Lula pede 'esforço' da Embraer para ajudar demitidos
(Postado por Laerte Teixeira da Costa) A Embraer não devia demitir. Afinal, ao longo dos anos conta com recursos públicos, com infraestrutura operacional do governo, com apoio a ponto de gerar protestos da Bombardier, sua principal concorrente no mundo. Agora demitiu. Os trabalhadores têm todo o apoio da UGT para exigirem a reintegração e caso não consigam, pelo menos, amplos apoios para minorar os prejuízos causados pela demissão indevida.
Leia mais: O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não pediu aos diretores da Embraer, na reunião de hoje, no Palácio do Planalto, que revejam a decisão de demitir 4.270 dos 21,3 mil funcionários, informou o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, em entrevista, após participar do encontro. Lula, segundo o ministro, pediu que os dirigentes tomem medidas para minorar os problemas dos demitidos.
Na quinta-feira passada, Lula estava indignado com as demissões, segundo relato feito pelo presidente da CUT, Arthur Henrique, após encontro com ele. O sindicalista contou que Lula afirmara ser inadmissível uma empresa beneficiada com recursos públicos promover demissões ao primeiro sinal de problemas. O relato de Arthur Henrique não foi desmentido pelo Palácio do Planalto.
Hoje, de acordo com as informações de Miguel Jorge, Lula começou a reunião pedindo aos dirigentes da Embraer que explicassem os motivos dos cortes de pessoal. O presidente da Embraer, Frederico Curado, disse a Lula, segundo o ministro, que a empresa teve cancelamentos e adiamentos de 30% das encomendas de aviões, que 93% das encomendas são do mercado externo e apenas 7% do interno e que a aviação executiva no Brasil reduziu em 60% suas compras.
"Ele (Lula) pediu que a empresa verifique o que é possível fazer para minimizar o problema das pessoas dispensadas", relatou Miguel Jorge. Os diretores da empresa disseram ao presidente, ainda de acordo com o ministro, que avaliarão o que é possível fazer e informaram que os demitidos terão um ano de assistência de saúde pago. Segundo Miguel Jorge, Lula pediu "um esforço adicional", com outras medidas para auxiliar as pessoas dispensadas.
O ministro do Desenvolvimento contou ainda que, na quinta-feira da semana passada), às 11 horas da manhã, informou a Lula que a Embraer faria as demissões. Em resposta a uma pergunta sobre notícia publicada em dezembro antecipando as demissões, Miguel Jorge disse que, na ocasião, telefonou para dirigentes da Embraer e que estes lhe asseguraram que não havia previsão de cortes de pessoal. (Mais informações no Estadão)
A UGT vai apoiar a campanha da CNBB porque toca num ponto que nos interessa, ou seja, recuperar a dignidade da vida, acabar com a violência gratuita, criar um ambiente seguro e estável para nossas famílias. Cada morte gera um prejuízo incalculável para o país. Cada jovem, pai, mãe assassinado é uma tristeza imensa e um cidadão preparado para a vida que é, não apenas para suas famílias, mas para o Brasil como Nação, insubstituível.
Leia mais: O papa Bento 16 enviou ao presidente da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), dom Geraldo Lyrio Rocha, mensagem de apoio à Campanha da Fraternidade, inaugurada ontem com o início da Quaresma. A campanha deste ano tem o tema "Fraternidade e segurança pública" e busca incentivar o debate "sobre a insegurança que toma conta da população e os caminhos para uma cultura de paz".
Em sua mensagem, Bento 16 disse que a Quaresma "convida a lutar sem pausa para fazer o bem". "É necessário buscar seriamente a justiça para que a convivência esteja baseada na paz e no amor e não no ódio ou na indiferença", afirmou. (Leia mais na Folha)
Taxa básica de juros deve chegar a 10,38% no final deste ano
A Selic é de definida pelo Comitê de Política Monetária ( Copom) do BC e usada pela autoridade monetária para controlar a inflação. Para o próximo mês, quando haverá uma reunião do comitê, os analistas mantiveram a projeção de que a taxa básica seja reduzida dos atuais 12,75% para 11,75% ao ano.
Os analistas esperam pelos cortes de juros por conta do desaquecimento da economia neste ano, um efeito da crise financeira internacional, e pela expectativa de que a inflação permanecerá sob controle, ou seja, dentro da meta do governo. (Leia mais no DCI)
Venda direta "usa" crise para faturar R$ 20 bi
O setor de vendas diretas tem demonstrado fôlego na contramão da crise mundial -- que chega a lhe ser favorável em alguns pontos. O setor cresceu 14% e movimentou R$ 18,5 bilhões ano passado, com 2 milhões de revendedores. A aposta este ano é faturar R$ 20 bilhões e expandir os negócios, na opinião de marcas de peso como Amway , que vai aumentar seu poll de produtos e investir US$ 100 milhões para dobrar o faturamento na América do Sul até 2012 - em especial no Brasil. Outro caso é o da Avon, que detém mais de 1 milhão de revendedores e investirá em um centro de distribuição. A mais nova marca do mercado, a Jequiti/Hidrogem, do Grupo Silvio Santos, acaba de fechar contratos na China para colocar no mercado brasileiro, a partir de maio, um catálogo de itens para o lar.
A crise tem impacto menor em vendas diretas do que em outros setores, entre outros motivos, porque nos períodos de turbulência, como o atual, aumenta o número de pessoas que perdem o emprego. Uma parte delas opta pela venda direta, seja para ter alguma renda, seja para complementar seus ganhos.
Por isso, as empresas que trabalham no segmento seguem tão otimistas e continuam apostando em várias inovações para crescer este ano. O diretor-geral da divisão de cosmético da Hidrogem/Jequiti, Lásaro do Carmo Júnior, por exemplo, voltou há duas semanas da China e disse ter fechado contratos para iniciar por lá uma linha de produção de não-cosméticos (itens voltados para casa). "Vamos produzir lá porque encontramos qualidade e preço é bons Marcas como Nike e Dolce & Gabbana estão lá." (Leia mais no DCI)
São Paulo não pode omitir-se ante a crise
Por Carlos Reis — Presidente do Sindicato dos Eletricitários de São Paulo e vice-presidente da UGT, publicado no Monitor Mercantil
A crise econômica mundial, cuja gravidade é incontestável, precisa ser enfrentada no Brasil com mais determinação, coragem e competência. É necessário, sobretudo, que União, governos estaduais e municipais, empresas, trabalhadores e toda a sociedade mobilizem-se, com muito empenho e sinergia, para evitar uma recessão e garantir crescimento econômico pelo menos razoável no presente cenário.
Num momento grave como o atual, o papel do Estado é imprescindível, como tem deixado claro em seus pronunciamentos o novo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. Prova de que isso é verdadeiro encontra-se no mercado brasileiro de automóveis, cuja produção já duplicou em janeiro, em decorrência da desoneração tributária do IPI estabelecida pelo Governo Federal. Este, aliás, ante evidência tão cristalina dessa positiva relação causa-efeito, deveria adotar providências mais amplas e eficazes, como redução de impostos em mais larga escala e, barateando o custo do dinheiro, diminuição imediata significativa dos juros e do spread bancário, começando pelos bancos estatais, nos quais tem ingerência, para dar o exemplo e fazer valer as leis do mercado. Nesse processo de mobilização do País na luta contra a crise, São Paulo não pode ficar omisso. Afinal, o Estado, com 34% do PIB nacional, tem a maior economia e população dentre todas as unidades federativas. Assim, é estranho e desconfortável observar que o governo paulista age como se nada de anormal estivesse ocorrendo, mantendo-se distante do campo de discussões e sequer cogitando a adoção de medidas.
Entendemos, a exemplo de posição consensual de centrais sindicais e entidades de classe patronais, que, em âmbito estadual, deveriam ser adotadas medidas eficazes: criação do drawback paulista, eliminando-se o ICMS dos insumos utilizados na fabricação de produtos destinados à exportação; maior prazo para o recolhimento do ICMS e redução de sua alíquota, atualmente de 18%. Um setor importantíssimo no qual o governo paulista já poderia ter atuado é o da energia elétrica, altamente taxado e com boa gordura para redução tributária. Como se sabe, numa absurda manobra contábil, o chamado cálculo por dentro, o ICMS cobrado dos consumidores passa de 25% para 33%. Sua redução significaria economia muito bem-vinda para os consumidores neste momento. Além disso, teria positivo efeito em cascata, considerando que a eletricidade é insumo decisivo da produção, na qual seu barateamento contribuiria para a redução de custos, melhoria dos resultados e manutenção de postos de trabalho. Para os trabalhadores, é decisivo que o setor público faça sua parte no sentido de conter a crise. Afinal, no período de ampla prosperidade encerrado em outubro último, quando se observou a internacionalização da crise, eles não foram contemplados proporcionalmente à expansão econômica e ao crescimento do lucro das empresas. Agora, contudo, são os primeiros a pagar a amarga conta, com o fantasma das demissões em massa, como demonstra, aliás, o relatório Tendências Mundiais de Emprego 2009, da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
O documento mostra que a crise econômica global pode resultar em até 50 milhões de novos desempregados este ano, com a taxa mundial de desemprego chegando à média de 7,1%, contra 6% em 2008 e 5,7% em 2007. Isto significaria 230 milhões de desempregados em todo o mundo. A nova estimativa da OIT é bem mais drásticas do que a divulgada em outubro de 2008, quando o organismo projetara que o número de desempregados poderia aumentar em até 20 milhões de pessoas este ano. Na América Latina, as perspectivas para 2009 são de uma taxa média de desemprego na região de 8,3%. Isto significaria aumento de um ponto percentual em relação a 2008.
Em números reais, seriam 23 milhões de pessoas sem trabalho. Precisamos tirar o Brasil dessas tristes estatísticas!
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