segunda-feira, 7 de março de 2011

Em reunião com a presidente Dilma Rousseff UGT insistirá na manutenção do viés social

UGT defenderá viés social em reunião com Dilma

Por Ricardo Patah, presidente nacional da UGT

Na próxima sexta-feira, 11 de março, A UGT participará da reunião das centrais sindicais com com a presidente Dilma Rousseff. Aproveitaremos o encontro para levar para a presidente as posições da UGT favoráveis a um viés social, na continuidade de politicas públicas que apoiamos a favor da redução da miséria, dos investimentos em Educação e na inclusão social e econômica através do trabalho decente com salário também decente. A UGT está preocupada com o momento econômico que vivemos, quando a valorização do Real, que consideramos artificial, começa a impactar as exportações e gerar importações que ameaçam vários setores industriais. Nos preocupa também as reservas de 300 bilhões de dólares, que geram um custo extraordinário para serem mantidas, num momento em que o Brasil precisa apoiar o governo Dilma no seu viés de politicas públicas sociais

Leia as principais notícias do dia:

Governo prepara mudanças no câmbio

Dólar atinge a menor cotação desde 2008, abaixo do piso defendido pela Fazenda; governo pode anunciar medidas depois do carnaval.

Preocupado com a nova rodada de valorização do real, que ontem atingiu o menor valor desde agosto de 2008, o governo prepara novas medidas na área cambial, segundo informou ao ‘Estado’ uma fonte do Ministério da Fazenda. O ministro Guido Mantega e o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, discutiram o assunto nos últimos dias e novas iniciativas já estão praticamente prontas pela área técnica do governo.

Segundo a mesma fonte, há grande chance de ela sair logo depois do carnaval. "Será uma medida forte", disse. Para enfrentar a valorização da moeda brasileira, o governo já elevou duas vezes o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para investimentos estrangeiros em renda fixa (hoje está em 6%), alterou normas de forma a limitar a aposta dos bancos na alta do real, voltou a colocar swaps cambiais reversos (instrumentos equivalentes a compras de dólares no mercado futuro) e também criou o leilão a termo de câmbio, que é uma operação feita em um dia com entrega em data futura.

Entre as medidas possíveis de serem utilizadas para enfrentar a "guerra cambial", evitar a valorização do real e garantir a competitividade do setor exportador brasileiro está a compra de moeda estrangeira por meio do Fundo Soberano do Brasil (FSB). O governo tem autorização para operar com o FSB, mas ainda não acionou as compras.

Quarentena. Outra possibilidade que já foi mencionada por fontes do governo seria a adoção de medidas de controle cambial, como uma elevação brusca da alíquota do IOF no ingresso de capitais no País até a opção de maior rejeição pelo mercado externo, que é a imposição de uma quarentena para o ingresso de capitais. Existe uma preocupação do governo de deixar claro que ele não pretende criar qualquer dificuldade à saída de capitais estrangeiros.

Ontem, o dólar fechou negociado abaixo de R$ 1,65, o mais recente piso informal que vinha sendo defendido de forma bem sucedida pelo governo.

A cotação de fechamento no balcão foi de R$ 1,644, queda de 0,42% sobre a cotação de anteontem. Na semana, a queda acumulada é de 1,14%. Vale lembrar que o Banco Central atuou fortemente nesta semana para conter a escalada do real, usando as três modalidades de intervenção (compras à vista, swaps reversos e leilões no mercado à termo).

O movimento de perda de valor do dólar ocorre em vários lugares do mundo por conta da baixa taxa de juros e da emissão de moeda nos Estados Unidos. Assim, muitas empresas nacionais têm buscado captar recursos no exterior, o que ajudou a inflar os números do fluxo de dólares no primeiro bimestre de 2011 - no total, o fluxo cambial em janeiro e fevereiro, faltando um dia para fechar o resultado do mês passado, superava os US$ 20 bilhões.

Além disso, o Brasil tem sido um dos destinos preferidos do capital estrangeiro por conta de seu crescimento econômico ser um dos mais fortes do mundo e pelas perspectivas relativas aos grandes eventos como Copa do Mundo e Jogos Olímpicos, além da exploração do petróleo na camada pré-sal.

Também não se pode desprezar o efeito que o processo de alta dos juros em curso pelo Banco Central poderá vir a ter. Desde a alta do IOF para investimento estrangeiro em renda fixa, esse segmento teve uma diminuição significativa nos fluxos para o País. Contudo a alta da Selic em tese tende a diminuir o peso do tributo e a atrair mais capital para especular com os títulos do governo. (Estado)

Reajuste de aposentadorias ficará abaixo da inflação

Governo corrigiu o benefício em 6,41% no início de janeiro, mas INPC acumulado foi de 6,47%.

O reajuste dos aposentados e pensionistas que ganham mais que o salário mínimo ficará abaixo da inflação neste ano. No início de janeiro, o Ministério da Previdência Social elevou o valor desses benefícios em 6,41%, porcentual equivalente à estimativa do governo para o acumulado em 12 meses do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Oficialmente, no entanto, o INPC acumulado foi de 6,47%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A expectativa dos aposentados era de que o governo passasse a corrigir os benefícios com base na inflação de 6,47%. Hoje, no entanto, o Ministério da Previdência Social informou que não vai pagar a diferença. Insatisfeito com a decisão do governo, o presidente da Confederação Brasileira dos Aposentados e Pensionistas (Cobap), Warley Martins, já ameaça entrar com ação na Justiça para assegurar que os benefícios sejam corrigidos pela inflação acumulada de 6,47%.

A decisão do governo está em linha com o discurso de impedir novas pressões nas despesas, principalmente, depois de anunciar um corte de R$ 50 bilhões no Orçamento deste ano. Porém, se os aposentados realmente questionarem a matéria e ganharem a disputa judicial, o custo para as contas públicas pode ser muito maior do que fazer recomposição agora, de acordo com a avaliação de um técnico em previdência social.

Segundo o presidente da Cobap, a legislação brasileira assegura que os benefícios previdenciários acima do mínimo sejam reajustados de forma que garanta o poder de compra do aposentado e pensionista, o que, na avaliação dele, não está sendo respeitado neste ano. Ele disse ainda que o governo havia feito um compromisso de pagar da diferença.

No ano passado, para garantir a aprovação da Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO) deste ano, foi incorporado um artigo informando que seriam "assegurados recursos orçamentários necessários ao atendimento da política de ganhos reais aplicável às aposentadorias e pensões". Neste ano, no entanto, os aposentados não tiveram sequer a correção do benefício pela inflação acumulada.

Hoje, os ministérios da Previdência Social e da Fazenda divulgaram a portaria nº 115, no Diário Oficial da União, para confirmar o pagamento do salário mínimo de R$ 545, a partir de março. Desde o início do ano, o valor que vem sendo pago é de R$ 540. O teto para aposentadorias do INSS ficou estabelecido em R$ 3.689,66, esse valor teve uma correção de 6,41%. (Estado)

Investimentos — BNDES lança novo programa de estímulo ao investimento e quer barrar importações

A terceira versão do Programa de Sustentação de Investimento (PSI) do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) inclui o esforço do governo para barrar a enxurrada de importações que compromete a indústria nacional e o estímulo à inovação, informou nesta sexta-feira o superintendente de Planejamento do banco, Claudio Leal.

Foram criadas três novas linhas com dotação de R$ 4 bilhões no total. O orçamento do PSI 3 é de R$ 75 bilhões. Essas linhas vão ser possíveis graças ao empréstimo do Tesouro de R$ 55 bilhões, anunciado na quinta pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. Desde 2009, os aportes do Tesouro somam R$ 235 bilhões.

- Queremos enfrentar as importações de peças para máquinas porque pode haver o risco de a indústria ficar oca - afirmou.

Paralelamente, a nova versão do PSI sinaliza a desativação dos mecanismos anticrise, criados numa primeira versão do programa, em julho de 2009. Houve aumento das taxas de financiamento. Por exemplo, a linha que financia ônibus e caminhões terá a taxa elevada para 10% ao ano contra 8% ao ano atualmente.

Além disso, o banco reduziu em 10 pontos percentuais a participação máxima em todas as linhas de financiamento, mesmo as que não estão incluídas no PSI. Para as linhas de capital de giro, o banco vai limitar sua participação em 30% no valor do projeto, antes essa fatia era de 50% e também pôs um limite de prazo para o pagamento de até 48 meses - antes não havia prazo.

-Estamos desativando os mecanismos criados na crise e fazendo um exercício de racionalização de recursos do banco - afirmou Leal, que disse esperar que o setor privado preencha esse espaço deixado pelo banco. - Isso é um convite, diria até uma convocação para que ele ocupe espaço - afirmou.

Com essas mudanças no PSI e nas demais linhas, o BNDES estima que o desembolso seja de até R$ 146 bilhões. Sem essas medidas, Leal acredita que a demanda iria extrapolar as receitas. (O Globo)

400 mil têm primeiro carro zero em 2010

Total equivale ao mercado automobilístico de Chile, Colômbia e Venezuela juntos; segundo analistas, maioria pertence à nova classe C.

Cerca de 400 mil consumidores brasileiros compraram o primeiro carro zero no ano passado, número equivalente ao total de veículos vendidos no Chile, Colômbia e Venezuela, juntos. Os "entrantes" no cobiçado mercado automobilístico, na avaliação de analistas, pertencem principalmente à chamada nova classe C, constituída por pessoas que melhoraram a renda salarial.

Elas são responsáveis, em grande parte, pela continuidade do crescimento das vendas de automóveis, mesmo com a tentativa do governo de frear o consumo. Embora sejam dados parciais de 2010, obtidos em pesquisa feita em conjunto pelas montadoras, analistas acreditam que continuarão a ser replicados neste ano. Janeiro e fevereiro bateram recorde para esses meses, com 144 mil e 274 mil unidades vendidas, respectivamente.

O mercado conta ainda com o reforço dos consumidores veteranos que estão trocando mais cedo de carro - e por modelos mais caros. No ano passado, 32,1% dos automóveis comerciais leves vendidos no País custavam de R$ 30 mil a R$ 40 mil. Em 2009, essa faixa respondia por 24,5% das vendas. Já os modelos mais baratos, até R$ 30 mil, eram 37,3% do mercado, fatia que caiu para 25,3%. No alto da pirâmide, a fatia das vendas de carros entre R$ 90 mil e R$ 100 mil saltou de 1,3% para 5,2%.

Stephan Keese, da consultoria Roland Berger, vê duas tendências paralelas no mercado brasileiro: o crescimento do número de pessoas que compram o primeiro carro zero, principalmente na classe C, e o aumento do valor médio gasto na compra, em especial entre as classes A e B. Em 2006, a média era de R$ 29 mil. Hoje está em R$ 40 mil.

Para o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Cledorvino Belini, o aumento da massa salarial, maior confiança do consumidor e "carros mais baratos" estão movendo o mercado. Segundo ele, nos últimos 12 meses os preços dos automóveis subiram 1,5%, segundo a Fipe, enquanto a inflação medida pelo IPCA ficou em 6%. "Pelo mesmo índice, o preço dos carros caiu 1%", informa.

Pesquisa de intenção de compra para o período de janeiro a março feita pelo Programa de Administração do Varejo da Fundação Instituto de Administração (Provar/FIA) e pela Felisoni Consultores Associados aponta aumento de 5,3% em relação ao primeiro trimestre de 2010 no número de pessoas que pretendem comprar carro. "O valor médio que elas pretendem gastar subiu 11,5%", informa o presidente do conselho do Provar, Claudio Felisoni de Angelo.

Para ele, as medidas de contenção ao crédito devem ter efeitos mais significativos no mercado a partir do segundo trimestre.

Drible no pacote. As medidas levaram ao aumento dos juros nos financiamentos superiores a 24 meses, principalmente naqueles em que o consumidor não precisa dar entrada no ato da compra, justamente os mais procurados pelos consumidores de menor renda. Os juros médios para financiamentos aumentaram de 1,28% em dezembro para 1,60% ao mês, calcula Felisoni.

Montadoras, concessionárias e financeiras, no entanto, estão adotando alternativas para driblar o pacote, ação que também justifica, em parte, os bons resultados das vendas em janeiro e fevereiro. "Buscamos ser criativos com as ferramentas possíveis", diz Fábio Lewkowicz, diretor do grupo Aba, com seis revendas.

Uma delas é o plano em que o consumidor adquire o carro em cinco anos, com entrada de 35%, a ser paga no 30.º mês, ou seja, daqui a mais de dois anos. Um exemplo é o modelo Classic, oferecido em 60 parcelas de R$ 640. A entrada, de R$ 9.880, será paga em agosto de 2013. À vista, o automóvel sai por R$ 28.230.

Os concessionários também aceitam parcelar a entrada no cartão de crédito ou em cheques pré-datados. Os bancos, por sua vez, somam a renda de várias pessoas da família até atingir o valor mínimo necessário para liberar o crédito. "Está todo mundo desesperado para não perder fatias neste grande filão de mercado", avalia o economista Ayrton Fontes, da agência MSantos.

Especializada em varejo de veículos e na organização de feirões, a MSantos tem obtido mais sucesso em eventos nos bairros periféricos de São Paulo do que nas regiões nobres, informa Fontes. Segundo ele, em feirões populares realizados no mês passado, com mídia apenas local, foi vendido o dobro de carros em relação aos feirões tradicionais, feitos em shopping centers.

Para Renato Meirelles, sócio-diretor do instituto Data Popular, especializado na classe C, o sonho do automóvel não é visto como consumo, mas como investimento para uso no trabalho ou para o bem estar da família.

Em entrevista a um grupo de pessoas, Meirelles perguntou a uma participante que havia comprado um carro em 48 parcelas se ela sabia quanto havia pago. Ouviu de resposta: "Sei fazer contas, paguei duas vezes o valor do carro". E ele a questionou se não compensava economizar e pagar à vista. A resposta: "Faz tempo que o senhor não anda de ônibus; não quero esperar, quero o carro agora". É o investimento na qualidade de vida. (Estado)

Após PIB recorde, atraso em pagamentos deve crescer 8% este ano, diz Serasa

Depois de um crescimento recorde de 7,5% do Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de bens e serviços do país) em 2010, puxado pelo consumo, que colocou mais pressão sobre a inflação, o sinal de alerta agora vem do crédito. Mesmo com as medidas baixadas pelo governo para tentar esfriar a economia, a inadimplência deve crescer 8% este ano e "acender a luz amarela", segundo o economista-chefe da Serasa Experian, Luiz Rabi. O indicador fechou com alta média de 6,3% no ano passado frente a 2009. Nos oito anos do governo Lula, a média de aumento da inadimplência foi de 6,7%.

- Teremos um ano de aperto monetário, sem as mesmas condições de crédito de 2010. Os juros estão subindo, as prestações ficando mais caras e os prazos de pagamento, mais reduzidos. Isso significa aumento de inadimplência, que pode facilmente crescer 8% e acender uma luz amarela - disse Rabi.

No ano passado, a alta de 6,3% da inadimplência ocorreu na esteira da expansão do crédito e das medidas de incentivo ao consumo do governo, como a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para veículos, eletrodomésticos da linha branca e materiais de construção.

- Este ano, a situação muda um pouco. Com as medidas macroprudenciais do governo (de aperto ao crédito), já não é esperada uma retomada rápida da economia. Isso pode influenciar o nível de emprego, a renda do trabalhador e o índice de inadimplência. As portas ainda estão abertas para novas medidas, o que representa risco ao crédito.

Indicador aumentou 25% em janeiro — O economista explicou que, este ano, além de a economia brasileira voltar a crescer em patamar próximo do seu potencial (cerca de 4%, segundo os analistas), os juros estarão maiores e o crédito mais caro, provocando alta da inadimplência acima da média. Um primeiro sinal veio em janeiro, quando a Serasa captou variação de 25% no atraso dos pagamentos, na comparação com o mesmo período de 2010. Esse patamar não deve permanecer durante todo o ano, mas a expectativa é de crescimento frente a 2010.

- A alta em fevereiro deve permanecer no patamar de dois dígitos. Essa é a cara de 2011 - afirmou Rabi.

Segundo o economista, o crédito cresceu muito durante o governo Lula, principalmente após 2004, puxado pelo consignado. Em 2005, a Lei de Falências impulsionou o crédito imobiliário. Rabi explicou que isso fez o endividamento dobrar para a pessoa física nos oito anos do governo Lula. De acordo com o Banco Central, o volume de crédito na economia chega hoje a R$ 1,714 trilhão - 15% são de consumo. Isso representa 46,5% do PIB. No começo de 2010, o crédito chegava a R$ 1,4 trilhão. (O Globo)

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