Governo de São Paulo prepara linha de crédito de R$ 3 bi a montadoras sem exigir contrapartida social
(Postado por Chiquinho Pereira, em Ribeirão Preto) Está na hora de colocarmos na pauta da sociedade civil organizada, através de manifestações de sindicatos, partidos políticos, Ongs, igrejas e associações populares a contrapartida social. Cada iniciativa dos governos federal ou estaduais para ajudar os empresários, os banqueiros ou até mesmo as empresas que se deram mal na especulação com o dólar deve passar, obrigatoriamente, por um critério de contrapartida social. O que as empresas e empresários que receberam ajuda farão para proteger seus trabcalhadores, como se empenharão para reforçar as políticas sociais do governo? Do jeito que está corremos o risco de ajudar os espertalhões num momento de crise. Empresas e seus donos que em qualquer situação de aperto, correm para os cofres públicos (a famosa mamada na teta do governo) para assim que tiverem o problema resolvido demitirem, aumentar preços, pensarem apenas nos interesses mesquinhos em vez de levar em consideração nossa realidade política, econômica e social.
Leia mais e pense, sempre, que tipo de contrapartida social o governo deveria exigir:
Valor será oferecido pela Nossa Caixa; BB também já anunciou ajuda de R$ 4 bi.
Socorro para instituições financeiras ligadas às montadoras será anunciado hoje pelo governador Serra em evento com a Anfavea
O governo de São Paulo formaliza hoje pacote do Estado de socorro às montadoras. O governador José Serra (PSDB) assinará termo permitindo a abertura de uma linha de crédito especial do banco Nossa Caixa para instituições financeiras ligadas às montadoras de carros. A Folha apurou que a linha de financiamento deve girar em torno de R$ 3 bilhões.
Na semana passada, o governo federal anunciou ajuda de R$ 4 bilhões ao setor, por meio do Banco do Brasil, que também vai oferecer financiamento a bancos de montadoras. O objetivo das duas medidas é tentar amenizar o impacto da escassez de crédito no setor automotivo, um dos principais motores do crescimento econômico nos últimos anos.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, foi convidado por Serra para o evento, programado para as 12h, no Palácio dos Bandeirantes. A intenção de oferecer ajuda estadual ao setor foi anunciada pelo governador, após reunião com Mantega, na semana passada, em Brasília. Na ocasião, Serra afirmou que a medida poderá não ser suficiente para suprir a falta de crédito. "O dinheiro não é suficiente. Mas dá uma boa ajuda."
Preparado pelo secretário estadual de Fazenda, Mauro Ricardo Costa, o pacote beneficiará os bancos pertencentes ou associados às montadoras.
A cerimônia contará com a presença do presidente do banco Nossa Caixa, Milton Luiz de Melo Santos, e do presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), Jackson Schneider, além de representantes da Anef (Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras).
"Isso vai beneficiar o consumidor, que, na ponta, poderá comprar o seu carro. Na cadeia produtiva, esses recursos permitirão que as montadoras continuem operando, mantendo o nível de emprego", afirmou Melo Santos.
No caso do BB, o banco aproveitará recursos disponíveis do compulsório (parcela dos depósitos que as instituições são obrigadas a recolher no BC). Com a liberação do compulsório, o BB ficou com R$ 11 bilhões disponíveis para dar liquidez a outros bancos.
Ao injetarem recursos nos bancos das montadoras, o governo federal e o de São Paulo facilitam o acesso ao crédito do consumidor para a compra de veículos, que vem apresentando quedas devido à crise.
As vendas de automóveis caíram 11% em outubro se comparadas com as de setembro. A redução em relação a outubro de 2007 foi de 2,12%, a primeira queda registrada no ano. (Mais informações na Folha)
Lula defende sistema imune às “aventuras” da especulação
Como discurso é excelente. Ainda mais para estrangeiro. Temos que pedir para o presidente Lula fazer o mesmo discurso aqui no Brasil, para seus ministros, para os governadores e os deputados que o apóiam para que inauguremos uma nova era no capitalismo mundial, que precisa ser mais humano, mais social e menos predador como é atualmente. Nas épocas de crise (como agora) surgem os santos, os redentores e os salvadores da pátria. Daqui a pouco já esqueceram e a especulação voltará com tudo e será o salve-se quem puder.
Leia mais: O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem que os países precisam construir um sistema financeiro mais transparente e imune às "aventuras" do capital especulativo. Em discurso no Palácio Quirinale, em Roma, onde foi recebido pelo presidente italiano, Giorgio Napolitano, ele disse que é preciso vontade política para acabar com a crise financeira mundial. "Os governantes precisam entender que precisamos ouvir menos analistas de mercado e mais analistas de problemas sociais, de desenvolvimento e que conhecem as pessoas."
Sob o olhar de Napolitano, um ex-comunista, que demonstrou surpresa e satisfação com a parte de improviso do discurso, Lula disse ainda que os países em desenvolvimento precisam ser mais ouvidos nos fóruns internacionais.
"Penso que essa crise é uma oportunidade extraordinária para fazermos uma reflexão de tudo que fizemos de errado a partir do Consenso de Washington e criarmos outro consenso em que o ser humano, o trabalhador, a produção agrícola e industrial e a produção cultural, científica e tecnológica sejam a razão de ser da economia e não a especulação financeira", salientou. (Leia mais no Estadão)
Procura por carreira que forma professor cai até 58% na Fuvest
É uma calamidade pública. A situação da falta de investimento na educação no Brasil é desesperadora. Faltam professores e faltam investimentos. Falta também seridade do governo e da sociedade civil organizada. Temos que exigir, com a mesma ênfase que lutamos pelo fim da ditadura militar e pelo controle da inflação, que os governos coloquem em prática políticas de curto prazo a favor da educação. É a única chance que temos de desenvolver o País, de gerar oportunidades para nossos jovens e apostar na distribuição de renda.
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Letras, pedagogia e outros cursos ligados à formação de professores para a educação básica sofreram uma brutal queda de procura nos últimos anos na Fuvest, que seleciona calouros para a USP. Algumas carreiras perderam mais da metade do número de inscritos nos últimos três anos.
A redução nesses cursos na principal universidade do país ocorre justamente num período de déficit de professores no Brasil. Segundo o Ministério da Educação, faltam 246 mil docentes no sistema e 300 mil docentes não são formados na área de atuação (exemplo: hoje, cerca de 20 mil professores de matemática são, na verdade, formados em pedagogia).
Educadores ouvidos pela Folha apontam várias causas para essa situação: baixos salários, migração de alunos para cursos privados em razão das bolsas do ProUni e a abertura de cursos de ensino a distância.
Os dados sobre o vestibular da Fuvest, tabulados pela reportagem, consideram a variação entre o exame para ingresso no ano que vem e no de 2006, quando o número de inscritos foi recorde. De um modo geral, considerando todas as carreiras, houve uma queda de inscrições na Fuvest de 19%.
Em pedagogia, a redução foi de 58,3% (1.930 inscritos a menos); em letras, de 43,3% (3.393 a menos). Também ocorreu queda nos cursos que formam professores para disciplinas específicas, como matemática e física (50,4%); história (46,4%); e química (43,9%).
Como comparação, no período, a procura cresceu muito nos cursos de engenharia civil em São Carlos (72,7%) e fonoaudiologia em Bauru (101,6%) .
Salário baixo — Para Heleno Araújo Filho, secretário de assuntos educacionais da CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação), a questão salarial é um dos principais elementos para a baixa procura dos jovens pela profissão. "Hoje, você encontra concurso público para policial rodoviário federal com exigência de nível médio e salário de R$ 5.260. Um professor, com nível superior, no Estado do Pernambuco, por exemplo, ganha em início de carreira R$ 762." (Leia mais na Folha)
Pirataria leva à perda de R$ 18,6 bi em arrecadação este ano
A pirataria é a vergonha nacional. Até mesmo o pão nosso de cada dia é feito em padarias piratas no Estado de São Paulo. Hoje, de cada três pãezinhos consumidos no nosso Estado, um é pirata. Imagina os produtos de marca, como o texto a seguir aponta. Perdem todos nós. Os empresários, os trabalhadores e o governo. Mas, da mesma maneira que a educação, a pirataria corre solta por falta de empenho político do governo.
Leia mais: As vendas de produtos piratas no Brasil no ano passado significaram uma perda de R$ 18,6 bilhões em impostos nos 12 meses encerrados em setembro, levando-se em conta apenas sete setores da indústria nacional. As estimativas são da pesquisa "O impacto da pirataria no setor de consumo no Brasil", divulgada hoje pela Associação Nacional para Garantia dos Direitos Intelectuais (Angardi) e pelo Conselho Empresarial Brasil - Estados Unidos.
"Discutíamos no ano passado R$ 40 bilhões da CPMF. Só essa perda significa metade do que se estimava para a CPMF em 2008. É um número muito grande", frisou Solange Mata Machado, representante no Brasil do Conselho Empresarial Brasil - Estados Unidos.
Além da menor arrecadação de impostos, há também a perda de receita da indústria, que pode chegar a R$ 62,4 bilhões considerando apenas os setores de tênis, roupas e brinquedos. Quando entram na conta os relógios, perfumes e cosméticos, jogos eletrônicos e peças para motos, as perdas podem atingir este ano R$ 93,1 bilhões. (Mais informações em O Globo on line)
BB anuncia compra do Banco do Piauí
Temos que acompanhar essas fusões bancárias atentos para o outro lado da crise, ou seja, o lado que beneficia os grandões e os torna ainda mais fortes e cada vez mais sem controle. Cadê a contrapartida a favor dos trabalhadores bancários, dos correntistas e dos cidadãos? Qualquer mega fusão destas tem que ter a mão do Estado, para proteger os mais fracos, ou seja, os trabalhadores envolvidos e os correntistas. Senão vamos viver na ditadura dos bancos e banqueiros daqui a pouco.
Leia mais e reflita: O Banco do Brasil (BB) anuncia, nesta terça-feira, a incorporação do Banco do Estado do Piauí (BEP), como parte do plano de adquirir as instituições públicas ainda existentes para fazer frente à concorrência privada. A estratégia inclui a compra do paulista Nossa Caixa - que deve ser anunciada ainda nesta semana- e de participação em instituições financeiras privadas. Além do Votorantim, outros 15 bancos interessam ao BB.
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