Sindicato dos Comerciários de São Paulo bloqueia shopping contra horário de abertura
Comerciários fecharam entrada do estacionamento com carreta de 30 metros e fizeram assembleia no local. Há duas semanas, Villa Lobos passou a abrir às 11h aos domingos, em vez de 14h, como antes e como demais shoppings.
O Sindicato dos Comerciários de São Paulo impediu ontem a abertura do shopping Villa Lobos, na zona oeste, em protesto contra o aumento da jornada de trabalho dos vendedores e lojistas aos domingos.
Uma carreta de 30 metros de comprimento bloqueou a entrada do estacionamento. Neste mês, as lojas passaram a abrir às 11h, em vez das 14h como antes e como nos demais centros comerciais.
Segundo Ricardo Patah, presidente do sindicato, uma assembleia com os funcionários do shopping foi feita ontem no local depois de um abaixo-assinado conseguir 800 adesões contra a antecipação da abertura das lojas.
"Não deixamos abrir. Recebemos reclamações dos empregados e dos próprios lojistas. É um absurdo o que o shopping está fazendo. Os empregados desse setor já trabalham 52 horas por semana, contra 44 horas das demais categorias. É uma coisa grave", disse Patah.
Houve empurra-empurra e a Polícia Militar foi chamada para conter os ânimos. A CET também teve de intervir para controlar o trânsito na região. O sindicato diz não ter impedido a entrada dos clientes no prédio, mas, com as lojas fechadas, quem entrava saía logo em seguida.
A assembleia e o bloqueio, que começaram às 11h e terminaram às 14h, de acordo com Patah, reuniram 1.500 empregados do shopping, entre vendedores e funcionários de apoio.
O shopping diz que "a ampliação do horário de funcionamento das lojas aos domingos está de acordo com a legislação e com o acordo coletivo do sindicato".
Mercado aquecido faz diferença entre salários diminuir
No mês passado, remuneração de recém-contratado equivalia a 92,1% da obtida por empregado demitido. Redução da diferença indica que renda real continua crescendo; especialistas discutem pressão sobre inflação.
Um sinal do forte aquecimento do mercado de trabalho é a tendência à redução da diferença entre salários de funcionários demitidos e admitidos para patamar próximo do mínimo histórico.
Em fevereiro de 2009, auge da crise financeira, o salário de um funcionário contratado equivalia, em média, a 85,4% daquele de um empregado demitido. Em agosto de 2010, o percentual saltou para 92,1%, depois de recuar ligeiramente do pico de 94,6% atingido em junho passado.
O cálculo, que desconta efeitos sazonais, foi feito pelo economista Aurélio Bicalho, do Itaú Unibanco.
A redução da diferença entre salários de admitidos e contratados indica, segundo Bicalho, que a renda real (descontada a inflação) média dos trabalhadores do mercado formal continuará crescendo a ritmo forte:
"À medida que vão entrando mais pessoas no mercado com salários mais altos, isso vai se refletindo com algum atraso na renda real média."
De acordo com ele, indicadores apontam para um forte aperto no mercado de trabalho brasileiro.
Essa impressão, compartilhada por outros economistas, fomenta uma discussão sobre se o mercado de trabalho brasileiro opera acima da sua plena capacidade. Ou seja, em um nível de desemprego que gera inflação. (Folha)
Melhorou qualidade do mercado de trabalho no Brasil
Estudo do Ipea revela que aumentaram a escolaridade e a renda dos trabalhadores.
O grau de informalidade atingiu o menor patamar da década (48,45%) no ano passado
Apesar dos efeitos negativos da crise financeira internacional no Brasil, como a ampliação da taxa de desemprego no ano passado, o mercado de trabalho avançou em aspectos qualitativos, apontou um comunicado divulgado nesta quinta-feira pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O documento teve como base os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) de 2009, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Enquanto o país viu a taxa de desemprego subir mais de um ponto porcentual em 2009 ante 2008, o grau de informalidade atingiu o menor patamar da década (48,45%) no ano passado. Para isso, contribuiu o fato de a variação absoluta nos postos de trabalho considerados protegidos (com carteira assinada, militares e estatutários) ter sido superior à variação de ocupados.
No ano passado, houve aumento de 715.000 pessoas no bloco da população ocupada, abaixo do aumento de 2,5 milhões de pessoas registrado em 2008, ambos na comparação com o ano anterior. Além do reduzido aumento do número de pessoas ocupadas, outro fator que pode explicar o crescimento da taxa de desemprego para 9,1% no ano passado é que as pessoas teriam passado a procurar mais emprego, aponta o Ipea.
Escolaridade – Outro dado revelado pelo comunicado foi o aumento de 15 pontos porcentuais na participação de pessoas com 11 anos ou mais de escolaridade na composição da força de trabalho entre 2001 e 2009. Para a faixa de até três anos de escolaridade, foi registrada queda de 9 pontos porcentuais. Para a de quatro a dez anos, a redução atingiu seis pontos porcentuais. De acordo com o comunicado, isso se deve à combinação da maior escolaridade dos entrantes no mercado de trabalho com maior procura das empresas por trabalhadores mais qualificados.
O comunicado mostrou também que o rendimento real médio de todos os trabalhos atingiu 1 068,39 reais no ano passado, o maior valor desde 2001. O crescimento está relacionado ao aumento da participação de pessoas escolarizadas entre os ocupados, avalia o documento do Ipea. Segundo o instituto, o setor de transporte e a indústria foram os que mais sentiram os efeitos da crise no mercado de trabalho. Nesses dois segmentos, verificou-se um decréscimo da população ocupada de 3,5% e 2,2%, respectivamente. Os demais apresentaram crescimento, com destaque para serviços (7,1%), administração pública (4,8%) e comércio (2,5%).
Embora tenha sido registrada elevação de 3,4% na massa de rendimentos entre 2008 e 2009, houve uma diminuição do ritmo de crescimento. Entre 2001 e 2009, esse agregado teve um aumento de 34,6%. De 2003 a 2009, a taxa média da trajetória de crescimento foi de 5,9% ao ano. (Veja com Agência Estado)
Mercado de trabalho — Elas ainda ganham menos que os homens, diz pesquisa
Mesmo com nível de escolaridade mais alto, mulheres ganham menos que os homens. Diferença salarial pode chegar a 51% em cargos de gerência.
Analisando a diferença salarial em cada um dos níveis hierárquicos considerados pela pesquisa, nota-se que os homens ganham mais que as mulheres em todos os níveis, com destaque para a gerência, onde eles ganham, em média, 51,6% a mais que as mulheres, seguido do operacional (50,7% mais) e técnico (37,5% mais).
Apesar de ainda ganharem menos que os homens, no quesito escolaridade as mulheres possuem indicativos maiores que os deles: 63,2% das mulheres possuem graduação e pós-graduação, contra 55,3% dos homens. Analisando separadamente o grau de escolaridade, 44,2% da mulheres são graduadas e 19,5% pós-graduadas, contra 38% e 17,3% dos homens, respectivamente.
A 32ª Pesquisa Salarial e de Benefícios da Catho Online ouviu mais de 164.000 trabalhadores de mais de 20.000 empresas em 3.338 cidades brasileiras. (Veja)
CNI: atividade na indústria avança em agosto
O índice de evolução da produção industrial passou de 53,4 pontos em julho para 55,1 pontos em agosto, de acordo com dados da Sondagem Industrial divulgados hoje pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Segundo avaliação da entidade, o crescimento da atividade no setor se tornou mais disseminado em agosto, com empresas de todos os portes, incluindo as pequenas, se situando acima do patamar dos 50 pontos, o que indica um aumento na produção. Entre os 26 segmentos pesquisados, apenas a indústria da borracha registrou queda na atividade em agosto. Em julho, nove segmentos haviam apresentado recuo.
Com o aumento na produção, a Utilização da Capacidade Instalada (UCI) ficou acima do usual para os meses de agosto, aos 51 pontos, ante 49,1 pontos em julho. Pela metodologia da CNI, valores acima de 50 pontos representam uma utilização do parque instalado superior à média esperada para o mês.
Além disso, pelo segundo mês seguido, os estoques da indústria ficaram acima do planejado, com o índice em 51,4 pontos em agosto. Entre as pequenas empresas, no entanto, esse indicador ficou em 49 pontos. A sondagem industrial revela ainda que os empresários continuam otimistas em setembro em relação aos próximos meses. As expectativas são positivas em relação aos aumentos da demanda (61,5 pontos), das exportações (51,4 pontos) e das compras de matérias-primas (59,1 pontos). Na pesquisa, foram entrevistadas 1.603 empresas entre os dias 31 de agosto e 21 de setembro. (Estado)
Fiado dá lugar ao cartão em mercados
Bancos lançam marcas próprias para clientes de pequenas lojas na periferia de capitais do Nordeste.
Público-alvo são pessoas de baixa renda que não têm acesso a cartões de crédito de grandes bandeiras.
O velho hábito de comprar fiado está sendo substituído na periferia das capitais nordestinas pelo uso do cartão de crédito.
Instituições financeiras da região criaram cartões "private label" (de marca própria) que estão sendo usados em pequenos mercados e em mercearias da região.
O público-alvo são pessoas de baixa renda, sem conta em banco ou sem cartões de grandes bandeiras.
O Banco Gerador, o único privado com atuação nacional sediado no Nordeste, lançou em junho o cartão Banorte. A emissão é gratuita e não há cobrança de anuidade.
Desde julho, ele é testado em três mercados da região metropolitana de Recife, onde dois terços dos clientes não tinham cartões de grandes bandeiras. "Nossa meta é atingir 4.000 mercados e mercearias em três anos", afirma Pedro Dalla, presidente do Banco Gerador.
A estratégia é levar o cartão Banorte a comércios de loja única, que não integram redes, localizados no interior dos Estados ou na periferia das capitais e com faturamento anual entre R$ 2 milhões e R$ 3 milhões.
"As empresas precisam de capital para repor seus estoques e aproveitar o forte crescimento econômico do Nordeste. Quando o lojista vende fiado, fica sufocado. Com o cartão, ele pode antecipar o recebimento", observa Dalla.
FIDELIZAÇÃO — José Batista da Silva, dono do mercado Boa Opção, em Jaboatão dos Guararapes, na região metropolitana de Recife, aderiu ao Banorte com a expectativa de fidelizar a clientela. Ele espera elevar em 20% seu faturamento de R$ 1,4 milhão por ano.
Outra vantagem, diz Silva, é que não será mais preciso cobrar dívida de porta em porta. Dos cerca de 800 clientes, até agora 220 fizeram o cartão, usado em 6% das vendas do mercado.
Cliente do Boa Opção há seis anos, a dona de casa Josicleide Campos usa desde junho o cartão Banorte do marido, Uiraquitan Xavier, para pagar as compras.
O limite é de R$ 200, um terço da renda da família. Ela já pagou três faturas, em dia e no próprio mercado.
"O cartão facilita bastante. Nem sempre eu tinha dinheiro para comprar. Quero fazer o Hypercard, que é aceito em todas as lojas", diz ela.
Há seis anos, o grupo Oboé emite o Oboé Card, usado em 46 mercados da periferia de Fortaleza e em 18 da de São Luís do Maranhão.
O número de cartões deve passar de 160 mil hoje para 210 mil em 2011. Até 2012, a meta é levar o cartão para Salvador, Recife e Natal.
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