terça-feira, 19 de agosto de 2008

Preços de alimentos se estabilizam no alto, com prejuízo direto aos salários

UGT alerta:
Inflação abaixa em patamares altos é prejuízo para trabalhador

(Postado por Chiquinho Pereira) -- Uma notícia que nos preocupa e muito. A inflação que atinge diretamente o bolso do trabalhador brasileiro deu uma disparada desde o fim do ano passado. Todo mundo ficou em alerta máximo. Os preços de produtos como arroz, feijão, hortaliças e legumes, pão francês, laticínios, carnes bovinas e óleo de soja dispararam.
Agora os preços pararam a escalada. E todo mundo vem nos dizer (imprensa, governo, políticos em campanha) que a inflação está caindo. Ninguém fala nada dos preços que estão em novos e elevados patamares. Prejudicando o consumo do trabalhador que está com o salário ainda congelado nos níveis do ano passado.
A UGT está mobilizada para que nossos sindicatos acompanhem de perto a escalada da inflação para novos patamares e vai mobilizar seus técnicos para avaliar qual é o rombo que o novo patamar de preços causa no salário da família trabalhadora.
Porque se a forte desaceleração da inflação registrada, nos últimos dias, nos índices de custo de vida trouxe um certo alívio para o Banco Central (BC) e para os políticos em campanha, não trouxe nenhuma folga para o bolso do consumidor.
Hoje, o brasileiro continua gastando mais em relação ao que desembolsava no início de 2007 para levar para casa as mesmas quantidades de alimentos básicos, como arroz, feijão e pão. Os preços dos alimentos continuam em nível elevado e não recuaram significativamente a ponto de devolver a forte alta registrada nos últimos 18 meses. Em alguns casos, como do pão e da carne, o preço só parou de subir.
É o que revela levantamento feito pela FGV com base no ìndice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), a pedido do jornal “O Estado de São Paulo”.
O estudo levou em conta as variações de preços acumuladas no varejo de alimentos básicos entre janeiro de 2007 e o mês no qual a cotação do produto atingiu o nível máximo e comparou esse indicador com a variação dos preços dessesprodutos acumulados entre janeiro de 2007 e julho desta ano.
Dos sete preços pesquisados – arroz, feijão, hortaliças er legumes, pão francês, laticínios, carnes bovinas e óleo de soja --, nenhum dos produtos teve uma retração nos últimos meses suficiente para anular totalmente a alta registrada desde janeiro de 2007.
O preço do feijão carioquinha, por exemplo, que tinha subido 180,2% entre janeiro de 2007 e fevereiro deste ano, quando atingiu o pico, estava no fim do mês passado 154,4% maior em relação a janeiro de 2007. No caso do arroz, o preço subiu 37,2% no varejo no mesmo período, com o pico sendo registrado em junho de 2008. No mês passado, o grão era vendido com preço 36,8% superior ante janeiro de 2007.
Temos inflação em baixa com preços altos. Ou seja, o nível de preços dos alimentos se estabilizou mas é extremamente alto na comparação com um ano atrás.


Endividamento em SP é menor desde 2004, aponta Fecomercio
Essa notícia aponta, talvez, para uma reeducação do consumidor brasileiro que aprende a gerenciar suas contas, em moeda estável. Depois de termos vivido décadas com inflação galopante e após a euforia da moeda estável e da ampliação do consumo (fruto de mais empregos, ainda com salários baixos), muitos consumidores perderam o controle das contas. A redução do endividamento mostra que é possível que estejamos aprendendo a controlar as próprias finanças. Vejamos.
Leia a notícia: Porcentual de paulistanos com dívidas cai 8 pontos, para 45% dos consumidores, e é o menor da série histórica. O endividamento do paulistano caiu em agosto 8 pontos porcentuais em relação a julho, passando a atingir 45% dos consumidores, informou a Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP). Esse é o menor índice apurado pela Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) em toda a série histórica, iniciada em fevereiro de 2004. O menor nível até então era de 48% em dezembro de 2007 e em fevereiro e março de 2008. Em relação a agosto do ano passado, quando o indicador era de 59%, houve queda de 14 pontos porcentuais.
No que se refere ao nível de inadimplência, ou seja, consumidores com contas em atraso, o índice ficou em 31%, uma retração de 4 pontos porcentuais em relação ao mês anterior e queda de 13 pontos na comparação com o mesmo período de 2007, quanto atingiu 44%.
O tempo de atraso das dívidas para a maior parte dos consumidores (34%) vai de 30 a 60 dias, enquanto para 29% o período é superior a 90 dias. Já para 24% o atraso é de até 30 dias e para 12%, é de 60 a 90 dias.
O desemprego foi apontado por 29% dos consumidores como principal motivador das dívidas, seguido por falta de controle financeiro (28%). O cartão de crédito continua sendo o grande vilão, representando 45% das pendências dos consumidores, seguido pelos carnês (25%). Para 35% dos paulistanos consultados, os gastos com habitação foram o tipo de despesa que mais afetou as dívidas atuais, seguidos por eletrodomésticos (16%) e vestuários (13%).


Lei inclui novos setores no Supersimples.
Só faltam os novos empresários assinarem as carteiras.


Uma excelente notícia para os pequenos e micros empresários. Que devem perceber que a mudança na lei só será benéfica para eles se for incluído na formalização de suas empresas, os seus trabalhadores. Estamos cansados de ver, especialmente nas empresas de panificação, a adoção do Simples Paulista, do Simples ou do Super Simples, o que garante ao empresário o reconhecimento formal de sua empresa. Mas ao não assinar a carteira de seus empregados, mantém na informalidade milhares de brasileiros, para os quais, em última instância, foram elaboradas as atuais leis.


Veja o texto: O projeto de lei aprovado na semana passada na Câmara dos Deputados, que pretende formalizar os microempreendedores individuais - com até um empregado e faturamento anual de R$ 36 mil -, também deve trazer mudanças para milhares de outros pequenos e microempresários.
Uma das medidas da proposta visa ampliar o Supersimples, o regime tributário simplificado das MPEs, para novos setores econômicos.
Se aprovada até o final do ano, atividades como escolas técnicas e de ensino médio, laboratórios médicos e serviços de diagnóstico por imagem poderão fazer parte do sistema, que unificou oito tributos federais, estaduais e municipais para companhias com faturamento de até R$ 2,4 milhões por ano. Segundo o gerente da Unidade de Políticas Públicas do Sebrae, Bruno Quick, de 30 mil a 50 mil empresas desses setores devem aderir ao regime a partir do ano que vem. A opção terá de ser feita em janeiro.
A inclusão de atividades da área médica e de educação, segundo Quick, visa ampliar o acesso da população a esses serviços. "São mudanças importantes do ponto de vista de política, pois viabilizam pequenos negócios nesses setores." Corretagem de seguros, serviços de tradução, publicidade, fisioterapia e representação comercial, atividades que também faziam parte do projeto inicial, ficaram de fora da ampliação.
Além disso, a proposta aprovada na semana passada trouxe mudanças nas tabelas de recolhimento (que definem alíquotas diferenciadas, de acordo com a atividade) do Supersimples. A tabela V, maior alvo de reclamações dos empresários, foi alterada. Segundo Quick, a alteração torna a tabela mais vantajosa, especialmente para as empresas do setor de serviços, pois o recolhimento do INSS passa a incidir sobre o faturamento, e não mais sobre a folha de pagamentos. (AE)


MPF denuncia fazendeiro por trabalho escravo no Pará
É uma vergonha que o Brasil em pleno Século 21 ainda tenha grandes focos de trabalho escravo. Precisamos de mais atuação do Ministério Público, em todos os níveis. De mais investimento na contração de fiscais. E de sermos mais implacáveis, socialmente, com escravagistas de plantão. Além da prisão, após julgamento, temos que transferir as propriedades usadas para escravizar brasileiros para a Reforma Agrária.
Veja a notícia: o Ministério Público Federal (MPF) ajuizou na segunda-feira, 18, denúncia contra o fazendeiro Délio Fernandes Rodrigues por submeter sete trabalhadores rurais à condição de escravos na fazenda Rio dos Bois, em Pacajá (PA). Caso condenado, o acusado poderá ter que cumprir de 2 a 8 anos de prisão, além de multa.
A ação, do procurador da República Alan Rogério Mansur Silva, foi proposta com base em uma fiscalização do Ministério do Trabalho em abril deste ano. Foram constatadas diversas irregularidades: péssimas condições da água fornecida para consumo, falta de banheiros e acúmulo de lixo próximo ao barraco onde os trabalhadores moravam. O MPF também relatou à Justiça Federal em Altamira que os trabalhadores eram levados ao endividamento. O fazendeiro era o único vendedor de produtos alimentícios e de higiene aos empregados. Os preços eram maiores que os cobrados na zona urbana do município e só eram informados aos compradores no momento do pagamento dos salários.
Na ação, o fazendeiro também é denunciado por utilizar a variação do preço do alimento, juntamente com a medição do serviço efetivamente realizado pelo trabalhador, para pagar o quanto achasse conveniente. Ele também cobrava pelos equipamentos de proteção individual como botas, luvas e foices. Além disso, não havia controle quanto ao pagamento da remuneração, à jornada de trabalho, ao descanso semanal e a outros direitos trabalhistas. Com mais esta ação, o MPF totalizou 44 processos por trabalho escravo ajuizados no Pará somente neste ano.


Na surdina, ministros apresentam a Lula proposta de reforma política
Parabéns. Finalmente a Reforma Política surge na forma de um balão de ensaio. Caso levemos a notícia a sério, será uma Reforma Política feita apenas nos gabinetes. Na surdina. E isso é preocupante. Pois um assunto desta natureza precisa do mais amplo debate. Precisaria de um ato público para começar a discutir a Reforma Política que a todos interessa.
Fica o registro, para os trabalhadores brasileiros continuarem atentos. E prontos para, através das centrais, participar da Reforma Política que queremos.
Leia a nota: Os ministros da Justiça, Tarso Genro, e das Relações Institucionais, José Múcio, apresentaram hoje, durante a reunião de coordenação política coordenada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, uma proposta de reforma política. O teor da proposta não foi divulgado mas, conforme o Palácio do Planalto, a sugestão foi considerada boa pelos integrantes do grupo de coordenação política e deve ser discutida em outros encontros.
Além de José Múcio e Tarso Genro, integram o grupo de coordenação política o vice-presidente, José Alencar, e os ministros da Casa Civil, Dilma Rousseff, da Fazenda, Guido Mantega, do Planejamento, Paulo Bernardo, e da Secretaria Geral, Luiz Dulci.