Previsão para PIB de 2010 sobe de 5,5% para 6,5%, diz Ipea
Para o IPCA deste ano, as projeções avançaram de 5,2% para 5,5%.
O Sensor Econômico, apurado pelo Ipea junto a entidades do setor produtivo, apontou que a mediana das previsões para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) relativo a 2010 subiu de 5,5% na pesquisa feita entre março e abril para 6,5% no levantamento realizado de maio a junho. Para o IPCA deste ano, as projeções avançaram de 5,2% para 5,5%. Em relação à taxa Selic, as estimativas levantadas junto aos entrevistados apontaram para uma elevação de 11% para 11,5% ao ano, no final de dezembro de 2010.
As instituições ouvidas pelo Ipea também destacaram um aumento das projeções de alta dos investimentos para este ano, pois subiram de 13% no levamento feito entre março e abril para 15% na pesquisa realizada de maio a junho. Em função disso, houve também um incremento da estimativa da geração de postos de trabalho formais apurados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), de 1,5 milhão para 1,55 milhão neste ano.
Para a projeção da taxa de câmbio relativa ao final de 2010, a estimativa das instituições entrevistadas pelo Ipea é de chegar a marca de R$ 1,82 - pouco abaixo da projeção anterior que era de R$ 1,83. As estimativas registradas pelo Sensor Ipea apontaram também um avanço das exportações em 2010 que subiram US$ 175 bilhões para US$ 180 bilhões. Por outro lado, as previsões para as importações ficaram estáveis em US$ 160 bilhões.
Investimentos — O diretor de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Ipea, João Sicsú, afirmou que os investimentos da União, incluindo os realizados pelas estatais federais, devem atingir neste ano entre 3% e 3,5% do PIB. Segundo ele, a aplicação desses recursos deve se aproximar de 5% do PIB se forem incluídos os dispêndios realizados por Estados e municípios.
"Sem dúvida esse montante de investimentos públicos deve atingir o maior patamar dos últimos 15 anos. Eles estão relacionados exatamente com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e também com empreendimentos da Petrobras", afirmou.
Na avaliação de Sicsú, os investimentos oficiais estão avançando de forma positiva pois, no ano passado, foram pouco inferiores a 2% do PIB. Segundo ele, o avanço da aplicação de recursos em projetos de longo prazo, sobretudo em infraestrutura, está vinculado diretamente à favorável conjuntura econômica brasileira, que apresenta seu "melhor desempenho em 25 anos". "Temos um crescimento vigoroso, com a inflação sob controle. Aliás, não há nenhum cenário de alta da inflação preocupante para os próximos seis meses. As contas públicas estão indo muito bem, há uma queda da dívida pública em relação ao PIB, não temos mais dívida dolarizada e as reservas internacionais estão superiores a US$ 250 bilhões", comentou.
O diretor do Ipea ainda lembrou que o Brasil é credor externo líquido e está na condição inédita de não dever mais para o Fundo Monetário Internacional (FMI). Ao contrário, o País hoje empresta recursos ao fundo. "Esse momento muito positivo que o Brasil vive está elevando os investimentos de forma expressiva. Desde 2007, a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) está superando o avanço do PIB em duas ou três vezes. É possível que no fim deste ano os investimentos cresçam mais perto de três vezes a alta do PIB em 2010", disse.
Segundo a pesquisa Sensor Econômico, realizada entre maio e junho, entidades produtivas que representam o setor empresarial e sindical passaram a prever que a FBCF deve crescer 15% neste ano, uma alta em relação à projeção anterior de 13% de incremento para 2010, apontada na pesquisa anterior, realizada entre março e abril. Questionado se o patamar de investimentos públicos no País não é pequeno em relação à necessidade de ampliação do nível de crescimento do PIB, Sicsú admitiu que há alguns fatores, como o atual patamar de juros, que não permitem que os investimentos avancem com maior rapidez. "Mas isso é um processo. Investimento atrai investimento e não se sai do patamar de 3% do PIB para 18% do PIB do dia para a noite", ressaltou.
Sem querer fazer um comentário direto em relação à condução da política monetária pelo Banco Central, o diretor do Ipea reconheceu que a taxa nominal de juros, atualmente em 10,75%, coíbe a expansão do ritmo da FBCF, sobretudo porque reduz a atratividade dos investimentos produtivos de longo prazo, dado que há uma rentabilidade expressiva para quem aplica em títulos de renda fixa. A taxa real de juros avaliada pelo critério ex-ante está muito próxima de 6% ao ano, enquanto é negativa nos Estados Unidos, Japão, zona do euro e Reino Unido. (Estado)
Redução de mortes de bebês de até 1 mês é mais lenta
Em 18 anos, queda é de 36% no país, ante 54% do total de bebês com até 1 ano. Avanço em áreas como vacinação e nutrição não tem paralelo em itens como nº de UTIs para recém-nascidos.
A mortalidade infantil, em queda nas últimas décadas, mudou de perfil no país.
Cada vez mais, as mortes de recém-nascidos (com até 28 dias de vida) são maioria nas estatísticas de óbitos entre crianças de até um ano, já que só caíram 36%, ante 54% de redução nas mortes dos bebês em geral.
Isso acontece porque, se por um lado, o Brasil teve bons avanços em áreas como saneamento básico e vacinação, beneficiando a todos os bebês, por outro a melhora não é tão grande em cuidados para recém-nascidos.
São vários os problemas, desde a má qualidade das consultas de pré-natal e da assistência ao parto, até a falta de UTI neonatal e de estrutura para a gestante e para o bebê de alto risco.
Segundo o próprio Ministério da Saúde, 70% das mortes de recém-nascidos ocorrem por causas evitáveis.
Entre 1990 e 2008, quando a mortalidade infantil total caiu 54% (de 95.476 para 43.601 bebês por ano), o percentual de recém-nascidos no número total passou de 49% para 68%.
ATENÇÃO À MÃE — Uma recente pesquisa do Ministério da Saúde e das universidades de Brasília (UnB) e de São Paulo (USP) concluiu que as falhas na atenção à gestante contribuíram para um aumento de risco de 28% na mortalidade fetal ou neonatal -em razão de fatores como a hipertensão.
"Se você tem uma mãe hipertensa, diabética, ela deve ser bem controlada. Se não tiver bom pré-natal, entra em trabalho de parto prematuro e aí começam os problemas", diz a pediatra Maria Fernanda de Almeida, coordenadora do Programa de Reanimação Neonatal da Sociedade Brasileira de Pediatria.
A falta de leitos de UTI neonatal e de equipes especializadas é outro importante entrave. Várias regiões do país convivem com unidades superlotadas, que oferecem mais riscos de infecções.
Em Natal (RN), por exemplo, a UTI neonatal da maternidade Januário Cicco tem capacidade para dez crianças, mas abriga 18, segundo o diretor Kleber Morais.
Em São Paulo, inquérito do Ministério Público apura pelos menos 30 mortes de crianças desde 2007 em razão da falta de leitos ou de superlotação nas UTIs.
Hospitais de cidades como Jales, Araçatuba, Catanduva, Fernandópolis e São José do Rio Preto convivem com superlotação das unidades e, para não omitir socorro, pegam equipamentos emprestados do Samu e até dos bombeiros ou transformam salas comuns em UTIs. (Folha)
Trabalho explica regras do novo ponto eletrônico
Sob ataques dos empresários e de entidades sindicais, o Ministério do Trabalho divulgou esclarecimentos sobre o novo ponto eletrônico, para explicar que a medida não afetará pequenas empresas e que os equipamentos exigidos não têm custo alto.
A partir do dia 26 de agosto, auditores do trabalho iniciarão a fiscalização, mas autuações só serão permitidas depois de dupla visita à empresa.
O novo sistema estabelece requisitos para o equipamento Registrador Eletrônico de Ponto (REP). Passa a ser proibido o uso de computadores, de equipamentos portáteis, de catracas e outros bloqueios de segurança. O Ministério do Trabalho afirma que as novas regras coibirão fraudes.
No início da semana, o ministério editou uma instrução normativa com os processos a serem feitos pelos fiscais, o que foi interpretado como adiamento das novas regras.
Para a CNI (Confederação Nacional da Indústria), não houve adiamento. "Essa instrução é severa. Sempre há dupla visita em caso de novas normas", disse o presidente do Conselho de Relações do Trabalho, Francisco Gadelha.
A Justiça já concedeu duas liminares derrubando a exigência do mecanismo. (Folha)
Pesquisa mostra otimismo de empresas brasileiras, diz Abrasca
As empresas brasileiras estão com um "otimismo consistente" em relação às condições da economia brasileira no segundo semestre.
Pesquisa semestral realizada pela Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca) com 200 associados mostra que 92% dos entrevistados esperam um volume de vendas maior no segundo semestre de 2010, na comparação com igual período anterior, patamar que representa um novo recorde da enquete, realizada há 10 anos pela Abrasca.
A pesquisa também apontou que dois outros indicadores registraram os patamares mais altos da série na comparação com o verificado em igual trimestre do ano anterior. Para 91,67% dos entrevistados, a demanda interna vai ser maior nos últimos seis meses de 2010, enquanto 72% esperam crescimento nos investimentos próprios no segundo semestre.
"A gente está numa fase em que os empresários estão sentindo uma tendência do crescimento dos investimentos como natural", disse o presidente da Abrasca, Antonio Castro, lembrando que no semestre anterior a pesquisa apontava que 69,7% esperavam crescimento nos investimentos próprios, o que já era tido como nível recorde. "É o dado que melhor reflete uma visão de prazo mais longo", acrescentou.
O executivo também lembrou que 63,9% dos recursos que serão investidos no segundo semestre deverão ter como origem o caixa das próprias empresas, enquanto 12,2% virão de bancos oficiais de desenvolvimento, 4% de bancos comerciais privados e 4,1% de bancos comerciais públicos.
Entre as maiores preocupações dos empresários, a Abrasca destaca os temores ligados à inflação. Segundo a pesquisa, 38,46% dos entrevistados esperam taxas de juros mais elevadas no segundo semestre.
Castro explicou que o período de apuração da enquete, que encerrou em 30 de junho, tornou mais aguda a percepção de elevação de juros, uma vez que a ata do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) apontou hoje uma perspectiva mais branda para o comportamento dos juros.
A pesquisa da Abrasca apontou ainda que 46,15% dos empresários esperam alta do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), percentual superior aos 40,6% verificados na pesquisa do primeiro semestre de 2010.
"Existe uma sensibilidade nos vários níveis corporativos de que a inflação é efetivamente uma preocupação, porque no restante as notícias são muito boas. As notícias em relação ao crescimento são ótimas", frisou Castro, citando as expectativas de 57,69% de que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro supere este ano a previsão de 6% do boletim Focus, elaborado semanalmente pelo Banco Central.
Outro ponto negativo levantado pela pesquisa foi a expectativa de aumento no nível de custos, uma realidade vista por 64% dos entrevistados. Para Castro, esse indicador é "o ônus do bônus", e é visto como consequência natural em um cenário de mais contratações e mais gastos para arcar com as necessidades de crescimento. As expectativas de aumento de emprego são altas para 60% dos empresários.
"Há um sentimento generalizado de que o momento é bom no Brasil", disse Castro, lembrando que 57,69% dos entrevistados acreditam em uma pontuação superior a 70 mil pontos para o Ibovespa no fim do ano. "O que é difícil é ver isso em ano eleitoral, talvez seja a primeira vez que vê nível de confiança tão alto em ano em que não sabemos quem será o próximo presidente", acrescentou. (O Globo)
Vendas em supermercados têm alta de 6,5%
O setor supermercadista já pode comemorar o avanço muito próximo de 10% em seu volume de vendas para o segundo semestre, antecipado por Sussumu Honda, presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), ontem, na divulgação do Índice Nacional de Vendas (INV). "Há tempos não se vendia tanto nos supermercados. O primeiro semestre bateu recorde de geração de empregos e crescimento da massa salarial, o que impulsiona o consumo", justifica.
A projeção otimista vem do resultado positivo do crescimento de 6,5% das vendas de produtos comercializados em supermercados no primeiro semestre deste ano, comparado ao mesmo período do ano passado, de acordo com levantamento da Nielsen encomendado pela Abras. "Com uma projeção de Produto Interno Bruto (PIB) em torno de 7%, e um PIB industrial de 12%, o País pode comemorar", acrescenta Honda.
No acumulado do primeiro semestre, as vendas do setor supermercadista alcançaram alta de 5,57%, na comparação com as de igual período de 2009. Esses índices já foram deflacionados pelo IPCA do IBGE.
O mesmo índice, relativo ao mês de junho deste ano, teve um aumento de 4,92%, ante o mesmo mês de 2009. De acordo com Fábio Gomes, gerente de Contas da Nielsen, o aumento desse volume de vendas foi puxado principalmente pela cesta de bebidas alcoólicas, com alta de 15%; pelas bebidas não alcoólicas, em +10,9%, e pela média de perecíveis, com crescimento de 9%, alavancado principalmente pela alta das vendas de leite fermentado de 22,5%, de 15,1% em pizza congelada e 14,8% dos queijos.
Em valores nominais, o Índice de Vendas da Abras apresentou crescimento de 10% em junho de 2010 em relação a junho de 2009. Já o acumulado do primeiro semestre deste ano chegou a 10,82%, na comparação ao do mesmo período do ano passado.
O crescimento do volume das vendas nos supermercados foi maior no Espírito Santo, Minas Gerais e no interior do Rio de Janeiro, com alta de 9,8% no primeiro semestre, ante o mesmo período de 2009, seguido pelo nordeste (8,6%), sul (8,4%) e Grande São Paulo (7,7%). Em comparação a maio deste ano, porém, o estudo mostrou que as vendas apresentaram retração de 4,59%, influenciada pelo efeito calendário, já que maio teve cinco fins de semana cheios, enquanto junho teve quatro.
Cesta básica — Em junho, o AbrasMercado, cesta de 35 produtos de largo consumo, analisada pela GfK, apresentou queda de -1,22%, em relação a maio deste ano. Já na comparação com junho de 2009, o AbrasMercado apresentou crescimento de 3,89%, passando de R$ 265,57 para um custo médio de R$ 275,91.
No quesito maior custo, a cesta do norte é a mais cara do País, e saiu por R$ 321,35 no mês de junho, 2,46% a mais ante R$ 313,64 de maio. As condições de infraestrutura logística, na opinião de Sussumu, são a grande razão deste aumento. Ele acredita, porém, que a tendência desse custo é baixar, já que os estados da Região Norte serão abastecidos pelo nordeste, devido ao crescimento econômico desta região. "O Pará possui um setor de indústria extrativista e pecuária muito forte, que inclusive já abastece boa parte do Maranhão. A extensão aos outros estados será consequência na certa", garante.
Na sequência, o sul tem a segunda cesta mais cara do País, ao custo de R$ 300,14, porém com queda de 2,78% ante maio. O sudeste também teve queda no valor da cesta, de 2,31%, e chegou a R$ 262,18, assim como a Região Centro-oeste, com queda de 1,56% e um custo de R$ 253,48.
O nordeste brasileiro tem a cesta básica mais barata do País. A região apresentou queda de 2,52% em sua cesta, que custa R$ 232,30. A razão pode ser que, em junho, alguns dos principais produtos de maior representatividade na cesta dos consumidores tiveram retração de preços ante maio, com destaque para batata (-19,2%), tomate (-9,7%) e açúcar (-7,1%), segundo pesquisa encomendada pela Abras à GfK.
A queda dos preços, segundo Honda, reflete a desaceleração do ritmo de crescimento do faturamento real das vendas nos supermercados em abril, maio e junho, variando de 5,5% a 6%, ante 8,6% do primeiro trimestre - na comparação com o mesmo período de 2009. Entre os produtos com as maiores altas em junho, na comparação com maio, a farinha de mandioca subiu 3,53%, o xampu 3,34% e o queijo prato 3,23%.
Tendência de lojas — Conforme aumenta o poder de consumo do consumidor, mais aumenta suas necessidades. E, de acordo com a pesquisa da Abras, o cliente cada vez mais opta por fazer suas compras em lojas pequenas, tanto que o formato de loja que apresentou o maior crescimento de vendas é o que possui de cinco a nove caixas (check-outs), com 10% de alta.
De acordo com Sussumu Honda, as lojas pequenas, de vizinhança, vêm agradando mais ao público devido ao mix de produtos elaborados especificamente para o perfil do cliente, assim como o atendimento, que mais intimista e pessoal se torna quanto menor o espaço é. "O cliente gosta de se sentir especial. E a tendência agora são mais lojas, em número, mas de tamanho menor, com poucos caixas", explica.
Já o formato hipermercado, com mais de 50 check-outs, teve uma queda de 7% e, segundo Honda, a tendência é que continue diminuindo. "Os hipermercados entraram forte no mercado quando havia inflação e o cliente preferia fazer uma compra só no mês, estocando em casa", lembra. Nos grandes centros, ele diz que lojas que já existem, continuam devido a pontos estratégicos, mas que os fatores tempo cada vez menor dos consumidores, e principalmente preço, são relevantes à escolha do consumidor por lojas menores.
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