Comerciários de São Paulo em estado de greve
Comerciários de São Paulo, em campanha salarial, decretam estado de greve e ameaçam não trabalhar no próximo domingo e no feriado, por que a categoria está sem a renovação do dissídio coletivo, o que torna ilegal o trabalho aos domingos e feriados.
Basta dar uma olhada nos indicadores do comércio, pesquisados e divulgados pela própria Fecomércio (Federação do Comércio do Estado de São Paulo) que apontam um excelente desempenho do setor, com crescimento de 3,3% em agosto diante do mesmo mês do ano passado, e conhecer de perto a intransigência patronal na campanha salarial deste ano para entender as motivações dos comerciários de São Paulo em decretar estado de greve.
Os patrões do comércio de São Paulo só enxergam o próprio umbigo. São incapazes de reconhecer o esforço dos seus principais aliados, os seus trabalhadores dentro das lojas, dos shoppings, das concessionárias etc. Querem, ano a ano, ganhar sozinhos. São os principais agentes da concentração de renda no Brasil, deixando seus funcionários com salários ridículos, com carga horária excessiva, enquanto atuam como aves de rapina. Muitas vezes sonegando impostos, obrigando o empregado a receber por fora e, sempre, prejudicando o crescimento da economia brasileira. Na maioria, são empresários irresponsáveis que não sabem reconhecer que é a economia em crescimento que estimula os consumidores a voltar para suas lojas. E que sem os seus principais aliados, os funcionários de suas lojas, não há venda. É um patronato que não percebe que os comerciários ajuda o setor a responder por 60% do Produto Interno Bruto do Brasil. Por isso, o estado de greve e o encaminhamento do dissídio coletivo para o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) são as únicas alternativas que restam aos comerciários. Além das articulações que já realizamos hoje para fechar o comércio no próximo domingo e no Dia das Crianças. Pois sem acordo coletivo é ilegal o trabalho dos comerciários aos domingos.
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Fecomercio-SP: faturamento cresce 3,3% em agosto
O comércio varejista da região metropolitana de São Paulo registrou em agosto a segunda alta do ano no faturamento real. É o que indica a Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista (PCCV), realizada mensalmente pela Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP). Em agosto, o varejo registrou alta de 3,3% ante o mesmo período de 2008. No acumulado dos oito primeiros meses do ano, a taxa de crescimento do setor foi de 0,7% ante igual intervalo de 2008. Antes de agosto, a única alta registrada em 2009 foi a de 10,8% observada em junho em relação ao mesmo mês de 2008.Os economistas da entidade atribuem o crescimento ao setor de supermercados, atividade de maior peso no varejo e que puxou o resultado do indicador em agosto. De acordo com eles, os consumidores voltaram a comprar bens básicos de consumo depois dos efeitos da crise financeira mundial no País. "Isso se deve aos incentivos do governo, como a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), e ao aumento da massa de rendimento, que teve crescimento médio real de 5% no primeiro semestre", explica Altamiro Carvalho, da Fecomercio-SP.Carvalho ressalta que em agosto do ano passado as vendas estavam bastante aquecidas. "O resultado parece indicar o início da consolidação de uma nova trajetória de crescimento sustentado das vendas na região, com a normalização do nível de consumo das famílias", avalia. O economista atribui ainda o resultado à redução gradual do desemprego e facilidade de acesso ao crédito nos últimos três meses.O setor de supermercados apresentou o melhor desempenho do comércio varejista ante agosto de 2008, 15,4%. No acumulado de janeiro a agosto, a alta foi de 8% em relação ao mesmo período de 2008. Essa é a quinta alta consecutiva no setor. Para Carvalho, o resultado revela a tendência do consumidor em dar prioridade a gastos que foram cortados durante os primeiros meses de crise no País, no final do ano passado. (Leia mais no Estadão)
Faturamento de microempresa cai pelo 11º mês seguido
Apesar dos sinais de arrefecimento, a crise financeira mundial ainda não é página virada para os micro e pequenos negócios. A pesquisa Indicadores Sebrae-SP, realizada mensalmente em colaboração com a Fundação Seade, apontou queda de 1,3% no faturamento dessas empresas em agosto ante o mesmo mês de 2008, o décimo primeiro resultado negativo consecutivo (desde outubro de 2008).Na análise mês a mês, agosto registrou crescimento de 6,2% na receita líquida real das empresas ante julho, alta atribuída às vendas para o Dia dos Pais. O resultado foi puxado pelo comércio, que registrou aumento de 11,3%. Em termos absolutos, os micro e pequenos negócios tiveram em agosto receita total de R$ 22,7 bilhões.O comércio foi o único setor a registrar no acumulado dos últimos 12 meses, de agosto de 2008 a julho de 2009, crescimento na receita real: 5,3%. Por outro lado, indústria e serviços tiveram quedas no mesmo intervalo - de 6,6% e 10,2%, respectivamente.O diretor superintendente do Sebrae-SP, Ricardo Tortorella, atribui as retrações à baixa oferta de crédito direcionado aos micro e pequenos negócios. "As atividades mais dependentes de financiamento continuam sendo as mais afetadas pelos reflexos da crise", avalia.A pesquisa monitora o desempenho de 2,7 mil empresas no Estado de São Paulo e também verificou a expectativa dos proprietários de micro e pequenos negócios, mostrando que 53% esperam manutenção no faturamento real e 56% acreditam em estabilidade para o nível de atividade na economia. (Leia mais no Estado)
IBGE: emprego industrial sobe 0,3% em agosto
O emprego industrial subiu 0,3% em agosto ante julho, na série com ajuste sazonal, segundo divulgou hoje o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na segunda variação positiva consecutiva apurada pelo instituto ante o mês anterior. O índice de média móvel trimestral da ocupação no setor subiu 0,2% no trimestre encerrado em agosto ante o terminado em julho, na primeira variação positiva desde novembro do ano passado.Os resultados do emprego comparativos a 2008, no entanto, prosseguem negativos. Houve queda de 6,7% ante agosto do ano passado e recuo de 5,5% no acumulado do ano, além de queda de 3,5% no período de 12 meses encerrado em agosto.A folha de pagamento real (descontada a inflação) da indústria caiu 0,4% em agosto ante julho, na série com ajuste sazonal, segundo o IBGE. O índice de média móvel trimestral da folha registrou recuo de 0,7% no trimestre encerrado em agosto ante o terminado em julho. Os resultados foram negativos também no confronto com agosto do ano passado (-6,2%) e no acumulado do ano (-2,2%). Em 12 meses, porém, a folha do setor prossegue em trajetória positiva, com alta de 0,3% até agosto. (Leia mais no Estadão)
Fazenda agora reduz o otimismo
Para o ministro Guido Mantega, expectativa de que país crescerá mais de 5% em 2010 não se justifica. Ministro atribui análises sobre a expansão forte da economia a setores do mercado que "ganham mais dinheiro com juros altos.
O ministro Guido Mantega (Fazenda), integrante da ala desenvolvimentista do governo, que defende um ritmo mais acelerado do PIB, disse ontem que o crescimento da economia em 2010 não será superior a 5%, como já projetam analistas do mercado financeiro.A tentativa de conter a euforia com a retomada da economia e de injetar algum pessimismo no discurso oficial tem uma explicação: o medo de uma alta nos juros ainda neste ano, decisão que o governo quer evitar a qualquer custo."Não se justificam essas expectativas que já estão forçando um aumento nas taxas de juros futuras. Estamos dentro da trajetória [de recuperação]. É um equívoco a interpretação de que há um aquecimento da economia", disse o ministro, que atribuiu essas análises a setores do mercado financeiro que "ganham mais dinheiro com as taxas de juros altas". As projeções de um crescimento mais forte em 2010 têm feito o mercado financeiro apostar numa subida dos juros neste ano ou no início do próximo. Esse movimento era previsto para o segundo semestre de 2010, caso o ritmo de retomada fosse menos forte.Para o ministro, o desempenho da economia no trimestre encerrado em setembro não será mantido nos últimos três meses do ano. Haverá uma acomodação que não levará a um aumento na inflação em 2010.Mantega também aproveitou para responder às críticas que o BC fez sobre os aumentos de gastos do governo. Na divulgação do Relatório de Inflação, o BC disse que um dos motivos para o aumento nos preços em 2010 era a elevação nas despesas do governo."Não vamos usar o fiscal para estímulo eleitoral. Os analistas que criticam a nossa política fiscal estão ignorando os fatos", afirmou, sem citar o BC.Na avaliação de Mantega, as desonerações e os estímulos dados pelo governo para combater a crise vão se encerrar até o fim do ano, o que melhorará a arrecadação federal e também o resultado das contas públicas.O ministro descartou qualquer medida de intervenção no câmbio. Para ele, a forte entrada de moeda, que tem valorizado o real ante o dólar, é o "preço" que o Brasil paga por se recuperar rapidamente da crise. (Leia mais na Folha)
Bancários encerram greve em SP após 15 dias
Categoria aceita proposta de reajuste de 6%, mas paralisação continua na Caixa. Aumento real é de 1,5%; Banco do Brasil atende a reivindicação de contratar 10 mil bancários, de acordo com assessoria de sindicato.
Após 15 dias de greve, a maior parte dos bancários de São Paulo decidiu ontem voltar ao trabalho. As paralisações, porém, ainda serão mantidas na Caixa Econômica Federal, já que a negociação não avançou.Em assembleia realizada ontem, os bancários de instituições privadas, da Nossa Caixa e do Banco do Brasil aceitaram proposta da Fenaban (federação dos bancos).O acordo prevê reajuste salarial de 6%, o que representa aumento real de 1,5%, e a simplificação da regras de pagamento da PLR (Participação nos Lucros e Resultados), agora baseadas no percentual do lucro das instituições. A proposta inclui PLR de 90% do salário mais R$ 1.024, com teto de R$ 6.680. O valor pode ser majorado até que seja distribuído pelo menos 5% ou até 15% do lucro.A categoria ainda obteve outros benefícios, como a ampliação da licença-maternidade para seis meses. O Banco do Brasil também atendeu a reivindicação da categoria para contratar 10 mil bancários em dois anos, de acordo com a assessoria de imprensa do Sindicato dos Bancários de São Paulo."Pelo sexto ano consecutivo, os bancários conquistam aumento real de salários", disse em nota o presidente do sindicato, Luiz Cláudio Marcolino.No restante do país, o movimento nas empresas privadas também acabou. Já no BB, há uma divisão -unidades em Brasília, Porto Alegre, Salvador e Fortaleza, seguem paradas. Servidores da Caixa Econômica Federal também continuam em greve em todo o país. Um novo encontro entre uma comissão de negociação da estatal e sindicalistas está marcada para hoje à tarde.Outras categorias -- Greves realizadas por outras categorias também resultaram em aumento real.Depois de três semanas de paralisações, os 3.500 metalúrgicos da Volkswagen-Audi, em São José dos Pinhais, fecharam com a empresa reajuste de 8,3%, ou 3,7% de aumento real. O acordo foi fechado no fim de setembro. Funcionários da GM de São José dos Campos, no interior de São Paulo, e de São Caetano do Sul, no ABC paulista, receberam reajuste de 8,3%.Com as greves, a indústria automotiva deixou de produzir 20 mil veículos, segundo estimativa da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores).Também os trabalhadores dos Correios encerraram greve em setembro. Na região metropolitana de São Paulo, os servidores aceitaram a proposta de aumento de 9% mais R$ 100 e comprometeram-se a não fazer campanha salarial em 2010. (Leia mais na Folha)
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