segunda-feira, 6 de outubro de 2008

É hora de o governo federal mobilizar também os trabalhadores e suas centrais para blindagem contra a crise

Lula diz que apresentará ao Congresso medidas que adotará para enfrentar a crise nos EUA

Apesar de o presidente Lula falar que o tsumani da crise econômica dos EUA chegará no Brasil como uma marola, é bom a gente estar preparado para surfar em ondas típicas do Haiti. Já se percebe os primeiros indicadores com as restrições de crédito, o aumento de juros, adotado rapidamente por empresários que até semana passada gostavam de fazer coro e criticar o Meirelles, do Banco Central e sua politica monetarista. Vamos acompanhar as movimentações do Governo Lula e alem do Congresso é a hora de o presidente Lula chamar para a mesa os trabalhadores que através de suas centrais têm muito a colaborar com o Brasil.

Veja o texto:

Um dia depois de voltar a minimizar os efeitos da turbulência financeira internacional, afirmando que, se chegar ao Brasil, será uma "marola", o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, neste domingo, em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, depois de votar, que vai apresentar ao Congresso as medidas que adotará para enfrentar a crise americana, pois os líderes do Congresso 'precisam ter informações sobre o que o governo está fazendo'.

- Queremos que esse tema da crise seja levado ao Congresso para que as pessoas percebam que o país não corre risco, mas não podemos vacilar. A crise americana já consumiu US$ 850 bilhões do povo dos EUA para tapar buracos dos banqueiros que faziam agiotagem com dinheiro público - disse Lula, após votar em São Bernardo do Campo, no ABC paulista.

O presidente também se prepara para blindar o governo de ataques da oposição. Para tanto, convocou os líderes da base aliada para uma reunião nesta segunda-feira. Com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, pretende explicar aos parlamentares como está o quadro, que medidas estão sendo tomadas e de que forma o Brasil está agindo para enfrentar o enxugamento do crédito e uma possível recessão mundial.

O presidente reafirmou que a crise não vai afetar o país e muito menos o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).

- Só para vocês terem uma idéia, vamos licitar o trem- bala em março, para mostrar que sabemos lidar com a crise, porque nós nos precavemos. Ou seja, fizemos a lição de casa quando era preciso e agora temos reservas para enfrentar este a outras crises - disse Lula, ao final do processo de votação numa escola em São Bernardo do Campo.

Em Porto Alegre, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, também comentou a crise, afirmando que o Brasil tem robustez para enfrentar a turbulência e sofrer no máximo 'uma pequenininha gripe' .

No sábado, após participar de uma carreata do candidato a prefeito de São Bernardo do Campo, Luíz Marinho, o presidente disse que a crise nos EUA é uma tsunami e, se chegar ao Brasil, será uma 'marolinha' .

Mais informações no Globo online

Brasil é o quarto maior credor individual dos EUA

O Brasil agiu acertadamente ao descarregar parte de suas reservas em títulos do tesouro americano. Quando é que imaginaríamos que poderíamos correr algum risco de insolvência. O risco se torna agora teórico, dada as dimensões da nossa aposta nos títulos do tesouro. Mas ainda tem muita água debaixo da ponte. Merece, claro, um acompanhamento de perto.

Mais informações:

O Brasil já é o quarto maior credor individual dos Estados Unidos. Tem US$ 148,4 bilhões em títulos do Tesouro americano, de acordo com os dados mais recentes de Washington, de julho. O País só perde para Japão (US$ 593,4 bilhões), China (US$ 518,7 bilhões) e Grã-Bretanha (US$ 290,8 bilhões) - os países exportadores de petróleo aparecem na frente do Brasil porque estão agrupados.

Em meio à crise nos Estados Unidos e ante a perspectiva de um grande aumento na dívida do país, a concentração das reservas brasileiras em títulos do Tesouro americano (Treasuries) desperta preocupação. Rússia e a Índia vêm reduzindo a exposição ao dólar.

Esses títulos ainda são o investimento mais seguro do mundo. Recentemente, em meio à turbulência, a remuneração de alguns desses papéis caiu para quase zero por causa do aumento na demanda por esses títulos - resultado de investidores fugindo de qualquer tipo de risco.

"Não vejo ninguém preocupado com um calote dos Estados Unidos", diz Jon Huenemann, diretor de comércio exterior do escritório Miller Chevallier e ex-representante-assistente de comércio dos EUA. Mas, se a crise se aprofundar, a economia americana entrar em recessão e a dívida explodir, aí pode-se pensar em diversificação, diz o executivo.

Presidente aproveita crise para acelerar a reforma tributária

Outra iniciativa louvável do governo Lula. Fica apenas a pergunta: e os trabalhadores com suas centrais? Reforma tributária sem os trabalhadores não passa. O presidente Lula e seu governo sabem disso.

Acompanhemos: Em reunião hoje com os partidos políticos que sustentam seu governo no Congresso, o presidente Lula vai tentar tranqüilizar os aliados em relação aos efeitos da crise mundial sobre o Brasil e pedir novo esforço neste ano para a aprovação de uma reforma tributária.

A reforma tributária é um tema que morre e ressuscita de acordo com a conveniência política do governo. Neste momento de insegurança, o presidente avalia que tem discurso para forçar o Congresso a aprová-la. Seria um sinal, dirá Lula, para mostrar aos investidores estrangeiros -a melhora do ambiente de negócios, que ajudaria a trazer investimentos.

Participarão da reunião com Lula, no Palácio do Planalto, os líderes dos partidos governistas no Congresso, os presidentes das legendas e os presidentes da Câmara e do Senado, além de ministros de Estado.

Está programada uma exposição do ministro Guido Mantega (Fazenda) sobre a importância em socorrer os agricultores. Na avaliação da equipe econômica, é importante mostrar aos parlamentares os planos para aumentar a oferta de crédito a produtores agrícolas, com remanejamento de cerca de R$ 5 bilhões do Orçamento.

 

 

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