terça-feira, 31 de agosto de 2010

Apoiar micro e pequenas empresas com incentivos fiscais e exigir empregos decentes

Distribuição de renda se dá através das micro e pequenas empresas

(Postado por Marcos Afonso de Oliveira) — A pesquisa do Dieese e do Sebrae confirma a tese da UGT que as micro e pequenas empresas, alem de geradoras de empregos, são também o canal pelo qual se dá a distribuição de renda no Brasil. Geralmente, estas empresas surgem do sonho e da garra pessoal, muitas delas comandadas por jovens, como mostra outra pesquisa do Sebrae, e confirmam que através do emprego que geram conseguem, também, distribuir renda através de salários. Da parte da UGT e dos nossos sindicatos filiados apoiamos a desburocratização para se criar tais empresas, com redução da carga tributária e dos juros e exigimos, como contrapartida, respeito aos direitos trabalhistas, uma jornada de trabalho mais humana e incentivos para que as empresas cresçam e ajudem o Brasil a consolidar seu mercado interno.

Micro e pequenas empresas reúnem mais da metade de empregos formais no Brasil

Mais da metade dos empregos formais no Brasil se encontra nas micro e pequenas empresas. De acordo com o terceiro Anuário do Trabalho da Micro e Pequena Empresa (MPE), que será lançado nesta terça-feira pelo Sebrae e o Dieese, dos 24,9 milhões de empregados formais, 52,3% (13 milhões de pessoas) trabalhavam nesse tipo de estabelecimento. O número de empregos formais no setor cresceu 36% desde 2002, quando somavam 9,5 milhões, até 2008.

As MPEs responderam por 73,7% dos empregos formais do comércio, 48,7% na construção, 42,9% em serviços e 42,5% das vagas com carteira da indústria. A maior parte das empresas está no interior. Do total de empregos formais gerados por MPEs, 35,1% encontravam-se nas capitais e 64,9%, fora delas.

Empresas de pequeno porte resistiram mais à crise — O Anuário cruza dados sobre emprego e renda no país da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do IBGE, da Pesquisa de Emprego e Desemprego do Dieese e do Relatório Anual de Informações Sociais (Rais) do Ministério do Trabalho, utilizando números de 2008 (os últimos disponíveis).

As empresas de pequeno porte resistiram mais à crise do que as grandes. Pelos dados do anuário, em 2008, as micro e pequenas empresas geraram 1.035.297 novos empregos líquidos, ou seja, contabilizando as admissões menos as demissões. Já as médias e grandes geraram somente 219.377 novos empregos líquidos formais em 2008, ano em que a crise financeira internacional atingiu seu ponto máximo.

O anuário mostra que a maior parte das microempresas é tocada pelos proprietários. Das 5,486 milhões de microempresas, 3,703 milhões não têm empregados (67,4%). No Rio, este percentual chega a 60,9%. Das 368 mil microempresas fluminenses, 224 mil não tinham empregados. O levantamento aponta ainda que 61,3% dos empreendedores não têm sócios. O Rio conta com 659 mil pequenas empresas.

Entre as MPEs, os setores que mais geraram postos de trabalhos líquidos foram: comércio (348 mil), serviços (317 mil), construção civil (202 mil) e indústria (169 mil).

Em 2008, as MPEs foram responsáveis por 39,4% da massa de salários paga aos empregados formais na economia. A remuneração média mensal dos empregos formais das MPEs foi de R$ 928. Este valor é 25% menor do que o valor médio pago pelas médias e grandes empresas, que chegava a R$ 1.235.

Remuneração é melhor na região Sudeste — Mas essa remuneração varia de acordo com a região. A renda média mensal dos empregos formais das MPEs no Sudeste foi de R$ 1.022, no Sul chegou a R$ 923, no Centro-Oeste R$ 845, no Norte a R$ 769 e no Nordeste a R$ 682.

Por setores, a remuneração média mensal dos empregos formais das MPEs foi de R$ 1.046 na indústria, R$ 981 na construção, R$ 942 no setor de serviços e R$ 841 no comércio. Por porte, nas microempresas a remuneração média mensal foi de R$ 797 e nas pequenas empresas foi de R$ 1.044. (O Globo)

Empreendedores estão mais jovens

Estudo do Sebrae-SP revela crescimento na participação de empresários com até 24 anos de idade na abertura de novos negócios

Como psicólogo, Bruno Grossman se saiu um grande sorveteiro. Ele não entendia nada de sorvetes, mas, aos 26 anos, já fazia alguma ideia de como gerir o próprio negócio. Afinal, vinha se aventurando pelo mundo do empreendedorismo desde os 22 anos, quando abriu uma consultoria de marketing. Em 2008, ele inaugurou a primeira unidade de uma rede de sorveterias de iogurte, a Yoggi, e este ano já espera faturar R$ 97 milhões, com 25 pontos espalhados pelo Brasil.

Grossman é considerado no mercado um exemplo de sucesso de uma geração que inicia o negócio próprio cada vez mais jovem. Pesquisa divulgada recentemente pelo Sebrae-SP mostra que a participação de empresários de até 24 anos de idade na abertura de novos negócios subiu de 4% para 14% em uma década. "É resultado de uma estatística que não fecha: a quantidade de jovens que deixam as universidades não bate com a de empregos ofertados pela economia", explica o diretor superintendente do órgão, Ricardo Tortorella.

Soma-se a isso o alto nível de informação (e de inquietação) da chamada geração Y, formada por nascidos após a década de 80. A Yoggi, de Grossman, é resultado dessa combinação. Não é fácil provar ao mercado que um "garoto" pode administrar milhões. Foram os contratos da consultoria de marketing e o investimento de terceiros que garantiram a ele ter seu próprio negócio. "Já estou até calejado, apesar de ser tão novo. Lidei com pessoas veteranas em negócios muito difíceis", conta.

Os jovens também têm se destacado no segmento de franquias. Na Franchising Store, consultoria que gerencia 70 marcas nesse segmento e seleciona franqueados, mais de 60% dos candidatos têm até 35 anos de idade. "Apesar de terem pouca experiência, esses jovens estão muito ‘linkados’ ao mercado", diz a sócia diretora Filomena Garcia. Segundo ela, a maioria desses jovens empresários costuma abrir o negócio em consórcios com amigos ou com recursos da família. "Raramente, recorrem a recursos de terceiros", diz.

Mortalidade — A Yoggi, com sede no Rio de Janeiro, passou há pouco tempo por um dos períodos mais complicados de uma empresa: o primeiro ano. E já tem planos ousados de expansão que preveem a abertura de 300 lojas até 2012. Segundo o estudo do Sebrae, as chances de sobrevivência no mercado independem da faixa etária dos proprietários. Em 2007, por exemplo, pessoas entre 18 e 24 anos foram responsáveis por 15% da abertura de empresas e por 15% do fechamento. Entre empreendedores com mais de 50, o porcentual foi de 14%.

O catarinense Rui Luiz Gonçalves, hoje com 45 anos, criou aos 22 uma empresa de software para engenharia civil, a AltoQi, que detém atualmente 70% do mercado brasileiro. Além de contratar jovens, ele lidera projetos sociais que incentivam o empreendedorismo no campo da tecnologia. "Esse é o melhor período da vida para se abrir um negócio porque é quando podemos correr mais riscos." (Estado)

CNI: construção civil seguiu em expansão em julho

O nível de atividade da construção civil manteve-se em crescimento em julho, de acordo com sondagem do setor divulgada hoje pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Em uma escala na qual valores acima de 50 pontos indicam crescimento, o indicador de julho chegou a 54,9 pontos, após ter atingido 53,8 pontos no mês anterior.

A sondagem também mostra que o setor continua aquecido, acima do usual para o período. Na avaliação que compara o nível de atividade com a média esperada para julho, o indicador persistiu acima dos 50 pontos de referência, chegando a 55,4 pontos. Em nota, o economista Danilo Garcia, da CNI, destacou que julho foi o sexto mês seguido de expansão para o setor. "Os segmentos de construção de edifícios, obras de infraestrutura e serviços especializados cresceram em julho", destacou.

Por isso, os empresários do setor entrevistados pela CNI mantiveram o otimismo em relação aos próximos meses, ainda que com menor intensidade. Pela mesma metodologia, o indicador que mede as expectativas em relação à atividade nos meses à frente registrou 63,7 pontos, ante 65,2 pontos no mês anterior.

As expectativas com relação a novos empreendimentos e serviços (64,4 pontos) e compras de matérias-primas (63,1 pontos) também se situaram bem acima da referência de 50 pontos. A sondagem foi realizada entre os dias 2 e 18 de agosto com 438 empresas, entre as quais 210 pequenas, 174 médias e 54 de grande porte. (Estado)

Portabilidade numérica beneficia 6,26 milhões de usuários em dois anos

Após dois anos de sua implantação, o serviço de portabilidade numérica no Brasil já beneficiou 6,26 milhões de usuários, de acordo com levantamento da Associação Brasileira de Recursos em Telecomunicações (ABR Telecom) - entidade administradora da portabilidade.

A portabilidade numérica oferece a possibilidade de migrar de uma operadora para outra e manter o número de telefone fixo ou móvel. Do total de beneficiados, os usuários de telefonia móvel foram os que mais solicitaram o serviço, sendo 70%, o equivalente a 4,36 milhões de solicitantes.

A portabilidade também está disponível para a telefonia fixa, mas apenas 1,90 milhão, o equivalente a 30% do total de assinantes de fixo, solicitou o serviço. Os dados levam em conta o período acumulado desde 1º de setembro de 2008 a 29 de agosto de 2010.

A portabilidade foi implantada gradativamente há dois anos. Primeiramente, em oito DDDs, o 14 e 17 (SP), 27 (ES), 37 (MG) 43 (PR), 62 (GO), 67 (MS) e o 86 (PI), e estendida aos demais durante um período de sete meses. Hoje, o serviço está presente em 67 DDDs e pode ser feito em até três dias.

Por nota, a ABR Telecom diz que o serviço está consolidado no país. "Quando a portabilidade numérica completou um ano de início de implantação, 2 milhões já tinham migrado de operadora mantendo o número do telefone. Hoje, são 6 milhões os beneficiados." (O Globo)

Petroleiros farão greve de advertência

Os petroleiros aprovaram paralisação de oito horas na próxima sexta-feira, para dar força à campanha salarial e por questões de saúde e segurança. A data-base para o reajuste salarial é o dia 1º de setembro, que chegará sem um acordo entre trabalhadores e empresa. O estado de greve poderá ser ampliado caso a Petrobras não avance nas negociações.

De acordo com o coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), João Antonio Moraes, a estatal propôs reajuste salarial baseado no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo IBGE, além de 1% a 2% de aumento real, dependendo da categoria.

A proposta foi rechaçada pelos petroleiros, que querem reajuste indexado ao Índice de Custo de Vida (ICV), calculado pelo Dieese, além de 10% de aumento real. "Vamos parar por um dia apenas, como advertência. Depois a gente espera que a empresa retome a negociação em outro patamar, senão vamos pensar em medidas mais drásticas", disse Moraes.

O objetivo, segundo ele, não é paralisar a produção, já que ainda se trata apenas de um protesto. Tanto sindicatos ligados à FUP como os independentes pediram aos trabalhadores que não efetuem a troca de turno na manhã de sexta-feira. Os trabalhadores que entrarem na noite de quinta-feira devem permanecer nos postos.
A redução na produção pode acabar acontecendo em alguns pontos devido às reivindicações relacionadas às questões de saúde e segurança. Os trabalhadores querem participar das discussões sobre a necessidade de manutenção das plataformas.
Além disso, farão operações-padrão, seguindo estritamente as normas de segurança, o que pode levar, segundo o coordenador-geral da FUP, a paralisações de algumas máquinas que não estiverem enquadradas nos moldes esperados de segurança.
Os sindicatos pedem que a Petrobras tenha "ação mais democrática" em relação à saúde e segurança dos trabalhadores. "Por exemplo, temos um acordo que dá aos sindicatos o direito a indicar um representante para as reuniões da Cipa. Isso é feito em terra, mas não nas plataformas, porque a Petrobras não garante o embarque para que participem das reuniões", disse Moraes.
A FUP pede ainda que a Petrobras crie um fundo garantidor para que terceirizados tenham assegurado o fundo de garantia. O diretor-geral disse que, muitas vezes, as empresas contratadas pela Petrobras não depositam a sua parte para o trabalhador. (Valor)

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Começa a qualificação dos trabalhadores brasileiros que ajudarão no sucesso do Hexa na Copa 2014

Governo vai qualificar 150 mil pessoas para trabalhar na Copa de 2014

Com a previsão de capacitar 150 mil trabalhadores até 2014, o Plano Setorial de Qualificação (Planseq) para Copa do Mundo foi lançado na sexta-feira (27), no Rio de Janeiro, pelo ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi. Segundo ele, cerca de R$ 124 milhões devem ser investidos no Planseg por meio do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).

O Planseg vai oferecer 25 cursos gratuitos. Entre eles, bilheteiro de metrô e de trem, cobrador de ônibus, cozinheiro, garçom, guia de turismo e vendedoras ambulantes de acarajé. Durante a solenidade de lançamento do Planseg, na Federação das Industrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), Carlos Lupi destacou a importância de ter profissionais preparados para atuar nas áreas de serviços e atendimento direto ao público.

“Mais de 1,5 bilhão de pessoas assistiram à última Copa do Mundo. Por isso, precisamos estar bem preparados não só em infraestrutura, que já vem sendo feita pelo governo federal, mas também em mão de obra qualificada [para atender os turistas]”, afirmou o ministro.

O Plano Setorial de Qualificação será executado nas 12 cidades da Copa do Mundo de 2014: Brasília, Belo Horizonte, Cuiabá, Curitiba, Fortaleza, Manuas, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador. Os municípios próximos a essas capitais também devem ser beneficiados. A meta é capacitar cerca de 1,5 milhão de pessoas até 2011.

Os Planseg fazem parte do Plano Nacional de Qualificação (PNQ), criado em 2003 e desde então qualificou mais de 800 mil trabalhadores. Desde 2003, o FAT já investiu R$ 600 milhões no PNQ. (Fonte: Agência Brasil)

Crise lá fora favorece comércio

O aumento da renda, a melhor distribuição dela, o bom comportamento do emprego e a expansão do crédito criam as bases para que o Brasil sustente taxas robustas de crescimento nos próximos anos. E é a certeza em relação a esse movimento que tem atraído uma leva maior de investimentos para o setor produtivo. "O dinheiro vai para onde há crescimento econômico", diz o economista-chefe da Itaú Corretora, Guilherme da Nóbrega, em entrevista ao Correio. Para ele, nem mesmo o fato de o consumo interno estar pressionando as importações e aprofundando o rombo das contas externas — que triplicou este ano, atingindo US$ 28,2 bilhões — tira o sono dos dono do dinheiro.
A razão é simples. Com a crise concentrada nos países desenvolvidos, os investidores precisam diversificar os mercados em que atuam. "Se eles não têm como investir lá, investem aqui. O que vemos é o Brasil entrando firme na disputa global por recursos, e está competindo bem", afirma Nóbrega. Nas estimativas da corretora, o deficit nas transações correntes do país com o exterior crescerá nos próximos anos, chegando a US$ 95 bilhões em 2012 , o equivalente a 4% do Produto Interno Bruto (PIB), devido, principalmente, à demanda por importados.
Isso, no entanto, não é visto como um problema, porque, além do aumento das importações, haverá também elevação das exportações. "O país está virando uma economia cada vez mais integrada com o resto do mundo e a conta não é mais assim: só o dinheiro que vem. Agora, conseguimos mandar (dinheiro para fora) também. As restrições de financiamento (dos déficits) são lembranças de uma outra época", analisa o representante da Itaú. A seu ver, a redução da concentração de renda é um sinal muito positivo para os investidores. "Há 15 anos, as desigualdades estão diminuindo no Brasil, e caem por razões boas: a renda está melhorando, as pessoas estão com mais escolaridade, têm empregos melhores. Isso também ajuda, porque é um processo permanente de inclusão de gente no mercado de consumo."
Nóbrega afirma que essa é uma mudança que ocorre passo a passo. "O cara caminhava uma hora e meia todo o dia, de madrugada, para chegar ao trabalho. Depois, passou a pagar o ônibus. Foi o primeiro upgrade. O outro cara que comprava só leite passou a também a consumir iogurte", compara. Para o economista, a melhora da renda faz dos pobres, consumidores. Enquanto isso, o crédito aumenta o poder de compra dos mais ricos para produtos de maior valor unitário. "E no meio desse caminho tem o pessoal (uma nova classe média) que tá pegando um pouco da renda, um pouco do crédito", assinala. Não à toda, todos estão esperando o melhor Natal da história. Leia a seguir os principais trechos da entrevista com o economista-chefe da Itaú Corretora.
Que perspectivas o senhor vê para a economia brasileira nos próximos anos? — Tem uma história de investimento aí muito forte. Vejo três aspectos que são muito importantes. Um é meio óbvio, que é o juro em queda. Ele é hoje muito mais baixo do que era dez anos atrás. Passamos muito tempo com essa taxa real de 10%, 12% ao ano e hoje ele está na base de 5%, 6% ao ano. Pode até cair mais, pois ainda é muito superior ao de outros países que são comparados com o Brasil. Estamos nos afastando cada vez mais da época de máxima incerteza na macroeconomia, então o juro vai se acostumando a um patamar menor. O fenômeno viabiliza uma série de projetos de investimento. Se tem algo que o Brasil não fez nos últimos 25 anos foi resolver essas questões de longo prazo: infraestrutura, construção, casa própria, moradias. Todas as coisas que envolvem contratos mais longos eram difíceis de fazer. Então, o juro baixo tem esse primeiro impacto, ele é a expressão de um alongamento dos prazos. Você consegue organizar, pensar, fazer planos que demoram alguns anos para serem concretizados.
Daqui a alguns anos vai ficar mais fácil para o brasileiro ter a casa própria? — Já está ficando. Você tem um mercado que não existia, que surgiu, está no meio de uma euforia há uns 3 ou 4 anos. Mas tem muito chão pela frente ainda, tem muito potencial. Era muito limitado, até porque a capacidade de financiamento era bem menor.
Mas o custo da construção está subindo...
Sim, mas é porque estamos no meio de um crescimento forte. É natural, quando o patamar muda dessa forma, ter esse impacto mesmo. Como a gente desenvolveu pouco a construção no Brasil, temos uma forma de produção ainda muito pouco mecanizada, muito intensiva em mão de obra. Até o jeito de fazer casa vai mudar no Brasil. Eu converso com incorporadores e um deles me falou uma vez que, antigamente, num condomínio, cada um comprava o seu terreno e fazia a sua casa. Na verdade, o que faz mais sentido é pegar um terreno e construir 1.200 casas de uma vez. São 1.200 fundações, 1.200 encanamentos. O custo despenca. Além de mudar o custo, você tem que mudar o jeito que constrói também, a tecnologia de construção. Isso tudo demora a acontecer e, enquanto não acontece, tem uma pressão mesmo. A taxa de desemprego está baixa e está mais baixa ainda na construção.
O setor diz que falta mão de obra. — É, falta mão de obra.
Isso não será um problema no futuro? — Essa discussão tem duas dimensões. Uma é o quanto a gente está avançando agora, em relação ao nosso potencial de crescimento. Acho que estamos crescendo acima do que podemos. Por isso apostamos em inflação entre 5% e 6% para este ano e entre 5% e 7% para o ano que vem. Por isso, os juros andaram subindo e esperamos que vão subir mais no futuro. Está faltando mão de obra qualificada e não qualificada. A outra dimensão é a seguinte: estamos formando mão de obra em um ritmo adequado? Eu acho que sim, que estamos formando e aumentando a nossa capacidade de crescer. Antigamente, conseguíamos crescer 2,5%, 3% ao ano sem fazer inflação. Hoje, talvez a gente consiga crescer 5%. Só que a gente está crescendo ao ritmo de 7%. Então, estamos misturando os dois problemas. Podemos crescer mais rápido, mas não tão mais rápido. Então, essa pressão de custo tem um caráter um pouco transitório também. Vai faltar mão de obra? Vai, mas vamos continuar encontrando a mão de obra. Mostramos nos últimos 15 anos que temos capacidade de aumentar a escolaridade. É muito difícil que você encontre hoje no Brasil um emprego que exija menos do que 8 ou 10 anos de escolaridade. Além disso, o juro cria todo esse movimento no mercado de crédito. Porque quando ele cai, viabiliza que um tomador de crédito de mais baixo risco pegue dinheiro emprestado. Por quê? Porque se você tem um juro muito alto, muito alto mesmo, só quem vai tomar dinheiro emprestado é o cara que precisa muito dele. Então, quando o juro é muito alto, há uma tendência de prejudicar o bom tomador.
Os juros baixos melhoram o perfil do — Melhoram o perfil do crédito. Você começa a sair do cheque especial, que era uma modalidade muito mais presente na carteira dos bancos, passa para o consignado, que tem um risco mais baixo. De lá, vai para o crédito pessoal, aquisição de veículo. Isso já é um risco ainda menor, até chegar na casa própria. Nós estamos ainda caminhando na direção da melhoria do perfil da carteira de crédito dos bancos, com a queda do juro. Outro elemento importante para o Brasil, porque ocasiona um crescimento melhor, é a distribuição de renda. Há 15 anos, cai a concentração de renda no Brasil, por razões boas. Cai porque a renda está melhorando, as pessoas estão com mais escolaridade, porque têm empregos melhores. Isso também ajuda, porque você tem um processo permanente de inclusão de gente no mercado de consumo. No Brasil, tem gente que precisa ir a pé para o trabalho. O cara caminhava uma hora e meia todo o dia, de madrugada, para chegar ao trabalho. Agora consegue pagar o ônibus, é o primeiro upgrade. Um outro cidadão comprava só leite, agora compra leite e iogurte. Logo após a estabilização da economia, havia uns símbolos, como o frango. Agora há outros: no meio do caminho tem o plano de saúde, comprar uma moto, um carro, uma geladeira, um sofá, uma casa. A renda, que melhora mais para os mais pobres e os transforma em consumidores, e o crédito, que pega mais os mais ricos e os transforma em consumidores de produtos de maior valor unitário. No meio do caminho, tem o pessoal que está pegando um pouco da renda, um pouco do crédito. Há um terceiro elemento muito importante, que são as commodities, que sempre foram, só que há quem pense que o Brasil é só das commodities. Não é só delas, mas também é delas. Vai ser um grande produtor de petróleo, exportador de petróleo, é o maior exportador de diversas commodities, o mais diversificado do mundo, de agrícolas, metálicas. Então, se você pensar bem, essa história é muito legal. É uma história que está agarrada em muitas pontas. Diferentemente da história mexicana, por exemplo, que tem um único gancho, os Estados Unidos: os EUA crescem, o México cresce.
Se os Estados Unidos entram em crise, o México entra em crise. — Quando houve a crise, o México foi o país que mais sofreu. Agora está se recuperando, porque os Estados Unidos estão voltando também. Mas eles têm uma dependência muito grande dos EUA. Outros países dependem muito da exportação. O Brasil tem uma história muito diversificada. Por isso, acho que tem uma sustentação.
É possível prever quanto o Brasil vai receber em investimentos nos próximos anos? — O Brasil é um país que poupa pouco em relação à promessa que ele representa, cerca de 17% do PIB. É menos do que a gente investe. Estamos investindo hoje quase 20%. Se toda essa história for se concretizar, o investimento em relação ao PIB vai para 22%, 23%. Temos uma poupança de 17% e um investimento de 20%. Portanto, há um hiato a ser policiado. Este hiato é o nosso déficit em conta corrente. Vamos precisar de investimento externo. A pergunta é: esse investimento vai vir para o Brasil? Eu acho que vai. E vai vir no volume que for necessário. Esse dinheiro vem dos países desenvolvidos. Eles não têm como investir lá, investem aqui. O Brasil entra numa disputa global por recursos para investimentos. E o Brasil compete bem. O Brasil tem a parte de longo prazo, de consumo, de commodities e ainda por cima é uma democracia estabilizada. Não é pouco. Isso ajuda o Brasil a atrair investimento e a regra básica do investimento estrangeiro é que o dinheiro vai para onde está crescendo mais. Em 2012, teremos deficit de US$ 95 bilhões, equivalente a 4% do PIB. Mas nesse cálculo tem o volume que vai vir para o Brasil e o que vai sair do país, que está virando uma economia cada vez mais integrada com o resto do mundo. A conta não é mais composta só com o dinheiro que vem. Conseguimos mandar também. Essas restrições de financiamento são lembranças de outra época.
O senhor falou de juros em queda e da expansão dos financiamentos. O crédito do BNDES não pressiona a taxa de juros básica para cima? — Saímos de uma situação em que não havia financiamento de longo prazo. Você cria um sistema em que o investidor não quer poupar no longo prazo. Então, eu te dou um subsídio para você poupar: uma poupança que não paga juros. O banco não quer fazer empréstimo imobiliário: aí tem os compulsórios para empréstimo habitacional. Não existe financiamento de longo prazo, criamos o FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador), que vai gerar um funding para o banco estatal. O BNDES faz financiamento de longo prazo. Hoje a gente faz um pouco das duas coisas. O BNDES aumentou seu papel. Diz o governo que é temporário, mas tem a ver com a dificuldade de achar financiamentos de longo prazo. É a mistura de uma estratégia para reequilibrar o fato de ter havido uma interrupção nesses financiamentos em 2008 com a questão de o Brasil estar crescendo muito. O governo colocou mais pressão no BNDES para ele emprestar. Isso atrapalha o Banco Central? O que atrapalha o BC é o país crescer mais do que ele consegue.
Isso gera uma certa preocupação com a inflação? — Tudo o que é expansão de investimento, tudo o que é demanda causa inflação mesmo. Tem uma história antiga do Eugênio Gudin (Filho), grande economista que morreu em 1986 e escreveu durante 50 anos em jornal, que questionava: "Investimento causa inflação?” Causa, sim. Imagina uma vila rural em que no sábado as pessoas fazem a feira. Um comerciante chega com a cabra, outro chega com o queijo, outro com a goiabada, outro com o azeite. Cada um chega com algo para trocar. Todo mundo vai querer trocar pelo que não tem ou por comida, porque precisa comer. Um trouxe uma ponte quase pronta, pela metade, e disse ‘foi isso que eu fiz no último verão’. Mas ele precisa comer também. Enquanto o investimento não está pronto, é o esforço que foi colocado por alguém que precisa comer também. Então, vai ter pressão sobre a comida disponível enquanto não fica pronto. O investimento pressiona mesmo a inflação enquanto não amadurece. Depois, ele aumenta a capacidade de o país crescer.
Mas o papel do BC não fica prejudicado? — Faz parte do espírito do país querer melhorar, crescer. O que cabe ao Banco Central é ser o sujeito que ajuda a moderar, para o ritmo ser adequado. O Brasil era um país que crescia 3% ao ano e olhe lá. Agora melhorou? Melhorou. O simples fato de o crédito estar disponível, de as pessoas investirem em fundos aumenta a capacidade de o país crescer. Passou da possibilidade de crescer 3% para 5%. Só que, entre crescer 3% e 5%, tem hora que você dá uma arrancada um pouco mais forte, vai crescer 6%, e tem hora que o BC precisa subir os juros. O BC tem papel diferente. É o mais fundamental, porque tudo depende da estabilidade. Mas quem está fazendo o Brasil crescer ou não crescer somos nós, a sociedade.
Qual será a agenda econômica do próximo presidente da República? — A principal agenda nossa é a do investimento. Acho que isso está nos discursos dos candidatos. A gente já pensou mais em estabilização, inclusão social, e está pensando agora em investimento. O que é relevante é como vamos fazer reformas, como vamos nos preparar para crescer. Não é só os juros estarem baixos que vai nos fazer crescer para sempre. Uma hora vamos precisar pensar na questão fiscal, tributária, nos impostos, nas reformas específicas, reformas no mercado de trabalho, na Previdência. São os desafios de todo o mundo. Qual é o desafio do Chile hoje? Dos Estados Unidos? Da Europa? No fundo, estamos ficando um país cada vez mais normal, que precisa resolver os seus problemas para crescer melhor. E não é porque não resolve que explode, que dá tudo errado.
Para que áreas vamos atrair mais investimentos? — Vamos atrair investimentos para três conjuntos: infraestrutura, mercado de consumo e commodities. Estão misturados, mas são três histórias que vão andar. As áreas de infraestrutura e commodities são parecidas. A produção de grãos não tem como ficar mais barata. Tem como ficar mais rentável se as estradas e os portos melhorarem. Se você olha os dados de investimento estrangeiro no Brasil, encontra uma história muito variada. Nos anos 1990, dizíamos: "O Brasil cresceu porque investiu em telecomunicações". Hoje, o que chama a atenção é o fato de não ter nada que chame a atenção. É um investimento muito diversificado, o que é bom também, porque vamos parar de ficar vulneráveis. Acho que estabilidade é uma coisa muito legal. (Correio Braziliense)

A sobrevivência das empresas

O empreendedorismo no Brasil não é tão vigoroso como se desejaria, mas o crescimento econômico com a inflação sob controle tem estimulado o surgimento de um maior número de empresas com melhores possibilidades de êxito. Segundo o último levantamento do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo (Sebrae-SP), a taxa de mortalidade dessas empresas, no primeiro ano de funcionamento, é de 27%, taxa ainda elevada, mas que mostra uma melhora em relação a 2000, quando era de 35%. Há também um nítido avanço no nível de escolaridade dos novos empreendedores e de frequência a cursos especializados em administração e planejamento empresarial, oferecidos pelo próprio Sebrae ou por estabelecimentos de ensino.

Segundo a pesquisa, 83% dos que abriram novas empresas em 2007 completaram, pelo menos, o ensino médio. Em 2000, eles eram 70%. Também aumentou a porcentagem daqueles que se tornaram empreendedores para aproveitar oportunidades de negócios surgidas no mercado, que é hoje de 78%, em comparação com 60% no início da década. Muitos foram levados a trabalhar por conta própria por necessidade. Essa parcela tende a decrescer, já tendo sido comprovado que os empreendedores que se lançam no mercado com vocação empresarial têm mais chances de prosperar.

Com o passar do tempo, aumenta a porcentagem das novas empresas que sucumbem por falta de clientes, insuficiência de capital, desentendimento entre os sócios, problemas administrativos, etc. Mas estas também vêm diminuindo. No período de quatro anos a contar de 2004, 50% das novas empresas do Estado de São Paulo que sobreviveram ao primeiro ano fecharam. Em cinco anos, as atividades foram encerradas em 58%. Mas, em 2000, quando a pesquisa começou, a taxa de mortalidade das empresas, após cinco anos, era de 71%.

Durante o período de retração econômica, entre o último trimestre de 2008 e o primeiro semestre de 2009, caiu o número de aberturas de empresas. Mas com a reaceleração da economia houve um aumento significativo de novos empreendedores. Isso se reflete na melhoria dos níveis de emprego. A porcentagem varia de uma região para outra, mas, no cômputo geral, verifica-se pelos últimos dados do Ministério do Trabalho que as micro e pequenas empresas foram responsáveis por 71,3% do saldo líquido de empregos gerados em maio deste ano, confirmando a tendência dos meses anteriores. A maior parte (48,0%) das vagas foi oferecida por empreendimentos com até quatro trabalhadores, vindo em seguida os que empregam entre 20 e 99 funcionários.

Apesar da burocracia para abrir uma empresa no Brasil e do peso dos impostos, pouco aliviado pelo uso do Simples, das dificuldades para obtenção de crédito e de formar uma clientela, é grande o número de jovens que se sentem estimulados a empreender. A pesquisa revelou que a idade média dos novos empreendedores é de 37 anos. O maior porcentual (49%) está na faixa de 25 a 39 anos, seguido pela faixa de 40 a 49 anos (24%). Não são raros os casos de pessoas que, pela experiência adquirida no trabalho para terceiros, localizaram nichos de mercado que as animaram a montar o seu próprio negócio, passando de empregados a empregadores.

Isso se explica principalmente porque no começo de sua vida profissional as pessoas têm mais disposição para disputar espaço no mercado e são mais abertas a iniciativas inovadoras, especialmente na área de novas tecnologias, moda e turismo. O tema foi pesquisado pelo Sebrae em 4 mil micro e pequenas empresas, tendo sido apurado que 43% delas são inovadoras em termos de produtos, processos e mercados.

São hoje muito poucos os empresários que constituem empresas sem ter capacidade para fazer uma análise de mercado ou um bom levantamento de custos. O êxito não depende só de conhecimento técnico ou administrativo. Pelo que se constata, a melhor formação educacional vem fortalecendo a vontade de empreender no Brasil. (Estado)

Lupi prevê recordes na geração de empregos até fim do ano

A geração de empregos com carteira assinada no Brasil vai bater recorde de agosto até o fim do ano, previu nesta sexta-feira o ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi.

Segundo ele, o mercado de trabalho está aquecido e a economia ajuda a alavancar a abertura de vagas. "Eu prevejo que a partir de agosto teremos recordes a cada mês. A economia vai muito bem e as acomodações que deveriam ser feitas no meio do ano por conta de férias já aconteceram", disse a jornalistas.

A previsão é que sejam gerados este ano 2,5 milhões de vagas formais. "Percentualmente, o que chama atenção este ano é a construção civil, mas quantitativamente é o segmento de serviços. A partir deste mês (agosto), o comércio varejista e atacadista passará a mais contratações."

O ministro estimou ainda que a taxa média de desemprego medida pelo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) terá recorde de baixa este ano, abaixo de 7 por cento.

Em julho, o índice de desemprego nas seis maiores regiões do país caiu para 6,9 por cento, segunda menor taxa da série. Na média do ano, a taxa está em 7,3 por cento. (O Globo)

Incentivos fiscais às empresas que contratarem jovens entre 18 e 24 anos

Empresas que contratarem trabalhadores jovens, com idade entre 18 e 24 anos, ou com mais de 50 anos poderão ter desconto no Imposto de Renda devido, esse é um dos assuntos que serão deliberados na Comissão de Assuntos Econômicos nesta terça-feira (31).

Dois projetos que tratam da concessão de incentivos fiscais a empresas que admitirem funcionários nessas faixas etárias serão analisados pela Comissão de Assuntos Econômicos.

O primeiro, PLS 220/00, do senador Mozarildo Cavalcanti (PTB/RR), que dispõe sobre incentivos fiscais a empresas privadas que contratem trabalhadores de faixa etária a partir de 50 anos.

O Segundo, PLS 185/03, do ex-senador Sibá Machado (PT/AC), que institui incentivo fiscal à contratação de jovens para o primeiro emprego em microempresas e empresas de pequeno porte inscritas no Simples.

O relator, senador João Vicente Claudino (PTB/PI) apresentou parecer pela aprovação do PLS 220/00, nos termos do substitutivo que apresenta, e pela rejeição do PLS 185/03. (Agencia Diap)

Refeição fora de casa sobe o triplo do que no domicílio

Comida em restaurante fica 8% mais cara em 12 meses; alimentação em casa avança menos que inflação geral. Estabelecimentos embutem custos com mão de obra e aluguel, que subiram com a expansão da economia.
Apesar da queda no preço dos alimentos nos últimos meses, o valor das refeições feitas fora de casa vem subindo, segundo dados do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), índice do IBGE usado como referência para as metas de inflação.
Em 12 meses, enquanto a alimentação no domicílio aumentou 2,53%, a fora de casa teve alta de 7,90%.
Isso significa que o primeiro item subiu menos que a inflação no período, de 4,60%, e que o segundo avançou mais que o índice.
A gerente de pesquisa do IBGE Irene Maria Machado afirma que o preço cobrado nos restaurantes não reage imediatamente à variação do valor dos alimentos.
No início do ano, o preço de alimentos "in natura" subiu em razão das chuvas. Machado destaca que o aumento de preço nos restaurantes pode ser um efeito retardado dessa variação passada.
Agora, com a seca em parte do país, os preços do leite e de alguns outros produtos tendem a sofrer variações.
Entretanto, de acordo com empresários do ramo de restaurantes, um item acaba compensando o outro, e os comerciantes preferem administrar a margem de lucro temporariamente a repassar todas as variações sazonais aos consumidores.
A analista do IBGE também ressalta que as refeições fora de casa embutem os custos de funcionamento dos estabelecimentos, mão de obra e tributos.
Com o aquecimento da economia, o preço dos serviços e a remuneração dos trabalhadores registram expansão. O valor dos aluguéis também tem crescido.
Apesar dessa pressão, Machado diz que, no ano, os índices de preço denotam acomodação da inflação (veja quadro abaixo).
COMER EM CASA — Mesmo com a perspectiva de inflação sob controle, porém, o engenheiro de computação Manuel Sol Bisio, 27, de Brasília, não pensa em voltar a fazer suas refeições na rua. Ele deixou de comer em restaurantes há cerca de quatro meses.
"Eu e a minha mulher almoçávamos perto do trabalho e tínhamos que jantar na rua também. Isso dava quase R$ 100 por dia", afirma.
TENDÊNCIA — Ricardo Bartoli de Angelo, presidente da seção paulista da Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), diz que não há -nem deve haver- uma disparada no preço das refeições.
O dirigente afirma que, embora os consumidores tenham agora uma renda maior e queiram sair mais de casa, a estratégia dos empresários é ganhar em escala.
"O comerciante só mexe no preço se não tem outro jeito. Principalmente porque a concorrência no setor é enorme", afirma Angelo.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Lula é o melhor presidente que o Brasil já teve

Por que Lula é o melhor presidente do Brasil?
Sem o devido distanciamento, a gente só percebe que vive um momento histórico intuitivamente. É o que acontece agora quando analisamos o governo Lula e nos antecipamos aos registros da História do Brasil para afirmar que o presidente Lula é e será tido como o melhor presidente do nosso País.
Nossa intuição é sustentada pelas manifestações populares, das grandes massas e do conjunto de toda a sociedade, aí incluídos ricos e pobres, de todas as regiões do País, que garantem a Lula e ao seu governo uma aprovação na casa dos 80%.
Apoiamos nossa análise, também, no Brasil real que acumula uma vasta memória histórica de grande e permanente exclusão social e econômica, que se insere no nosso DNA de 510 anos de vivência num Brasil continente, onde 1% da Nação retém metade das riquezas, ainda. E que os outros 99% se viram com o resto da renda e de toda a pobreza acumulada ao longo dos séculos.
Mas Lula e seu governo mudaram a História do Brasil para melhor. Por isso, recolhe agora aprovação recorde, que nada mais é do que o reconhecimento em tempo real de um povo muito mais bem informado, com acesso quase universal à televisão, ao rádio e com grande exposição às novas mídias.
Hoje, os trabalhadores brasileiros registram o salário mínimo de R$ 510,00. Que significou, quando foi reajustado em 1o. de janeiro deste ano, um aumento de 9,68% sobre os R$ 465,00 e um aumento real, descontada a inflação, de 6,02%. O que permitiu a entrada na economia de novos R$ 26,6 bilhões, ou seja, uma transferência de renda para o bolso da classe trabalhadora. E desde 2003, o salário mínimo, que tem como relator o nosso vice-presidente licenciado o deputado Roberto Santiago, acumula uma alta de 60,40% com um aumento real de 44,95%.
Quem não tem nem mesmo a esperança do salário mínimo tem o apoio de sobrevivência da Bolsa Família. Atualmente, mais de 11 milhões de famílias são atendidas pelo programa em todos os municípios brasileiros. Que receberam, só em 2010, R$ 13,7 bilhões transferidos diretamente para seus estômagos e às suas necessidades básicas, num apoio e sustentação àqueles brasileiros que ainda são vitimas de uma exclusão absoluta e absurda.
Quando olhamos para os índices de desemprego, nossa intuição que coloca Lula como o melhor presidente que já tivemos é novamente confirmada. A taxa de desemprego ficou em 6,9% em julho deste ano, conforme informações divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa é a menor para meses de julho desde 2002, quando teve início a série histórica do instituto.
Mas neste ambiente de acertos do governo Lula, a classe trabalhadora brasileira soube aproveitar o momento histórico e confirmar seus avanços. Nos organizamos nacionalmente e consolidamos as centrais sindicais que foram, formalmente, reconhecidas neste governo. A UGT assimilou esse DNA e com seu lema “sindicalismo cidadão, ético e inovador”, é uma das centrais que mais cresce. Com a unidade na ação da UGT com as demais centrais, ampliamos nossa mobilização e melhoramos nossas negociações salariais com reflexo direto em nossos bolsos.
No primeiro semestre de 2010, os sindicatos registraram o melhor saldo de negociações salariais em 15 anos, com 97% das categorias atingindo reajuste salarial igual ou superior à inflação na negociação da data-base. Associado ao aumento das contratações, essa alta salarial resultou em um aumento de 3% na massa salarial das seis regiões metropolitanas do país, segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Apenas em julho, o rendimento médio real habitualmente recebido pelos trabalhadores aumentou 2,2% sobre junho. Com essa alta, ele atingiu R$ 1.452,50 - o maior registrado em toda a série histórica apurada pelo governo. A ponto de José Silvestre, coordenador de relações sindicais do Dieese ter declarado à imprensa: "Os sindicatos vivem seu melhor momento. A economia avança rápido e a inflação é inferior à dos últimos dois anos".
Ou seja, o governo Lula mais do que se confirmá-lo como o melhor presidente que o Brasil tem e terá também ajudou nossa Nação a criar parâmetros para o futuro. Lula é, a partir de agora, a referência dos avanços sociais no Brasil, da geração de riqueza com distribuição de renda, do apoio aos mais humildes com a consolidação de alternativas e de oportunidades para escapar mesmo da miséria.
Um caminho que foi amplamente confirmado durante o teste que o governo Lula e o Brasil passaram na recente crise mundial.
Foi quando se percebeu que tanto a valorização do salário mínimo, quanto a transferência de renda através do Bolsa Família e do salário mínimo criaram a consolidação do mercado interno no Brasil, com a inclusão de novos 30 milhões de consumidores, como movimentação rápida e ascendente em todos os estratos sociais.
A UGT acredita nos parâmetros e nos caminhos que o governo Lula desenha para o Brasil. Mas também reconhece que ainda falta muito a ser feito. Apenas os seus 8 anos de governo, não serão capaz de corrigir todas as distorções econômicas e sociais de 510 anos. Precisamos de instaurar a Revolução na Educação, precisamos de melhorar, e muito, a Saúde Pública e, levar a sério e resolver através de decisões e mobilizações políticas o gravíssimo problema de Segurança Pública do Brasil.
Mas já temos as ferramentas sociais básicas. Ou seja, um povo muito mais bem informado. Uma classe trabalhadora muito bem organizada. E uma Nação que aprendeu a acreditar no seu presente e no seu futuro e que, cidadã, imporá aos próximos presidentes, independente de quem seja eleito, o jeito Lula de governar o Brasil. Ou seja, o caminho está traçado. E será, com a participação direta da classe trabalhadora brasileira, um caminho sem volta e rumo à inclusão social, econômica e cidadã.
(Ricardo Patah, presidente nacional da UGT)


Leia o clipping do dia:
Emprego: 97% dos reajustes salariais cobriram alta da inflação
Noventa e sete por cento das negociações realizadas no 1º semestre de 2010 conseguiram índices de aumento igual ou acima da inflação, apontou um levantamento feito pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) nesta quinta-feira.
De acordo com a pesquisa, o desempenho foi superior aos dois anos anteriores, de 89% em 2008 e 93% em 2009. A pesquisa foi realizada tendo como base 290 negociações por ano.
Segundo o Dieese, "a melhora no resultado dos reajustes é um indicativo do bom momento por que passa a negociação coletiva brasileira, em sintonia com a evolução dos indicadores econômicos do País".
Segundo a instituição, dentre estes 97% que conseguiram aumento igual ou acima da inflação, 88% tiveram elevação real em seus vencimentos, superando a inflação. O resultado é quase 10 pontos percentuais do que o conseguido no ano anterior. Destes, 63% dos vencimentos foram ajustados para até 2% acima da inflação.
Para o Dieese, "dentre os fatores que contribuíram para o resultado dos reajustes salariais no primeiro semestre de 2010, devem ser destacados a retomada vigorosa do crescimento econômico brasileiro, com reflexos no aumento da contratação de trabalhadores com registro em carteira e a queda nas taxas de desemprego". (Invertia, Terra)

Desemprego fica em 6,9% em julho e é o menor desde 2002, diz IBGE
Em junho, taxa de desocupação havia caído para 7%. Salário médio subiu 5,1% na comparação anual.
A taxa de desemprego ficou em 6,9% em julho, conforme informações divulgadas nesta quinta-feira (26) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa é a menor para meses de julho desde 2002, quando teve início a série histórica do instituto.
No mês anterior, junho, o índice havia ficado em 7%. Já em julho do ano passado, a taxa registrada foi de 8%.
No mês, a quantidade de desempregados ficou estável em 1,6 milhão de pessoas. Já em relação a julho do ano passado, houve queda de 11,3%. O número de pessoas ocupadas também permaneceu igual no mês, em 22 milhões. No entanto, na comparação anual, cresceu 3,2%. A estabilidade também foi registrada no número de trabalhadores com carteira de trabalho assinada no setor privado - em julho, foram verificados 10,2 milhões pessoas. Em relação a julho de 2009, houve alta de 5,9%.
Salários — O rendimento médio real dos trabalhadores, no geral, independentemente da ocupação, cresceu 2,2% em julho, ficando em R$ 1.452,50. No ano, o aumento foi de 5,1%.
Tipo de ocupação Salário em julho 2009 Salário em junho 2010 Salário em julho 2010
Empregados com carteira no setor privado R$ 1.323,74 R$ 1.319,53 R$ 1.352,80
Empregados sem carteira no setor privado R$ 908,61 R$ 992,57 R$ 1.062,20
Militares e funcionários públicos R$ 2.464,83 R$ 2.528,77 R$ 2.574,80
Pessoas que trabalharam por conta própria R$ 1.174,85 R$ 1.170,08 R$ 1.197,90
Por regiões — Entre as seis regiões metropolitanas pesquisadas pelo IBGE, a maior variação da taxa de desocupação foi verificada em Recife, que passou de 8,6% em junho para 10% em julho. Na comparação com julho do ano passado, foram registrados recuos de 1 ponto percentual em Belo Horizonte, de 0,9 no Rio de Janeiro, de 1,7 em São Paulo e de 1 em Porto Alegre.
Na pesquisa, são estudadas as taxas de desocupação em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife e Porto Alegre.
Por setores — Em relação a julho de 2009, a população ocupada nas seis regiões metropolitanas ficou estável em todos os tipos de atividade. Já na comparação anual, houve alta na indústria extrativa, de transformação e distribuição de eletricidade, gás e água (7,1%), educação, saúde, serviços sociais, administração pública, defesa e seguridade social (4,5%) e de outros serviços (5,6%). A única queda registrada foi no segmento de serviços domésticos (-5,4%).
Em julho, o rendimento médio real dos trabalhadores teve alta em Recife (2,1%), Salvador (1,4%), Belo Horizonte (4,9%), Rio de Janeiro (2,0%) e São Paulo (2,2%). Na contramão, foi registradas queda em Porto Alegre, de 1,2%.
Em relação ao mesmo período do ano passado, todas as regiões tiveram alta. Em Recife foi de 11,7%, Salvador, de 2,3%, Belo Horizonte, de 8,4%, Rio de Janeiro, de 4,3%, São Paulo, de 4,4%, e Porto Alegre, de 6,1%. (G1)

Fiesp prevê alta de 11% na atividade da indústria no ano
O diretor do Departamento de Pesquisa e Estudos Econômicos da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Francine, afirmou hoje que o Indicador do Nível de Atividade (INA) da indústria paulista deve avançar perto de 11% neste ano. A marca é menor que a da estimativa anterior, de avanço de 15%. De acordo com técnicos da entidade, a revisão foi feita devido à desaceleração da economia no segundo trimestre, que foi mais vigorosa que o esperado.
Em função do menor ritmo do Produto Interno Bruto (PIB) do trimestre passado, o INA de junho registrou queda de 0,6% ante maio, com ajuste sazonal, e retração de 0,3%, sem ajuste. Na avaliação de Francine, mesmo que a economia apresente um bom ritmo de expansão de agosto até dezembro será muito difícil que o INA supere a alta de 11% neste ano. Embora avalie que o indicador deve apresentar avanços mensais entre 0,5% e 0,9% de agora até o fim do ano, ele ressaltou que, para atingir uma marca superior aos 11% em 2010, o índice precisaria subir pelo menos 1% ao mês até dezembro. "Isso será muito difícil de ocorrer", comentou o diretor.
Apesar do nível de atividade da economia apresentar um bom ritmo de alta, que leva o Ministério da Fazenda a prever que o PIB vai crescer 6,5% este ano, Francine observou que o Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) paulista apresenta patamares confortáveis. O Nuci caiu de 81,8% em junho para 81,5% em julho, com ajuste sazonal. Sem o ajuste, houve uma leve oscilação de 82,8% para 82,7%.
Francine apontou que há setores com produção em alta velocidade, como o que representa a fabricação de carvão coque, refino de petróleo, combustíveis nucleares e produção de álcool, que tem um Nuci de 98,2% em julho, pouco abaixo do 98,7% apurados em junho. Ele também destacou que o segmento produtor de veículos automotores tem um bom nível de utilidade. Porém, notou que o Nuci está, no geral, em patamares confortáveis. (Estadao)

Lula sanciona lei que pune falar mal de pai e mãe para filho
Presidente vetou dois artigos, entre eles um que previa prisão por falsa denúncia de conduta.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a lei que estabelece punição para familiar que tenta desconstruir a imagem de pai e mãe para o filho, ato conhecido como alienação parental.
A sanção vai ser publicada amanhã no "Diário Oficial da União", mas a Casa Civil não informou quando as novas regras passam a valer.
O presidente vetou dois artigos da lei. O primeiro propunha a possibilidade de mediação extrajudicial para solucionar disputa entre os pais, o que o governo considerou inconstitucional.
O segundo estabelecia pena de seis meses a dois anos de detenção para quem fizesse denúncia falsa de conduta que pudesse levar à redução da convivência com a criança com o pai ou a mãe.
O governo considerou que essas medidas poderiam ser prejudiciais para a criança e que, além disso, já existem outros mecanismos punitivos para casos como esse, entre eles a inversão de guarda.
Entre os atos que configuram alienação parental, segundo a lei, estão a tentativa de dificultar o contato da criança com os genitores e as visitas regulamentadas, omitir informações para a criança, mudar de cidade ou país para prejudicar o convívio com o genitor. (Folha)

Massa salarial cresce 3% em julho e vai impulsionar consumo
O mercado de trabalho entrou no segundo semestre com desemprego em queda e renda em alta, quadro que cria um ambiente favorável ao aumento da demanda.
No primeiro semestre, os sindicatos registraram o melhor saldo de negociações salariais em 15 anos, com 97% das categorias atingindo reajuste salarial igual ou superior à inflação na negociação da data-base. Apenas em julho, o rendimento médio real habitualmente recebido pelos trabalhadores aumentou 2,2% sobre junho. Com essa alta, ele atingiu R$ 1.452,50 - o maior registrado em toda a série histórica apurada pelo governo.
Associado ao aumento das contratações, essa alta salarial resultou em um aumento de 3% na massa salarial das seis regiões metropolitanas do país, segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A taxa de desemprego manteve em julho a trajetória de queda retomada em maio. O índice calculado pelo IBGE referente à proporção da População Economicamente Ativa (PEA) que está sem emprego ficou em 6,9% em julho, um recuo de 0,6 pontos percentuais em apenas dois meses. Para economistas consultados pelo Valor, a taxa de desemprego vai manter o patamar inferior a 7% até o fim do ano, e, para Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados, a taxa vai recuar a 5,7% em dezembro. "Nunca tivemos nada parecido com esse número e com esse ritmo", diz ele.
Ao mesmo tempo que o desemprego recua, o rendimento médio habitualmente recebido cresce. Na comparação anual, à exceção dos operários da indústria, todas as outras categorias apresentam avanços expressivos, tendo os 14,1% nos salários dos trabalhadores da construção civil à frente.
Os ganhos salariais em julho ampliam o fenômeno verificado no primeiro semestre do ano. Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), 281 dos 290 sindicatos que tem data-base entre janeiro e junho e registraram seus acordos trabalhistas no Dieese, obtiveram reajustes salariais iguais ou superiores ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), medido pelo IBGE.
Dos 290 sindicatos, o equivalente a 88% conquistou reajuste superior ao INPC, cuja média acumulada em 12 meses para cada data-base foi de 4,89%. A maior parcela, 40,3%, conquistou reajuste real entre 0,01% e 1%, mas o fator mais importante para sinalizar o ritmo da atividade é que os acordos mais vantajosos - superiores a 2% de aumento real - foram conquistados por um número recorde de categorias.
"Os sindicatos vivem seu melhor momento. A economia avança rápido e a inflação é inferior à dos últimos dois anos", diz José Silvestre, coordenador de relações sindicais do Dieese. Nos primeiros seis meses de 2010, a inflação média acumulada em 12 meses, medida pelo INPC, foi inferior à de 2008, quando a economia também crescia de modo acelerado, e à de 2009, quando se recuperava da crise mundial - 5,67% e 6,06% respectivamente. Para Silvestre, os resultados serão ainda mais favoráveis neste segundo semestre.
Segundo João Carlos Gonçalves, o Juruna, secretário-geral da Força Sindical, os sindicatos têm em mente o slogan eleitoral de Bill Clinton, quando se elegeu presidente dos Estados Unidos pela primeira vez, em 1992. "Dizemos à todos os nossos dirigentes sindicais: "É a economia, estúpido". Com o PIB crescendo a 7%, não podemos negociar reajustes pequenos", diz.
Divulgados ontem, os números do IBGE e do Dieese ajudaram a consolidar, entre os analistas, a percepção de que a atividade será mais aquecida no terceiro trimestre deste ano em relação ao período de abril a junho. O avanço da massa salarial no mês passado foi de 3% sobre junho, ritmo que liga o sinal de alerta dos economistas.
"Boa parte do que o Banco Central expressou na última ata quanto à desaceleração da economia, como crédito perdendo força, geração de emprego formal arrefecendo e rendimentos mais fracos, estão todos em alta. O cenário não é de estabilidade, mas de manutenção do ciclo de aperto de juros", avalia Bernardo Wjuniski, economista da Tendências Consultoria. A consultoria aposta que, embasados pelos resultados do mercado de trabalho, os diretores do BC vão elevar a Selic em mais 1,0 ponto percentual até o fim do ano, fechando 2010 em 11,75% ao ano. "Aumento de rendimento real e queda no desemprego é consumo na veia", diz Wjuniski.
Com estimativa de 7,5% para o Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, os economistas do Itaú Unibanco avaliam que o BC não vai alterar a Selic antes de dezembro pois a reunião da semana que vem ocorre após três meses consecutivos de inflação zerada. Para Aurélio Bicalho, economista do banco, o país já passou pela primeira fase de recuperação da crise. "O emprego acelerou primeiro, agora assistimos ao salto nos salários", diz.
Especialista em preços e mercado de trabalho da LCA Consultores, o economista Fabio Romão avalia que os ganhos continuarão crescentes em todas as categorias, "mas principalmente na construção civil". Trata-se, avalia Romão, do setor com maior demanda e, inclusive devido a isso, com grande escassez de mão de obra especializada. "Isso é tudo o que um sindicato quer. O país como um todo está crescendo, seu setor em particular, e há falta de trabalhadores". (Valor)

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

UGT exige punição exemplar contra funcionários que acessaram informações sigilosas da Receita Federal

UGT repudia ação de funcionários da Receita Federal e exige punição exemplar

O vazamento dos dados fiscais sigilosos da Receita Federal, que foram acessados em outubro do ano passado e que agora se tornaram públicos, incluindo além de políticos ligados ao PSDB, o nosso companheiro Gilmar Argenta, chefe de gabinete do deputado federal Roberto Santiago (PV), que é também vice-presidente licenciado da UGT, (veja texto abaixo) é um ato inaceitável de invasão de privacidade que compromete e coloca em risco todos os esforços que a classe trabalhadora brasileira vem fazendo, desde os tempos da ditadura militar, a favor da consolidação da democracia. Repudiamos veementemente a ação dos que se julgam acima do Estado e atuam fora da lei e fora dos princípios democráticos. Só uma apuração imediata e transparente com punição exemplar e uma retratação oficial do Estado brasileiro nos ajudará a retomar, com tranquilidade cidadã, a construção da democracia brasileira tão abalada por uma péssima distribuição de renda, por graves problemas de Educação e necessitada de gerar muito mais oportunidades para todos os brasileiros. (Ricardo Patah, presidente nacional da UGT)

Leia o clipping do dia:

Além de Eduardo Jorge, outros três nomes ligados a Serra tiveram sigilo violado

Os acessos feitos a dados sigilosos de pessoas relacionadas ao candidato do PSDB à Presidência, José Serra, vão além do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge Caldas Pereira, e atingem outras três figuras próximas ao ex-governador de São Paulo. Os dados do processo administrativo instaurado pela Receita para investigar o caso mostram que o ex-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) Luiz Carlos Mendonça de Barros, o ex-diretor do Banco do Brasil Ricardo Sérgio e Gregorio Marin Preciado, casado com uma prima de Serra, também tiveram dados do sigilo fiscal acessado da sede dos terminais da delegacia da Receita Federal em Mauá, em São Paulo.

Todos os acessos ocorreram, segundo os dados da investigação , no dia 8 de outubro do ano passado, entre as 12h27m e 12h43m daquele dia. Para ter acesso as informações sigilosas das quatro pessoas ligadas a Serra - além de Eduardo Jorge, Luiz Carlos Mendonça de Barros também é filiado ao PSDB - foi utilizada a senha de Antonia Aparecida Rodrigues dos Santos Neves Silva a partir do terminal da servidora Adeilda Ferreira Leão dos Santos.

Toda documentação foi entregue ao Ministério Público Federal.

A Receita, na investigação, afirma que os quatro nomes ligados a Serra são de "contribuintes que despertaram interesse na apuração". O processo administrativo também apura supostos acessos indevidos a outras três declarações de renda de pessoas aparentemente sem vínculo com o candidato tucano. No processo, a Receita ainda fez um levantamento sobre algumas informações pessoais de cada uma das eventuais vítimas de quebra de sigilo ilegal.

Em nota, o empresário Gregório Marin Preciado se diz "indignado" com a quebra de seu sigilo fiscal e que espera que os "culpados sejam rapidamente identificados e punidos, conforme determina a lei". Preciado está na Espanha e só deve retornar ao Brasil em outubro. Eis o teor da nota divulgada por sua assessoria de imprensa em São Paulo.

O ex-ministro das Comunicações Luiz Carlos Mendonça de Barros, também vítima do vazamento, não foi encontrado nesta quarta-feira, assim como o ex-diretor do Banco do Brasil, Ricardo Sérgio de Oliveira.

Mendonça de Barros foi envolvido no caso no qual cinco ex-presidentes do BNDES responderam à Justiça pela concessão de empréstimos para o processo de privatização no governo Fernando Henrique. Em um dos processos, no qual era acusado de favorecer o banco Opportunity e outras empresas no leilão de privatização da Telebrás, Mendonça foi considerado inocente, assim como outros integrantes do alto escalão do governo tucano.

Diretor da área internacional do BB entre 1995 e 1998, Ricardo Sérgio foi um dos principais articuladores da formação dos consórcios que disputaram o leilão das empresas ligadas à Telebrás. Ele foi militante político ao lado de José Serra durante a ditadura militar e, em 1998, foi o tesoureiro das campanhas de FH para a Presidência e de Serra para o Senado. Espanhol naturalizado brasileiro, Preciado é casado com a prima de Serra Vicência Talan Marin. Sócio de Serra até 2002 num terreno no Morumbi, bairro da capital paulista, atualmente ele tem duas empresas no Brasil, nos ramos de vidros para a construção civil e automobilístico.

" Não tenho motivo para ter o sigilo fiscal quebrado. Não tenho relação com PT e nem com PSDB "

Além dos três ligados a Serra, outras três pessoas de São Paulo tiveram o sigilo fiscal quebrado: Gilmar José Argenta; sua mulher, Carla Argenta; e Amauri Jacintho Baragatt. Argenta é chefe de gabinete do deputado Roberto Santiago (PV-SP), candidato à reeleição e vice-presidente licenciado da União Geral dos Trabalhadores (UGT).

- Fui pego de surpresa. Vejo isso com a maior estranheza. Não tenho motivo para ter o sigilo fiscal quebrado. Não tenho relação com PT e nem com PSDB - disse Argenta.

Mesmo trabalhando para um deputado do PV, Gilmar é filiado ao PCdoB, partido pelo qual teve 3.838 votos na eleição de 2004 para a Câmara de Vereadores de São Paulo. Quando confirma que Santiago é candidato à reeleição, lembra que pode existir relação entre esse fato e a divulgação da quebra do seu sigilo fiscal.

- Aí é que pode estar a sacanagem, essas coisas de dossiê. Não sei se tem (dossiê). Mas esse negócio virou bagunça - disse. (O Globo)

Taxa de desemprego cai para 12,4% em sete regiões metropolitanas, aponta Dieese

Dado refere-se ao mês de julho; Grande São Paulo tem menor taxa em 18 anos, de 12,6%.

A taxa de desemprego caiu para 12,4% em sete regiões metropolitanas do Brasil em julho, de acordo coma pesquisa realizada pela Fundação Seade e Dieese. O desemprego estava em 12,7% em junho e em 14,8% em julho de 2009.

No mês passado, o número total de desempregados foi projetado em 2,729 milhões nas sete regiões, o que corresponde a 66 mil abaixo do resultado de junho.

O rendimento real dos ocupados apresentou elevação de 0,5% em junho, ante maio e passou a R$ 1.265,00. Na comparação com junho de 2009, tal rendimento cresceu 3%.

Já o nível de ocupação exibiu alta de 0,3% em julho ante junho, com a criação de 49 mil postos de trabalho. O total de ocupados nas sete regiões foi estimado em 19,277 milhões de pessoas. Na comparação com julho de 2009, o nível de pessoas ocupadas subiu 4,1%.

No conjunto das regiões, o nível de ocupação subiu 3,1% ou 38 mil na construção civil; avançou 0,7% ou 20 mil postos na indústria e cresceu 0,4% nos serviços, o equivalente a 37 mil ocupações.

Segundo a pesquisa, houve queda de 0,5% no comércio, o equivalente a 17 mil vagas, enquanto na categoria outros setores foi apresentada uma redução 1,8% ou 29 mil postos.

Grande São Paulo — A taxa de desemprego na região metropolitana de São Paulo baixou para 12,6% em julho, de 12,9% em junho. Esta é a menor taxa da região paulista para meses de julho desde 1992, quando ficou em 16,2%. No mês passado, o número de desempregados foi projetado em 1,346 milhão de pessoas, 37 mil a menos que o registrado no mês anterior.

O rendimento médio real dos ocupados na região metropolitana de São Paulo ficou estável (0%) em junho ante maio e repetiu o valor de R$ 1.320,00, já registrado também em maio ante abril. Na comparação com junho de 2009, o rendimento médio real na região paulista teve avanço de 2%. O nível de ocupação em julho ante junho também ficou estável.

Em base mensal, foi registrada redução de 1,3% da ocupação no comércio, o equivalente a 19 mil postos de trabalho, enquanto no setor de serviços ocorreu uma queda de 0,5%, ou 28 mil vagas. Esses movimentos de retração foram compensados pela alta de 1,6% da indústria no período, o que significou avanço de 28 mil postos de trabalho, e da categoria outros setores, que subiu 1,7%, criando 18 mil vagas de emprego. Na comparação com julho de 2009, a ocupação subiu 3,8%.

Menor desemprego — A pesquisa apontou que Belo Horizonte apresentou a taxa mais baixa de desocupação, de 8,3%, seguida por Porto Alegre, com 8,9%. De acordo com o coordenador de pesquisas do Dieese, Francisco Oliveira, alguns fatores podem explicar o bom desempenho dessas áreas do País. São as únicas regiões que apresentam taxa de desemprego de um dígito, enquanto as outras cinco (São Paulo, Salvador, Recife, Distrito Federal e Fortaleza) registram um patamar superior a 10%. "Em Belo Horizonte e Porto Alegre, o mercado de trabalho é mais estruturado nos diversos segmentos produtivos, o que diminui naturalmente a participação do emprego informal", disse Oliveira.

Nessas duas capitais e em São Paulo, a evolução do nível de emprego foi marcada sobretudo pela expansão das contratações da indústria, o que, segundo ele, colaborou muito para puxar o nível de ocupação em outros segmentos, como comércio e serviços. No caso particular de Belo Horizonte, ocorreu uma alta muito forte das vendas do varejo no mês passado quando comparado a um período de 12 meses anteriores. "A economia em bom ritmo de expansão nos últimos 12 meses é a principal responsável pela queda da taxa de desemprego de 11% em julho de 2009 para 8,3% em julho de 2010 (-24,5%) em Belo Horizonte e de 12% para 8,9% (-25,8%) no mesmo período em Porto Alegre ", comentou Oliveira.

Para a economista do Dieese, Patricia Lino Costa, uma das hipóteses que pode explicar a evolução do varejo na capital mineira é que a cidade tem forte presença de atividades de comércio e serviços, fortemente atingidos no ano passado pelos efeitos da crise financeira internacional, que agora mostraram recuperação."A recuperação atual está vinculada à retomada do nível de atividade, inclusive no setor siderúrgico", disse Patricia.

Oliveira destacou que há uma boa evolução do nível de emprego também em outras capitais. Em Fortaleza, ele ressalta que o boom da construção civil está sendo determinante para levar a taxa de desemprego para uma marca historicamente baixa. De acordo com a PED, a região metropolitana cearense apresentou um nível de desocupação de 12,3% em julho de 2009, que baixou para 10,6% em junho deste ano e caiu para 10,2%, no mês passado.

No caso de São Paulo, além da construção civil e da indústria, o comércio também ajudou a melhorar o nível de emprego. Em julho do ano passado, a taxa de desemprego estava em 14,8%, baixou para 12,9% em junho de 2010 e atingiu 12,6% em julho deste ano. (O Globo)

Cartel mata 4 brasileiros no México

Autoridades encontram corpos de 72 imigrantes atacados por narcotraficantes próximo à fronteira com os EUA. Caso é o mais recente de escalada de violência ligada ao narcotráfico que, em 4 anos, deixou mais de 28 mil mortos.

O governo do México afirmou ter encontrado 72 corpos anteontem no Estado de Tamaulipas, na fronteira com os EUA, dos quais pelo menos quatro são brasileiros. Todos eles seriam imigrantes ilegais da América Central e do Sul.
O episódio, ocorrido em San Fernando -160 km ao sul de Brownsville, no Estado americano do Texas-, foi o mais recente de uma escalada da violência ligada ao narcotráfico no país, que, nos últimos quatro anos, deixou mais de 28 mil mortos.
O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, Alejandro Poire, afirmou que, além dos brasileiros, há vítimas de El Salvador, Honduras e Equador.
A descoberta dos corpos foi possível após um dos imigrantes, um equatoriano, ter conseguido escapar.
O sobrevivente, identificado como Luis Fredy Lala Pomavilla, contou que os estrangeiros foram sequestrados pelo grupo criminoso quando tentavam chegar à fronteira com os EUA.
Segundo ele, os criminosos se identificaram como membros do cartel Zetas, e que resolveram assassiná-los por eles terem recusado trabalhar como matadores de aluguel para a organização.
Pelo trabalho, eles receberiam US$ 1.000 (cerca de R$ 1.760) quinzenais.
Após o depoimento de Freddy, forças da Marinha mexicana foram até o local indicado por ele, nas proximidades de San Fernando.
Após um tiroteio, que deixou um militar e três criminosos mortos, as autoridades localizaram os corpos de 58 homens e 14 mulheres.
Um adolescente foi detido no local, e um arsenal com 21 armas de grande calibre, fuzis, escopetas, rifles e carregadores foi aprendido.
O governo confirmou oficialmente à Embaixada do Brasil na Cidade do México que, entre os mortos, estão ao menos quatro brasileiros.
Em entrevista à Folha, o cônsul-geral do Brasil no México, Márcio Lage, disse que Brasília enviará na manhã de hoje o vice-cônsul João Zaidan à região do crime.
Segundo ele, ainda não há detalhes sobre a identidade dos mortos. "Não se sabe ainda se são homens ou mulheres, se eram imigrantes ilegais, nem de que lugar do Brasil seriam", disse.
HISTÓRICO — O episódio foi o terceiro em 2010 no qual autoridades mexicanas descobriram valas com dezenas de corpos, vítimas de narcotraficantes.
Em outros dois casos, acredita-se que os mortos foram sendo deixados nos locais durante um longo período.
Em maio, foram descobertos 55 corpos em uma mina abandonada perto de Taxo, uma cidade colonial ao sul da capital do país, muito popular entre turistas.
Dois meses depois, outros 51 corpos foram encontrados em um campo perto de um depósito de lixo nas cercanias de Monterrey.
A região é palco de uma batalha feroz entre o Zetas e seu antigo aliado, o cartel Golfo (ver texto ao lado).
A narcoviolência no México aumentou desde o início de uma ofensiva, em 2006, contra cartéis.
À época, o presidente Felipe Calderón enviou 50 mil soldados do Exército e a polícia federal para erradicar os traficantes de suas fortalezas no norte do México e ao longo da costa do Pacífico.
"O crime de ontem [terça], por exemplo, mostra a bestialidade, a brutalidade e a absoluta falta de escrúpulos humanos [dos cartéis]", disse o presidente à uma emissora de rádio local.
As mais de 28 mil pessoas mortas desde então perderam suas vidas em choques entre criminosos e forças de segurança ou em confrontos entre organizações rivais. (Folha)

SUS inclui novos tratamentos contra 4 tipos de câncer

Medida aumenta cobertura e beneficia pacientes de leucemia aguda, linfoma e câncer de fígado e mama. Recursos adicionais também serão usados para reajustar valor pago aos hospitais que realizam radioterapia.

Nove tratamentos novos para câncer de fígado e de mama, leucemia aguda e linfoma foram incluídos no SUS (Sistema Único de Saúde).
A medida, reivindicada por sociedades médicas, foi anunciada ontem como parte de um pacote para oncologia do Ministério da Saúde.
No total, serão R$ 412 milhões a mais para a área, um aumento de 25% em relação ao orçamento atual.
No Brasil, atualmente, 300 mil pacientes estão em tratamento contra o câncer.
Entre os medicamentos que serão incluídos está o Rituximabe (nome comercial Mabthera), usado no tratamento do linfoma, tipo de câncer que acometeu a candidata à Presidência Dilma Rousseff (PT), em 2009.
Após fazer o tratamento em hospital privado, a candidata está livre da doença, como mostraram exames realizados recentemente.
Além da inclusão de novos procedimentos, os recursos adicionais para oncologia serão usados também no reajuste do valor pago pelo SUS aos hospitais que realizam serviços de radioterapia.
Um dos principais objetivos da medida é ampliar o número de locais que oferecem o procedimento, principalmente nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
Reportagem da Folha publicada em 2008 mostrou que cerca de 50 mil pessoas estavam na fila para o tratamento. Não existem dados sobre a situação atual.
RECURSOS — Outra medida anunciada é a ampliação do atendimento em hospitais-dia, regime diário de internação que poderá agilizar o tratamento de pacientes com leucemia.
O ministro José Gomes Temporão (Saúde) negou que o fato de os anúncios terem sido feitos só agora tenha alguma relação com a proximidade das eleições.
Ele afirmou que apenas agora o ministério conseguiu obter os recursos necessários para implantar as medidas.
Ressaltando não ter tido acesso ao pacote anunciado pelo ministério, o presidente da SBC (Sociedade Brasileira de Cancerologia), Roberto Fonseca, afirmou que é louvável o aumento do número de procedimentos e dos recursos financeiros disponíveis para a radioterapia.
Por outro lado, ele avalia que o principal desafio do Brasil na área é ampliar o acesso a serviços básicos de diagnóstico. (Folha)

Aposentados começam a receber hoje o 13º

Pagamento da 1ª parcela da gratificação para 23,6 milhões de beneficiários injetará R$ 9 bilhões na economia

O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) começa a pagar nesta quarta-feira, 25, a primeira parcela do 13º salário para cerca de 23,6 milhões de beneficiários. O abono, de 50% do valor do 13º, representa uma injeção extra na economia de R$ 9,013 bilhões nos meses de agosto e setembro, segundo dados do Ministério da Previdência Social.

A folha de agosto também começa a ser paga nesta quarta, para mais de 27,5 milhões de beneficiários, somando cerca de R$ 20 bilhões. No primeiro dia, recebem os que ganham até um salário mínimo e têm cartão com final 1. O cronograma de pagamento segue até 8 de setembro.O extrato mensal pode ser consultado na página do ministério na internet.

O desconto do Imposto de Renda (IR) informado no contracheque deste mês, segundo o ministério, refere-se apenas ao valor do benefício mensal. O IR sobre o 13º só é cobrado em dezembro, quando é paga a segunda parcela da gratificação. Esta é a quinta vez que a Previdência paga antecipadamente uma parcela da gratificação. (Estado)

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Unidade na ação em torno dos interesses da classe trabalhadora brasileira dará o tom da campanha salarial 2010

UGT em campanha salarial unificada

(Postado por Moacyr Pereira) — Abaixo você lerá a reportagem em torno da campanha salarial unificada que a UGT e a Força iniciaram hoje, a partir de São Paulo. Juntamos, pela primeira vez, os sindicatos dos comerciários, amplamente representados pela UGT, com os sindicatos dos metalúrgicos, que tem representação na Força, e nos organizamos na ação para avançar para as negociações coletivas para colhermos uma campanha salarial digna do atual momento econômico que o Brasil vive. A unidade na ação, principalmente, quando está claro a defesa dos interesses das nossas categorias não é novidade para a UGT. Aliás, surgimos como central ao unir três grandes centrais sindicais: a SDS, a CGT e a CAT, mais os independentes. E avançamos nas Jornadas de Trabalho, no Primeiro de Maio e na Campanha pelas 40 horas, sem redução de salários. E apesar da unidade na ação, a UGT mantém sua autonomia, principalmente, no que diz respeito às eleições presidenciais. Cada sindicato está liberado por decisão da diretoria nacional da UGT a se ajustar aos partidos politicos e candidatos que estão mais próximos de sua realidade social e tradição. Ao combinar a unidade na ação, em pontos específicos e de interesse da classe trabalhadora, com a liberdade de manifestação e independência politica, continuaremos a fazer a UGT avançar, porque provamos, na prática, que respeitamos os sindicatos e suas respectivas categorias.

Leia os textos do dia:

UGT e Força Sindical unificam campanha salarial em manifestação

Nesta quarta-feira (25) a UGT e a Força Sindical realizaram manifestação conjunta para dar início à campanha salarial dos setores do comércio e da indústria, com data-base nos próximos meses. Estiveram presentes diversos sindicatos filiados às centrais. Além de exigir aumento real de salário, os manifestantes também colocaram em pauta a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais e a ampliação dos direitos já conquistados.

Os manifestantes se reuniram primeiramente em frente ao prédio da Fiesp (Federação da Indústria do Estado de São Paulo), onde os metalúrgicos entregaram para os diretores da entidade a pauta de reivindicações. Ricardo Patah, presidente da UGT, exaltou a força de uma campanha salarial unificada.

Em seguida, os manifestantes fizeram passeata até a praça 14 Bis, onde os comerciários do Estado de São Paulo entregaram aos diretores da Fecomercio (Federação do Comércio do Estado de São Paulo) a pauta de reivindicações. Luiz Carlos Motta, presidente da Federação dos Comerciários do Estado de São Paulo, disse que o documento é uma prova de que os trabalhadores lutam por causas justas e afirmou que os patrões terão que compensar todos os prejuízos de anos anteriores. Canindé Pegado, secretário geral da UGT, afirmou que a economia do país está forte e por isso o salário dos trabalhadores também tem que ser forte.

Patah disse que os trabalhadores devem ter aumento real de, no mínimo, 6% e aproveitou a proximidade das eleições para defender o voto consciente. "Temos que eleger candidatos que vieram da nossa categoria e que vão defender nossos interesses. Nosso compromisso é acabar com pessoas que colocam as leis contra os trabalhadores". (Mauricio Gomide, Redação da UGT)

'Tirem-nos logo deste inferno', pedem mineiros presos a presidente chileno

Viva-voz. Operários soterrados há 19 dias conseguem fazer contato, por meio de um interfone, com autoridades e integrantes da equipe de resgate; trabalhos para retirá-los dos túneis a 688 metros de profundidade devem se estender por 4 meses.
O presidente chileno, Sebastián Piñera, conversou ontem por um interfone com alguns dos 33 mineiros soterrados a 688 metros de profundidade numa mina do Chile há 19 dias, que lhe pediram para ser resgatados "deste inferno" o mais rápido possível e não ser abandonados.
Luis Urzúa, um chefe de turno que está liderando o grupo, contou a Piñera o que aconteceu no dia 5, quando ocorreu o acidente. Em seguida, ele fez um emotivo apelo: "Estamos esperando que todo o Chile faça força para que nos tirem daqui no dia 18", festa nacional que este ano coincide com o bicentenário.

"Vocês não estarão sozinhos nem um só momento. O governo e todo o país estará com vocês. Quero que saibam que suas famílias serão acompanhadas e apoiadas", disse Piñera. Mais reconfortados, os mineiros chegaram a brincar com o presidente e pedir uma garrafa de vinho.

A perfuratriz Strada 950, que deve cavar o duto para resgatar os mineiros chegou ontem ao local do desmoronamento. Com isso, tem início uma nova fase no drama dos mineiros, que, segundo as autoridades, não se encerrará em menos de quatro meses. Esse é o tempo estimado para que a máquina abra um duto de aproximadamente 70 centímetros de diâmetro, pelo qual serão içados os mineiros.

Ontem, especialistas analisaram a topografia do terreno e começaram a preparar a plataforma de concreto que sustentará a máquina de 30 toneladas, que pode escavar de 8 a 15 metros por dia. O engenheiro Andrés Sougarret, que comanda os trabalhos, disse que a perfuração deve começar em dois dias. Até o momento, duas sondas atingiram a galeria onde os mineiros estão. Uma terceira deve chegar em breve ao local.

"A primeira sonda será para a entrega de alimentos. A segunda, para nos comunicarmos. A terceira, permitirá uma melhora na ventilação", disse o engenheiro, que confirmou que o problema de ventilação é a razão pela qual os mineiros não estão usando o refúgio de emergência, como se supunha.

Riscos. Os 33 mineiros ficaram presos após um desabamento, no dia 5. No domingo, após 17 dias sem contato e com poucas esperanças de encontrar alguém com vida, uma sonda retornou à superfície com um bilhete exibido pelo presidente Sebastián Piñera: "Estamos bem, no refúgio, os 33." No primeiro contato - uma câmera captou imagens de nove deles -, os médicos se surpreenderam com as boas condições de saúde. Eles contaram que comiam duas colheres de atum, meia xícara de leite, um biscoito e dois pêssegos em calda a cada 48 horas, mas que a comida acabaria ontem.

Imediatamente, os médicos enviaram uma solução com glicose, comprimidos de omeprazol, para evitar úlceras, álcool em gel para impedir infecções causadas por fungos, escovas de dentes, colírio e curativos oculares, já que muitos se queixaram de irritação em razão da poeira.

Para coordenar as ações, o próprio ministro da Saúde, Jaime Mañalich, foi ao local. Ele disse que a dieta dos mineiros deve ser rigorosamente controlada para que ninguém engorde tanto a ponto de não passar pelo buraco que será aberto e produza o mínimo possível de excrementos. Todos deverão fazer exercícios abdominais para suportar a subida.

Outra preocupação é o estado psicológico dos mineiros, que ainda não sabem que terão de esperar até o Natal para ser resgatados. O governo confirmou que pediu ajuda à Nasa, agência espacial dos EUA, pois, segundo Mañalich, "a situação dos mineiros é semelhante à dos astronautas que ficam meses enclausurados em estações espaciais". A Nasa não descarta a possibilidade de enviar um especialista ao Chile. (Estadao)

Marina Silva recebe apoio de lideranças sindicais em SP

Em SP, candidata defendeu diálogo entre sindicatos e Estado. Segundo ela, discurso de rivais é 'do final do século 19'.

A candidata do PV à Presidência Marina Silva recebeu nesta terca-feira (24) em São Paulo o apoio de cerca de 40 dirigentes sindicais. Eles assinaram um documento intitulado "Manifesto de Apoio de Liderancas Sindicais à Candidatura de Marina Silva" e vários se filiaram ao PV.

No evento, a candidata do PV defendeu que o Estado negocie com os movimentos sindicais mas de forma a preservar a autonomia dos sindicatos.

"Acho que o Estado tem que se relacionar sim com o movimento sindical, com as centrais sindicais. Existem os processos de negociação que dizem respeito aos interesses das categorias e tem que criar mesas de negociação. O que tem que se salvaguardar é a autonomia dos movimentos sociais, que não podem estar atrelados ao Estado", afirmou.
Em seu discurso, a candidata do PV ressaltou diferenças entre ela e os demais candidatos. “Quando eu olho para a Dilma, o Plínio e o Serra, agradeço a Deus por tê-los na concorrência. São pessoas qualificadas, são pessoas sérias, só que têm uma visão diferente da minha, e eu acho que a visão deles não é uma visão dos desafios desse inicio de século. Durante muitos anos eles representavam sim, o novo, a transformação, mas agora estão no discurso do final do século 19", disse.

Ela destacou semelhanças entre os candidatos Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) e disse que pensa diferente dos dois. “Eu sempre digo com todo o respeito que a ministra Dilma, o governador Serra são pessoas que eu prezo, respeito, e até tenho relação de amizade, mas são muito parecidos. São desenvolvimentistas, são crescimentistas, têm um perfil gerencial. É o perfil deles. Eu tenho uma forma diferente de pensar”, declarou.

A candidata disse ainda ter esperança de ir ao segundo turno, criticando, sem citar nomes, outros candidatos que estariam "cantando vitoria" ou "jogando a toalha" antes do tempo.

"Determinados movimentos me causam certo estranhamento. Alguns cantando vitória antes do tempo. E outros aparentemente jogando a toalha antes do tempo. Estou chamando a sociedade brasileira para que anime nosso time cada vez mais. E estou cada vez mais animada para jogarmos esse jogo democrático para o segundo tempo", disse. (G1)

Habitação e vias urbanas têm reforço de R$ 6 bi do FGTS

Para garantir o ritmo de crescimento da concessão de empréstimos para a compra da casa própria pela baixa renda e direcionar recursos para a pavimentação de vias urbanas, o Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) decidiu hoje reforçar em mais R$ 6 bilhões os repasses para os programas habitacionais e infraestrutura urbana. Com isso, o orçamento para habitação popular subiu de R$ 20 bilhões para R$ 23 bilhões. Já o recurso destinado para infraestrutura urbana aumentou de R$ 8 bilhões para R$ 11 bilhões.

Apesar de liberação adicional ter sido aprovada às vésperas das eleições presidenciais, o vice-presidente de Fundos de Governo e Loterias da Caixa Econômica Federal, Joaquim Lima, explicou à reportagem que, normalmente em agosto, é feita uma revisão de como está a liberação dos financiamentos com recursos do FGTS para verificar se há ou não necessidade de complementação de recursos. "Já fazíamos essas revisões em agosto. Não mudou nada", ressaltou, frisando que uma nova reunião do Conselho Curador do FGTS só acontecerá no final de outubro.

No caso da habitação, explicou Lima, a principal linha de crédito tinha um orçamento de R$ 10,1 bilhões para o ano. "Já foi contratado R$ 8 bilhões dessa linha. No ritmo em que está a liberação, o recurso restante acabaria em 30 dias. Por isso, decidimos fazer uma suplementação de R$ 3 bilhões, que deverá suficiente para atender a demanda até o final do ano", contou o vice-presidente da Caixa. Com esse recurso extra, Lima ressaltou que será suficiente para financiar 75 mil unidades habitacionais.

Infraestrutura — Os outros R$ 3 bilhões adicionais do FGTS serão destinados ao Programa de Infraestrutura de Transporte e da Mobilidade Urbana - Pró-Transporte, que permitirá a inclusão de projetos de Pavimentação e Qualificação de Vias Urbanas. Pela primeira vez, são liberados recursos desse programa para pavimentação de vias urbanas com foco nas obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Segundo Lima, o recurso será repassado para a Caixa, mas a contratação deve acontecer apenas após as eleições de 3 de outubro. Isso porque, o banco começará a partir de agora a selecionar os projetos que serão atendidos.

De acordo com dados da Caixa, com o aporte de R$ 6 bilhões, o novo orçamento para operações de empréstimo em Habitação Popular, Saneamento Ambiental e Infraestrutura Urbana passa para R$ 41,5 bilhões. Somados aos orçamentos já definidos para aplicações no FI-FGTS, descontos concedidos e investimento nas Carteiras Administradas de Habitação, Saneamento Ambiental e Infraestrutura Urbana, o orçamento total alcança o recorde histórico de R$ 71,6 bilhões. (Estado)

Confiança do consumidor sobe pelo sexto mês seguido, diz FGV

O ICC (Índice de Confiança do Consumidor) subiu 0,7% entre julho e agosto, ao passar de 120 para 120,8 pontos, considerando dados com ajuste sazonal. Os dados foram divulgados ontem pela Fundação Getulio Vargas.
Embora seja o sexto mês consecutivo de alta do índice, houve uma desaceleração em relação aos dois últimos levantamentos. No mês anterior (junho/julho), a alta foi de 1,1%, ante crescimento do índice de 1,9% em maio/junho.
Segundo a pesquisa, os consumidores mantêm-se satisfeitos com o momento atual e têm expectativas otimistas.
O ISA (Índice da Situação Atual) subiu 0,6%, para 135,7 pontos, em agosto, atingindo novo recorde histórico. O IE (Índice de Expectativas) avançou 0,7% e atingiu 112,9 pontos, o melhor resultado desde março de 2008 (117,6 pontos).
A proporção dos que avaliam a situação financeira da família como boa aumentou de 24,1% para 25,8% do total; a dos que a consideram ruim foi de 11,1% para 11,3%. (Folha)

Especulação imobiliária no Brasil não dá sinais de queda

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Dependendo do ângulo por onde você olha, o mercado imobiliário do Brasil tem um futuro longo de crescimento estável, ou é uma bolha prestes a estourar. Veja o exemplo de Luiz Eduardo Pereira, tesoureiro de uma empresa multinacional em São Paulo. Como muitos brasileiros de classe média, Pereira (nome fictício) começou a investir na especulação imobiliária por acidente. Três anos atrás, ele adquiriu um apartamento de 200 metros quadrados para morar, num bairro sofisticado de São Paulo, por R$ 700 mil. Ele comprou-o "na planta" e a previsão de entrega das chaves do imóvel é para este mês. Mas, um detalhe: o imóvel, agora, vale R$ 1,4 milhão. É o que mostra matéria publicada nesta terça-feira, no Financial Times.

- Dá até uma coceira. Você quer vendê-lo e ir alugar um lugar para morar - diz Pereira.

Em vez disso, no entanto, ele fez um segundo investimento.

- Sempre que as pessoas se reúnem num bar, é isso que eles falam. É como uma febre - diz ele.

Ele e alguns amigos investiram num prédio de escritórios ainda na fase de "pré-lançamento", isto é, antes de os desenvolvedores do projeto apresentarem-no ao mercado. Pereira investiu R$ 600 mil em maio de 2009, pagando R$ 6,3 mil pelo metro quadrado.

- Minha expectativa era que o valor chegasse a R$ 11 mil o metro quadrado após três anos - diz ele, contando que essa expectativa fora superada depois de 14 meses.

- Minha opinião é que o mercado imobiliário brasileiro, obviamente, vive uma bolha - diz ele.

Luiz Paulo Pompéia, da Embraesp, consultoria de mercado imobiliário de São Paulo, concorda.

- É um mercado muito aquecido - diz ele. - Os compradores estão eufóricos e os empresários do setor estão tirando proveito disso.

Ele diz que muitos investidores, inclusive estrangeiros, estão comprando imóveis hoje apostando que os preços continuarão em alta.

- Mas nós simplesmente não sabemos se este será o caso - diz ele.

Mas, enquanto muitas pessoas esperam que os preços dos imóveis mais luxuosos do Brasil atinjam o pico em breve, muito poucos preveem o tipo de colapso visto na crise do subprime nos Estados Unidos.

Isso ocorre porque os brasileiros dão uma parcela muito maior de entrada em suas propriedades do que é comum em mercados mais desenvolvidos, informa Wilson Amaral, CEO da Gafisa, uma das maiores construtoras do Brasil.

- Quando as pessoas compram um imóvel na planta, pagam 6% de seu valor ao longo de três meses como entrada. Então, elas fazem pagamentos mensais à empresa durante a construção. Assim, quando receberem seu imóvel pronto, cerca de dois anos e meio depois, os compradores terão pago 25% a 30% do custo final. Neste momento, contratam financiamentos bancários, normalmente com juros de cerca de 12% ao ano. Como a propriedade oferece garantia para um empréstimo de 70% a 75%, os preços teriam de passar por um longo período de queda antes que os compradores perdessem suas propriedades.

Isto aplica-se ainda mais nas faixas de renda mais baixas do mercado, onde as construtoras do Brasil, inicialmente focadas no público de classes superiores, passam a concentrar a sua atenção. Neste caso, há uma grande demanda por moradias que as construtoras e os bancos provavelmente terão dificuldade de resolver.

Amaral, cuja empresa recentemente assumiu a Tenda, uma construtora que tem como público-alvo compradores com renda entre mil reais a R$ 4 mil por mês, diz que o Brasil deve criar 1,6 milhões de moradias a cada ano para acabar com o déficit estimado em cerca de 5 milhões de residências.

- Se o Brasil continuar crescendo de 5% a 6% ao ano, com aumento dos salários acima da inflação, com o aumento do mercado de trabalho formal em vez do informal, a procura vai continuar a aumentar nos próximos 20 anos - diz ele.

Os bancos são tradicionalmente relutantes em emprestar dinheiro para a casa própria - os financiamentos imobiliários representam apenas cerca de 4% do Produto Interno Bruto (PIB) no Brasil, o que é muito baixo para os padrões internacionais, embora aproximadamente o dobro do que era há três anos.

No entanto, os agentes financeiros têm sido atraídos para o mercado, já que a recente legislação tornou mais fácil a retomada de imóveis de inadimplentes. Os bancos também são obrigados a dedicar 65% dos depósitos em cadernetas de poupança para empréstimos imobiliários, embora muitos se mantenham abaixo desse nível.

Amaral prevê que os bancos vão começar a se capitalizar por meio de securitização, algo ainda incipiente no Brasil - e que também poderia aumentar o risco sistêmico.

Enquanto isso, o foco está no atendimento da demanda. Um programa do governo (o Minha Casa, Minha Vida) vai injetar R$ 60 bilhões no mercado de habitação no Brasil através de empréstimos subsidiados. Lançado em 2009, o programa pretende construir, até 2011, 400 mil casas para famílias que ganham até R$ 1.395 por mês. (O Globo)