Inflação já colabora para retração do consumo e da produção industrial
A inflação fez o seu trabalho de sempre, corroendo o poder aquisitivo dos assalariados, e sua colaboração está discretamente registrada na queda da produção industrial de abril, de 2,1%, a maior desde dezembro de 2008. Alguns setores de consumo de massa domésticos estão desacelerando sob o peso da redução da demanda motivada pelos aumentos de preços - a concorrência dos importados, o aperto seletivo de crédito e o aumento de juros fazem o resto do serviço.
A disparada dos alimentos até abril deixou para trás mesmo os percentuais mais generosos dos reajustes salariais concedidos em 2010. O aumento da cesta básica em 16 capitais foi, na média, de 9,82% no ano - foi pior, de 12,5% em março. As maiores altas estiveram disseminadas também por capitais do Nordeste, região onde o desempenho de vendas e produção avançava com folga acima da média desses indicadores no resto do país. Em Fortaleza, a alta em quatro meses foi de 19,3% e de 19,8% em Goiânia.
O peso dos alimentos no orçamento doméstico atinge com mais força quem ganha menos, as classes C e D, exatamente as que impulsionaram a economia para sua mais alta taxa de crescimento em 25 anos, de 7,5% em 2010. Cerca de 60% das pessoas ocupadas no país ganham até dois salários mínimos.
A resposta para a questão de que até que ponto a alta refreou o consumo no varejo é imprecisa, pois os indicadores têm defasagens. Até março (último dado disponível) o comércio varejista tinha reduzido pela metade sua velocidade de crescimento, muito elevada em 2010, especialmente nos setores de hipermercados e supermercados.
Essa corrosão do poder de compra pela inflação teve impacto no índice de produção industrial de abril e não só no setor de alimentação. Segundo o IBGE, entre as maiores influências para o recuo da taxa global da produção, na comparação com abril de 2010, estão alimentos (-8,2%) e têxteis (-15,2%). Em bens intermediários para a produção de alimentos, a queda foi ainda mais intensa, de 19,4%. No acumulado do ano, a produção de "bens de salário" começa a ser contida. Na indústria de alimentos, até abril, o recuo é de 1,4%, na de bebidas, 3%, e na de calçados, têxteis ou vestuário, há estagnação ou pequena queda. As fartas importações têm um papel nessa história.
A manutenção do dinamismo industrial, em uma situação de corrosão do poder de compra, dependerá de se os reajustes salariais e do salário mínimo reporão a perda do poder de compra. O salário mínimo em 2011 perdeu por pouco da inflação e há dúvidas sobre se os dissídios este ano ultrapassarão por margens confortáveis a evolução dos índices de preços (como em 2010), em especial diante de uma desaceleração da economia. Em 12 meses até março (último dado), o salário real na indústria de transformação teve queda de 0,9%, ainda discreta, mas significativa diante da longa série de aumentos no passado recente.
O total dos rendimentos das pessoas ocupadas na economia caiu 1,28% em março, último dado divulgado. A massa salarial real na indústria de transformação ainda cresce pelo aumento do emprego, que já se tornou residual na indústria e tende a apresentar números negativos em um futuro próximo.
Os efeitos da política monetária sobre a situação do mercado de trabalho determinarão, em boa parte, o comportamento da economia e o grau de acerto ou erro do gradualismo do Banco Central, que obteve alguns sucessos até agora.
É impossível determinar a priori qual a dose de juros e de aperto monetário que levará a economia a uma expansão moderada, com alguma folga na oferta de mão de obra e modestos reajustes salariais. Se a redução do nível de atividade for irrelevante ou pequena, haverá uma pressão adicional por indexação começando dos salários, a inflação continuará acima da meta e a dose de juros terá de ser maior. (Valor)
Comércio varejista desacelera e calote cresce
Dados da Associação Comercial de SP indicam mudança de tendência após o Dia das Mães
O calote cresceu e as vendas do comércio varejista desaceleraram após o Dia das Mães, sinal de que as medidas para conter o consumo baixadas em dezembro começaram a surtir efeito.
Presentes. Vendas a prazo cresceram 7,2% em maio até o Dia das Mães; depois recuaram
Isso é o que mostram os dados da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Em maio, até o Dia das Mães, as vendas a prazo cresceram 7,2% na comparação anual. Na primeira quinzena, a taxa de variação anual tinha recuado para 5,5% e fechou o mês com alta de 4%,com um dia útil a mais neste ano. Se for considerado o mesmo número de dias úteis, as vendas no crediário ficaram estáveis em maio em relação ao mesmo mês de 2010.
Nas compras quitadas com cheque à vista ou pré-datado, também houve desaceleração, porém num ritmo bem menor. Até o Dia das Mães, as consultas para o cheque cresceram 10,2% em maio deste ano em relação a igual período de 2010. Na primeira quinzena do mês, essa taxa de variação anual tinha recuado para 6,8% e esse porcentual se manteve no encerramento de maio, com um dia útil a mais. Levando em conta o mesmo número de dias úteis, o acréscimo anual foi de apenas 2,7% em maio.
"Agora o varejo começou a esfriar", afirma o economista da entidade, Emílio Alfieri.
Varejistas de bens duráveis dizem que já sentiram desaceleração no ritmo de compras depois do Dia das Mães. Esse tem sido o argumento usado pelo comércio para rechaçar aumentos de preços entre 8% e 9% pedidos este mês pelos fabricantes de geladeiras, fogões e máquinas de lavar.
Outro impacto do aperto do crédito apareceu na inadimplência. O volume de carnês com prestações em atraso acima de 30 dias aumentou 8,2% em maio na comparação anual, enquanto a quantidade de crediários atrasados renegociados cresceu 0,2% no mesmo período. A inadimplência líquida, que é o saldo entre carnês inadimplente e renegociados em relação às vendas de três meses anteriores, atingiu em maio 8,1%, ante 6,6% em igual mês de 2010.
Confiança. Os esforços do governo para desaquecer a economia surtiram efeito na confiança dos empresários do comércio, que ficaram menos otimistas em maio. Embora o setor espere aumento nas vendas em 2011, a perspectiva sobre a economia do País piorou, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) recuou para 127,8 pontos em maio, uma queda de 2% na comparação com abril, após já ter caído 0,7% na leitura anterior. Segundo Fábio Bentes, economista da CNC, a queda confirma a expectativa de desaceleração do setor. (Estado)
Birôs de crédito contestam novo projeto
Os grandes birôs de crédito do país querem derrubar do projeto de criação do cadastro positivo a autorização automática que o consumidor dará para que empresas de bancos de dados menos tradicionais tenham acesso ao perfil do bom pagador de dívidas. Às vésperas do fim do prazo para a sanção presidencial ao projeto, a Associação Nacional dos Birôs de Crédito (ANBC), que reúne entidades do varejo, a Serasa e a Equifax, pediu o veto desse e de outros pontos no projeto.
Com a atual redação, o cliente terá que dar sinal verde para ter o seu CPF adicionado a um determinado birô e, ao fazê-lo, qualquer outra empresa de monitoramento de crédito poderá pedir aquelas informações às diversas fontes que alimentaram o cadastro: bancos, financeiras e concessionárias de serviços públicos - excluindo-se a telefonia celular.
O presidente do conselho diretor da entidade, Silvânio Covas, também diretor-jurídico da Serasa Experian, nega que a sugestão de veto do setor seja uma tentativa de assegurar a reserva de mercado. Ele defende que aquilo que aparentemente foi idealizado para democratizar o perfil de crédito do consumidor em diferentes birôs pode ser um empecilho para bancos e financeiras incentivarem o registro dos seus clientes. Isso porque, em caso de dano ao cadastrado, o texto prevê a responsabilização solidária das fontes que originarem as informações, de quem as consultar e dos birôs. "A autorização cega pode facilitar a entrada de birôs que não têm capacidade de captação de clientes, tecnologia ou patrimônio para suportar eventuais indenizações."
A entidade encaminhou carta aos ministérios da Fazenda, da Justiça e à Casa Civil, autoridades que costumam ser ouvidas na hora da sanção presidencial.
Em mercados mais maduros, como nos EUA, o consumidor não precisa autorizar a inclusão do seu perfil de crédito no cadastro positivo. Isso é feito automaticamente e as informações são compartilhadas entre os birôs, modelo que difere do Brasil. Por pressão das entidades de defesa do consumidor, Executivo e Legislativo concordaram que a adesão voluntária seria a melhor forma de se avançar na proposta. Lá fora, exige-se das empresas gestoras desses dados pré-requisitos mínimos de capacitação técnica, diz Covas.
No Brasil, onde até agora só há um mercado de informações restritivas de crédito, ou seja, de cadastro negativo, é o banco ou a financeira que sofreu a inadimplência que escolhe para qual birô vai remeter a informação.
A Serasa Experian está entre os maiores bancos de dados do país, tendo como concorrente direta a Equifax, que acaba de se associar à Boa Vista Serviços. Marcel Solimeo, economista da ACSP, considera que o governo deverá encontrar um caminho para dar segurança às informações abertas nos birôs, mas o risco potencial de mau uso dos dados existe. "Quem fez a emenda raciocinou que o mercado brasileiro conta com apenas três birôs, mas ficou uma brecha que permite que novos bancos de dados surjam sem estrutura."
Covas completa que o ideal seria que o consumidor, na hora da adesão ao cadastro positivo, indicasse com quais outros birôs as informações podem ser compartilhadas. (Valor)
Com Correios, BB ganha 6.195 novos pontos de atendimento em todo País
A vitória no processo de licitação do Banco Postal, anunciada terça-feira (31), vai permitir ao Banco do Brasil, segundo assessoria da instituição, antecipar a estratégia de estender seus pontos de atendimento para todo País.
No ano passado, o BB anunciou ao mercado a meta de estar presente em 100% dos municípios brasileiros até 2015. Com o acordo, o BB antecipa essa marca para 2012, e, por conseguinte, as receitas provenientes dessa atuação.
Além disso, a parceria traz economia de recursos em relação à abertura de agências próprias e a experiência do Banco Postal atenua os investimentos e a curva de aprendizado necessários à atuação do BB nesses mercados.
Hoje, o BB está em 3.170 municípios, com 42.139 pontos de atendimento. Os Correios possuem 6.195 agências com Banco Postal e estão presentes em 96% dos municípios brasileiros.
Público preferencial — O público preferencial será as "classes 'D' e 'E'", segmento que apresenta grande potencial de consumo de produtos e serviços bancários devido à ascensão proporcionada pela política econômica dos últimos anos.
Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea), 39,5% dos brasileiros ainda não possuem conta bancária.
O BB também está estruturando ações voltadas ao apoio aos microempreendedores brasileiros nos centros urbanos. Neste contexto, o Banco Postal contribuirá de forma decisiva na bancarização e orientação desse público, gerando negócios sustentáveis, tão importantes para o futuro do Brasil.
Outra grande vantagem da parceria é que as agências do Banco Postal situadas em locais que já contam com a presença do BB serão importantes para viabilizar um melhor atendimento, premissa fundamental da estratégia atual do Banco. (Fonte: Notícias do BB)
Ameaçados de morte acusam policiais do Pará
Acusados de omissão em casos de ameaça à comunidade do assentamento Praialta-Piranheiras, policiais civis e militares do Pará também teriam participado de um atentado, ao lado de um fazendeiro, para expulsar moradores do local no fim do ano passado. Conforme denúncia da Comissão Pastoral da Terra (CPT), cinco agentes atearam fogo em barracos de um sem-terra e obrigaram outro a fazer sua mudança, com a família, num carro da polícia. As vítimas estão na lista de ameaçados de morte elaborada pela CPT. O caso foi levado à Polícia Civil, que nesta quarta-feira não apresentou resultados da investigação.
Maranhenses que passaram quase toda a vida trabalhando como "agregados" em fazendas alheias, Francisco Tadeu Vaz Silva, de 42 anos, e José Martins, de 57, o Zequinha, foram atraídos ao Praialta pelos ambientalistas José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo, mortos na terça-feira da semana passada, para ocupar terras em processo de legalização pelo Incra. Instalaram-se em abril de 2010, com a condição de não derrubar a floresta para criar gado, plantar ou vender madeira. Desde então, começaram a sofrer intimidações de fazendeiros que reivindicam a posse dos terrenos férteis, banhados por um afluente do Rio Tocantins.
Fazendeiro teria oferecido R$ 3 mil pela desocupação — Em 16 de novembro, segundo o relato dos dois, quatro policiais militares fardados e um civil, todos lotados em Nova Ipixuna, teriam aparecido armados com o suposto dono das terras, identificado como José Rodrigues, dando um ultimato para que se retirassem.
- Os soldados chegaram às 11h, me chamando de pedófilo e mandando sair. Os meninos que estavam na roça começaram a tirar tudo, mas eles perderam a paciência e tocaram fogo na palha dos barracos. Gente pobre não tem nada mesmo. O cachorro morreu sapecado. Sorte que meus documentos não estavam aqui - conta José Martins, que perdeu no atentado a moradia, a casa de farinha, a cisterna e o galinheiro.
Na mesma manhã, os policiais bateram na casa de Francisco Tadeu, mandando-o sair em até 24 horas. O fazendeiro ofereceu R$ 3 mil, sendo R$ 2 mil à vista, pela desocupação imediata do lugar.
- Só aceitei por causa dos policiais. Se não concordasse, eles avisaram: sairia dali algemado. Fiquei com medo. Se fosse só o Zé Rodrigues mandando, ficaria - assegura o agricultor.
Fechado o "acordo", a família começou a pôr tudo no carro da polícia parado diante da porteira. Em seguida, foi levada para o povoado de Pajé, onde havia morado por seis anos, e reinstalada em um barracão. Francisco Tadeu relata que foi levado para a delegacia de Nova Ipixuna, onde assinou um documento para oficializar a "venda":
- A gente foi espremido no carro da polícia, até com o cachorro. Eles diziam que tinha de ser rápido, porque não podiam fazer mudança de sem-terra.
A sorte virou no dia seguinte, por obra de José Cláudio e Maria do Espírito Santo. Os dois levaram os agricultores à CPT para registrar a queixa. José Martins foi orientado a refazer o seu barraco de palha no mesmo dia, para evitar que um novo morador ocupasse o local; e Francisco Tadeu a não receber o dinheiro prometido, voltando imediatamente para casa. Foi a pedido dos ambientalistas que os agricultores entraram para a relação de ameaçados de morte.
- O negócio foi desfeito lá, mas depois fiquei com medo. Ainda mais depois que eles (os ambientalistas) morreram. Eles é que defendiam a gente aqui - afirma Francisco Tadeu.
O advogado da CPT, José Batista Afonso, remeteu a denúncia às ouvidorias agrárias do Pará e do governo federal. Semanas depois, oficiou o caso à Delegacia de Conflitos Agrários (Deca) de Marabá, com cópia das declarações das duas vítimas. Segundo ele, a ação foi "totalmente ilegal".
Os moradores do assentamento reconheceram os policiais, mas afirmam que eles não prestam mais serviço em Nova Ipixuna. A delegacia da cidade não soube informar ontem o paradeiro dos agentes. O delegado responsável, José Humberto Melo Júnior, disse desconhecer a denúncia apresentada pela CPT e que só agora, com a morte de José Cláudio e Maria do Espírito Santo, o caso está sendo investigado - as duas vítimas prestaram depoimento nesta terça-feira. O delegado alegou não ter como identificar os envolvidos.
Em cinco dias de fiscalização na região, o Ibama aplicou R$ 752,3 mil em multas. Cinco madeireiras em Nova Ipixuna foram fechadas. Uma delas já tinha sido multada 18 vezes entre 1997 e o ano passado. Segundo o Ibama, a Serraria Tico-Tico Ltda tinha sido embargada em junho do ano passado e ontem foi novamente lacrada porque estava funcionando irregularmente. Os fiscais do Ibama também destruíram fornos ilegais de carvão. Assentados associados a madeireiros também foram autuados. (O Globo)
Deputado sugere CPI para apurar formação de preços de combustíveis
O processo de formação dos preços de combustíveis no Brasil pode ser apurado em CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito), segundo afirmou o deputado Dr. Ubiali (PSB-SP), durante a audiência pública sobre a política de preços dos combustíveis, que aconteceu nesta terça-feira (1).
O presidente da Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e Lubrificantes, Paulo Miranda Soares, negou que haja um cartel entre os postos.
"Devemos ser o setor mais fiscalizado do País. Se há algum indício de formação de cartel, ele com certeza é algo isolado", argumentou Soares, segundo a Agência Câmara.
O presidente da federação ainda afirmou que os preços dos combustíveis são parecidos em todo o mundo e criticou a forma como o governo cobra impostos do setor.
Exigências — Durante a audiência, representantes de distribuidoras de álcool cobraram a criação de uma política específica para o setor de combustíveis.
Segundo o presidente do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes, Alísio Vaz, a falta de uma política específica refletiu no preço do álcool, lembrando que o combustivel subiu 121% entre janeiro e abril deste ano.
Em relação à gasolina, há uma política pública para os preços, já que o Brasil não segue os preços internacionais do petróleo.
Para o representante do Movimento contra a Cartelização dos Combustíveis do Distrito Federal, Charles Guerreiro, deveria haver a implantação de estoques reguladores de combustíveis, o que poderia, segundo ele, evitar o aumento de preços. (UOL)
Nova regra para cartões de crédito: desinformação e erros nos bancos
No primeiro dia da nova regulação, estabelecida pelo Banco Central, para os cartões de crédito, nem todos os bancos estavam preparados para esclarecer as mudanças a clientes. Teste feito pelo GLOBO no Rio e em São Paulo mostrou que havia desinformação e até erros nos dados passados nos balcões de atendimento. No Bradesco, uma funcionária chegou a confundir o aumento do percentual do pagamento mínimo (de 10% para 15%) com uma elevação nas taxas de juros, informa reportagem de Fabiana Ribeiro, Lucianne Carneiro e Paulo Justus:
- Praticamente não mudou nada, só os juros do pagamento mínimo - disse a funcionária.
No Banco do Brasil, o atendente não sabia detalhes das regras e sugeriu voltar à agência até sexta-feira, quando já haveria um comunicado interno com as novas normas. No Santander, apenas a terceira funcionária procurada sabia das mudanças. Ela disse, no entanto, que a única alteração tinha sido no pagamento mínimo. Já no Itaú Unibanco a equipe de atendimento soube detalhar as regras.
Em São Paulo, apenas as agências do Bradesco e do Santander visitadas passaram informações com as mudanças. No Itaú Unibanco, a reportagem foi orientada a ligar para a central de atendimento da Itaucard, e no BB, a buscar informações na internet.
O diretor do Bradesco Cartões, Artur Omuro, disse que o equívoco da funcionária é reflexo de um período de adaptação. Já o Santander informou que "está investindo intensamente em comunicação e treinamentos presenciais e on-line nos canais de atendimento". O Banco do Brasil, por sua vez, alega que o erro em um atendimento não retrata a realidade do banco e que distribuiu comunicados internos.(O Globo)
Galeão e Confins deverão ser privatizados integralmente, diz ministro
Os aeroportos do Galeão (Tom Jobim) e de Confins (Belo Horizonte) deverão ser privatizados nos mesmos moldes de Guarulhos (SP), Brasília e Viracopos (Campinas-SP), segundo o ministro da Secretaria de Aviação Civil (SAC), Wagner Bittencourt, que participa de audiência na Câmara dos Deputados.
- O Rio está na lista. Estamos estudando fazer a concessão do Galeão e de Confins, semelhante ao modelo que foi anunciado - disse o ministro, destacando que a Infraero terá participação de 49%, regra decidida.
Ele defendeu a privatização, como um movimento imprescindível para aumentar a concorrência entre os aeroportos e melhorar a qualidade do serviço. Não pode ser desprezado e não pode ter preconceito, disse.
- É um instrumento imprescindível, que não podemos abrir mão. Será útil, vamos ver que nossos aeroportos terão outro padrão de competitividade e de realização de investimentos - afirmou o ministro. (O Globo)
Artigo no ‘Financial Times’ vê bolha em formação no Brasil
Um artigo publicado no “Financial Times” avalia que a economia brasileira caminha rumo a uma bolha, caso o País não faça reformas estruturais nem tome medidas para frear o consumo.
“Inevitavelmente, essa combinação de moeda forte, euforia dos investidores estrangeiros, aumento do consumo e gargalos que sufocam a capacidade de responder à crescente demanda torna tudo mais caro. Enquanto o Brasil permanece uma nação muito pobre, é atualmente uma das mais caras do mundo”, afirma o autor, Moisés Naim, ex-editor-chefe da revista “Foreign Policy” e hoje é associado da Carnegie Endowment for International Peace.
Ele dá alguns exemplos:
. Alugar um escritório no Rio de Janeiro está ficando mais caro do que em Nova York;
. Os preços de moradias no Rio e em São Paulo quase dobraram desde 2008;
. Os salários dos executivos em São Paulo são mais altos do que em Londres.
Para o autor, “a decrépita infraestrutura faz com que o crescimento chinês de 10% seja inatingível” para o Brasil. “Por enquanto, a prioridade deve ser simplesmente estabilizar a economia antes que a bolha se expanda”.
Naim acredita que a presidente Dilma Rousseff devesse “tomar medidas hoje para desaquecer a economia, mesmo que isso envolva decisões impopulares”. Caso ela não aja agora, diz o autor, “os mercados financeiros irão, no momento apropriado, impor as correções necessárias de um modo mais brutal”.
O artigo é intitulado “Termine-se a festa antes que a bolha do Brasil estoure” e encerra-se com a frase: “Exuberância e complacência são os dois inimigos ameaçando o atual sucesso do Brasil”. (Estado)
BC decide que nota com tinta rosa não tem valor
Banco Central adota medida devido a onda de ataques a caixas eletrônicos. Quem sacar uma nota marcada de terminais só poderá ser ressarcido se comprovar operação na agência bancária.
As cédulas marcadas de tinta rosa pelos dispositivos antifurtos de caixas eletrônicos perderam a validade em todo o país e não podem mais ser trocadas nos bancos.
Desde ontem, quem pegar esse dinheiro não é mais ressarcido -exceto se o correntista tiver sacado a nota manchada de tinta rosa de um caixa eletrônico.
A nova regra foi anunciada ontem pelo Banco Central, com objetivo de dificultar a circulação de notas roubadas por conta da onda de ataques a caixas eletrônicos.
Neste ano, apenas no Estado de São Paulo, ocorreram 77 ataques a terminais eletrônicos feitos por quadrilhas que incluem até policiais militares. Na maioria dos casos, os bandidos usam explosivos para abrir os caixas.
Como resposta aos ataques, os bancos instalaram dispositivos de segurança que inutilizam as notas ao manchá-las com tinta rosa.
Há hoje cerca de 75 mil cédulas em circulação com essas características, segundo estimativa do BC. Representam menos de 0,1% das 4,2 bilhões de notas disponíveis.
As manchas podem cobrir um pedaço grande da cédula ou apenas a lateral. Em geral, a tinta atravessa o papel moeda e aparece também do outro lado da nota.
Quem receber uma cédula com essas características deve levá-la a um banco. O dinheiro será encaminhado ao BC para análise.
A nota só será trocada se for verificado que a mancha não é do sistema antifurto -se for marca de caneta, por exemplo. Caso contrário, não haverá ressarcimento.
Já quem sacar uma cédula marcada deve retirar um extrato para comprovar a operação e procurar a agência.
Se o saque for feito fora do expediente bancário, deve-se registrar um boletim de ocorrência e ir à agência para receber uma nota válida. A pessoa pode ainda procurar o BC, se a questão não for resolvida pelo banco.
Questionado sobre a possibilidade de uma pessoa receber o salário em dinheiro com uma nota marcada, o diretor de administração do BC, Altamir Lopes, afirmou que é preciso atenção. "A recomendação é que ele tenha cuidado ao receber o seu salário, que não receba esse tipo de cédula."
Em todos os casos, o cidadão pode ser investigado. Ao entregar a nota ao banco, deve informar número do CPF, documento de identidade com foto e endereço.
Se o BC identificar a cédula como ligada a furtos, o dinheiro será encaminhado para as autoridades policiais e judiciárias. Quem repassar a nota no comércio também pode ser investigado.
A norma do BC só prevê ressarcimento para os bancos, quando o dinheiro for marcado por acidente ou em caso de roubo frustrado.
Há duas semanas, o BC divulgou comunicado no qual afirmava que o cidadão seria ressarcido. Ontem, diretores do BC negaram ter mudado de posição sobre o assunto. (Folha)
Aeroportos de cidades da Copa terão investimento de R$ 5,2 bi
A Infraero informou que 13 aeroportos de cidades que vão sediar a Copa do Mundo de 2014 receberão investimentos de R$ 5,2 bilhões até a realização do evento esportivo.
O planejamento para preparar a infraestrutura aeroportuária do país até o evento foi detalhado hoje pelo presidente da Infraero, Gustavo do Vale, em audiência pública na Câmara dos Deputados.
Segundo nota publicada pela Infraero, Vale afirmou que os investimentos são suficientes para atender ao aumento de demanda previsto para os próximos anos. (Globo, Valor)
Governo define regra para produção de tablets no país
As empresas que quiserem fazer tablets no Brasil, utilizando benefícios fiscais, terão de usar, em 2012, pelo menos 50% dos componentes fabricados no país na produção de carregadores de baterias ou conversores.
Esse é um dos critérios definidos ontem pelo governo para estimular o setor e atrair capital estrangeiro.
Ontem, o Ministério do Desenvolvimento publicou o cronograma de fabricação desses componentes. Peças como baterias e gabinetes estão temporariamente dispensadas da obrigação de serem feitas no Brasil. Já as telas de cristal líquido, plasma ou outras tecnologias poderão ser importadas até o final de 2013. (Folha)
Saúde: 75% das 36.800 unidades básicas são precárias
O Ministério da Saúde diagnosticou que 75% das 36.800 unidades básicas de saúde (UBSs) têm infraestrutura insuficiente para o atendimento à população.
O levantamento, confrontado com os problemas da qualidade do acesso ao Sistema Único de Saúde (SUS), levou a presidente Dilma Rousseff a bater o martelo sobre uma proposta para reestruturar a atenção básica.
Entre as ações previstas, o aumento de recursos para cidades mais pobres, a reforma de postos em situação inadequada e a construção de novas unidades. A Saúde também fechou com estados e municípios o plano para gratificar quem se propuser a cumprir metas de qualidade de atendimento, sujeitas a verificação anual. (Blog do Noblat)
Robert Zoellick, presidente do Banco Mundial, aconselha Brasil a investir em serviços e produtos manufaturados para ter mais competitividade
A economia brasileira deve aproveitar os preços altos das commodities (produtos primários com cotação no mercado internacional) para se modernizar e melhorar a competitividade, afirmou hoje (1º) o presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick. Em visita ao Brasil, ele disse que o país precisa ampliar os investimentos do setor privado e aumentar a produtividade para atingir o crescimento sustentável.
Zoellick mencionou a carência de infraestrutura, que encarece os produtos brasileiros no exterior, como um dos principais desafios do país. “Quando se fala com empresários brasileiros, sempre surge a questão do custo Brasil, que leva a ineficiências. A economia brasileira vai muito bem com o encarecimento dascommodities, mas o boom [expansão] das commodities não dura para sempre e é importante que o Brasil desenvolva os setores de serviços e manufatura”, afirmou.
O presidente do Banco Mundial afirmou que o órgão pode ajudar o Brasil na formação de parcerias público-privadas (PPPs) para promover o investimento em infraestrutura, não necessariamente com dinheiro, mas com troca de conhecimento. “A ideia não é financiar tudo, mas compartilharmos experiências. Ao projetar as PPPs, atraímos investimentos privados com importância para o desenvolvimento a longo prazo”, declarou.
Zoellick elogiou a concessão de aeroportos à iniciativa privada, mas evitou comentar se o banco atuará no processo de privatização. Segundo ele, o modelo elaborado pelo governo pode ser entendido como uma PPP.
De acordo com ele, a Corporação Financeira Internacional (IFC, na sigla inglesa), o braço do Banco Mundial (Bird) que financia os investimentos privados, empresta, em média, US$ 1,2 bilhão por ano ao Brasil. A quantia, segundo ele, torna o país o segundo maior cliente do IFC.
Para Zoellick, o Brasil precisa urgentemente aumentar a poupança e o investimento para se tornar mais competitivo. “A taxa de investimentos do Brasil em relação ao PIB [Produto Interno Bruto] é inferior à da Índia e, com certeza, muito mais baixa que a da China. O Brasil está pressionado pela concorrência e precisa fazer tudo o que puder para melhorar a infraestrutura e a competitividade”, advertiu. (Agencia Brasil)
Trabalhadores de trens urbanos de São Paulo decidem manter greve
Os trabalhadores dos trens metropolitanos de São Paulo decidiram, em assembleias realizadas no começo da noite de hoje (1º), continuar com a greve que parou todas as linhas de trem que operam na capital e em 22 municípios da região. Elas transportam diariamente, segundo a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos, cerca de 2,12 milhões de pessoas.
O Sindicato dos Trabalhadores das Empresas Ferroviárias de São Paulo informou que as linhas 7-Rubi (Luz-Jundiaí) e 10-Turquesa (Luz-Rio Grande da Serra), que operaram normalmente hoje, não vão funcionar amanhã (2).
Além delas, também não vão entrar em operação as linhas 8-Diamante (Júlio Prestes-Itapevi) e 9-Esmeralda (Osasco-Grajaú), cujos trabalhadores são representados pelo Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias da Zona Sorocabana. Segundo a entidade, uma nova assembleia está marcada para amanhã, às 16 horas.
O Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias da Zona Central do Brasil também decidiram pela greve. Com isso, as linhas 11-Coral (Luz-Estudantes) e 12-Safira (Brás-Calmon Viana) também não vão funcionar. O sindicato fará uma nova assembleia amanhã, às 18 horas.
O Sindicato dos Engenheiros no Estado de São Paulo, que representa cerca de 200 engenheiros que trabalham na CPTM, que também está em campanha salarial, não aderiu à greve. Segundo a entidade, uma nova negociação deve ocorrer amanhã, às 11 horas, no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), na qual todos os sindicatos devem participar. (Agencia Brasil)
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