Depois da superação da crise nos preparar para os empregos da Copa do Mundo e das Olimpíadas
(Postado por Moacyr Pereira) — Vivemos uma época de grandes mudanças. A crise financeira mundial foi a oportunidade que o Brasil encontrou para provar, sem deixar dúvidas, que somos uma nova Nação e que estamos preparados para assumir nosso lugar entre os países de economia sustentável. Mas como podemos ver na melhoria do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) o Brasil ainda tem muito o que melhorar. E como sempre as oportunidades estão aí com a realização da Copa do Mundo em 2014 e das Olimpíadas em 2016. Portanto, é a hora de treinar e requalificar nossa mão de obra para que tenhamos condições de ocupar sem traumas cada uma das 5,7 milhões de novas estimadas para os dois eventos. Aos brasileiros, de agora em diante, muito trabalho para aproveitar a oportunidade de gerar emprego. E através de empregos de qualidade, vamos conseguir reduzir as desigualdades e melhorar ainda mais o nosso IDH, que ainda nos deixa atrás de muitos países da América Latina.
Aumento da renda eleva IDH do Brasil
País se manteve estável, no entanto, no ranking que compara o desenvolvimento humano de 182 nações, na 75ª posição.
De 2006 para 2007, o IDH brasileiro passou de 0,808 para 0,813; valores acima de 0,800 representam "alto desenvolvimento humano".
Impulsionado mais uma vez pelo aumento na renda, o Brasil registrou uma melhora em seu IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), mas permaneceu estável no ranking de nações elaborado anualmente pelo Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), na 75ª posição.
O IDH varia de 0 a 1 e tenta medir o desenvolvimento humano dos 182 países comparados a partir de três dimensões: saúde, educação e PIB per capita. De 2006 para 2007 (os relatórios sempre se referem a dois anos antes), o IDH brasileiro variou de 0,808 para 0,813. Um valor acima de 0,800 é considerado nível de alto desenvolvimento humano.
Neste ano, o tema principal do relatório foi migração. Para facilitar as análises sobre este tópico, pela primeira vez, o Pnud separou nações com IDH acima de 0,900 num grupo considerado de muito alto desenvolvimento humano.
Fazem parte desta elite, que concentra a maioria dos imigrantes, 38 países, liderados por Noruega (0,971), Austrália (0,970) e Islândia (0,969).
Na base do ranking encontram-se Níger (0,340), Afeganistão (0,352) e Serra Leoa (0,365). O Pnud destaca que uma criança que nascer hoje em Níger terá expectativa de viver apenas até os 51 anos, enquanto uma norueguesa deverá chegar aos 81.
"Muitos países testemunharam retrocessos nas últimas décadas devido às retrações econômicas, crises induzidas por conflitos e epidemias de HIV", afirma a principal autora do relatório deste ano, Jeni Klugman.
Como os dados divulgados no relatório deste ano vão somente até 2007, ainda não é possível mensurar o impacto da crise econômica mundial, iniciada no fim do ano passado.
Alison Kennedy, chefe da equipe de estatística do IDH, no entanto, diz esperar que os efeitos não sejam tão grandes: "O PIB per capita de muitos países pode ter sido bastante afetado, mas os indicadores de saúde e educação não reagem tão rapidamente a crises, o que poderá fazer com que a oscilação não seja tão significativa."
Brasil — Os indicadores brasileiros no IDH serão detalhados hoje pelo escritório do Pnud no país, mas, na comparação com o relatório de 2008, é possível verificar que o avanço se deu principalmente por causa do PIB per capita.
Educação e saúde também melhoraram, mas em ritmo menor, já que o analfabetismo adulto tem caído pouco no país e a expectativa de vida ao nascer (único componente do índice de saúde) não costuma sofrer oscilações bruscas de um ano para o outro.
Além do próprio IDH, o Relatório de Desenvolvimento Humano permite comparar outros indicadores.
É possível destacar, por exemplo, que apesar de ter registrado queda na desigualdade desde o início da década, o Brasil ainda permanece no grupo de dez países mais desiguais do relatório, atrás apenas de Namíbia, Ilhas Comores, Botsuana, Haiti, Angola, Colômbia, Bolívia, África do Sul e Honduras. No Brasil, os 10% mais ricos detêm 43% da riqueza nacional, enquanto os 10% mais pobres, apenas 1%.
Na Noruega, país que lidera o ranking, os 10% mais ricos concentram 23% da riqueza, enquanto os 10% mais pobres respondem por 4%.
Outro indicador em que o Brasil destoa dos líderes é o investimento público em educação e saúde. Noruega, Austrália e Islândia investem, respectivamente, 35%, 31% e 36% de seu gasto público nessas áreas.
No Brasil, a proporção é de apenas 22%. O maior desnível acontece na saúde, setor em que o Brasil investe 7% dos gastos, menos da metade do que Noruega (18%), Austrália (17%) e Islândia (18%). (Leia mais na Folha)
Lupi: uso do FGTS na Petrobras não está descartado
O ministro do Trabalho, Carlos Lupi (PDT), afirmou hoje que não está descartada uma nova liberação de recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para que os trabalhadores participem da capitalização da Petrobras. No caso, o uso seria liberado para aqueles que usaram, em 2000, parte do saldo das contas do FGTS para compra de ações da estatal. "O tema ainda está em discussão. Não tem nada descartado. O Congresso Nacional irá avaliar", disse após participar de convenção estadual do partido, em São Paulo.
Segundo o ministro, o Conselho Curador do FGTS, do qual é presidente, só deverá se pronunciar sobre o assunto após a discussão do tema ser finalizada no Congresso Nacional.
A liberação do FGTS facilitaria a participação desse grupo de acionistas minoritários na capitalização da Petrobras. A outra opção seria a utilização de recursos próprios, mas a avaliação de sindicalistas é que nem todos teriam condições de manter suas fatias na estatal. No caso de os acionistas minoritários não acompanharem o aumento de capital, a União terá a possibilidade de aumentar seu controle sobre a Petrobras.
O ministro de Minas e Energia, Edson Lobão, afirmou anteriormente que é contrário ao uso do FGTS na capitalização da Petrobras. O valor da capitalização será equivalente a 5 bilhões de barris. (Leia mais no Estadão)
Rio vence e será 1ª sede sul-americana dos Jogos Olímpicos
O Rio de Janeiro venceu a batalha contra Chicago, Madri e Tóquio e foi anunciada nesta sexta-feira pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) como sede dos Jogos Olímpicos de 2016. Com a vitória da cidade brasileira, a América do Sul receberá pela primeira vez uma Olimpíada em um dos seus países, graças a 66 votos, contra 32 a favor dos espanhóis.
A cidade brasileira já era apontada nas casas de apostas como uma das favoritas, ao lado de Chicago (que foi precocemente eliminada). Durante a campanha, o Rio de Janeiro foi apontado pelo COI como um dos melhores projetos entre os quatro apresentados na final.
O município fluminense usou como pontos fortes de sua campanha a beleza visual, a hospitalidade do povo brasileiro e o fato de sua economia ter sido a menos afetada pela recessão do que algumas das cidades concorrentes.
Outro ponto positivo a favor do Rio de Janeiro foi o grande apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no projeto. Desde quarta-feira Lula virou um verdadeiro cabo eleitoral na cidade em Copenhague, na Dinamarca, local onde foi realizada a votação para a escolha da sede.
Agora, com a vitória na Dinamarca, o Rio terá de começar a se preparar para superar os problemas apontados durante o processo de escolha da sede. As questões segurança, transporte e acomodação foram as mais criticadas.
Mais um ponto muito ressaltado pelos críticos foram as suspeitas de superfaturamento nas obras dos Jogos Pan-Americanos de 2007. O Rio de Janeiro terá de superar as suspeitas de que fará uma edição de Jogos Olímpicos com contas transparentes. (Leia mais no Terra)
Copa e Olimpíadas devem gerar 5,7 milhões de empregos no Brasil
Obras e serviços deverão contribuir para o crescimento do país.
Copa do Mundo em 2014. Olimpíadas em 2016. Nos próximos anos, eventos esportivos de grande porte não faltarão aos brasileiros, que poderão reunir amigos e família, assistir ao vivo aos jogos, torcer e, muito mais do que isso, conseguir um bom emprego.
Antes do evento, o Brasil terá de se mexer bastante para poder criar condições de receber atletas e turistas de todo o mundo. Isso exige investimento em infraestrutura e, principalmente, em mão-de-obra capacitada.
Só no caso da Copa do Mundo de 2014, uma pesquisa realizada pela FGV Projetos, a pedido da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), revelou que cerca de 3,6 milhões de empregos serão gerados.
Olimpíadas em 2016 — Agora, com a decisão tomada nesta sexta-feira (2) pelo COI (Comitê Olímpico Internacional) de escolher o Rio de Janeiro como cidade-sede das Olimpíadas de 2016, mais empregos devem ser gerados.
Uma outra pesquisa realizada pela FIA/USP (Fundação Instituto de Administração da Universidade de São Paulo), a pedido do Ministério dos Esportes, revelou que 120.833 pessoas devem ser contratadas direta e indiretamente ao ano, entre 2009 e 2016, por conta do evento esportivo.
Já no período pós-Olimpíadas, entre 2017 e 2027, serão 130.970 novos brasileiros empregados. E mais da metade dos empregos (53,1%) gerados pelo evento beneficiará pessoas que moram além das fronteiras da cidade do Rio de Janeiro.
Sucesso das Festas — Sobre o evento, o ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, disse que, de agora em diante, a qualificação profissional dos cariocas para esta nova realidade é fundamental, para garantir o sucesso dos jogos.
"Uma vez confirmada a vitória do Rio, teremos muito trabalho pela frente. Haverá investimentos pesados em infraestrutura, e os trabalhadores precisarão estar totalmente preparados para que a festa seja um sucesso. Serão gerados, nestes seis anos de preparação, milhões de empregos diretos e indiretos, o que irá acelerar ainda mais a economia nacional".
Setor de Turismo — De acordo com o ministro interino do Turismo, Airton Pereira, ações como a qualificação de mão-de-obra, melhora da infraestrutura e incentivo aos investimentos privados devem ser realizadas para o Brasil "entrar em outro patamar em disputa no mercado turístico".
Ele afirmou que o ministério já está trabalhando na qualificação da mão-de-obra para a Copa do Mundo de 2014, principalmente dos profissionais que terão contato direto com o turista, como taxistas, recepcionistas de hotéis e guardas municipais, por exemplo, que contarão com aulas de inglês e espanhol e aprenderão técnicas de bom atendimento.
"Nós já começamos um trabalho que se chama Alô Turista, investindo nos idiomas de inglês e espanhol, que já no próximo ano tem a meta de atingir 80 mil pessoas e isso vai se somar a ensinamentos de bom atendimento". (Mídia Mais)
FMI diz que problema do Brasil é administrar a abundância
O Fundo Monetário Internacional (FMI) não poupou elogios à performance econômica do Brasil durante a crise econômica global, dizendo que seu retorno ao crescimento e às políticas fortes pode "instigar o apetite" de investidores.
Nicolas Eyzaguirre, diretor de Hemisfério Ocidental do FMI, disse neste domingo que o Brasil deve recuperar-se da crise mais rapidamente que qualquer outro país latino-americano, beneficiando-se de uma retomada forte das exportações de commodities à Ásia e de sua política econômica forte anterior à crise.
" O Brasil vai instigar o apetite dos mercados de capitais devido à solidez de sua economia "
- O Brasil vai instigar o apetite dos mercados de capitais devido à solidez de sua economia - disse Eyzaguirre.
- O problema do Brasil é como administrar a abundância. O país provavelmente é o que está se recuperando no ritmo mais acelerado na região.
Ele declarou que a recuperação brasileira ganhará ímpeto se a recuperação da economia mundial não tropeçar e se os preços das commodities continuarem com sua tendência de alta.
O diretor do FMI acrescentou que o Brasil não sofreu muito com a crise em 2008, à exceção do quarto trimestre, tendo conseguido manter o consumo. Mas fez uma recomendação:
- Provavelmente, e friso o provavelmente, se a demanda no setor privado no mundo saltar, o que possibilitará uma recuperação (global) mais sustentada, o Brasil deve começar a pensar a diminuir o estímulo fiscal para evitar a valorização da moeda.
Algumas medidas de estímulo à economia, como a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros e eletrodomésticos, já começaram a ser gradualmente retiradas pelo governo.
Eyzaguirre destacou ainda o fato de o Brasil ter "muitas reservas internacionais" e uma moeda estável. Dizendo-se "cautelosamente otimista", ele acredita que a América Latina voltará a registrar crescimento no terceiro trimestre. (Leia mais em O Globo)
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