Mínimo de R$ 560,00: “O que propomos é dividir riquezas”
Roberto Santiago, vice-presidente da UGT e deputado federal pelo PV deu entrevista hoje para a TV Brasil, no mesmo dia em que será votado o novo salário mínimo que o governo quer em R$ 545,00 e a UGT. A UGT, através do deputado Roberto Santiago, seu vice-presidente, quer o mínimo reajustado para R$ 560,00, com a antecipação de R$ 15,00 ou 3% do valor. A argumentação básica do deputado foi que “os trabalhadores brasileiros querem apenas dividir as riquezas geradas em 2010 que fizeram com que apenas os empresários ficassem rindo à toa. “O que propomos é dividir riquezas, repartir com os trabalhadores que recebem o mínimo, com aposentados e pensionistas o aumento do PIB do ano passado que deve atingir 7,6% e reavaliar o ano de 2009 que foi excepcionalmente negativo, com um PIB abaixo de zero. Segundo as contas do deputado Roberto Santiago a antecipação de 3% no salário mínimo geraria um gasto extra anual do governo de R$ 900 milhões, que seria perfeitamente equacionável pelas contas governamentais. A UGT acompanhará a votação de hoje no plenário da Câmara dos Deputados. E vamos registrar voto a voto contra e a favor do salário mínimo proposto pela UGT e demais centrais sindicais. (Marco Roza, da Redação da UGT)
UGT:Trabalhadores merecem recompensa por tolerância na crise
A Câmara dos Deputados está movimentada. Os partidos reúnem seus líderes para articularem a defesa de suas propostas a respeito do salário mínimo. O valor sugerido pelo governo (R$ 545) será votado nesta quarta-feira (16). "A caneta do governo é poderosa", afirma o deputado federal Roberto Santiago (PV), vice-presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), em menção à influência do Executivo sobre o Legislativo nesta matéria. Para ele, os trabalhadores colaboraram durante a crise econômica mundial e merecem uma recompensa.
- Proponho uma antecipação de 3%. Ou seja, os R$ 545 do governo mais 3%. É uma antecipação, o Planalto vai descontar isso depois em 2012. É preciso deixar os trabalhadores mais simples usufruírem da riqueza gerada em 2010.
Santiago defende o posicionamento das centrais sindicais, que aceitariam negociar um mínimo a R$ 560. Na avaliação dele, a população de baixa renda sofreu com as "quebras de acordos" do governo para com os trabalhadores - durante a crise.
Agora, explica o parlamentar, o reajuste deveria ser mais generoso. "Tivemos um PIB positivo em 2008, negativo em 2009 e um positivo e alto em 2010. A crise em 2009 não quebrou um acordo, mas todos os possíveis". E completa: "Se tem problema no caixa do governo, os trabalhadores não podem pagar por isso".
- Dentro da crise, o governo teve que reduzir impostos, incentivar empresas, gerar empregos, colocar dinheiro no mercado. Nesse momento, as regras foram quebradas, inclusive as do salário mínimo. Quero que os trabalhadores e aposentados tenham direito à riqueza gerada com o bom PIB de 2010, porque no final do ano passado os empresários estavam sorrindo.
Santiago diz acreditar que sua proposta é "absolutamente suportável". "Ela carregaria a previdência com R$ 900 milhões em 2011", detalha, para explicar que a pressão das centrais não tem o intuito de "colocar o governo na parede". "Não é braço de ferro", pontua. (Jornal do Brasil)
UGT critica governo por tratar correção do IR como 'moeda de troca'
Governo decidiu correção da tabela em 4,5%, mas só efetiva medida se o salário mínimo ficar em R$ 545.
O vice-presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), o deputado federal Roberto Santiago (PV-SP), criticou o modo com que as negociações do novo valor do salário mínimo têm sido conduzidas pelo governo. Para ele, o fato de o Palácio do Planalto aceitar corrigir a tabela do Imposto de Renda (IR) apenas depois de aprovado o salário mínimo de R$ 545 é uma medida indevida.
"A decisão de reajuste da tabela do Imposto de Renda é técnica e depende do Executivo e suas áreas econômicas, por isso o governo a tem usado, indevidamente, como moeda de troca", afirmou, em nota divulgada nesta segunda-feira (14).
O governo sinalizou que está disposto a corrigir a tabela do IR para 2011 em 4,5%, evitando impacto dos R$ 545 que deve ser votado nesta quarta-feira (16) na Câmara dos Deputados. A proposta das centrais de reajuste de IR é de 6,46%, desde o início das negociações.
Santiago, que apresentou emenda de reajuste do mínimo para R$ 560, acredita que deputados do PV, DEM, PSDB e PCdoB devem seguir sua proposta. "Com o voto aberto, que já está confirmado, ficará muito difícil para os deputados, mesmo sofrendo uma pressão muito grande do Executivo, votarem contra os interesses de mais de 48 milhões de brasileiros que dependem do salário mínimo", sustentou.
O deputado insiste que, mesmo com a oferta de 4,5% de correção na tabela, as centrais continuarão a pressão sobre o governo. "Vamos insistir na reposição integral da inflação na tabela do Imposto de Renda pois, de outra forma, trata-se de subtração de rendimentos da classe trabalhadora a favor do governo", afirmou. (Rede Brasil Atual)
Dilma usa 2º escalão para aprovar R$ 545
Ministros fazem ofensiva no Congresso para tentar assegurar, hoje, aprovação do novo valor do salário mínimo. Até a presidente Dilma entrou na mobilização, convocando Carlos Lupi antes de reunião com a sigla do ministro, o PDT.
A um dia da votação do projeto do novo salário mínimo na Câmara, o governo escalou ministros para pressionar suas bancadas a aprovar os R$ 545. Paralelamente, manteve as negociações com as legendas para preencher cargos do segundo escalão.
Hoje, por exemplo, há previsão de reunião entre Antonio Palocci (Casa Civil) e a cúpula do PSB para discutir os pleitos da legenda para os cargos federais fora dos dois ministérios que controla: Integração Nacional e Portos.
O vice-presidente da legenda, Roberto Amaral, disse ontem após reunião da bancada de 38 deputados federais, que "todos os parlamentares do PSB votarão com a proposta do governo".
Ontem também o ministro Luiz Sérgio (Relações Institucionais) e o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, participaram de reuniões com os principais partidos. Guido Mantega (Fazenda) falou em comissão geral sobre o assunto. Já Palocci ligou para diversos deputados.
A própria presidente Dilma Rousseff entrou na mobilização, chamando o ministro Carlos Lupi (Trabalho) para uma conversa pouco antes de reunião da bancada federal do PDT, do qual Lupi é presidente licenciado.
O partido é o único foco declarado de resistência entre os aliados do governo. E as afirmações após o encontro foram praticamente unânimes a favor dos R$ 560.
OTIMISMO OFICIAL — Os cálculos dos governistas são otimistas, apostando em 360 votos, dos 513 possíveis, a favor dos R$ 545. A avaliação é que, como as indicações de cargos no governo ainda estão em andamento, ninguém quer "sair da linha" no Congresso.
"Estamos em uma situação confortável, muito melhor do que na semana passada", afirmou o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP).
O PMDB, por exemplo, chegou a soltar nota em defesa dos R$ 545 no final do dia. No PT, o único a manifestar posição contrária foi o deputado Eudes Xavier (CE).
Em sua exposição, diante de um plenário cheio de representantes das centrais sindicais, o ministro Guido Mantega disse ainda que um valor superior aos R$ 545 pode pressionar a inflação.
O líder do governo confirmou ontem que será editada uma medida provisória para corrigir a tabela do Imposto de Renda. Segundo ele, caso o valor de R$ 545 seja aprovado, a variação será de 4,5%. (Folha)
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