quarta-feira, 17 de junho de 2009

Nos manter atentos aos indicadores de recuperação da crise e exigir compromisso do governo brasileiro contra demissão imotivada

Vendas do comércio varejista crescem 6,9% em abril, diz IBGE
O IBGE tira um retrato da situação sem analisar o contexto. Temos que lembrar que os números são ótimos mas que em 2009 a Páscoa aconteceu em Abril, enquanto em 2008, a data se deu em Março. Além da Páscoa tivemos a antecipação de compras para o Dia das Mães. Mesmo assim, nos resta comemorar e nos manter vigilantes. A crise continua no ar e não terminará de uma hora para outra. O otimismo é bom mas o pé no chão é essencial. Temos que comparar os indicadores de retomada do emprego, que foi um dos aspectos que mais prejudicaram os brasileiros.
Leia mais: Na comparação com março de 2009, queda foi 0,2%, segundo o instituto; no ano, vendas acumulam alta de 4,5%.
As vendas do comércio varejista subiram 6,9% em abril na comparação com o mesmo mês do ano passado, informou nesta segunda-feira, 16, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na comparação com março de 2009, a queda foi 0,2%. No ano, as vendas acumulam alta de 4,5% e de 7,1% em 12 meses.
Além disso, o IBGE revisou os dados do comércio em março, de alta de 0,3% para queda de 0,5% ante fevereiro. Segundo o técnico da coordenação de serviços e comércio do IBGE, Nilo Lopes, porém, as quedas em março e abril, ante o mês anterior, devem ser entendidos como uma "estabilidade".
Ele ressalta, no entanto, que, apesar do desempenho "estável" nos últimos dois meses, ocorreu uma desaceleração importante no crescimento das vendas no varejo desde setembro do ano passado, por causa do agravamento dos efeitos da crise no País. "Na ponta, o comércio está estável, mas em relação ao ano passado o patamar de vendas está bem mais baixo", disse.
"O comércio pode se tornar positivo, mas certamente não vai crescer como antes de setembro do ano passado." Lopes exemplificou que o indicador acumulado em 12 meses das vendas varejistas passou de uma alta de 10,3% em setembro do ano passado para 9,1% em dezembro e 7,1% em abril de 2009.
Ele sublinhou que os dados em 12 meses mostram que as atividades que mostraram desaceleração mais significativa foram aquelas vinculadas ao crédito, como móveis e eletrodomésticos (16,9% em setembro, para 15,1% em dezembro e 8,3% em abril) ou, no caso do varejo ampliado, de veículos, motos, partes e peças (21,0% em setembro, 11,9% em dezembro e 5,1% em abril). "O comércio esta positivo, mas não está crescendo, e provavelmente não vai crescer, como ocorria até setembro do ano passado", disse Lopes.
Setores — Das oito atividades do comércio varejista pesquisadas pelo IBGE, duas registraram crescimento nas vendas em abril ante março. São elas hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,8%) e equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (8,9%).
Os demais resultados nessa comparação foram negativos: combustíveis e lubrificantes (-0,8%); tecidos, vestuário e calçados (-1,7%); móveis eletrodomésticos (-2,0%); artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-1,0%); livros, jornais, revistas e papelaria (-2,7%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (-2,4%).
Lopes ressaltou que o resultado das vendas varejistas de móveis e eletrodomésticos em abril ainda não mostram efeitos da redução do (Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para os produtos de linha branca, que só ocorreu a partir da segunda metade de abril.
Segundo ele, esse segmento está mostrando nos últimos meses resultados negativos por causa da redução da oferta e prazos de crédito, a insegurança dos consumidores e, ainda, "uma demanda mais satisfeita" por esses produtos após um forte crescimento ocorrido nos últimos cinco anos.
Varejo ampliado —¬ Os dados do comércio varejista ampliado (que incluem veículos e material de construção) registraram resultados bem piores do que os resultados do comércio varejista em março. Segundo divulgou há pouco o IBGE, o comércio varejista ampliado registrou queda de -4,0% nas vendas em abril ante março e recuo de 0,8% ante abril do ano passado.
As quedas foram puxadas tanto por veículos e motos, partes e peças (-5,6% em abril ante março e -11,3% ante abril do ano passado), quanto por material de construção (respectivamente, queda de 3,5% e recuo de 15,8%. (Leia mais no Estadão)
Etanol aparece em relatório de trabalho escravo
O trabalho com a cana de açúcar é penoso. A indiferença dos usineiros com as condições de trabalho dos seus empregados é notória. O uso de trabalo escravo, apesar da forte reação e vigilância do governo brasileiro, já é uma tradição. De rpente está todo mundo preocupado com a escfravidão no campo, especialmente os usineiros, por causa da campanha internacional contra a importação do etanol. A UGT apoia a campanha contra o trabalho escravo e vai continuar a exigir das delegacias do trabalho empenho na apuração e punição para os que se valem no campo do trabalho escravo. Ainda temos uma luta árdua pela frente.
Leia mais: O trabalho de brasileiros em situação análoga à d e escravos na produção do etanol é mencionado na edição mais recente do relatório anual do Departamento de Estado americano sobre tráfico de pessoas, produzido a pedido do Congresso dos EUA.
"Cerca de metade das vítimas libertadas em 2008 foram encontradas em fazendas de plantação de cana-de-açúcar para a produção e exportação do etanol, um biocombustível, além da produção de cana-de-açúcar para utilização em alimentos e em eletricidade", diz o relatório.
Apesar de ser o primeiro do tipo a vir com a assinatura de Barack Obama, o relatório foi apurado entre março de 2008 e março deste ano -portanto em grande parte sob a gestão de George W. Bush.
A menção ao etanol aparece no contexto do aumento de operações do tipo realizadas no Brasil pelo Ministério do Trabalho: 154 ações feitas em 290 propriedades, que encontraram em 5.016 vítimas.
"Em 19 operações, foram resgatadas 2.553 vítimas de trabalho forçado em fazendas de açúcar, onde os trabalhadores podem ser submetidos a uma alta cota diária de produção e corte", diz o texto.
O relatório trata de 175 países e os classifica conforme o empenho de seus governos de combater o tráfico humano. O Brasil é o segundo melhor grupo, mesma posição ocupada nos dois anos anteriores.
A União da Indústria da Cana-de-Açúcar diz que nenhum caso citado no relatório levou a condenação até agora e que é contra "qualquer irregularidade na área trabalhista". (Leia mais na Folha)
Bancos reduzem postos de trabalho no primeiro trimestre, aponta Dieese 
Amanhã teremos uma reunião com os donos do Pão de Açúcar para discutir como ficam os empregos após a compra do Ponto Frio. É sempre assim, quando os bancos ou as empresas se fundem, se juntam ou uma compra a outra, quem paga o pato são os trabalhadores que ajudaram a construir as empresas. Temos que pressionar, ainda mais, o governo federal para assinar a Convenção 158 da OIT. É desumano trabalhar, construir, gerar riquezas e ser demitido arbitrariamente por patrões socialmente irresponsáveis.
Leia mais: Os bancos fecharam 1.354 postos de trabalho de janeiro a março deste ano. Segundo estudo divulgado hoje (16) pelo Departamento Intersindical de Estudos Socioeconômicos (Dieese), nesse período, os bancos fizeram 8.236 desligamentos (96% por demissão e por pedido de demissão) e 6.882 contratações.
No ano passado foram criados 3.139 empregos no mesmo período, 10.184 desligados, contra 13.323 admissões.
O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), Carlos Cordeiro, atribuiu a redução do número de postos às fusões dos bancos Unibanco e Itaú e Santander e Real.
“Já que o sistema financeiro é muito concentrado em seis bancos, com 80% dos funcionários, isso nos leva a afirmar que esse fechamento de postos de trabalho é em bancos privados em processo de fusão. Porque os dados são muito concentrados na Região Sudeste, especialmente no estado de São Paulo”, afirmou.
O Sudeste concentrou 68,3 % - 5.629 – dos desligamentos, seguida pela Região Sul, com 1.399 desligados, 17 % do total.
De acordo com Cordeiro, a base de dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempegados (Caged), do Ministério do Trabalho, de onde foram retiradas as informações para elaboração do estudo, não permite a especificação de informações por empresa. No entanto, os sindicatos têm informações de que o saldo de empregos nos bancos públicos é positivo, o que reforça a idéia de que os desligamentos são resultado das fusões no setor privado. (Agência Brasil)
Pesquisa da FGV mostra que 87% das empresas têm dificuldade para investir
Uma pesquisa da Fundação Getulio Vargas divulgada esta terça-feira mostrou que 87% das empresas industriais enfrentam dificuldades para investir este ano. O percentual é o dobro da taxa de 43% registrada em igual período do ano passado.
Para metade dos entrevistados, as incertezas com a demanda são a principal razão, o maior percentual desde o início da série histórica, iniciada em 2004.
Quase um quarto (26%) das indústrias afirmaram estar sem programa de investimento no momento, o maior nível desde 2003 (28%).
A sondagem é feita com 820 empresas de 24 estados brasileiros. (Leia mais em O Globo)
Captação da poupança triplica em junho
Volume aplicado nos 7 primeiros dias úteis já supera o de todo o mês de maio; com queda da Selic, caderneta rende mais que fundos. Como 65% da poupança vai para o crédito imobiliário, bancos têm dúvidas se conseguem emprestar todo o volume excedente captado.
Menos de um mês após o governo anunciar mudanças nas regras da poupança para 2010 com o objetivo de impedir a migração de recursos dos fundos de investimento, triplicou a captação diária média de recursos da caderneta, o investimento mais popular no país.
Nos primeiros sete dias úteis de junho, a poupança somou R$ 2,018 bilhões (média diária de R$ 288,4 milhões) em novos depósitos, já descontados os saques, segundo o Banco Central. O volume é maior que toda a captação líquida de maio, que foi o melhor mês do ano para a caderneta, quando os depósitos líquidos somaram R$ 1,881 bilhão (R$ 94 milhões diários).
O boom nas aplicações na poupança ocorre no momento em que a maioria dos fundos de investimento DI (que seguem a Selic, hoje em 9,25%) já perde em rendimento para a poupança. Só os fundos que cobram taxas de administração inferiores a 1,25% conseguem ser competitivos em relação à caderneta.
Com retorno menor, os fundos DI perderam R$ 2,284 bilhões, e os de renda fixa, R$ 1,696 bilhão nos primeiros sete dias úteis do mês, segundo a Anbid (associação dos bancos de investimento).
Se a poupança mantiver o mesmo ritmo de captação, poderá terminar junho com aporte de mais de R$ 6 bilhões. (Leia mais na Folha)