sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Especuladores e banqueiros esperneiam contra corte de 0,5% na Taxa Selic, que cria uma tendência a favor do mercado interno

Críticas à redução da Taxa Selic em 0,5% vem dos especuladores e banqueiros que ganhavam com juros altos


Por José Roberto Cunha, secretário de Economia da UGT

Com a redução em 0,5% na Taxa Selic, para 12%, o Comitê de Política Econômica do Banco Central (Copom) mudou de atitude para proteger nossa economia diante da turbulência dos mercados internacionais. Por isso, as eventuais críticas são infundadas e devemos identificar quem as faz. É claro que os banqueiros e especuladores (tanto internos quanto externos) vão continuar a ganhar com as atuais taxas de juros, mas vão perder muito mais do que estava nas suas expectativas caso os juros fossem mantidos em 12,5% ou fossem elevados.

São estes setores que perderam com a redução da Taxa Selic que agora esperneiam e tentam acusar o Banco Central de ter perdido autonomia. Ao contrário, o BC agiu corretamente ao pensar, prioritariamente, na nossa economia interna e a adotar o que se espera seja uma tendência para estimular nosso mercado interno. Pois com juros mais decentes, caindo gradualmente, se estimulam os investimentos produtivos que geram mais empregos e transferem mais renda para os trabalhadores. Que, por sua vez, reinvestem seus ganhos internamente. Enquanto isso, o Brasil ganha tempo para gerenciar os efeitos da crise internacional. E mais: se antecipa aos seus efeitos negativos, gerando musculatura para a produção e o mercado interno. Ou seja, há uma perspectiva de estabilidade no Brasil, diante de uma economia global que aponta, na melhor das hipóteses, para baixo.

Mas o Copom não agiu de maneira isolada. Soube avaliar com rapidez as decisões adotadas pelo Governo da Presidente Dilma de ampliar em R$ 10 bilhões o superávit nas suas contas públicas. Ou seja, o governo fez sua parte para economizar, sem cortar investimentos diretos, pois também teve como motivador o cenário econômico externo e a proteção necessária que deveríamos adotar para preservar nosso mercado interno.

O resumo da ópera é que a economia brasileira vai bem, diante de uma economia internacional cheia de incertezas. Mesmo com os juros em 12%, não é hora de sair consumindo ou entrando no cheque especial, pois ainda vivemos sob uma das taxas de juros mais altas do mundo. E também não é o momento de sair comprando ações, se o investidor não tiver altíssima especialização. A serenidade tanto no consumo, quanto na confiança na condução da politica econômica é a atitude mais adequada. Apesar de termos que continuar a ouvir o chororô dos especuladores e banqueiros que vão tentar, de todas as maneiras, espernear contra uma atitude acertada, a favor do Brasil e do seu mercado interno, mas que prejudicou uma parte de seus ganhos especulativos.


Leia, por favor, os destaques no noticiário de hoje:


Corte no juro espalha perda no mercado
Redução inesperada na taxa faz R$ 2,11 bilhões trocarem de mãos e eleva em 61% o volume de negócios na Bolsa. Bancos e fundos de investimento que venderam "proteção" a empresas somaram ontem maiores perdas
O corte inesperado de 0,5 ponto nos juros do governo, que só uma minoria no mercado antecipava, trouxe prejuízos a empresas de crédito, bancos, redes varejistas, seguradoras, fundos de pensão e demais companhias que precisam gerenciar o dinheiro próprio e o dos clientes.
Só a BM&FBovespa, praça que junta quem quer se proteger desse risco com juros com quem "especula" com a variação de cenários e de taxas, viu ontem R$ 2,11 bilhões trocarem de mãos.
O dinheiro equivale aos ajustes que os investidores tiveram de levar à Bolsa para se adaptar ao novo cenário.
Os negócios com contratos de juros de diferentes prazos (outubro de 2011 a janeiro de 2021) saltaram 61% ontem, levando o volume cujo risco foi "coberto" de R$ 320,4 bilhões para R$ 517,8 bilhões.
Ontem, a maior parte dos "desavisados" que tiveram de se ajustar ao novo cenário -46% do total- estava nos contratos com vencimento em outubro, o de prazo mais curto, que costuma ser mais previsível e demanda pouca proteção. Para outubro, a previsão dos juros desceu de 12,29% para 11,90%.
"Deve ter tido muito 'sangue' na Bolsa. Esse corte nos juros custou muito caro para muita gente. Uns poucos ganhadores apostaram contra quase todos. Precisa ter muita fé para fazer uma aposta dessas", disse o consultor Milton Wagner, da Wagner Investimentos.
Segundo Marcio Cardoso, diretor da corretora Título, os que mais perderam ontem foram os bancos e os fundos agressivos, que fazem o papel de "especulador" ao oferecer hedge [proteção] às empresas, com base nos estudos de seus economistas.
"Ficou aquela sensação de que o Banco Central não é mais quem dita as regras, como na época do Henrique Meirelles", disse Cardoso.
Além das perdas pontuais ontem, a mudança nos juros tornou imprevisível a conduta do BC nos próximos meses. De um dia para o outro, bancos que contavam com o primeiro corte na taxa de juros só em janeiro passaram a prever que a taxa do governo caia para 10% ainda neste ano. (Folha)

Queda da Selic é música para ouvidos, diz Edemir Pinto

"A queda dos juros é como música para os ouvidos, é boa para a bolsa e para toda a sociedade brasileira", avaliou hoje o presidente da BM&FBovespa, Edemir Pinto. "Redução de juros é sempre bem-vinda", disse em teleconferência com a imprensa para comentar as mudanças na diretoria da bolsa. Para Edemir, apesar da surpresa com a redução da taxa, o comportamento dos juros futuros já sinalizava um corte na Selic (taxa básica da economia).

Ontem à noite, o Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu os juros básicos da economia em 0,50 ponto porcentual, para 12% ao ano. A redução pegou o mercado de surpresa. Nenhum dos economistas das 72 instituições financeiras ouvidas pela Agência Estado, na pesquisa sobre a decisão do Copom, previu redução dessa magnitude na taxa.

S&P 500 -- O projeto da BM&FBovespa com o CME Group para listagem dupla de produtos está em fase final de adequação, segundo Edemir Pinto. A expectativa é de que, a partir de novembro, as duas bolsas negociem contratos do mercado de futuros de cada país.

O primeiro produto que será trazido para cá é o mini contrato do índice S&P 500. Já o primeiro produto brasileiro levado para os Estados Unidos será o contrato de futuro do índice Bovespa (Ibovespa). Edemir conta que a previsão para novembro ainda pode ser alterada, porque a dupla listagem depende de aprovação dos reguladores.

Além dos contratos citados, Edemir destaca que outros produtos estão em análise para a dupla listagem, como o mini contrato de soja.

O presidente da BM&FBovespa participou hoje de teleconferência com a imprensa para comentar a mudança na diretoria executiva da bolsa. Sobre a saída de José Antonio Gragnani, que ocupava a diretoria executiva de desenvolvimento de negócios, Edemir disse que não tem relação com o fato de a bolsa não cumprir as metas de trazer novas pessoas físicas para o mercado de ações.

A projeção da bolsa paulista era atingir 5 milhões de investidores pessoas físicas em 2015. Mas em agosto mudou o prazo para 2018. Segundo Edemir, as metas foram definidas pelaBM&FBovespa em 2009, período em que Gragnani não era diretor executivo da bolsa ainda.

Reestruturação -- A BM&FBovespa vai reformular a BSM, unidade da bolsa que atua na fiscalização do mercado de valores mobiliários. "O redesenho não será só na parte executiva, mas também no conselho. Queremos adequar a BSM à nova realidade do mercado", disse Edemir. Ele ressaltou que, por enquanto, não pode dar mais detalhes da mudança, porque depende de aprovações dos reguladores e do conselho da bolsa.

A executiva Amarílis Sardenberg, que está deixando a diretoria executiva de Clearings, Depositária e de Risco, aceitou o convite para assumir a presidência da BSM. Criada em 2007, aBM&FBovespa Supervisão de Mercados (BSM) atua na autorregulação da bolsa e como órgão auxiliar da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). (Estado)


Escolas públicas vão receber tablets do MEC a partir de 2012

O Ministério da Educação (MEC) vai distribuir tablets – computadores pessoais portáteis – a escolas públicas a partir do próximo ano. A informação foi divulgada nesta quinta-feira pelo ministro da Educação, Fernando Haddad, durante palestra a editores de livros escolares, na 15ª Bienal do Livro. O objetivo, segundo o ministro, é universalizar o acesso dos alunos à tecnologia.

Haddad afirmou que o edital para a compra dos equipamentos será publicado ainda este ano. “Nós estamos investindo em conteúdos digitais educacionais. O MEC investiu, só no último período, R$ 70 milhões em produção de conteúdos digitais. Temos portais importantes, como o Portal do Professor e o Portal Domínio Público. São 13 mil objetos educacionais digitais disponíveis, cobrindo quase toda a grade do ensino médio e boa parte do ensino fundamental.”

O ministro disse que o MEC está em processo de transformação. “Precisamos agora dar um salto com os tablets. Mas temos que fazer isso de maneira a fortalecer a indústria, os autores, as editoras, para que não venhamos a sofrer um problema de sustentabilidade, com a questão da pirataria.”

Haddad não soube precisar o volume de tablets que será comprado pelo MEC, mas disse que estaria na casa das “centenas de milhares”. Ele destacou que a iniciativa está sendo executada em parceria com o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT).

“O MEC, neste ano, já publica o edital de tablets, com produção local, totalmente desonerado de impostos, com aval do Ministério da Fazenda. A ordem de grandeza do MEC é de centenas de milhares. Em 2012, já haverá uma escala razoável na distribuição de tablets”, disse o ministro. (Agência Brasil)


INSS inicia hoje pagamento de revisão pelo teto

Segundo o instituto, 107.352 segurados terão o benefício reajustado a partir deste mês; pagamento dos atrasados será realizado em quatro datas distintas

O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) inicia nesta quinta-feira, 1º, o pagamento a 126,6 mil segurados que se aposentaram ou tiveram pensões fixadas entre 5 de abril de 1991 e 31 de dezembro de 2003, e já tiveram os valores dos benefícios revistos pelo teto, segundo decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).

Desse total, 107.352 terão o benefício reajustado a partir deste mês, enquanto os outros 11 mil ainda estão em análise para que seja verificado se há direito ou não ao reajuste.

O INSS enviará cartas aos beneficiados informando o valor antigo e o atualizado dos benefícios, além de valores retroativos e a data em que este pagamento será efetuado. À medida em que o INSS confirmar o direito à revisão, novas cartas serão remetidas, e os valores serão incorporados à folha de pagamento. O valor médio dos atrasados é de R$ 11.586, e a despesa total para a União será de R$ 1,693 bilhão.

Os benefícios com data de início anterior a 5 de abril de 1991 e posterior a 31 de dezembro de 2003 não têm direito à revisão. Também ficam de fora aqueles que não tiveram o salário de benefício limitado ao teto previdenciário na data da concessão; os precedidos de benefícios com data de início anterior a 5 de abril de 1991; os de valor equivalente a um salário mínimo; os benefícios assistenciais e aqueles concedidos aos trabalhadores rurais.

Calendário -- O pagamento dos atrasados será realizado em quatro datas distintas. A primeira, em 31 de outubro de 2011, será destinada para os que têm direito a receber até R$ 6 mil; a segunda, em 31 de maio de 2012, para os credores na faixa superior a R$ 6 mil até R$ 15 mil; a terceira, em 30 de novembro de 2012, para faixa superior a R$ 15 mil até R$ 19 mil; a quarta, em 31 de janeiro de 2013, para faixa superior a R$ 19 mil.(ESTADO)


Sindicato aponta negligência da Embraer em acidente que matou funcionário

O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos afirmou nesta quinta-feira, por meio de nota, que houve negligência por parte da Embraer no acidente que resultou na morte do monitor de montagem elétrica Vinícius Machado Mendes , de 29 anos. O trabalhador morreu na manhã de quinta-feira ao ter a cabeça prensada entre duas portas acionadas por sistema elétrico, no hangar de montagem final de aeronaves. Mendes era funcionário da Embraer há oito anos. Ele deixou mulher e uma filha de cinco anos.

O acidente aconteceu por volta das 8h45min de quinta-feira, quando Mendes acionou o botão para que a porta do hangar se abrisse. Ao que tudo indica, simultaneamente, um outro funcionário que estava do lado oposto acionou outro botão para que a porta se fechasse, ocasionando o acidente. No local, segundo o sindicato, não há qualquer dispositivo de segurança que impedisse o acidente, o que é responsabilidade da empresa.

- O risco dessa situação já havia sido apontado anteriormente por trabalhadores do setor à Embraer - disse o sindicato.

A Delegacia Regional do Trabalho (DRT) e a polícia foram acionadas e estiveram no local para apurar as condições em que o acidente ocorreu, mas ainda não há data para divulgação de um laudo técnico. Ainda segundo o sindicato, somente este ano, ocorreram pelo menos outros dois acidentes graves. Em um deles, uma trabalhadora teve parte do dedo decepada por uma máquina. Em outro, o trabalhador foi atingido na testa por um equipamento. Três meses depois, o mesmo trabalhador foi demitido pela empresa sem justificativa.

O sindicato informou ainda que vai intensificar a mobilização na fábrica para exigir medidas imediatas e permanentes que garantam a saúde e a segurança dos trabalhadores. A entidade informou também que acompanhará as investigações do caso "para que tudo seja apurado e os culpados sejam responsabilizados."(O Globo)


Projeto de lei prevê crescimento de R$ 8 bi no orçamento do MEC em 2012

O Orçamento do Ministério da Educação (MEC) poderá crescer R$ 8,5 bilhões de acordo com o Projeto de Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2012 apresentado ontem pelo governo federal. As previsões de investimento para o próximo ano ainda precisam ser aprovadas pelo Congresso Nacional. Segundo o Ministério do Planejamento, o Orçamento do MEC em 2011 foi R$ 63,7 bilhões, aprovados pela Lei Orçamentária Anual (LOA). Para 2012, o valor previsto no projeto de lei é R$ 72,2 bilhões.
Autarquias do MEC responsáveis por importantes programas da pasta terão mais recursos em 2012. O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), que administra os programas de distribuição de livros didáticos, apoio à merenda e ao transporte escolar, terá um aumento de R$ 6 bilhões. Uma das principais ações do FNDE até 2012 será a construção de creches prevista na segunda fase do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2) – são previstos 1,5 mil convênios com os municípios para construção das unidades de ensino por ano.
Já para o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), que no ano que vem irá aplicar duas edições do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), a previsão é de R$ 216 milhões a mais no Orçamento. A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) tem R$ 3,5 bilhões previstos – R$ 415 milhões a mais do que em 2011. A principal ação da Capes para os próximos anos é o programa Ciência Sem Fronteira que pretende levar 75 mil estudantes brasileiros para estudar no exterior até 2014.
O MEC, entretanto, trabalha com valores diferentes do que os divulgados pelo Planejamento: a dotação orçamentária autorizada até o mês de agosto, segundo a pasta, foi R$ 73,9 bilhões e o total para 2012 pode chegar a R$ 82 bilhões incluindo outros programas e ações que não entram na LOA. (Correio Braziliense)