CONTEC consegue 12% de reajuste para bancários do Banco de Brasília (BRB)
A greve nacional dos bancários no seu terceiro dia traz uma significativa vitória dos bancários do Banco Brasília (BRB) que conquistaram 12% de reajuste nos pisos salariais e todos os demais benefícios (1% além da reivindicação de 11%) e 7% nas funções gratificadas.
A vitória é animadora pois estabelece um novo parâmetro nas negociações, ainda em andamento, com os demais bancos públicos e privados. Na próxima segunda-feira, 4 de outubro, devem recomeçar as negociações com os demais bancos e a CONTEC — Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Empresas de Crédito —filiada à União Geral dos Trabalhadores, UGT, vai insistir na estratégia de provar, tecnicamente, que há possibilidade de os bancos aceitarem ou superarem (como foi o caso do BRB) a reivindicação salarial dos bancários que é de 11% de reajuste (inflação mais ganho real).
Vamos aproveitar também para estabelecer indicadores técnicos para a negociação da Participação nos Lucros e Resultados (PLR), que no caso do BRB devem superar os R$ 5.500,00 negociados no ano passado.
Ou seja, a negociação com o BRB prova que é possível um bom acordo que porá fim à greve e evitará o desgaste da imagem dos donos de bancos que têm também grande responsabilidade na defesa de sua imagem corporativa junto à opinião pública e, em especial, junto aos correntistas.
A greve dos bancários se justifica diante da verdadeira provocação patronal de oferecer apenas o repasse da inflação de 4,29% para os salários dos bancários num dos setores da economia que teve lucros astronômicos no último ano. (Lourenço Prado, presidente da CONTEC)
Leia o clipping do dia:
Bancários fecham 4.895 agências e entram no terceiro dia de greve nesta sexta-feira
Sem nova proposta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) sobre reajuste salarial, a greve dos bancários entra nesta sexta-feira no seu terceiro dia. A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), ligada à Central Única dos Trabalhadores (CUT), informou que 4.895 agências permaneceram fechadas nesta quinta-feira em todos os estados e no Distrito Federal, mil a mais do que na terça-feira, primeiro dia de greve. Mais da metade dos 470 mil bancários de todo o país aderiram à greve, segundo a Contraf. A Fenaban ainda não divulgou a sua projeção.
Os trabalhadores reivindicam aumento de 11%, reajuste no piso salarial, participação nos lucros e resultados e abono. Os bancos ofereceram a reposição da inflação, de 4,29% pelo INPC, mas não garantiram aumento real. A Contraf divulgou nesta quinta um "comunicado dos bancários à sociedade brasileira" dizendo que os bancos empurram os trabalhadores para a greve.
- Essa intransigência é incompatível com a situação privilegiada dos bancos e fez a greve aumentar no segundo dia - Carlos Cordeiro, presidente da Contraf.
No Rio, movimento cresce nas casas lotéricas — Em São Paulo, mais de 800 bancários fizeram uma passeata no fim da tarde desta quinta-feira. Eles se concentraram na Praça do Patriarca e caminharam por mais de uma hora pelas principais ruas da região central. De acordo com o sindicato, 28 mil trabalhadores aderiram à greve em São Paulo. Os trabalhadores fecharam 649 agências e 14 centros administrativos.
No Rio, a adesão à greve aumentou. Dos 21 mil bancários da capital fluminense, 15.750 cruzaram os braços, quase três mil a mais em relação ao primeiro dia. Das cerca de 930 agências, entre bancos privados, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, 697 fecharam. Apenas os caixas eletrônicos funcionaram e, por isso, apresentaram filas maiores. Casas lotéricas, que funcionam como correspondentes bancários, tiveram maior movimento. Uma audiência ocorrerá na tarde desta sexta-feira no Tribunal Regional do Trabalho do Rio para estabelecer regras que bancários e banqueiros deverão seguir durante a greve.
- A greve fica mais forte a cada dia - afirmou Paulo Cesar Barros, diretor do sindicato no Rio.
O sindicato reclama do número considerado abusivo de interdito proibitório utilizado pelos bancos para garantir a entrada de funcionários que queiram trabalhar. No Paraná, o juiz da Vara do Trabalho de Arapongas, negou pedidos de interditos proibitórios nos bancos. Em Alagoas, o sindicato de Maceió acusou o gerente de um banco privado de truculência ao tentar impedir a greve.
Em Salvador, 90% das agências de Caixa Econômica, Banco do Brasil e BNB paralisaram as atividades, segundo o sindicato local. Na avenida Sete de Setembro e no Comércio, todos os bancos permaneceram sem atendimento ao público. Agências de bancos públicos em Itapuã, Baixa dos Sapateiros, Ondina, Barra, Sete Portas e Costa Azul também ficaram fechadas. A greve ganhou força no interior. Em Camaçari, Barreiras e Juazeiro todas as agências fecharam. (O Globo)
Brasileiro gasta mais com pagamento de juros do que com bem comprado
Famílias gastam 13,3% do salário para pagar os juros dos financiamentos e 10,5% com o principal da dívida
Estudo divulgado nesta quinta-feira, 30, pelo Banco Central mostra que, nos financiamentos, os brasileiros gastam mais com o pagamento de juros do que com o produto efetivamente comprado. Publicado no Relatório Trimestral de Inflação, a pesquisa mostra que, atualmente, as famílias gastam 13,3% do salário para pagar os juros dos financiamentos existentes.
Já o comprometimento da renda para pagar a dívida efetivamente, o chamado pagamento do principal, consome 10,5%. Ou seja, o brasileiro gasta, na média, mais com juros do que com o bem adquirido. Em julho de 2006, a parcela destinada aos juros era de 11,3% e a destinada ao pagamento do principal era de 10,1%.
Ao ser questionado sobre o fato de o juro ter maior peso que o principal, o diretor de Política Econômica do BC, Carlos Hamilton Araújo, não demonstrou preocupação. "As taxas de inadimplência no Brasil estão caindo. Então, as pessoas estão conseguindo pagar suas dívidas", disse.
Dessa forma, o comprometimento médio da renda dos brasileiros com o pagamento de financiamentos - soma do principal e juros - passou de 21,4% em julho de 2006 para 23,8% em julho de 2010. "Nós podemos afirmar que há estabilidade no comprometimento da renda das famílias no pagamento das dívidas", cita o diretor, ao comentar a oscilação de 21,4% em 2006 para os atuais 23,8%.
A despeito dessa relativa estabilidade do comprometimento da renda, o BC mostrou que o endividamento médio das famílias cresceu nos últimos anos. Em julho de 2006, o total de todas as dívidas era, na média, correspondente a 25% do rendimento dos tomadores de crédito acumulado em um ano. Agora, essa proporção saltou para 39,1%. Isso quer dizer que o brasileiro possui, na média, mais de um terço de seu rendimento de um ano em dívidas. (Estado)
Planos de saúde terão prazos máximos para marcar consulta e outros procedimentos
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) definiu prazos máximos para as empresas de saúde suplementar atenderem alguns procedimentos dos usuários. Os prazos constarão de uma instrução normativa e caso não sejam atendidos, podem caracterizar a existência de problemas assistenciais nas operadoras. Confira abaixo os limites:
Consulta básica (pediatria, clínica médica, clínica cirúgica, ginecologia e obstetrícia, cardiologia, ortopedia e traumatologia)- 7 dias
Consultas nas demais especialidades médica- 14 dias
Consulta de fonoaudiologia, nutrição e psicologia -10 dias
Sessão de terapia ocupacional e fisioterapia - 10 dias
Serviços de diagnóstico por laboratório clínico - 3 dias
Serviço de diagnóstico por imagem - 10 dias
Procedimentos de alta complexidade - 21 dias
Internações eletivas - 21 dias
Urgências e Emergências 24 horas - imediato
Consulta odontológica - 7 dias
Para definir os limites, a ANS realizou uma pesquisa com operadoras médico-hospitalares, que atendem a 89% dos beneficiários do país, sobre o prazo médico de assistência aos usuários. O resultado, divulgado hoje no Encontro ANS - Edição São Paulo, serviu de base para fixação dos limites.
A instrução normativa deve ser publicada na próxima semana, mas a ANS dará um prazo até 1º de março de 2011 para as operadoras se adequarem às novas regras. (O Globo)
Conta de luz vai ficar mais cara no país
Estudo indica que preço da energia elétrica no Brasil, já um dos mais elevados do mundo, subirá 30% em 5 anos. Aumento de produção de térmicas, mais caras, e renovação dos contratos de concessão são motivos para a alta.
A conta de luz dos consumidores brasileiros deve subir, em média, 30% nos próximos cinco anos. O cálculo é da PSR Consultoria, uma das principais empresas de estudos e análises de tendências do setor elétrico brasileiro.
Confirmada essa perspectiva, a energia no Brasil pode se consolidar na posição de mais cara do mundo, conforme já revelou recentemente reportagem da Folha.
A afirmação foi feita durante o 7º Enase (Encontro Nacional dos Agentes do Setor Elétrico), que ocorreu ontem no Rio de Janeiro.
A situação pode agravar um paradoxo. Apesar de o Brasil ser um dos líderes mundiais em geração de energia hidrelétrica, possui uma das tarifas mais altas.
Na literatura do setor, parques de geração hidrelétrica são sempre opção para oferta de energia mais barata.
Segundo Mário Veiga, presidente da consultoria, nesse horizonte de tempo a elevação das tarifas para os consumidores brasileiros (atendidos por distribuidoras como AES Eletropaulo, CPFL, Cemig, Cemar ou Ligth) ocorrerá por duas razões.
Devido à recontratação da energia de usinas cuja concessão vence entre os anos de 2013 e 2014 e também em razão do aumento da produção de energia de fontes termelétricas, como o gás natural -mais caras e mais poluentes do que a hidrelétrica.
O estudo da PSR, diz Veiga, foi feito a partir de "projeção detalhada" de demanda das 17 maiores distribuidoras de energia elétrica do país.
Para o governo, a primeira razão apontada pela PSR, ao contrário, poderá ajudá-lo a reduzir a tarifa para os consumidores.
"É um estudo baseado em premissas que ficam uma interrogação. Dependendo da premissa, um mesmo estudo pode chegar a resultados diferentes", disse o ministro de Minas e Energia, Marcio Zimmerman, no evento.
Segundo ele, a tendência é de redução dos custos de geração de energia elétrica no Brasil. "Eu tenho feito sempre declarações otimistas com relação a tendências de custos cadentes", apontou.
Como a solução para o problema do fim das concessões das hidrelétricas ainda é uma incógnita, o mercado tem dúvidas de que o governo consiga usar esse processo (de renovação das concessões ou de abertura de nova licitação) para baixar as tarifas. O assunto só será decidido pelo próximo presidente.
Quanto ao aumento da geração de energia de termelétricas, a situação é mais clara. A demanda por energia no Brasil é crescente. Como a maior parte do parque gerador é de fonte hídrica, o país é muito dependente de bons períodos de chuva.
Se durante um ano o volume de chuvas for inferior ao necessário, a situação já poderá ficar complicada. Dessa forma, o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico, órgão responsável por determinar quem gera energia para abastecer o país) pode acionar as termelétricas para poupar água nos reservatórios. E é o que tem feito.
Segundo Veiga, o governo subestima o acionamento das térmicas no momento em que são contratadas nos leilões. "Para o leilão, o governo faz uma hipótese de acionamento dessas termelétrica, mas, na vida real, essas usinas são acionadas com muito mais frequência."
CUSTO EXTRA — A geração térmica usada para economia da água nos reservatórios já redundou em custo de R$ 700 milhões e, segundo estimativa da PSR, pode alcançar R$ 1 bilhão.
A Abrace, associação que reúne os grandes consumidores de energia, afirma que até setembro essa conta já estava em R$ 1,1 bilhão.
O setor industrial tem criticado esse sistema. Alega que essa conta tem ficado alta e imprevisível, o que começa a criar problemas para o provisionamento nos balanços.
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