UGT define as regras para as obras da Copa de 2014
Por Ricardo Patah, presidente nacional da UGT
Com a negociação vitoriosa que encerrou a greve dos trabalhadores ocupados nas obras do Maracanã a UGT estabeleceu um parâmetro que orientará todas as demais obras da Copa de 2014. Vai prevalecer o respeito aos trabalhadores, que terão a segurança reforçada e um monitoramento permanente dos direitos trabalhistas, especialmente os relacionados com convênio médico, cesta básica e participação nos resultados. A UGT trabalha para que não se repita no Brasil situações de trabalho degradante e até mesmo escravo que foram denunciados nas obras de outros eventos esportivos no resto do mundo. Estamos em contato com os demais sindicatos que representam os trabalhadores envolvidos em obras da Copa de 2014 e vamos transferir a expertise que acumulados durante negociações tensas mas necessárias para estabelecer ganhos complementares às convenções coletivas. Temos certeza que todas as obras da Copa 2014 serão entregues na data, mas com respeito pleno aos trabalhadores, às suas seguranças funcionais e com garantia de apoio médico e alimentar às suas famílias, através de cestas básicas e convênios médicos. Vamos começar a ganhar a próxima Copa do Mundo garantindo, obra a obra, a segurança dos trabalhadores.
Termina a greve dos operários que trabalham no Maracanã
Após três dias de queda de braço entre operários e os responsáveis pela obra, a paralisação na reforma do Maracanã para a Copa de 2014, finalmente, chegou ao fim, na manhã de hoje. Em nova assembleia, realizada na frente do portão 13 do estádio, a maioria dos grevistas ficou satisfeita com acordo firmado, ontem, entre representantes do Consórcio Delta/Odebrech/ Andrade Gutierrez, o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Pesada (Sitraicp) e um comitê formado pelos operários da obra. Assim, um novo termo de acordo foi homologado no Tribunal Regional do Trabalho (TRT).
Amanhã, dois peritos - um do Sitraicp e outro do consórcio - farão uma vistoria dentro do estádio para saber se os empregados terão direito aos adicionais de insalubridade e periculosidade. Já o vale-refeição, um dos principais motivos de insatisfação, passou de R$110 para R$160, podendo subir mais R$20, que ainda serão negociados. Os trabalhadores também terão direito ao plano de saúde individual, a partir do dia 1º de setembro. Em 90 dias, este benefício pode ser estendido para a família. Outras reivindicações como o adiantamento do pagamento salarial quinzenal, comum em obras, ainda serão discutidas.
- Os operários estavam de cabeça quente, na semana passada. Não tinha clima para terminar a greve. Ontem, nos reunimos com o consórcio e alguns representantes do governo e do consórcio no Sindicato do Comércio, no Centro. O encontro durou 12 horas e conseguimos fazer um acordo que fosse bom para as duas partes - revelou Nilson Costa, presidentedoSitraicp.
O estopim para a greve, iniciada na manhã de quarta-feira, foi a explosão de um barril, que deixou um operário ferido. Para voltar ao trabalho, os cerca de 1.500 trabalhadores do turno da manhã exigiam aumento do salário de R$ 1.180 e do auxílio refeição de R$ 110, além da inclusão de plano de saúde entre os benefícios oferecidos aos operários. Os termos do acordo que colocou fim à greve ainda não foram divulgados.
Com orçamento total de R$ 931 milhões, a obra de modernização do Maracanã está prevista para terminar em dezembro de 2012, para que o estádio possa ser usado já na Copa das Confederações, em junho de 2013, evento teste para a Copa do Mundo de 2014. O Maracanã será o palco da final do Mundial. (O Globo)
Após assembleia, trabalhadores retomam reforma do Maracanã
Após cinco dias de paralisação, os cerca de 2.000 operários que trabalham na reforma do Maracanã, sede da final da Copa do Mundo de 2014, voltaram ontem ao trabalho. Em assembleia, aceitaram a proposta do consórcio responsável pela obra, que deu plano de saúde e aumentou o valor da cesta básica de R$ 100 para R$ 160 por mês.
A paralisação teve início após o ajudante de produção Carlos Felipe da Silva Pereira ter fraturado o joelho na explosão de um galão.
Segundo o sindicato da categoria, o consórcio formado pelas empresas Delta, Odebrecht e Andrade Gutierrez prometeu estudar a inclusão das famílias dos operários no plano de saúde, além de pagar salários quinzenalmente.
Na sexta, o consórcio pediu para o Tribunal Regional do Trabalho mediar a negociação, o que não ocorreu. O acordo foi informado ao TRT.
Orçadas em quase R$ 1 bilhão, as obras de reforma do Maracanã têm que estar concluídas em dezembro de 2012. (Folha)
Crise pode afetar negociação salarial
Dissídio dos bancários deve ser o principal impactado pela turbulência internacional; industriais podem sentir efeito mais adiante.
As negociações do dissídio salarial neste ano devem ser mais longas e complexas do que a do ano passado. O porcentual de categorias que terá aumento acima da inflação também pode recuar. Para os bancários, a grande questão em pauta será a crise financeira mundial. Aos industriais pesará sobretudo a conjuntura econômica nacional dos últimos doze meses.
O segundo semestre é marcado pelas principais negociações sindicais. Metalúrgicos, bancários, petroleiros e químicos são algumas das maiores categorias que sentarão à mesa para debater o dissídio salarial.
Até então, a maré estava boa para os trabalhadores. Para se ter uma ideia, nos últimos reajustes negociados, a grande maioria das categorias teve aumento salarial acima da inflação, segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). No primeiro semestre de 2011, por exemplo, 84% das negociações terminaram em aumento real de salário (ou seja, inflação mais um porcentual). De janeiro a junho de 2010 esse montante foi ainda mais alto: 87% das categorias conseguiram alta dos ganhos acima da inflação.
Os bancários, por exemplo, têm acumulado sete dissídios salariais acima da inflação consecutivos, segundo o diretor de relações do trabalho da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), Magnus Apostólico. Neste ano, porém, o aumento poderá ser igual à inflação, comentou. "É importante dizer que toda vez que temos um ambiente econômico turbulento, a turbulência vai para a mesa de negociação", explicou Magnus Apostólico. "Creio que teremos discussões mais longas neste ano até chegarmos a um acordo", emendou.
O setor industrial também crê que só será possível reajustar o salário dos trabalhadores ao mesmo nível da inflação. Para André Rebelo, gerente do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), no entanto, a atual crise, por enquanto, não vai reverberar na negociação do dissídio com os trabalhadores. "Essa é uma crise diferente da de 2008, quando as exportações caíram 30% e, portanto, a produção industrial foi afetada. Até agora, a atual turbulência só afetou a Bolsa de Valores no Brasil", disse.
Rebelo pondera, no entanto, que a inflação dos últimos doze meses, o aumento dos custos de produção e a valorização cambial são fatores que podem puxar para baixo o porcentual do aumento do salário dos trabalhadores. "Na verdade, a indústria tem pouca margem para subir os salários acima da inflação por causa do cenário interno", admitiu.
A reportagem do Estado também procurou a Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) para falar sobre o assunto. Os porta-vozes, no entanto, não tinham agenda para atender às solicitações. A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) também foi procurada e, por meio da assessoria de imprensa, informou que "ainda está aguardando o desenrolar da crise para saber se haverá ou não impacto na negociação com os trabalhadores".
Acadêmicos e especialistas em relações de trabalho também consideram que este será um semestre mais delicado na negociação entre empresas e empregados. "É difícil prever o que pode acontecer. Se a crise se aprofundar, ela terá reflexos e algum contágio na economia brasileira, mas não nas mesmas dimensões da última", avaliou José Silvestre Prado de Oliveira, coordenador de relações sindicais do Dieese.
Apesar disso, Oliveira acredita que os reajustes reais serão mantidos, principalmente porque as grandes categorias negociam o aumento nos próximos meses e, se conseguirem o reajuste real, servirão de parâmetro para as outras classes.
Disputa. Para aquecer as discussões da negociação, os bancários fizeram uma manifestação na Avenida Paulista na sexta-feira com o slogan ‘Bancário não é máquina’. A presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Juvandia Moreira Leite, afirmou que a categoria quer reajuste de 12,8%. "Estamos negociando com o setor que mais ganha dinheiro no País e com a maior taxa de juros do mundo." Ela disse ainda que a economia nacional deve continuar aquecida por conta do mercado interno grande e do fortalecimento da classe média. "O governo está atento à crise e tem tomado as medidas necessárias", insistiu.
O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, que representa 40 mil trabalhadores e 926 empresas, querem aumento total de 17,45%. A negociação da classe começou na quinta-feira passada. "Numa primeira explanação dos patronais, já percebemos que eles vão usar a crise como mote para reduzir o porcentual de aumento", comentou Vivaldo Moreira, presidente do sindicato dos Metalúrgicos. E é justamente para não correlacionarem o cenário externo com o dissídio salarial que os metalúrgicos estão debatendo sob slogan ‘O Brasil cresceu, quero o que é meu’. (Estado)
Companhias aéreas só poderão cobrar taxa de 10% para remarcação ou cancelamento de passagens
As companhias aéreas TAM, Gol, Cruiser, TAF e Total deverão reduzir as tarifas de remarcação ou cancelamento de passagens para, no máximo, 10% do valor total do bilhete e terão que devolver aos consumidores os valores cobrados, além desse limite, desde 5 de setembro de 2002. A determinação é da Justiça Federal e passa a valer assim que for publicada no Diário Oficial da União, o que deve acontecer nos próximos dias.
A decisão do juiz federal Daniel Guerra Alves atende a pedido do Ministério Público Federal, que denunciou a cobrança de tarifas que chegavam a 80% do valor dos bilhetes aéreos quando o passageiro precisa cancelar o voo ou remarcar a viagem.
De acordo com a decisão judicial, caso seja feito o cancelamento ou a remarcação em até 15 dias antes da data da viagem, a taxa máxima será 5%. Para modificações feitas com menos de 15 dias de antecedência, as companhias poderão cobrar até 10% do valor da passagem.
A sentença também determina que as empresas paguem indenização por danos morais coletivos, equivalente a 20% dos valores cobrados indevidamente. O dinheiro deverá ser depositado em um fundo de defesa dos consumidores.
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) terá que fiscalizar o cumprimento das medidas. Na decisão, o juiz dá prazo de 120 dias para que a agência reguladora apresente um plano de fiscalização.
Após a oficialização da sentença, com a publicação no Diário Oficial, as empresas condenadas ainda poderão entrar com recurso contra a decisão.(O Globo)
Concessão de crédito mostra fôlego em julho
A oferta de crédito continuou mostrando fôlego em julho, tanto para a pessoa física como para a pessoa jurídica, de acordo com sondagem preliminar feita pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban).
Embora o saldo possa apresentar ritmo menor de crescimento, as concessões diárias, com ajuste sazonal, teriam mostrado forte expansão. O Banco Central (BC) divulga na próxima quarta-feira a nota de crédito com o desempenho do sistema financeiro em julho.
No segmento de pessoas físicas, a sondagem da Febraban mostra um aumento de 4,1% nas concessões diárias em julho contra junho. Na comparação com julho de 2010, a alta de 16,4% projetada pela entidade pode figurar como a maior desde novembro - antes, portanto, das medidas macroprudenciais adotadas pelo BC. Sem ajuste sazonal, a média diária das concessões recuaria 0,6% ante junho.
No segmento de pessoas jurídicas, as concessões diárias em julho, com ajuste sazonal, teriam crescido 7,8% em relação a junho, segundo a Febraban. Na comparação com julho do ano passado, a expansão teria sido de 17,7%, a maior desde maio de 2008. Sem ajuste sazonal, as concessões diárias de empréstimos e financiamentos a empresas recuam 0,9% em julho contra junho.
O saldo das operações do sistema financeiro com recursos livres deve crescer 0,75% em julho ante junho, segundo a sondagem preliminar da Febraban. A média de expansão nos últimos três meses era de 1,5%. Nesse período, o saldo de crédito para pessoa física deve crescer 0,9% e, para pessoa jurídica, 0,6%. (Valor)
Santander discute multa bilionária
Um julgamento bilionário envolvendo o Banco Santander é acompanhado de perto por concorrentes, advogados e empresas dos mais diversos setores. A discussão, que está na esfera do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), envolve uma autuação de R$ 4 bilhões aplicada à instituição pela Receita Federal em 2008.
O Fisco questiona o valor do ágio de R$ 7 bilhões pago pelo Santander Espanha para adquirir o Banespa, em 2006. A Receita entende que o valor, por ser proveniente de investimento estrangeiro, não poderia ser utilizado no Brasil e que o ágio - justificado apenas pela rentabilidade futura do Banespa - não estaria correto. O ágio possibilitou ao banco pagar R$ 1,3 bilhão a menos de IR e CSLL. O julgamento, marcado para setembro, interessa às companhias que realizaram operações semelhantes e foram multadas pela Receita. Se o Santander for derrotado no Carf, ainda poderá recorrer à Justiça. (Valor)
BB vê rentabilidade 'per capita' crescer
Pela primeira vez em mais de uma década, o Banco do Brasil viu crescer a rentabilidade mensal per capita obtida em negócios com pessoas físicas. O indicador, que desde 1999 alternava períodos de queda e de estagnação, subiu 31,4% nos doze meses terminados em junho de 2011, informou o banco ao Valor.
Por ser dado estratégico, normalmente guardado a sete chaves pelas instituições bancárias, o BB não revela a cifra da chamada "margem de contribuição" média por cliente não empresarial. Tampouco informa a magnitude da redução ocorrida até 2009. Mas assegura que a variação positiva retomada em meados de 2010 já recuperou o nível de rentabilidade per capita anterior a 1999, pelo menos em valores nominais.
A rentabilidade total do banco não caiu. Ao contrário, há anos seguidos, o BB tem anunciado resultados cada vez maiores, de receita e de lucro. Por outro lado, por causa da agressiva política de capilarização de rede e de expansão da base de clientes, o número de clientes pessoas físicas cresceu proporcionalmente mais rápido, fazendo cair a rentabilidade média por pessoa. Essa clientela hoje é de 53,1 milhões de pessoas e responde por quase 70% do resultado do BB. "Nossa expectativa é de que o crescimento continue forte", diz Sérgio Ricardo Miranda Nazaré, titular da recém criada Diretoria de Clientes Pessoas Físicas.
A virada é atribuída à mudança de estratégia de fidelização de clientes que vem sendo implementada há dois anos e da qual a mais emblemática ação tática foi a criação, recentemente, da diretoria comandada por Nazaré. O banco passou a dar mais atenção à melhoria do relacionamento, em vez concentrar preocupações em criar produtos e serviços novos, diferenciados da concorrência.
A nova diretoria chega para cuidar exclusivamente do relacionamento com pessoas físicas. A alteração no organograma acaba de vez com a diretoria de varejo, que ao longo dos últimos anos já tinha sido esvaziada pela criação de diretorias que absorveram parte de suas antigas funções, como a de cuidar da relação com micro e pequenas empresas e ainda de diversos produtos de varejo, como crédito, seguro, previdência e cartões.
Segundo Nazaré, produtos de captação de recursos junto a pessoas físicas, que ainda estavam na agora extinta varejo, não ficarão aos cuidados da nova unidade. Parte deles - a de fundos de investimento - já migrou para a BB Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários. A captação em depósitos a prazo e em poupança ficou na nova diretoria, mas só provisoriamente. Em breve, isso também passará para outra unidade, nova ou já existente. (Valor)
Empresário brasileiro ainda está otimista quanto ao acesso a crédito
Os empresários brasileiros sentem que terão menos acesso a financiamento neste ano do que em 2010, mas, mesmo assim, estão entre os mais otimistas no mundo, segundo levantamento feito pelo International Business Report (IBR) da Grant Thornton.
Conforme a pesquisa, 50% dos executivos brasileiros acreditam que o financiamento será mais acessível, resultado bem acima da média global, de 34%, porém menor que o registrado em 2010, quando o otimismo atingia 68% dos empresários. Por outro lado, o percentual dos que acreditam que o acesso a financiamento será pior neste ano mais que dobrou, atingindo 20%.
Dos 39 países pesquisados, o otimismo foi maior entre os empresários da Geórgia (74%), Índia (74%), México (68%), Chile (63%) e Tailândia (60%). Na contramão, os executivos gregos (62%), holandeses (34%), Suíços (32%) e chineses (34%) acreditam que o acesso a crédito será menor. O México registrou o maior aumento no número de empresários que acham que o acesso a financiamento será melhor em 2011 (41%), seguido da Tailândia (37%) e Nova Zelândia (21%). A Grécia foi onde houve maior aumento no pessimismo, de 22%, refletindo a crise pela qual passa o país, seguido por Vietnã (15%) e África do Sul (13%).Na América Latina, a quantidade de empresários que acreditam em maior acesso a crédito aumentou 23 pontos percentuais na comparação com o mesmo período do ano passado (55%) e na América do Norte houve crescimento de 31 pontos percentuais. Enquanto nos países mais endividados da Europa (Portugal, Itália, Grécia e Espanha) houve redução de 19%."Além dos acontecimentos recentes na economia global, os países emergentesdaAmerica Latina têm apresentado bons resultados corporativos. O acesso a financiamento é peça-chave no desenvolvimento das empresas privadas e faz parte dos seus planos de crescimento e metas", lembra Jobelino Locateli, CEO da Grant Thornton Brasil."O percentual no Brasil fica acima das principais economias do mundo neste tópico, mas é imprescindível olhar o comportamento dos juros para garantir que esse sentimento siga até o final do ano," observa Locateli.(O Globo/Valor)
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