BNDES deverá ser a principal fonte de financiamento
Eis aí uma situação que os trabalhadores devem acompanhar com uma lupa de aumento. O BNDES existe para uma função social. Deve, portanto, investir em empregos. E priorizar os repasses para empresários comprometidos com a geração de empregos, com a melhoria das condições de vida da população. Agora, diante da crise mundial e da falta de dinheiro barato no Exterior, voltam suas atenções e garras para os cofres do BNDES. Muita calma nesta hora! Os trabalhadores estão atentos.
Acompanhe: Com crédito mais escasso e caro, governo deve reforçar papel do banco, segundo representantes do setor industrial. Já se negocia o aumento dos repasses do FAT e do Tesouro Nacional para financiar planos das indústrias brasileiras
O BNDES deverá ser a principal fonte de financiamento das indústrias brasileiras -com a escassez e o encarecimento de crédito externo- em decorrência da crise do setor bancário nos EUA, na avaliação de representantes do setor industrial.
E o BNDES já negocia com o governo o aumento dos repasses do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) e do Tesouro Nacional para dar conta de financiar planos de investimentos das indústrias brasileiras.
Fernando Puga, chefe do departamento de Análises Econômicas do BNDES, diz que o banco será o "colchão" que garantirá o investimento de longo prazo das empresas, especialmente agora com a crise mais intensa nos EUA. Neste ano, o banco quer aprovar financiamentos de R$ 84 bilhões.
O sistema bancário doméstico está intacto "e o governo brasileiro deve reforçar neste momento o papel do BNDES, já que muitas empresas não terão alternativas de crédito lá fora", afirma Júlio Gomes de Almeida, assessor econômico do Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial).
Na sua avaliação, se a crise nos Estados Unidos se agravar, o que ele acredita que deve acontecer, investimentos de empresas brasileiras no exterior poderão até ser revistos.
Armando Monteiro, presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), diz que a crise preocupa. "Já havia um movimento de turbulência e essa percepção ficou agora mais evidente. Vamos passar por um momento de contração de crédito no mundo e isso vai afetar os investimentos. Não sentimos esse efeito, mas virá."
Para Jackson Schneider, presidente da Anfavea, associação das montadoras de veículos, é cedo para fazer avaliação sobre o impacto da crise no Brasil.
"O Brasil não está fora de sentir os efeitos da crise e é fundamental que o país acompanhe de perto quais as conseqüências que poderá ter na economia brasileira. Neste ano, nada muda. Agora, no ano que vem, dependendo da extensão da crise, poderemos crescer menos do que o previsto."
Na sua avaliação, se cair o custo dos ativos no exterior, é possível até que as empresas brasileiras aproveitem essa oportunidade para crescer no mercado internacional.
Benjamin Steinbruch, presidente da CSN, afirma que a conjuntura econômica favorece o crescimento do Brasil, que está com as contas em dia em um contexto de crise mundial.
"Tanto as empresas brasileiras quanto o sistema financeiro e o país como um todo estão em posição diferenciada." No 5º Fórum de Economia da FGV (Fundação Getúlio Vargas), Steinbruch defendeu o aumento da oferta de crédito pelo governo como forma de sustentar o consumo interno e garantir o crescimento econômico.
O presidente do conselho do grupo Ultra, Paulo Cunha, acredita que a crise internacional vá provocar redução no ritmo de crescimento do grupo.
"Nós temos andado depressa. Faturamos R$ 5 bilhões em 2005 e devemos faturar R$ 25 bilhões neste ano." Para ele, o momento não é favorável à realização de investimentos.
Para Sérgio Watanabe, presidente do Sinduscon SP, a eventual escassez de crédito que possa ocorrer no mercado internacional pode ser um problema para o setor. "Essa crise de liquidez vai afetar o mercado da construção civil não neste ano, mas, sim, no ano que vem."
Justiça determina entrega de diesel mais limpo em 2009
Finalmente alguma ação concreta contra a poluição criada pelo diesel. É pouco. Precisamos de atitudes mais concretas.
Acompanhe, por favor:
Ação foi movida pela Procuradoria do Estado e pelo Ministério Público Federal. Liminar ordena que diesel menos poluente seja entregue em quantidade suficiente para abastecer uma bomba em cada posto
A Justiça Federal de São Paulo concedeu liminar que obriga a Petrobras e a ANP (Agência Nacional do Petróleo) a garantir o fornecimento, a partir de janeiro de 2009, do diesel menos poluente S-50 em quantidade suficiente para abastecer pelo menos uma bomba em cada posto de gasolina do país -são cerca de 35 mil.
A ANP afirma que irá recorrer da decisão, expedida anteontem pelo juiz José Carlos Motta, da 19ª Vara Cível, em resposta a ação movida pela Procuradoria do Estado e pelo Ministério Público Federal desde o final de 2007.
A Petrobras, por sua vez, disse, em nota, que "reafirma seu compromisso de fornecer a partir de 2009 o diesel 50 ppm a ser utilizado pelos veículos com tecnologia P6 [menos poluentes]". Anteriormente, a empresa já tinha condicionado o fornecimento do diesel à existência de motores novos.
O diesel S-50 tem 50 partes por milhão de enxofre. Hoje, o diesel contém entre 500 ppm e 2.000 ppm de enxofre. Dados da USP mostram que, em São Paulo, o ar poluído mata de 12 a 14 pessoas por dia.
Comemorada pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente, a determinação apenas garante, em parte, o cumprimento da resolução 315/02 do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente), que determina redução da emissão de poluentes para toda a frota.
A decisão prevê que o S-50 esteja disponível para todos os veículos a diesel a partir de janeiro de 2009, prazo dado também para que as montadoras fabriquem motores com tecnologia menos poluente -como já fazem na Europa e nos EUA.
Porém, a Petrobras alega que só entregará o diesel menos poluente quando as montadoras venderem os veículos adaptados. Estas, por sua vez, dizem que, por lei, têm prazo até 2010 para fabricar o novo motor.
Segundo a Procuradoria, o diesel S-50 em pelo menos uma bomba garante a acessibilidade do combustível. O órgão irá solicitar ao juiz a obrigatoriedade de que o S-50 seja fornecido com preço "suficientemente próximo" ao do diesel convencional, para que seja atrativo.
A decisão do juiz não impõe regras às montadoras -elas são alvo de outra ação, movida pelo Ministério Público Federal. A Anfavea (associação das montadoras) não comentou a decisão. Disse que não terá como fornecer motores menos poluentes em janeiro.
A ANP afirmou que a determinação do juiz "estende a discussão [desnecessariamente]" e justificou a intenção de recorrer por considerar "já ter feito a sua parte", disse a assessoria.
Para ambientalistas, a decisão "era o mínimo que se poderia fazer". "Faltou fixar um prazo, de até seis meses, para que o S-50 esteja em todas as bombas. O problema não é de mercado. O problema é que morre gente [por causa da poluição]", diz Carlos Bocuhy, do Conselho Estadual do Meio Ambiente.
Vendas no varejo em julho têm primeira queda desde fevereiro
Nada de especial nesta queda de 0,2% diante de um inverno que não houve. Vem aí o Dia das Crianças e depois começa a movimentação para o Natal. Nada para justificar a choradeira patronal nestes tempos de convenções coletivas.
Fiquemos atentos: O comércio varejista brasileiro amargou em julho sua primeira queda mensal desde fevereiro, mas o desempenho das vendas ficou 11% acima do verificado no mesmo período do ano passado, informou nesta terça-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De junho para julho as vendas do setor caíram 0,2%, praticamente em linha com as estimativas de mercado, que indicavam uma queda de 0,3% para o período, de acordo com a mediana das projeções de 12 economistas consultados pela Reuters.
O avanço na comparação com julho do ano passado ficou levemente acima do projetado pelo mercado, que apostava em avanço de 10,8%, de acordo com a pesquisa.
Apesar da queda mensal, a receita nominal do setor manteve a trajetória de alta, subindo 0,5% em julho frente a junho. Na comparação com julho do ano passado, a receita registrou um ganho de 18,5%, informou o IBGE em comunicado.
As vendas de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo recuaram 0,2%, sendo uma das quatro atividades pesquisadas pelo IBGE que registraram recuo de junho para julho. O instituto avalia o desempenho de 10 segmentos.
Já na comparação anual, todas as atividades avaliadas pelo IBGE apresentaram desempenho positivo.
Mangabeira quer obrigar jovens a prestar serviço social
Uma boa idéia do ministro Mangabeira Unger. Além de permitir um contato dos jovens com o Brasil real, ajudará a acelerar o amadurecimento e a ocupar os jovens num momento em que a pouca experiência e a falta de vagas no mercado mantém os jovens perambulando pelas ruas, à mercê de más influências.
Leia o texto: Pela proposta, dispensados do alistamento militar seriam enviados para o interior do país; mulheres também participariam
O ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger, defendeu ontem que os jovens de 18 anos que forem dispensados do serviço militar obrigatório sejam enviados ao interior do país, para serem aproveitados no serviço social obrigatório. A idéia faz parte do Plano Nacional de Defesa, elaborado por Mangabeira e pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim. Se o jovem dispensado do alistamento militar estiver fazendo curso superior, ele seria encaminhado para algum trabalho em sua área de atuação.
— O jovem que está iniciando uma formação universitária vai trabalhar de acordo com seu ramo. Por exemplo, um arquiteto vai ajudar a construir casas populares. Um engenheiro vai ajudar a fazer saneamento básico. Se não tiver o terceiro grau, vai $a educação complementar para poder engajar-se — explicou Mangabeira.
Esse jovem seria capacitado militarmente para compor uma "força de reserva mobilizável", a ser utilizado em casos de necessidade. Mangabeira espera que, dessa forma, o adolescente conheça melhor a realidade de seu país, conviva com seus problemas e trabalhe com pessoas de classes sociais diferentes.
Márcio Pochmann: sindicato precisa disputar opinião pública
A UGT desde a sua fundação tem essa preocupação que Márcio Pochmann destaca. Somos a central que se preocupa com a organização da classe trabalhadora brasileira, mas que também está atenta aos problemas vividos pelos excluídos, pelos trabalhadores informais, pelos problemas gravíssimos de discriminação enfrentados por negros e mulheres.
Vale a pena avaliar, com calma, a análise e sugestões do Márcio Pochmann: Após dar uma verdadeira aula sobre as transformações políticas e sociais ocorridas no Brasil a partir da década de 30, o presidente do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), Márcio Pochmann, apontou a necessidade de repensar a organização do trabalho. No auditório do Hotel Embaixador, em Porto Alegre, o economista falou para 100 pessoas, à convite da Federação dos Bancários do RS (Feeb-RS) na noite da última terça (9).
Além de fazer um relato histórico detalhado sobre as mudanças que ocorreram no Brasil, tanto na economia quanto na estruturação da sociedade, Pochmann falou sobre a conjuntura atual e a importância da convergência política para que o governo faça as escolhas certas rumo ao desenvolvimento.
Confira algumas das principais declarações do economista:
“Desde a revolução de 30 até os anos 80 houve um ciclo de expansão e de transformações gigantescas. O Brasil passa de uma economia primária para um processo de industrialização e urbanização. Estas mudanças também fizeram surgir uma classe trabalhadora de grande significado. A transição do homem do campo para cidade, de maneira geral, representou uma relativa ascensão social''.
''Depois deste período tivemos três décadas que foram uma verdadeira tragédia para o país, representando regressão econômica e social. O desemprego cresceu, a distribuição de renda piorou e houve um processo de destruição do sistema produtivo''.
''De 2005 para cá começamos a pensar a longo prazo. Voltamos a ter uma visão de futuro e de otimismo em relação ao país. Escolhas devem ser feitas considerando o que vem pela frente. Estamos vivendo um momento melhor que vai depender da maioria política''.
''Em conseqüência disto, precisamos repensar a organização do trabalho e do próprio movimento sindical. Se não fizermos as propostas, outros farão. É necessário um novo olhar, especialmente quando estamos falando de uma nova classe trabalhadora, que não tem nada a ver com a dos anos 80''.
''O sindicato tem que disputar a opinião pública. Precisamos preparar dirigentes com visões de mundo e capacidade de fazer a disputa. Hoje existem no Brasil 70 mil dirigentes sindicais liberados. Não existe isso em nenhum outro país”.
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