Relatório sobre desenvolvimento humano do Pnud: Brasil tem 3ª pior desigualdade do mundo
Em seu primeiro relatório sobre desenvolvimento humano para a América Latina e Caribe em que aborda especificamente a distribuição de renda, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) constatou que a região continua sendo a mais desigual do planeta. Dos 15 países do mundo nos quais a distância entre ricos e pobres é maior, 10 estão na América Latina e Caribe. O Brasil tem o terceiro pior Índice de Gini - que mede o nível de desigualdade e, quanto mais perto de 1, mais desigual - do mundo, com 0,56, empatando nessa posição com o Equador.
Concentração de renda pior só é encontrada em Bolívia, Camarões e Madagascar, com 0,60; seguidos de África do Sul, Haiti e Tailândia, com 0,59. O relatório considera a renda domiciliar per capita e o último dado disponível em que era possível a comparação internacional. No caso do Brasil, porém, a desigualdade de renda caiu fortemente nos últimos anos e, em 2008, o Índice de Gini estava em 0,515.
Na região, os países onde há menos desigualdade são Costa Rica, Argentina, Venezuela e Uruguai, com Gini inferior a 0,49. Na média, segundo o Pnud, o Índice de Gini da América Latina e do Caribe é 36% maior que o dos países do leste asiático e 18% maior que os da África Subsaariana.
O relatório, denominado "Atuar sobre o futuro: romper a transmissão intergeneracional da desigualdade", mostra que a concentração de renda na região é influenciada pela falta de acesso aos serviços básicos e de infraestrutura, baixa renda, além da estrutura fiscal injusta e da falta de mobilidade educacional entre as gerações.
No Brasil, educação dos pais tem forte influência — No Brasil, por exemplo, a escolaridade dos pais influencia em 55% o nível educacional que os filhos atingirão.
O estudo também mostra que ser mulher indígena ou negra na região é, em geral, sinônimo de maior privação. As mulheres recebem menor salário que os homens pelo mesmo tipo de trabalho, têm maior presença na economia informal e trabalham mais horas que os homens. Em média, o número de pessoas vivendo com menos de um dólar por dia é duas vezes maior entre a população indígena e negra, em comparação com a população branca.
Ainda segundo o relatório, a desigualdade na região é historicamente "alta, persistente e se reproduz num contexto de baixa mobilidade social". No entanto, para a entidade, é possível romper esse círculo vicioso - não com meras intervenções para reduzir a pobreza, mas com a implementação de políticas públicas de redução da desigualdade. Um exemplo são mecanismos de transferência de renda.
De 2001 a 2007, gasto social cresceu 30% na região — "A desigualdade deve ser combatida per se, como objetivo de política explícito", diz o documento. Mas essa diretriz parece não ter funcionado na região. "Os altos níveis de desigualdade têm sido relativamente imunes às diferentes estratégias de desenvolvimento implementadas na região", conclui o estudo.
Entre as conquistas da América Latina e Caribe, o estudo mostra que as mudanças na política social da região na década de 1990 se refletiram na distribuição de renda. O gasto público social apresentou tendência crescente e gira em torno de 5% do Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de bens e serviços produzidos no país) dos 18 países da região, apesar das limitações fiscais enfrentadas pela maioria dessas economias.
Além disso, registrou-se na região um aumento do gasto social por habitante, em média, de quase 50% entre 1990 e 2001. Entre 2001 e 2007, o aumento foi de 30%. A maior parte do dinheiro concentrou-se nas áreas de seguridade e de assistência social - esta última, representada principalmente pelo aumento no número de aposentados. (O Globo)
Desemprego recua para 7% em junho
Para o IBGE, menor procura por ocupação explica o resultado, uma vez que o mercado não gerou novas vagas. É a menor marca para esse mês desde 2002; o rendimento médio, na comparação com maio, registrou alta de 0,5%.
Sob impacto da menor procura por trabalho, a taxa de desemprego das seis maiores regiões metropolitanas do país caiu de 7,5% em maio para 7% em junho.
É a menor marca para esse mês desde 2002, quando teve início a série histórica do IBGE. Na média do primeiro semestre, a taxa ficou em 7,3%, também a mais baixa para o período.
Ao contrário do esperado para junho -quando sazonalmente a economia começa a se acelerar-, o mercado não gerou novas vagas.
Mas, mesmo assim, o desemprego caiu graças à redução da busca por colocação. O número de ocupados ficou estável de maio para junho.
Segundo Cimar Azeredo Pereira, esse cenário é um reflexo do período de férias, quando menos pessoas procuram trabalho. Reflete ainda o aumento do rendimento familiar -que desestimula membros secundários da família a se empregarem.
Pelos dados do IBGE, o rendimento médio voltou a crescer em junho e subiu 0,5% na comparação com maio. Em relação a junho de 2009, a alta foi de 3,4%.
Para Fábio Romão, economista da consultoria LCA, a freada da ocupação já sinaliza a desaceleração do ritmo de atividade da economia como um todo, após um primeiro semestre muito forte.
"A economia cresce num ritmo mais brando, e isso já se refletiu no mercado de trabalho no que diz respeito à ocupação", afirmou.
O economista se disse "surpreso" com a saída de pessoas do mercado de trabalho em junho -o que provocou a queda da taxa de desemprego em razão da queda de 0,5% da PEA (População Economicamente Ativa) de maio para junho.
Diz, porém, que a economia ainda está aquecida e que é cedo para "falar em desalento".
Romão ressalta, porém, que o número de contratações perdeu força na comparação com 2009, quando o país sofria os efeitos da crise. Ante junho do ano passado, a ocupação cresceu 3,5%, ritmo menos intenso do que em meses anteriores.
Já Azeredo Pereira, do IBGE, destaca como ponto positivo o crescimento expressivo do contingente de trabalhadores com carteira assinada -alta de 7,1% ante junho de 2009.
Para Aurélio Bicalho, economista do Itaú Unibanco, "o mercado de trabalho continua forte, apesar da estabilidade nas contratações".
Graças à expansão da renda, a massa de rendimentos se manteve em alta -0,3% em relação a maio, com ajuste sazonal, e 6,9% ante junho de 2009- e seguirá a estimular o consumo, segundo ele. (Folha)
FGV: confiança do consumidor sobe pelo 5º mês seguido
O consumidor brasileiro está otimista em relação à economia e, com isso, o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) da Fundação Getúlio Vargas (FGV) registrou alta pelo quinto mês consecutivo, subindo 1,1% em julho em relação a junho, para 200 pontos. O levantamento, segundo o economista da FGV Aloisio Campelo, mostrou que os consumidores estão otimistas com o cenário econômico tanto no presente quanto em relação ao futuro e com boas perspectivas em relação ao mercado de trabalho, inflação e crescimento da economia.
"A avaliação feita pelo consumidor a respeito da situação da econômica local é a mais favorável da série histórica iniciada em 2005", diz Campelo. "Pela primeira vez a proporção dos consumidores que avaliam a situação da economia na cidade em que moram como boa é maior daquela dos que avaliam como ruim". A avaliação da economia local ficou em 105 pontos e esta é primeira vez desde o início da série que passa da barreira dos 100 pontos.
No entanto, Aloisio ressalva que, após um período de alta, a avaliação sobre a situação financeira das famílias se estabilizou: ficou em 131,4 pontos em julho, mesmo nível do mês anterior. O resultado, aliado ao menor ímpeto dos consumidores para compra de bens duráveis nos próximos seis meses (o indicador recuou ao nível de abril, quando ficou em 85,6 pontos), pode sinalizar um aumento do endividamento dos consumidores, diz.
Segundo Aloisio, isso pode ser uma "ressaca" do período de benefícios fiscais dados pelo governo, como a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Ou seja, embora estejam otimistas com a economia, os consumidores podem estar influenciados pela alta dos juros, comprometidos com o pagamento de parcelas e com menos dinheiro no bolso.
"Não é que o consumidor vá parar de comprar, mas o indicador está perdendo força. Foi uma queda só, mas foi uma queda de magnitude, voltou-se ao patamar de abril", afirmou.
O movimento pode ser visto principalmente se a pesquisa for detalhada por faixa de renda. Na mais baixa (até R$ 2 mil), justamente a mais comprometida com compras parceladas de TVs e geladeiras, por exemplo, o ICC subiu 1% em julho em relação a junho. Já na faixa de renda maior (acima de R$ 9.601), menos comprometida com o pagamento de parcelas, a percepção foi melhor: alta de 1,7%.
O mercado de trabalho também registrou uma avaliação positiva recorde. Em julho de 2010, 50,5% dos consumidores consideram difícil conseguir emprego e 9,3%, mais fácil. Em relação aos seis meses seguintes, 24,3% acham que estará mais fácil, e 14,2%, mais difícil. Nos dois casos, estes são os melhores resultados para as respectivas séries. (Estado)
Consumo de energia no Brasil cresce 9,9% no 1º semestre
Em junho, consumo no País totalizou 34.570 gigawatts-hora, alta de 11,1% em relação a igual mês de 2009
O consumo total de energia elétrica no Brasil cresceu 9,9% no primeiro semestre ante o mesmo período no ano passado, reflexo do bom desempenho em todos os segmentos de mercado. Em junho de 2010, o consumo totalizou 34.570 gigawatts-hora (GWh), o que representa uma alta de 11,1% em relação a igual mês de 2009, e crescimento de 5% em taxa de 12 meses, segundo o boletim mensal divulgado quinta-feira, 22, pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
Com crescimento de 15,1% sobre junho de 2009, o consumo industrial nacional totalizou 15.658 GWh, mantendo o patamar dos últimos meses e do período pré-crise. O resultado semestral indica expansão de 13,8% frente a 2009, o que representa 10,8 mil GWh a mais de consumo (valor que equivale ao consumo industrial semestral dos estados da Bahia, Pará e Mato Grosso do Sul juntos). Assim como o verificado nos últimos meses, o destaque do setor ficou por conta da Região Sudeste, que expandiu seu consumo em 20% na base de comparação mensal. Espírito Santo e Minas Gerais seguem apresentando expressivas taxas de crescimento (53% e 20%, respectivamente) beneficiados pela melhora dos setores extrativo e metalúrgico, base econômica desses Estados.
O consumo comercial assim como o residencial cresceram menos do que o industrial, porque mantiveram trajetória ascendente de crescimento, mesmo no período mais agudo da crise financeira em 2009. Em junho o segmento comercial cresceu para 5.422 GWh, 7,8% ante junho de 2009. No primeiro semestre a expansão verificada foi de 7,7%.
Os destaques são novamente as Regiões Norte e Nordeste, que cresceram respectivamente 15,4% e 13,8%. O aquecimento do comércio nessas regiões, segundo informações dos agentes no âmbito da Comissão Permanente de Acompanhamento do Mercado de Energia Elétrica (Copam), é fruto do aumento dos níveis de renda da população e vem se traduzindo em ampliação e construção de shoppings e instalação de grandes lojas da rede varejista.
O consumo residencial segue em forte expansão, segundo a EPE. Totalizando 8.663 GWh em junho, apontou crescimento de 9,5% frente ao mesmo mês de 2009. O realizado do primeiro semestre foi de 53.831 GWh, com expansão de 8,1%. O número de novas ligações em 12 meses atingiu a expressiva marca de 2 milhões de consumidores (média mensal de 166 mil). O consumo médio por consumidor (base 12 meses) foi de 155,8 kWh, correspondendo a aumento de 3,9% em comparação ao mesmo período de 2009. (Estado)
CGU vai criar cadastro de empresas éticas
Empresas comprometidas com combate à corrupção terão nomes divulgados em site.
A CGU (Controladoria-Geral da União) vai criar, em semanas, um cadastro on-line de empresas comprometidas com condutas éticas e prevenção à corrupção.
Para integrar a lista, empresas não poderão ser processadas por corrupção, terão que se submeter a auditorias externas e garantir proteção a funcionários que denunciem práticas corruptas.
Deverão também informar detalhadamente suas doações a candidatos políticos. Quem financiar candidatos com ficha suja não participará da lista limpa da CGU.
"Assim como existe hoje um cadastro de empresas inidôneas, vamos criar uma lista de empresas limpas", disse o ministro-chefe da CGU, Jorge Hage Sobrinho.
O anúncio foi feito durante conferência sobre corrupção realizada em São Paulo pela OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico).
O ministro disse que algumas empresas já procuraram a CGU para se informar sobre o novo cadastro, mas não divulgou números e nomes.
"Se a empresa quiser ganhar reputação de companhia limpa, que se preocupa com a ética, vai aderir."
A medida também visa aumentar o diálogo com as empresas. A avaliação da CGU é que o medo de represálias limita as denúncias de corrupção. Das 35.666 recebidas desde 2003, só 115 vieram de empresas identificadas.
O cadastro é uma parceria com o Instituto Ethos, que hoje divulga cartilha orientando empresas sobre como atuar no processo eleitoral. (Folha)
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