quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Crise econômica mundial exige realismo e reação urgente do Governo brasileiro

Bancos centrais se unem contra crise

A marola da crise mundial está atingindo nossa economia e tem proporções preocupantes, que nos remetem para as ondas do Havai ou nos ameaçam com preocupações e consequências típicas de quem vive no Haiti. A situação é séria e precisa ser tratada com realismo, mobilizando a sociedade civil, vigiando de perto as ações dos especuladores que foram pegos a descoberto e tomando cuidado com os empresários que preferem se esconder atrás de uma desculpa da crise internacional para pensar apenas nos seus interesses do que agir a favor do Brasil e da nossa economia. É hora de muita atenção, de reflexão e de ação a favor do Brasil, da nossa economia e do nosso mercado interno. Veja o que foi publicado nos sites de notícias:

Agindo de forma coordenada pela primeira vez na história, o Federal Reserve (Fed), o Banco Central Europeu (BCE) e outros oito bancos centrais reduziram as taxas de juros ontem, na tentativa de conter a turbulência financeira que tomou conta de mercados ao redor do mundo.

O Fed, o BCE e os bancos centrais da Grã-Bretanha, Canadá, Suécia, Suíça e Emirados Árabes anunciaram cortes de meio ponto porcentual nas taxas básicas de juros. Posteriormente, os bancos centrais da China, Hong Kong e Austrália se juntaram ao esforço, anunciando reduções em suas taxas. A última vez que algo semelhante aconteceu foi após os ataques de 11 de setembro, qndo o Fed e o BCE reduziram taxas de juros.

Mas os mercados não se impressionaram com a demonstração de força dos bancos centrais e tiveram um dia volátil. A Bbolsa de Londres fechou em baixa de 5,18%, a de Frankfurt caiu 5,88% e o índice Dow Jones recuou 2%, na medida em que os investidores duvidavam que os cortes de juros ajudarão a evitar uma recessão mundial.

O Fed anunciou o corte antes de sua reunião oficial, marcada para 28 e 29 deste mês. A taxa americana caiu para 1,5%, mas analistas não afastam a possibilidade de o Fed voltar a reduzir os juros no fim do mês, caso os bancos continuem relutando em emprestar dinheiro, mantendo o mercado de crédito paralisado. O BCE reduziu os juros de 4,25% para 3,75% e também pode voltar a cortar a taxa em sua reunião de 6 de novembro. O corte de juros do Banco da Inglaterra, que reduziu a taxa para 4,5%, veio um dia antes da reunião oficial do banco.

O secretário do Tesouro, Henry Paulson, exortou os governos do mundo a continuarem atuando juntos para aumentar a liquidez e fortalecer as instituições financeiras. "Os governos precisam continuar trabalhando de forma individual e conjunta para fornecer a liquidez tão necessária, fortalecer as instituições financeiras com injeções de capital e compra de ativos problemáticos, evitar abusos no mercado e proteger a poupança de nossos cidadãos", disse Paulson.

Ele se mostrou otimista em relação à eficácia dos cortes de juros anunciados ontem. "O corte coordenado é um sinal bem-vindo de que os bancos centrais ao redor do mundo estão preparados para adotar as medidas necessárias para apoiar a economia mundial nesta época difícil." Paulson pediu um encontro dos ministros do G-20 neste fim de semana para discutir uma reação coordenada à crise.

O BCE vinha resistindo a ações coordenadas, porque achava que a crise de crédito estava essencialmente localizada nos EUA, por causa das hipotecas subprimes. Mas a crise bancária que tomou conta da Europa nos últimos dias mudou o rumo do BCE. "Indicadores econômicos apontam que a atividade econômica desacelerou de forma significativa nos últimos meses", dizia o comunicado do Fed de ontem de manhã. "Além disso, a intensificação da turbulência financeira deve pressionar mais o consumo, ao reduzir a habilidade de consumidores e empresas de obterem empréstimos."

Desde que a crise de crédito começou, em agosto de 2007, os bancos centrais haviam feito políticas conjuntas de injeção de liquidez, mas não haviam cortado juros de forma coordenada. Os ministros das Finanças de Washington se encontram neste fim de semana em Washington e podem discutir opções para lidar com a piora da crise.

O objetivo da redução dos juros é evitar os efeitos da crise de crédito, estimulando o consumo e incentivando bancos a voltarem a emprestar a consumidores e empresas. Mas a reação inicial do mercado demonstrou que nem essa inédita redução coordenada dos juros será a panacéia para a crise. A taxa Libor de empréstimos interbancários continuou subindo e a remuneração dos títulos do Tesouro de curto prazo, caindo.

Segundo Paulson, o Tesouro está trabalhando de forma acelerada para implementar o pacote aprovado na semana passada. Mas pediu paciência, e disse que "a turbulência não vai acabar rapidamente".

BC anuncia mudança no compulsório e libera R$ 23,2 bilhões — Com novas medidas, Banco Central quer fornecer liquidez ao mercado em meio à crise financeira mundial

O Banco Central anunciou nesta quarta-feira, 8, a flexibilização do recolhimento de depósitos compulsórios, o que deve promover uma injeção de recursos no mercado de R$ 23,2 bilhões. Depósito compulsório é a parcela de recursos que os bancos recolhem diariamente ao BC. Em situações de crédito escasso, como o atual, o BC reduz esta parcela, o que aumenta o dinheiro disponível para que os bancos emprestem.

Brasil está mais competitivo, afirma Fórum Econômico Mundial

Vários fatores nos levam a uma melhor competitividade, entre eles, a inserção na economia mundial, o controle da inflação, o investimento da indústria em tecnologia e a participação consciente dos trabalhadores e de seus sindicatos no sistema produtivo. Falta muito a ser feito para ampliar essa competitividade e tem a ver com mais investimentos em educação, em treinamento e requalificação da mão-de-obra.

Veja o texto: O Brasil subiu oito posições e está em 64º lugar no ranking geral do Relatório de Competitividade Global 2008-2009 elaborado pelo Fórum Econômico Mundial e divulgado nesta quarta-feira. De acordo com o organismo "o Brasil registra avanços importantes em muitas áreas, especialmente as que fazem referência ao ambiente macroeconômico, em função da maior solidez de finanças públicas". Mas, apesar da melhora, o Brasil continua na lanterna dos BRICs (sigla que reúne os principais países em desenvolvimento: Brasil, Rússia, Índia e China) e atrás de países latino-americano como Chile, Panamá, México e Costa Rica, na sétima posição na região. .

O Brasil recebeu a pontuação 4,1, sendo que o máximo possível é 7. O Fórum usou vários critérios, como estabilidade macroeconômica, saúde e educação, inovação, eficiência do mercado, entre outros. As menores pontuações do país ficaram com infra-estrutura (3,2) e Inovação (3,5). Já o critério no qual o país conseguiu a maior nota foi tamanho do mercado (5,5).

O relatório aponta ainda a regulação tributária como fator mais problemático para os negócios no Brasil, ao lado de infra-estrutura inadequada, carga tributária e legislação trabalhista restritiva.

Instabilidade governamental, inflação, fragilidade da saúde pública e falta de ética na força de trabalho nacional aparecem como os menores problemas no ambiente de negócios brasileiro, de acordo com o estudo.

Apesar de enfrentar uma grave crise financeira, os Estados Unidos ainda lideram o ranking seguido de Suíça, Dinamarca, Suécia e Cingapura. As economias européias continuem dominando as primeiras dez colocações da pesquisa com Finlândia, Alemanha e Holanda. O Japão permaneceu na nona posição. Já o Reino Unido caiu três posições e está fora do top ten, principalmente pela fraqueza dos seus mercados financeiros, explica o relatório.

A China continua na dianteira das economias em desenvolvimento: subiu quatro posições e está entre os 30 primeiros colocados.

"O aumento dos preços dos alimentos e da energia, uma grande crise financeira e o conseqüente desaquecimento das principais economias globais estão confrontando governantes com novos desafios de gestão econômica. A volatilidade atual mostra a importância de um ambiente econômico que ofereça apoio à competitividade, ajudando as economias nacionais a enfrentar esse tipo de choque para garantir um desempenho econômico sólido no futuro", afirmou em nota Xavier Sala-i-Martin, professor da Universidade de Columbia, nos EUA, e co-autor do relatório.

Greve mobiliza 450 mil bancários no país, estima dirigente sindical

Por falar em competitividade, os bancários brasileiros ajudaram a transformar os bancos locais nos mais desenvolvidos do mundo. Foram os bancários que colocaram em prática todo o desenvolvimento da tecnologia que ajudaram os banqueiros a sobreviver às mais absurdas taxas de inflação do mundo. Agora, na hora de dividir parte do lucro, os patrões banqueiros preferem jogar de maneira desonesta contra os interesses dos trabalhadores bancários e se escondem, covardemente na crise mundial para não negociar reajustes salariais e reposição da produtividade e dos lucros. A mobilização dos bancários é a única resposta à intransigência patronal.

Veja os relatos sobre a greve: Os bancários de todo o país aderiram, nesta quarta-feira, à greve que, em Brasília, já dura nove dias. De acordo com o sindicato da categoria, no Distrito Federal, 450 mil funcionários estão parados em todo o Brasil. A categoria quer aumento real de 5% (além da inflação de 7,15%), valorização dos pisos, auxílio-creche de R$ 415, vale-refeição de R$ 17,50 por dia, além de PLR composta de três salários mais valor fixo de R$ 3.500. Se os bancários aceitassem a proposta rebaixada da federação dos bancos (Fenaban), as perdas poderiam chegar a R$ 1.800 na PLR deste ano.

No caso de Brasília, o sindicato também pede a contratação de mais pessoas para estender o horário de atendimento ao público, das 09h às 17h - atualmente os bancos ficam abertos no DF das 11h às 16h. No DF, estima-se adesão de toda a categoria, oito mil trabalhadores.

Os grevistas esperam que a Febraban apresente outra proposta nos próximos dias, pois desde o dia 24 de setembro, nenhuma negociação foi feita. Eduardo Araújo lembra que as operações simples como depósitos, saques e transferências podem ser feitas pela internet e nos terminais de atendimento eletrônicos.

O diretor do Sindicato reforça que não há previsão de retorno.

- Não temos nenhuma idéia de quando iremos retornar ao trabalho. A Febraban não nos chamou para conversar de novo. Provavelmente o Banco do Brasil vai completar 200 anos este fim de semana em meio à greve - avalia o diretor do Sindicato.

10.500 trabalhadores parados em SP — Segundo balanço parcial divulgado pelo sindicato dos bancários de São Paulo, Osasco e Região, pelo menos 261 locais de trabalho, entre agências e prédios administrativos, fecharam nessas regiões na manhã desta quarta-feira, primeiro dia de greve dos bancários. Estima-se que 10.500 trabalhadores paralisaram suas atividades. A mobilização foi mais concentrada no centro de São Paulo e na região da Avenida Paulista. A maior parte desses locais está apenas com a área dos caixas eletrônicos liberada.

No Bradesco Alphaville, onde funciona a área de sistemas do banco, a paralisação se estendeu até as 10h, evolvendo mais 1.500 bancários. Às 17h, a categoria realiza assembléia para avaliar a paralisação e definir a estratégia para esta quinta-feira

- Os bancários estão parando espontaneamente e ampliando a greve para outros locais - afirmou Luiz Cláudio Marcolino, presidente do sindicato.

Os bancários rejeitaram, no dia 29 de setembro, proposta que já havia sido rechaçada pelo Comando Nacional dos Bancários na mesa de negociação com os banqueiros que previa reajuste de 7,5% e Participação nos Lucros e Resultados (PLR) menor do que a paga no ano passado. Até agora, não há negociação marcada.

A categoria conta com mais de 434 mil bancários, sendo 120 mil na base do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.

No Rio, a maioria das agências fechadas está localizado no centro da cidade.

100% de adesão no Rio — No Rio, a adesão ao movimento no centro da cidade chegou a 100% , segundo a diretora do sindicato, Vera Luiza Xavier. Nas demais regiões, a maioria das agências paralisadas são do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal. De acordo com o Sindicato do Município de Niterói, 155 agências bancárias não abriram hoje em todos os municípios litorâneos do Grande Rio e Região dos Lagos, de Niterói até Búzios.

O sindicato informou, em nota, que durante a greve, os bancários vão ajudar os idosos a operar os caixas eletrônicos. A assessoria da Fenaban informou que está esperando uma contraproposta dos bancários e que confia que, em breve, chegará a um acordo com os sindicatos.

Em nota, a Fenaban informa também que os consumidores que tiverem dificuldades em pagar contas têm outras agências, além das que estão em greve, e canais de atendimento remoto composto por mais de 25 mil postos de atendimento e 84 mil correspondentes não-bancários, como casas lotéricas, correios e mercados. Além disso, assinala que os clientes podem contar ainda com serviços de débito automático, internet e telefone.

 

Alta do dólar atinge economia e ameaça o Natal

Cuidado, os seus pedidos podem ser atendidos. Depois de meses de uma gritaria contra o dólar baixo, agora com o dólar disparando dentro do ambiente de crise mundial, não encontramos compradores para nossas commodities, produtos e serviços. É o tsunami chegando. E nos avisando que temos que reagir de maneira organizada, coordenada com os demais bancos centrais, para contornar os efeitos da crise num primeiro momento e criar mecanismos para punir os especuladores e agiotas de sempre.

Leia o que foi publicado: Comércio e consumidores já refazem os planos e as contas.

O pãozinho também pode ficar mais caro por causa do trigo.

Até onde vai a alta do dólar? A pergunta, repetida pelo mercado financeiro, começa a ser feita pelo consumidor comum. E os comerciantes começam a rever as encomendas para as vendas de fim de ano.

São muitas as razões para essa subida tão forte da moeda americana no Brasil. Uma delas é que, em épocas de crise, os investidores tiram seus dólares do Brasil.

O Banco Central fez nesta terça-feira um novo leilão para vender dólares, mas não adiantou. O que parecia ser um assunto apenas do mercado financeiro já começa a ter efeitos sobre nosso dia-a-dia. A alta do dólar, por exemplo, invadiu as padarias e virou conversa na hora do lanche.

 “A discussão na mesa agora estava exatamente em cima disso”, pergunta o controler de banco Claudio Rei.

 “Estou mudando os planos de viagem de final de ano. Ia para o exterior e agora não tenho mais certeza”, comenta o administrador Fabio Tadeu.

Não são apenas os clientes que estão mudando os planos. O empresário Nelson Fernandes, dono de um empório, já estava com os estoques lotados em outubro do ano passado. Agora ele decidiu comprar menos importados para o Natal.

“A previsão era uma venda otimista de 15% acima em todo o comércio, principalmente no nosso ramo, e agora a tendência é de, se conseguir vender a mesma coisa do ano passado será muito importante”, diz o empresário Nelson Fernandes.

Os vinhos, chocolates e o presunto italiano ainda não foram remarcados no Brasil. Mas, se a moeda americana continuar subindo, vão sofrer reajustes em breve.

O pãozinho também pode ficar mais caro, porque seu principal ingrediente é diretamente afetado pela alta do dólar. O Brasil importa cerca de 70% do trigo que consome.

Segundo o Sindicato da Indústria de Panificação de São Paulo, o preço da farinha de trigo já subiu 20% nas últimas duas semanas e será reajustado novamente na próxima segunda-feira (13).

 “Infelizmente o pão terá que aumentar, porque não vai dar para segurar o trigo, que está aumentando tanto em tão pouco tempo”, diz o empresário Nelson Fernandes.

Em agosto, o dólar atingiu a menor cotação do ano: R$ 1,55. Desde então, começou a sua escalada e terminou setembro valendo R$ 1,90. Em outubro disparou, ultrapassando a barreira dos R$ 2. Na terça-feira (7), fechou cotado a R$ 2,31, o maior patamar desde maio de 2006.

A valorização da moeda americana está relacionada com a crise no mercado financeiro. Quando a Bolsa despenca, há uma fuga de capital. Os estrangeiros tiram dinheiro do Brasil para cobrir perdas sofridas em outros países e também para investir em ativos mais seguros.

Começa a faltar dólar no mercado interno e o preço dispara. O economista Antônio Madeira aponta mais uma razão para a alavancada: empresas brasileiras com dívidas em dólar fazem reservas na moeda americana com medo de a cotação subir ainda mais.

 “É um movimento volátil, com tendência de alta, que vai permanecer enquanto as empresas não se ajustarem. Quem tinha que cobrir dívida, até cobrir, o mercado poderá se estabilizar depois”, avalia o economista Antônio Madeira.

Quem exporta normalmente se beneficia com a alta, porque cada dólar vendido no exterior vale mais aqui dentro. Mas algumas empresas perderam, porque estavam apostando numa cotação menor e fizeram contratos no chamado mercado futuro. Se o dólar caísse demais, quem pagaria a diferença seria o comprador. Mas com a moeda subindo, elas assumem o prejuízo.

“Não sabemos se existem muitas empresas nesta situação. Aparentemente, sim, existem. Porém, o que deve acontecer é que essas empresas devem voltar a achar um equilíbrio. Essas operações tendem a ser desfeitas. Os prejuízos tendem a ser assumidos e se começa tudo de novo”, explica a economista Mariana Costa.

Muitas empresas apostavam que o dólar ficaria entre R$ 1,60 e R$ 1,70 até o fim do ano e se enganaram feio. Elas apostavam a favor do real. 

Governo cede a ruralistas e muda lei ambiental

Que saudades ainda vamos sentir de Marina Silva. A Amazônia é nossa. E é também um património da Humanidade. Defender a Amazônia é defender a vida das gerações futuras. De nossos filhos, netos e bisnetos. Esse era o compromisso da ministra Marina Silva, que ficou isolada e perdeu a guerra para os ruralistas e depredadores do meio ambiente e da vida.

Acompanhe de perto os riscos anunciados contra nosso futuro: Depois de fazer diversas reuniões com parlamentares da bancada ruralista, o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, entrega hoje à Casa Civil uma proposta que afrouxa as punições contra desmatadores. Pressionado, ele aceitou alterar ou revogar artigos do decreto que assinou no fim de julho, com o presidente Lula, para endurecer a Lei de Crimes Ambientais.

O anúncio foi feito ontem na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado. Na mesma reunião, o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, fez duras críticas à legislação ambiental do país, e disse que, se todas as regras atuais forem respeitadas, "é melhor fechar o Brasil".

Stephanes disse ainda que levará mais 30 dias para divulgar o novo zoneamento da cana-de-açúcar para a produção de etanol. Ele admitiu que o projeto ainda está parado por causa da polêmica sobre o plantio na Bacia do Alto Paraguai, cujos rios deságuam no Pantanal.

No primeiro encontro público depois da troca de críticas pela imprensa, o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, foi interpelado pela antecessora, senadora Marina Silva (PT-AC). Em clima de constrangimento, a ex-ministra fez, diante das câmeras, uma veemente defesa da atual lei ambiental, enquanto Minc anunciava mudanças para flexibilizar o decreto que pune quem desmata na Amazônia.

Na saída da reunião no Senado, um diálogo ríspido mostrou que os dois andam às turras. Sem perceber que era observada, Marina cobrou explicações de Minc sobre declarações que julgou desrespeitosas à sua gestão.

Minc disse a Marina que houve um envenenamento de suas declarações sobre a lista que colocou assentamentos do Incra entre os maiores desmatadores da Amazônia.