sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Sinais de expansão da nossa economia confirmam mobilização sindical a favor da ampla recuperação dos valores dos salários

Economia volta a se acelerar no 3º tri

Retomada ocorre após desaceleração no 2º trimestre, dado que sai hoje; no ano, crescimento deve ficar em 7%. Indicadores como vendas de veículos e produção industrial mostram recuperação às vésperas da eleição.

Depois da desaceleração no segundo trimestre, que deve ser confirmada hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a economia brasileira dá novos sinais de vigor no terceiro trimestre deste ano.
Alguns dos indicadores antecedentes (como vendas de veículos, produção industrial e movimento nas rodovias pedagiadas) já mostram recuperação às vésperas do período eleitoral.
Isso deverá garantir o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) de cerca de 7% em 2010. Para o ano que vem, no entanto, a maioria das previsões situa-se entre 4% e 4,5%.
No segundo trimestre, o PIB deve ter crescido entre 0,6% e 0,9%, percentual muito abaixo dos 2,7% do primeiro trimestre (em relação ao período anterior).
Nos primeiros três meses do ano a economia "rodou", em termos anualizados, com um crescimento chinês, de 11%. No segundo trimestre, porém, o percentual deve ter caído para cerca de 3%.
Em julho, primeiro mês do terceiro trimestre do ano, a produção industrial voltou a subir após três meses seguidos de queda.
A fabricação de veículos automotores, principalmente de caminhões, e o setor de bens intermediários (compras feitas pela indústria) foram os principais motores do avanço.
REGIÕES — Quando o resultado da indústria é examinado por regiões, também nota-se sinais positivos para os próximos meses. Até junho, a tendência regional era de queda. Naquele mês, a produção industrial caiu em 9 das 14 regiões pesquisadas pelo IBGE.
Já em julho o indicador teve alta em sete regiões. São Paulo, que concentra cerca de 40% da estrutura produtiva do país, foi a região mais dinâmica no período.
Em agosto, a venda de veículos novos continuou batendo recordes. O crescimento foi de 3,5% em relação a julho deste ano e de 21,2% em relação a agosto do ano passado.
Apesar dessa expansão, segundo a Anef (Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras), a inadimplência nas linhas de financiamento de veículos recua.
"O Brasil já se coloca como o quarto mercado automotivo do mundo. Nos próximos meses, devemos seguir crescendo", afirma Ademar Cantero, diretor da Anfavea, que reúne os fabricantes de veículos.
MENOS CRÉDITO — Os dados do Banco Central mostram que houve desaceleração na concessão de crédito a pessoas físicas e a empresas nos últimos meses.
O percentual do crédito em relação ao PIB, porém, atingiu em julho o maior patamar da série histórica, iniciada em 2001: 45,9%. O bom resultado pode ser atribuído, sobretudo, ao financiamento para os investimentos, via BNDES, e aos empréstimos para a habitação.
Outros indicadores (como produção de embalagens e consumo de energia), embora continuem crescendo no terceiro trimestre, avançam com ímpeto menor do que o do início do ano.
A maioria das consultorias de economia aposta em uma desaceleração da economia em 2011, quando, passado o período eleitoral, o governo deve diminuir fortemente o ritmo de aumento dos gastos públicos. (Folha)

Indústria de SP foi a grande impulsionadora da produção em julho, diz IBGE

São Paulo responde por 40% do total da indústria no Brasil.

O parque industrial de São Paulo foi o grande impulsionador da mudança no cenário nacional da produção industrial brasileira em julho - que mostrou aumento de 0,4% contra junho, após três meses em queda. A conclusão é do gerente de Análise e Estatísticas Derivadas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) André Macedo. Nesta quinta-feira, 2, o instituto divulgou os resultados da Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física Regional.

São Paulo responde por 40% do total da indústria no Brasil. Macedo explicou que as atividades que mais ajudaram a elevar o ritmo de produção industrial no País em julho são as que também mais contribuíram para a alta de 0,5% na produção industrial de São Paulo em julho contra junho, o melhor resultado em quatro meses. Na lista de setores que foram destaque positivo em São Paulo estão veículos automotores; outros equipamentos de transporte, principalmente aviões; outros produtos químicos; indústria farmacêutica e refino de petróleo. "Somente veículos automotores no País representa 10% do total da indústria nacional", acrescentou. "Estes setores foram os mesmos que, no desempenho nacional, também mostraram bons resultados em julho, e ajudaram a elevar a taxa nacional", afirmou. "Podemos perceber ainda que a taxa de crescimento da produção industrial de São Paulo foi muito parecida com a da produção nacional", afirmou.

Em contrapartida, houve quedas nas produções industriais de máquinas e equipamentos, e de edição e impressão, em São Paulo. "Estas atividades pressionaram negativamente o desempenho de São Paulo", afirmou, acrescentando que estas atividades também impediram um crescimento industrial mais robusto na localidade.

Entre os 14 locais pesquisados, o IBGE detectou impacto do fim da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) nos preços de produtos de linha branca na produção industrial de algumas localidades. Houve queda de 2,9% tanto para a indústria do Paraná quanto para a indústria de Santa Catarina, em julho contra junho. "Estes locais estão com recuo na produção industrial de linha branca, que agora sofre os efeitos do fim do benefício do IPI", afirmou.

No entanto, ele destacou que, em julho contra junho, a produção industrial de Goiás deu um salto de 10,3%, a maior elevação neste tipo de comparação entre os locais pesquisados. "Naquele local, houve recuperação de uma paralisação na indústria de alimentos em junho, que representa 60% do total da indústria de Goiás", explicou.

Para Macedo, a alta na produção industrial em sete dos 14 locais pesquisados em julho contra junho, na prática, reflete de forma nítida o comportamento do cenário nacional. "Tivemos, em julho, um crescimento moderado na produção industrial nacional, e isso pode ser percebido no cenário regional também", afirmou. (Estado)

Carga tributária do País em 2009 cai pela primeira vez desde 2006

Carga tributária foi de R$ 1,055 trilhão ou 33,58% do PIB

A carga tributária do País caiu em 2009 para 33,58% do PIB, informou há pouco a Receita Federal. Em 2008, a carga tributária equivalia a 34,41% do PIB - portanto, a queda em 2009 foi de 0,83 ponto porcentual.

É a primeira vez, desde 2006, que ocorre um recuo no indicador. De acordo com a Receita Federal, esse decréscimo se deveu à influência da crise econômica na arrecadação e também às medidas anticíclicas de natureza tributária adotadas ao longo do ano passado pelo governo e que também reduziram o fluxo de receitas do governo. "O impacto da crise internacional sobre a arrecadação total só não foi maior devido ao bom desempenho do setor de serviços e à estabilidade na arrecadação do tributos previdenciários", disse a Receita, em nota divulgada há pouco.

Para a carga tributária do ano passado, o PIB considerado foi de R$ 3,143 trilhões e a arrecadação tributária bruta, de R$ 1,055 trilhão. Vale lembrar que a carga tributária considera não só a arrecadação da União, mas também de Estados e municípios. Dessa forma, a União, no ano passado, foi responsável por carga tributária de 23,45% do PIB (24,12% em 2008), Estados e Distrito Federal por carga de 8,59% do PIB (8,75% em 2008) e os municípios observaram estabilidade na carga, de 1,54% do PIB.

Governo Federal — A carga tributária do governo federal caiu, em 2009, 0,67 ponto porcentual (p.p) e fechou o ano passado em 23,45% do PIB. A maior queda da carga tributária do governo federal foi na arrecadação da Cofins (-0,28 p.p), do IPI (-0,34 p.p), IRPJ (-0,14 p.p) e do Imposto de Renda Retido na Fonte (-0,15 p.p).

A carga tributária dos governos estaduais caiu 0,16 p.p devido à queda do ICMS, fechando 2009 em 8,59% do PIB. Nos governos municipais, a carga tributária ficou estável, em 1,54% do PIB.

Os tributos cobrados pelo governo federal correspondem a 69,83% de todo o bolo de impostos e contribuições pagos pelos brasileiros. Os Estados e o Distrito Federal respondem por 25,59% e os municípios, por 4,58% dos impostos. Os números foram divulgados há pouco pela Receita Federal. (Estado)

Metalúrgicos entram em estado de greve

Trabalhadores das regiões de São José dos Campos e Campinas paralisaram ontem as atividades por pelo menos uma hora em cinco fábricas das montadoras GM, Honda, Toyota e Mercedes-Benz. Querem reajuste salarial de 17,45% e ameaçam parar totalmente após o dia 7. (Folha)

Construtoras poderão ser multadas por atraso na entrega de empreendimentos

As construtoras, que vêm tirando proveito do boom imobiliário mas não estão dando conta de entregar os empreendimentos no prazo prometido em contrato, agora poderão ter de pagar multa pelo atraso. Numa ação movida pelo Ministério Público de São Paulo, a promotoria de defesa do consumidor pede a eliminação de cláusulas contratuais que permitam o atraso por parte das empresas e ainda fixa multa caso a data de conclusão do empreendimento seja postergada. Tradicionalmente, as construtoras costumam colocar nos contratos uma "cláusula de tolerância", especificando que elas podem demorar 180 dias além do previsto para entregar uma obra, sem sofrer qualquer sanção.

Em agosto, foi ajuizada a sétima ação. O ex-promotor Paulo Sérgio Cornacchioni, autor do processo (hoje ele ocupa o cargo de procurador de Justiça), disse nesta quinta-feira ao GLOBO que a promotoria também solicita que as regras sejam aplicadas em todo o território nacional e de forma retroativa. Portanto, caso a Justiça dê parecer favorável aos consumidores, até mesmo aqueles que não processaram as empresas pelo atraso poderão se beneficiar do resultado.

- Quando o comprador atrasa o pagamento da parcela, mesmo que seja por um dia, ele precisa arcar com a multa. Então, trata-se de um desequilíbrio, porque o mesmo não acontece com as construtoras - ressalta Cornacchioni, ressaltando que, seguindo essa lógica, o MP pediu que a multa por atraso das empresas seja igual àquela estabelecida para os clientes que, normalmente, é de 2%.

Ao todo, foram movidas sete ações, contra as construtoras Civic, Cyrela, Etemp, Gafisa, MRV, Odebrecht e Tenda - a primeira foi em dezembro de 2009 e a última, neste mês de agosto. O procurador da Justiça explica que, embora a Civic, no primeiro momento, não tenha feito acordo, a empresa acatou o pedido do Ministério Público depois que a ação foi ajuizada.

- Assim, passou a constar dos novos contratos da Civic que, em caso de atraso, a construtora pagará multa de 2% sobre o valor do imóvel.

As ações serão julgadas pela Vara Cível de São Paulo, mas não há um prazo para que isso ocorra. (O Globo)