Economia brasileira sentirá impacto positivo da transferência de renda para os trabalhadores, mas precisamos de ampliar ainda mais a distribuição de renda
Teremos um dos melhores Natal de todos os tempos no Brasil. Em parte devido aos acertos econômicos e, em parte, com o consumo que os trabalhadores brasileiros farão a favor de suas famílias com os ganhos reais que conquistaram nos últimos anos. O Sindicato dos Comerciários de São Paulo, por exemplo, conquistou nos últimos cinco anos mais de 40% de aumento real. E neste ano tenta bater o seu recorde de recuperação e de ampliação dos salários em termos reais, se bem que tenhamos que lidar com um patronato atrasado que não percebe a importância de transferir renda para seus empregados como uma forma de gerar ganhos para o próprio setor. Falta muita coisa a ser feita. A luta pela inclusão social continua e ainda não conseguimos sequer arranhar a péssima distribuição de renda no Brasil. Temos ainda 1% da população controlando metade da riqueza. E os 99% restantes com todo o resto da riqueza e da pobreza acumuladas. É uma situação que não pode ficar assim e que nos estimula, a UGT e as demais centrais, a manter a mobilização para buscar um Brasil mais justo e mais igual. (Ricardo Patah, presidente nacional da UGT)
Ganho de renda dos trabalhadores injetará R$ 106 bi na economia
O aumento real na renda dos trabalhadores brasileiros, em torno de 5% este ano, vai representar uma injeção de recursos da ordem de R$ 106 bilhões na economia do país até o fim de 2010. A estimativa foi feita nesta segunda-feira pelo presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Marcio Pochmann, durante divulgação do Índice de Expectativas das Famílias (IEF), que apontou que 74% das 3.810 famílias ouvidas na pesquisa consideram sua situação melhor hoje que um ano atrás. Com relação ao futuro, 59,95% disseram que esperam continuar melhorando financeiramente nos próximos 12 meses.
Para Pochmann, a forte expansão do emprego e da renda este ano em relação ao ano passado, período de desaceleração econômica causada pela crise financeira global, explica o otimismo dos brasileiros. Os recursos do aumento da renda somados aos R$ 88,3 bilhões previstos para entrar na economia por causa do 13 salário, devem garantir o melhor Natal da história do país, afirmou Pochmann.
Pelo estudo do Ipea, 53,8% das famílias disseram que este é o melhor momento para comprar bens duráveis, como televisão e geladeira. Além disso, 47,73% informaram que não têm dívidas, contra apenas 10% das famílias que disseram que estão muito endividadas.
- Tudo indica que teremos o melhor final de ano da história do país - previu Pochmann. (Globo)
Pesquisa do Ipea mostra que 74% das famílias veem sua situação financeira melhor hoje
Regiões Norte e Nordeste possuem a maior proporção das famílias que acreditam ter melhorado sua situação financeira, com 81,33% e 78,97%
A situação financeira está melhor hoje do que há um ano para 74% do conjunto das 3.810 famílias consultadas pela segunda edição do Índice de Expectativas das Famílias (IEF), apurado em setembro pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Apenas 18% das famílias se dizem em pior situação atualmente do que há um ano.
As regiões Norte e Nordeste possuem a maior proporção das famílias que acreditam ter melhorado sua situação financeira, com 81,33% e 78,97%, respectivamente, - seguidas de perto pelo Centro-Oeste, com 76,49%. Já nas regiões Sul e Sudeste, a proporção de famílias otimistas é levemente inferior, apesar de ainda permanecer elevada na escala do IEF, com 71,53% e 70,34% respectivamente.
Com relação às expectativas futuras da situação financeira de suas famílias em 12 meses, 77,32% dos entrevistados creem que estarão em melhores condições, enquanto 7,56% anteveem piora. Sobre a expectativa das famílias em relação ao consumo, 53,81% das famílias pensam que o presente seja um momento ideal para comprar bens de consumo duráveis, contra 37,27% que afirmam que este não é o momento mais indicado.
Na região Nordeste, há o maior otimismo, com 63,94% das famílias apostando ser esse um bom momento para compras. Nas regiões Norte e Sul, segundo a pesquisa, há um equilíbrio entre as famílias receosas em consumir e de famílias otimistas, com aproximadamente 46% para cada grupo.
O presidente do Ipea, Marcio Pochmann, disse que o otimismo das famílias tende a aumentar nos próximos meses, quando começa o pagamento do 13º salário que deve ser usado para o pagamento de dívidas e reabilitação dos endividados. Além disso, ele afirmou que o Ipea fez uma estimativa, a partir de dados de outros institutos, e projeta um crescimento real da renda de 5% neste ano em comparação a 2009.
Endividamento — Quando consultadas sobre o nível de endividamento, 47,73% da famílias declararam não ter dívidas, ao passo que pouco mais de 10% das famílias responderam estar muito endividadas em comparação ao rendimento familiar mensal. Entre os que estão endividados, 59,75% creem que conseguirão quitar suas contas no próximo mês (outubro). Entre aqueles que não vão conseguir pagar suas dívidas, 36,19% estão na região Centro-Oeste. No Norte e Nordeste, há uma proporção maior de famílias que não vão conseguir saldar suas dívidas, com 53,41% e 43,85%, respectivamente.
Outra constatação da pesquisa diz respeito à expectativa das famílias sobre o mercado de trabalho. De acordo com Pochmann, quando se considera o País, 73% dos responsáveis pelos domicílios dizem estar seguros em sua ocupação atual. O presidente do Ipea afirmou que esse patamar é coerente com o observado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), citando a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) e a Pesquisa Mensal de Emprego (PME).
No Sul, 91,75% dos chefes de família afirmam estar seguros em sua ocupação atual. Em seguida, o maior grau de otimismo aparece no Centro-Oeste, com 75,57%. Depois, vem: Sudeste (75,23%), Norte (72,68%) e Nordeste (57,77%). (Estado)
Um a cada 10 já foi vítima de fraude virtual em SP, diz Fecomercio
Em segundo lugar aparecem empatados os crimes de desvio de dinheiro da conta bancária e compras indevidas realizadas no cartão de crédito, com 22,6%
Uma a cada dez pessoas na cidade de São Paulo já foi vítima ou tem familiar que já foi vítima de algum tipo de crime virtual, segundo pesquisa da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio) divulgada hoje. A sondagem apontou que o crime mais comum na rede de internet é a clonagem de páginas pessoais. Segundo o levantamento, 23,5% dos entrevistados na capital paulista relataram já ter passado por esta situação.
Em segundo lugar aparecem empatados os crimes de desvio de dinheiro da conta bancária e compras indevidas realizadas no cartão de crédito, com 22,6%. Neste caso, as principais vítimas (40,7%) são pessoas que têm rendimentos mensais acima dos 10 salários mínimos. "Isso acontece porque são pessoas que buscam mais praticidade e costumam usar mais serviços de home banking e compras pela internet, às vezes sem as proteções adequadas", avaliou a assessora econômica da Fecomercio Kelly Carvalho.
A sondagem também revelou que, após sofrer algum tipo de ataque, a atitude mais comum do internauta é fazer um boletim de ocorrência e, em seguida, encerrar a conta no site utilizado. Cancelar cartões de crédito também é uma ação frequente. Segundo resposta dos entrevistados, nestes casos, os bancos só resolveram o problema ou reembolsaram os prejuízos dos clientes em 14,7% das vezes.
O receio de possíveis fraudes é uma das principais barreiras para a expansão do comércio online. A pesquisa revelou que 63,7% dos entrevistados na cidade de São Paulo não realizam compras na internet por esse motivo. No entanto, entre as pessoas que já foram vítimas de fraudes, a maioria (65,5%) afirmou que continua usando a internet normalmente para realizar transações.
No caso das compras online, o que mais estimula os entrevistados é a praticidade da aquisição sem sair de casa (45,6%). A confiança na empresa também conta muito, sendo considerado primordial para 23,3% dos entrevistados.
Redes sociais — Twitter, Facebook, Orkut e outras redes sociais ainda são o principal motivo para o acesso à internet: 73,8% afirmaram acessar pelo menos uma delas. Entre os internautas com mais de 34 anos, 61% acessam alguma rede. Já entre aqueles com 34 ou menos, a porcentagem cresce bastante, atingindo 85,3% dos entrevistados na capital paulista.
Outra prática comum, baixar filmes e músicas não é considerado um crime pela maior parte da população. Somente 23,5% dos internautas consideram estes atos uma violação da lei de direitos autorais. O que não é comum para os internautas é se cadastrar em sites para receber conteúdos e promoções especiais. Somente 35,5% deles têm este costume, em grande parte porque, na opinião de 64,8% dos entrevistados, os sites não apresentam informações claras e precisas dos produtos que vendem.
A pesquisa da Fecomércio entrevistou 1.095 pessoas do município de São Paulo nos dias 16 e 17 de agosto de 2010. (Estado)
Acionista com FGTS é diluído na Petrobras
Com várias limitações, trabalhador aplica R$ 423 mi na capitalização, mas tinha direito a R$ 1,7 bi em papéis. Operação era restrita a quem comprou ações da estatal em 2000, com teto de 30% do saldo; 25 mil aderiram a negócio.
Os trabalhadores brasileiros só conseguiram aplicar R$ 423,7 milhões utilizando recursos do FGTS na compra de ações da Petrobras. Entre os acionistas da estatal, os cotistas dos fundos FGTS foram, até agora, os mais diluídos que se tem notícia.
Restrita apenas aos trabalhadores que compraram ações da Petrobras em 2000 e com teto de 30% do saldo atual do FGTS, a adesão dos trabalhadores à maior capitalização por meio de ações do mundo foi baixíssima.
Os fundos FGTS tinham perto de R$ 5,2 bilhões em ações ON da Petrobras (3,5% do total), o que conferiria o direito a comprar mais de R$ 1,7 bilhão em papéis, se não fossem os limites impostos.
Segundo a Caixa, só participaram do processo 25.544 trabalhadores, que aderiram à aplicação por meio de 46 fundos geridos por 25 gestores diferentes.
A última estimativa da CVM era que 89 mil pessoas poderiam aderir à aplicação.
Como os demais acionistas, os trabalhadores tinham prioridade para comprar os novos papéis da Petrobras, na proporção de 0,34 papel novo por ação antiga.
"Foram pedidos R$ 563,3 milhões e liberados somente R$ 423,7 milhões em razão da aplicação desses limitadores", disse José Maria Leão, superintendente nacional da Caixa para assuntos de FGTS.
Os recursos aplicados na Petrobras por meio do FGTS ficarão retidos por um ano.
ESTREIA — As ações da Petrobras estrearam ontem com forte instabilidade na BM&FBovespa, como ocorreu na sexta na Bolsa de Nova York.
No fechamento, os papéis ON (ordinários, com voto) fecharam com alta de 2,02%, negociados a R$ 30,25.
Já as ações PN (preferenciais, sem voto) subiram 0,76% e atingiram R$ 26,50.
O volume negociado com os papéis da Petrobras atingiu R$ 2,156 bilhões -31% do total de negócios ontem na Bolsa brasileira.
O suíço UBS, um dos poucos grandes bancos fora da operação, recomendou aos clientes que vendessem os papéis ON e mantivessem os PN. A analista Lilyanna Yang, que assina a avaliação, diz que os papéis devem ficar em R$ 30. (Folha)
População brasileira está mais velha, aponta Censo 2010
Os resultados ainda são parciais, mas confirmam tendência de envelhecimento.
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) informou ontem que os resultados parciais do Censo 2010 confirmam a tendência de envelhecimento da população brasileira, fruto da redução da taxa de fecundidade e do aumento da expectativa de vida no país.
Até ontem à tarde, 154,2 milhões de pessoas já tinham sido recenseadas -equivalente a 80,54% da população estimada em 2009.
Segundo o presidente do IBGE, Eduardo Pereira Nunes, o Censo aponta para uma mudança acelerada na pirâmide etária do país.
"Mantidas as condições atuais de fecundidade, expectativa de vida e movimento migratório, deixaremos de ser um país jovem para nos tornarmos um país com população madura num prazo de 30 anos", disse.
Em 2000, o Censo revelou que 40,17% da população brasileira tinha entre 0 e 19 anos. Em 2010, esse percentual caiu para 32,95%. Já a proporção de idosos com 60 anos ou mais passou de 8,57% para 11,16% no mesmo período. De acordo com Nunes, o movimento ocorre tanto na zona urbana quanto na zona rural - essa, porém, ainda apresenta taxa de fecundidade maior.
PESSOAS POR DOMICÍLIO — Outra tendência revelada foi a de redução no número médio de habitantes por domicílio. De acordo com Nunes, isso também é fruto da redução da taxa de fecundidade, que hoje já está abaixo de dois filhos por mulher.
Em 2000, cada moradia tinha em média 3,79 moradores, contra 3,34 em 2010. O Rio Grande do Sul teve a menor média do país, de 2,99.
A coleta de dados do Censo 2010 teve início em 1º de agosto e será encerrada em 31 de outubro. Segundo o presidente do IBGE, o número de domicílios recenseados até agora supera as metas parciais do instituto.
Ele afirmou também que ao menos 600 mil domicílios que já responderam ao questionário serão revisitados. O procedimento faz parte do trabalho de checagem de dados, que visa analisar a consistência das informações que foram transmitidas pelos recenseadores. (Folha)
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