Greve dos bancários fecha 7.723 agências no país
Há oito dias parados, bancários decidiram pela continuidade da paralisação, enquanto os banqueiros não oferecerem ganhos reais. Conquista dos 12% dos bancários do Banco de Brasília, negociada pela Contec, da UGT, ainda é referência para o movimento dos bancários do Brasil todo.
A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf) contabilizou hoje (6) 7.723 agências bancárias de portas fechadas em todo o país. Isso mostra que a greve dos bancários ganha fôlego nos 26 estados e no Distrito Federal.
Há oito dias parados, em repúdio à proposta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) de reajuste salarial de 4,29% - índice que repõe a inflação passada -, a categoria realizou assembleias nesta quarta-feira em todo o país. Os bancários decidiram pela continuidade da paralisação, enquanto os banqueiros não oferecerem ganhos reais.
De acordo com o presidente da Contraf, Carlos Cordeiro, o movimento tem crescido a cada dia, em razão da "crescente indignação dos bancários com o desrespeito dos bancos", que lucraram mais de R$ 25 bilhões no primeiro semestre e só oferecem 4,29% de reajuste, sem sequer considerar as demais reivindicações da categoria.
O movimento dos bancários começou com o fechamento de 3.864 agências. Hoje, esse número passou para 7.723 unidades de portas fechadas. A greve já é a maior da categoria nos últimos 20 anos. O Comando Nacional dos Bancários informa que a mobilização é por tempo indeterminado. (Agencia Brasil)
Remédios vão ter selo de segurança
Objetivo é combater falsificação e contrabando; indústria diz que medida vai provocar aumento de preços. Agência Nacional de Saúde diz que impacto médio é de 0,05%, mas farmacêuticas falam em até 23% de acréscimo.
A partir do próximo ano, as caixas de medicamentos começarão a ter um selo de segurança para combater a falsificação e o contrabando dos produtos.
A autenticidade poderá ser verificada pelo consumidor por meio de um equipamento de leitura ótica que deverá ser instalado em todas as farmácias e drogarias do país também em 2011.
A partir de 2012, a etiqueta será obrigatória. A indústria farmacêutica afirma que a medida vai provocar um aumento do preço dos medicamentos para o consumidor que pode chegar a até 23% no caso dos genéricos.
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) rebate e afirma que o impacto médio é de 0,05% no preço, ou de 2,58% para remédios que custam até R$ 5.
A agência anunciou a nova regra ontem e argumentou que o principal objetivo é conter a falsificação de contrabando de medicamentos.
Só em 2010, de janeiro a setembro, foram apreendidos 53.575 produtos nessa situação, um pouco mais do que em todo o ano passado.
Com o selo, a ideia é que cada caixa de medicamento tenha uma numeração única, o que permitirá que ela seja rastreada pelos órgãos de fiscalização.
As máquinas de leitura ótica serão fornecidas às farmácias e drogarias pela Casa da Moeda.
Já o selo custará pelo menos R$ 0,07 por cada uma das unidades, sem contar os impostos estaduais.
O presidente da Anvisa, Dirceu Raposo de Mello, disse que não serão permitidos aumentos nos preços dos medicamentos por causa disso, mas a indústria rebate sua afirmação.
Isso porque, atualmente, grande parte dos medicamentos é vendida a preços menores do que os máximos permitidos pelo governo. Com a obrigatoriedade do selo, essa diferença deve diminuir, diz o vice-diretor executivo do Sindusfarma (sindicato da indústria farmacêutica de SP), Nelson Mussolini.
De acordo com ele, além do valor do selo, a indústria terá que arcar com as máquinas seladoras e locais de armazenagem, entre outros custos. Ele defende a adoção de outra tecnologia. (Folha)
Trabalhar em local barulhento pode aumentar o risco cardíaco
Chance de ter um ataque é até três vezes maior, segundo estudo.
O que é ruim para os ouvidos também pode fazer mal ao coração. Segundo estudo, pessoas que trabalham em locais ruidosos há pelo menos um ano e meio têm três vezes mais chance de sofrer um grave problema cardíaco do que quem trabalha em ambientes silenciosos.
Os pesquisadores da Universidade de British Columbia, nos EUA, examinaram, entre 1999 e 2004, mais de 6.000 pessoas com mais de 20 anos de idade. O estudo foi publicado na revista "Occupational and Environmental Medicine".
Os participantes foram solicitados a classificar o nível de barulho nos seus locais de trabalho e há quanto tempo estavam expostos a ele.
Após o cruzamento de dados, os pesquisadores concluíram que quem trabalhava em locais mais barulhentos tinha até três vezes mais chance de ter um ataque cardíaco ou dores no peito.
Segundo o cardiologista Carlos Alberto Pastore, do Incor, trabalhar sob constante ruído facilita a liberação de hormônios relacionados com o estresse: a adrenalina e o cortisol. "O gatilho que acelera o processo inflamatório das artérias é o estresse."
No entanto, para o médico, o estresse só é um problema quando passa a ser constante. Nesse caso, o estresse excessivo deve ser considerado um fator de risco como qualquer outro.
"Tudo aquilo que está relacionado à esfera emocional é um problema de saúde tão grave quanto o colesterol." (Folha)
Governo teme risco de bolha no mercado imobiliário e, por isso, vai criar índice de inflação para monitorar setor
O forte aquecimento do mercado imobiliário obrigou o governo federal a trabalhar na criação de mecanismos para evitar bolhas como a que provocou uma quebradeira nos bancos americanos a partir de setembro de 2008, desencadeando a maior crise financeira internacional em quase 80 anos. O primeiro passo será monitorar com lupa a inflação do setor e lançar o Índice Nacional dos Preços de Imóveis, já em 2011, em parceria com o IBGE.
Paralelamente, ciente de que este é um mercado em franca expansão - nos 12 meses encerrados em junho, o crédito para a casa própria cresceu 50,6% - a equipe econômica está discutindo novas formas de financiamento para o setor. Estima-se que, em 2013, sejam necessários R$ 100 bilhões adicionais às fontes atuais.
O trauma provocado pela crise americana levou muitos países a discutirem a necessidade de monitorar a inflação de ativos como imóveis para evitar surpresas.
- Bolhas no mercado imobiliário são difíceis de se identificar mas, quando estouram, provocam grandes estragos - explicou uma fonte da equipe econômica.
O mercado americano entrou em crise, entre outros motivos, por ser pouco regulamentado. Foram criados títulos lastreados em hipotecas imobiliárias que eram negociados no mercado. Num cenário de juros baixos, os imóveis se valorizaram. Mas, quando as taxas começaram a subir, houve aumento da inadimplência nas hipotecas e, com isso, os preços dos imóveis desabaram e afetaram todo o mercado financeiro, levando à quebra de grandes bancos.
Medidas para diversificar crédito — Os técnicos do governo brasileiro destacam que o mercado nacional tem boas regras prudenciais. Mesmo assim, é preciso criar instrumentos, como será o novo índice de preços de imóveis, para um monitoramento mais próximo. Hoje, no Brasil, não há indicadores oficiais para medir preços de imóveis. Índices são feitos esporadicamente por sindicatos regionais. Apenas o custo do material de construção tem acompanhamento mensal.
Segundo o presidente do Sindicato das Empresas de Compra, Locação e Administração de Imóveis de São Paulo (Secovi-SP), João Crestana, o novo índice pode ser positivo para dar um parâmetro sobre o comportamento dos preços de imóveis no país:
- Não existe um índice hoje que dê a média dos preços no país. Até porque esse trabalho é muito difícil. Um imóvel varia de acordo com localização e demanda. Até mesmo numa mesma cidade, os valores variam de acordo com o bairro.
Já o vice-presidente do Secovi-Rio, Manoel Maia, vê a criação do novo índice com certo ceticismo. Embora o próprio sindicato faça esse tipo de monitoramento, Maia teme que os indicadores do governo não acompanhem a realidade rápida do mercado com as suas especificidades por região e acabe influenciando os preços.
- Este índice tem que ser feito com cautela.
O coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getulio Vargas (FGV), Salomão Quadros, afirma que é importante ter um índice para medir os preços dos imóveis de forma fidedigna. Segundo ele, o acompanhamento hoje é esporádico, feito por metodologias diferentes e variam de região para região.
Outra questão que mobiliza o governo quanto ao setor imobiliário é diversificação das fontes de crédito. É unânime o entendimento de que não se pode continuar dependendo quase que exclusivamente da caderneta de poupança e de que é preciso criar outros instrumentos de captação de recursos no mercado financeiro.
- O governo estuda a criação de instrumentos para que o setor privado faça financiamentos de longo prazo e isso vai acabar chegando ao setor imobiliário. É preciso estar preparado - explicou um técnico da equipe econômica.
Crestana, do Secovi-SP, lembra que o Brasil tem hoje instrumentos como os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) - papéis lastreados em créditos imobiliários que são garantidos por imóveis. Mas afirma que o país ainda engatinha nessa área.
- Os CRIs ainda são muito residuais - disse Crestana.
A caderneta de poupança já financiou este ano, até agosto, 263.701 mil unidades, num montante que soma R$ 34,019 bilhões, volume 74% superior ao do mesmo período em 2009. O volume de CRIs no mercado hoje está entre R$ 6 bilhões e R$ 7 bilhões.
- A poupança tem hoje uma sobra que pode ser aplicada em habitação nos próximos dois anos. Depois disso, no entanto, vamos precisar de outras fontes- afirmou o presidente do Secovi-SP.
A previsão da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) é que o Brasil necessite, já em 2013, de R$ 100 bilhões de recursos adicionais para financiar o setor imobiliário. O déficit habitacional brasileiro é hoje de quase 6 milhões de unidades. (O Globo)
INVESTIMENTO — Captação da poupança cresce e é recorde
A caderneta registrou em setembro uma captação líquida de R$ 4,8 bilhões, aumento de 38% ante 2009. Esse é o segundo maior resultado do ano e é a maior captação da série histórica para meses de setembro. O saldo total de depósitos na poupança alcançou a marca inédita de R$ 360 bilhões. (Folha)
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