sexta-feira, 8 de abril de 2011

A União Geral dos Trabalhadores, UGT, está de luto pela lamentável tragédia que atingiu a escola em Realengo, no Rio

UGT lamenta ataques à escola, no Rio, e cobra medidas para garantir segurança a estudantes

A UGT (União Geral dos Trabalhadores) lamenta profundamente a tragédia ocorrida em uma escola de Realengo, no Rio de Janeiro, onde, pelo menos, 12 crianças foram mortas e 22 feridas por um atirador. E cobra das autoridades medidas efetivas em segurança pública para que episódios como esse não se repitam.
É inaceitável que as nossas crianças, que já são vítimas de ensino de baixa qualidade, não tenham segurança nem nas escolas. Estamos de luto e solidários com a dor das famílias das vítimas.

Ricardo Patah, presidente nacional da UGT
Nilson Duarte, presidente da UGT-RJ

MASSACRE EM REALENGO
Ex-aluno entra em colégio, saca armas, atira em estudantes, mata 12 e se suicida
OUTROS 12 SÃO FERIDOS EM ATAQUE — SEM PRECEDENTE NO PAÍS, CASO REPERCUTE NO MUNDO — "VOCÊS VÃO MORRER AGORA", GRITAVA ATIRADOR, UM JOVEM TÍMIDO E INTROSPECTIVO DE 23 ANOS

A festa pelos 40 anos da escola municipal Tasso da Silveira, em Realengo, na zona oeste do Rio, se transformou em tragédia na manhã de ontem, quando o ex-aluno Wellington Menezes de Oliveira, 23, matou dez meninas e dois meninos e feriu outros 12, num massacre sem precedentes na história brasileira.
Oliveira chegou à escola, que promovia um ciclo de palestras com ex-alunos, por volta das 8h30. Há uma semana estivera lá pedindo um histórico escolar. Ontem, disse ao porteiro que tinha voltado para buscar o documento.
Armado com dois revólveres calibres 38 e 32 e um cinto de munição com recarregadores que permitem repor as balas do tambor de uma vez, Oliveira se aproximou de uma sala e disse à professora que faria uma palestra. Entrou e começou a disparar.
"Ele matou minha amiga na minha frente. É uma cena que nunca vou esquecer", disse uma aluna de 12 anos.
Segundo policiais, muitos corpos estavam nas cadeiras ou caídos próximos a elas.
Crianças disseram que o atirador gritava: "Vocês vão morrer agora". Professores de outras salas montaram barricadas com carteiras e mesas a fim de impedir que ele entrasse -alguns acharam que a escola havia sido invadida por criminosos.
Vizinhos da escola também relataram momentos de terror. Disseram ter ouvido até 50 tiros. José dos Santos, 27, que mora em frente ao colégio, abrigou três crianças em sua casa. Uma delas levou um tiro de raspão no ombro.
"Falamos para ela que só estava sujo, não estava ferido, para ela não se assustar. Foi muito tiro", disse Santos.
Almir Silva, 56, outro vizinho da escola, afirmou que tentou socorrer seis crianças "que praticamente já estavam mortas". "Não dá para chorar porque a dor é muito forte. Nunca vi nada parecido, e espero nunca mais ver."
O massacre foi interrompido após duas estudantes escaparem e alertarem policiais que faziam uma blitz a duas quadras da escola. Um deles, o sargento Márcio Alves, atingiu Oliveira no abdômen quando ele subia para o segundo andar.
De acordo com as autoridades, depois de ser atingido pelo policial, Oliveira se suicidou com um tiro na boca.
No corpo do atirador, foi achada uma carta em que ele revelava a intenção de morrer na ação. "Se possível, quero ser sepultado ao lado da sepultura onde minha mãe dorme", escreveu. Também dizia no texto que seu corpo só poderia ser tocado pelos "castos ou os que perderam sua castidade após o casamento", e não por "impuros".
Em uma cerimônia em Brasília, a presidente Dilma Rousseff chorou ao se referir ao massacre no Rio. O caso, que repete um tipo de chacina frequente nos EUA e na Europa -no Brasil, não há precedentes-, foi notícia de destaque nos principais veículos de comunicação mundiais.
O governador Sérgio Cabral e o prefeito Eduardo Paes atribuíram o massacre à ação de um "psicopata" e exaltaram a atuação "heroica" do sargento Alves, que impediu um desastre maior.
"O que nós temos a fazer é dar a nossa solidariedade às famílias das jovens vítimas desse psicopata, desse animal", afirmou o governador. (Folha)

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