorde de importação de trabalhadores
É um bom sinal que confirma o crescimento consistente da nossa economia. E um alerta para que invistamos aceleradamente na qualificação profissional, indo além do lado acadêmico e apoiando cursos técnicos e profissionalizantes. E quem sabe, voltar a atrair os trabalhadores brasileiros qualificados que nas épocas de crise exportamos para o Exterior.
Veja o texto:
Ingresso é maior desde que governo começou a compilar dados, há 5 anos.
No primeiro semestre de 2008, número dobrou em relação a 2004.
O número de estrangeiros que vieram trabalhar no Brasil no primeiro semestre de 2008 é o maior em cinco anos, segundo dados do Ministério do Trabalho.
No primeiro semestre do ano, o número de autorizações chegou a 18,2 mil – um crescimento superior a 45% em relação a igual período do ano passado –, entre permissões temporárias e permanentes.
De acordo com especialistas em recursos humanos e em economia, o movimento reflete o crescimento da economia brasileira e pode trazer novos benefícios ao país.
Os dados do Ministério do Trabalho se restringem a um período relativamente curto, de cinco anos. Mas, considerados os números do primeiro semestre de cada ano, desde o início da série histórica, o total de estrangeiros que veio trabalhar no Brasil quase dobrou. Passou de 9,3 mil, em 2004, para 18,2 mil, em 2008.
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