Rengo, maior central sindical japonesa, responde à solidariedade da UGT e confirma “a morte ou desaparecimento de mais de dez mil pessoas”
Em resposta à solidariedade prestada pela UGT aos trabalhadores japoneses, representados pela Rengo, sua mais importante central sindical, com mais de 6,8 milhões de trabalhadores filiados, Ricardo Patah recebeu a seguinte carta, assinada por Nobuaki Koga, Presidente da Rengo, Japanese Trade Union Confederation (JTUC-RENGO). Leia os principais trechos:
“Sr. Ricardo Patah, Presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT)
Caro Irmão Patah,
Re: 2011 Tohoku – Terremoto no Oceano Pacífico no Japão
Muito obrigado pela sua gentil mensagem de apoio, devido ao devastador terremoto de 11 de março. Temos ficado muito encorajados com as calorosas mensagens e ofertas de doações recebidas por parte dos irmãos e irmãs das organizações sindicais internacionais.
Também em 14 de março, as sedes da RENGO montaram uma Força Tarefa de Ajuda para Desastres e decidiram lançar a nossa própria campanha para levantamento de fundos. Também temos planos de enviar membros de sindicatos como voluntários e bens necessários para as áreas afetadas, de forma a ajudar as pessoas que foram vitimadas.
Enfrentamos uma situação de devastação sem precedentes e temo que levaremos muito tempo para nos recuperarmos. Ainda não está claro quais são os danos nas áreas afetadas e ainda estamos coletando informações. Por enquanto, confirmou-se a morte ou desaparecimento de mais de 10 mil pessoas. Este dado, porém, é apenas uma parte do total. A situação é muito crítica, mas estamos determinados em fazer um esforço conjunto para enfrentar esses tempos difíceis.
Mais uma vez, obrigado pela sua preocupação e solidariedade.
Com os meus mais sinceros cumprimentos,
Nobuaki Koga, Presidente da Rengo, Japanese Trade Union Confederation (JTUC-RENGO)”
Leia as principais notícias do dia:
Tragédia no Japão: Contaminação é "extrema", dizem EUA
Avaliação foi feita pelo chefe da comissão nuclear do país; imperador japonês vai à TV para tentar evitar pânico.
A principal autoridade norte-americana na área de energia nuclear, Gregory Jaczko, disse ontem que a radiação liberada pela usina Fukushima 1 é "extremamente alta". A avaliação foi feita após incêndio no reator 4 da usina -que, embora inativo, contém varetas de urânio usadas como combustível.
O número oficial de mortos pelo tsunami chegou a 4.314. Com o pânico chegando à capital, Tóquio, o imperador Akihito tomou a atitude inédita de ir à TV falar ao povo. Pediu "esperança".
A China anunciou a suspensão da construção de novas usinas até que estejam em prática novas normas de segurança. Já a Espanha anunciou a checagem de todos os seus reatores. (Folha)
Governo está preocupado com falta de mão de obra qualificada
O governo está preocupado em como enfrentar o desafio da falta de qualificação profissional, num momento em que o mercado de trabalho se mostra bastante aquecido.
Segundo o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, o tema foi abordado na segunda reunião do Fórum de Desenvolvimento Econômico.
Ao deixar o Ministério da Fazenda, Coutinho comentou, rapidamente, que o governo quer encontrar soluções para a desqualificação no mercado de trabalho. Ele destacou que a questão se agrava “com o nível de emprego alto”, com mais e mais empresas buscando mão-de-obra especializada, sem conseguir preencher vagas.
Ontem, o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, divulgou a criação de 280 mil novas vagas em fevereiro, e também mencionou a urgência do governo em criar cursos de formação profissional.
Coutinho disse que outro ponto debatido no fórum foi a manutenção do “avanço dos investimentos com estabilidade de preços, de forma consolidar o crescimento econômico, embora em ritmo mais modesto” do que em 2010. (Valor)
Governo reduz imposto de importação de 253 itens
Medida vale para produtos de bens de capital, de informática e elecomunicações; alíquotas caíram para 2%.
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) reduziu o imposto de importação para 253 produtos de bens de capital e bens de informática e telecomunicações. A lista foi publicada hoje no Diário Oficial da União por meio de resolução da Câmara de Comércio Exterior (Camex). As alíquotas caíram para 2%.
Por meio dos ex-tarifários, o governo pode reduzir temporariamente as tarifas para aquisição no exterior de bens de capital, informática e telecomunicação sem produção nacional. A redução do imposto de importação ocorre depois da análise dos projetos de investimentos apresentados pela iniciativa privada. Segundo o ministério, os investimentos globais estimados vinculados aos novos ex-tarifários chegam a US$ 2 bilhões. O valor das importações de equipamentos é de US$ 571 milhões. A maior parte é vinculada ao setor de siderurgia.
No mês passado, a Camex já havia reduzido a 2% a alíquota do imposto de importação para 417 itens ligados a investimentos no valor de US$ 2,1 bilhões. O governo entende que o ex-tarifário estimula os investimentos ao baratear a compra de máquinas e equipamentos sem similar nacional. O mecanismo é usado pelo Ministério do Desenvolvimento desde 2003. O uso deste mecanismo cresce sempre que há aumento dos investimentos no País.
Também foi publicada hoje outra resolução alterando a Tarifa Externa Comum (TEC- usada pelo Mercosul para taxar importações de terceiros países). O imposto para importação de carvões para pilhas elétricas e de acetato de vinila caiu de 12% para 2%, a partir de 1º abril. O MDIC explicou que a queda se deve à inexistência de fabricação no Mercosul. O acetato de vinila é utilizado como matéria-prima na fabricação de tintas e de fibras artificiais e sintéticas. O produto já estava com redução tarifária temporária, com cota, concedida por razões de desabastecimento interno.
Outra resolução também publicada no Diário Oficial estendeu para as empresas exportadoras a distribuição da cota de 250 mil toneladas para importação de algodão com tarifa zero. A compra era restrita a indústrias do segmento têxtil. A redução está em vigor desde setembro de 2010 e vale para declarações de importação registradas até 31 de maio deste ano.
O ministério do Desenvolvimento decidiu ainda elevar de 14% para 35% a alíquota do Imposto de Importação para algumas classificações de pêssegos. Com isso, o Brasil incorpora uma decisão do Conselho Mercado Comum do Mercosul (CMC) que vale para o período de 1º de abril até 31 de dezembro de 2011. No entanto, o MDIC destaca que o produto continuará na Lista de Exceção à Tarifa Externa Comum que, fixou a alíquota em 55% para estas mercadorias. (Estado)
Economia brasileira cresceu 0,71% em janeiro, mostra BC
A economia brasileira entrou 2011 acelerando. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) divulgado na tarde desta quarta-feira cresceu 0,71% em janeiro, quando comparado com o resultado de dezembro. Desde outubro passado, o indicador vinha registrando desaceleração. Em dezembro, por exemplo, a economia havia crescido 0,11% sobre novembro. Naquele mês, sobre outubro, o crescimento havia ficado em 0,35%.
Em janeiro, o IBC-Br mostrou que, no ano, a expansão ficou em 4,58% e, no acumulado em 12 meses, em 7,38%. O ritmo de atividade econômica é importante na pressão sobre a inflação. (O Globo)
CNI/Ibope: 72% são contra a volta da CPMF
Para população, recursos para a saúde pública são suficientes; hospitais têm os piores serviços
A saúde pública vai muito mal no Brasil, mas não se deve criar novos impostos para melhorar esses serviços, porque o governo já dispõe de recursos suficientes. O problema é de gestão.
As afirmações foram colhidas em pesquisa feita pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em dezembro e divulgada ontem. Para 81% dos entrevistados pelo Ibope, a baixa qualidade dos serviços de saúde é resultado da má utilização dos recursos públicos. E 72% foram categóricos: são contra a recriação da CPMF.
"A maioria dos brasileiros acredita que o governo já arrecada muito e não precisa aumentar os impostos para melhorar os serviços públicos", diz o estudo sobre a pesquisa "Retratos da sociedade brasileira: qualidade dos serviços públicos e tributação".
No início do governo Dilma Rousseff, voltou a ser alimentada no meio político a ideia de ressuscitar a CPMF. Não como iniciativa do governo, porque a presidente não está disposta a assumir esse desgaste. A proposta seria lançada por governadores aliados.
Alguns, como o de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), defenderam publicamente a volta da CPMF. Mas o debate não prosperou.
Conforme a pesquisa, 82% dos entrevistados consideram que a arrecadação tributária é suficiente para a melhoria dos serviços públicos. E 87% concordam que a carga tributária — atualmente o total de impostos arrecadados corresponde a cerca de 35% do PIB — é alta ou muito alta.
Essa opinião é mais frequente quanto maior o nível de renda familiar do entrevistado.
Ao avaliar a satisfação dos brasileiros com 12 tipos de serviços públicos, a pesquisa conclui que apenas quatro tiveram mais de 50% de aprovação.
O serviço com a pior avaliação foi o de postos de saúde e hospitais, reprovado por 81% dos entrevistados. Em seguida, a segurança pública, que é considerada de baixa ou muito baixa qualidade por 72% da população.
A pesquisa realizada pela CNI em parceria com o Ibope foi feita entre 4 e 7 de dezembro de 2010 com 2.002 pessoas em 140 municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais e o grau de confiança de 95%. (O Globo)
Jirau: operários se revoltam e incendeiam ônibus
Dezenas de ônibus incendiados. Toda a área de lazer, uma lavanderia e três caixas eletrônicos destruídos. Mais de 20 detidos e uma multidão de trabalhadores com malas nas costas, abandonando seus empregos.
Esse foi o cenário visto nesta quarta-feira no canteiro de obras de uma das maiores construções em andamento no país, a usina hidrelétrica de Jirau, no Rio Madeira, em Porto Velho (RO).
De acordo com trabalhadores, a destruição começou no tarde de terça-feira, depois que um operário foi agredido pelo motorista de um dos 400 ônibus usados para transporte de pessoal na área da usina.
Operários reclamam da truculência de seguranças e motoristas e da falta de uma ouvidoria e de meios de transporte para Porto Velho nos fins de semana.
Em comunicado, a Camargo Corrêa e o Consórcio Energia Sustentável do Brasil disseram que 45 carros e ônibus foram destruídos e que houve um "ato de vandalismo isolado, sem qualquer relação com as empresas". (O Globo)
Nenhum comentário:
Postar um comentário