terça-feira, 18 de novembro de 2008

Apertar o controle sobre os bancos que apostam, ainda, em atitudes contra o interesse dos correntistas e das empresas

Governo quer facilitar crédito a pequenas empresas

Mais uma medida acertada do governo federal que, reconheçamos, tem feito a sua parte para tentar minorar as consequências da crise financeira mundial. As pequenas e micro empresas precisam de todo o apoio pois são elas as principais geradoras de empregos no País, além de serem o início de todas as ações empreendedoras da Nação. O que se espera com o fornecimento do crédito é a contrapartida social com a geração e manutenção de empregos formais e a garantia de trabalho decente.

Leia mais: O governo quer facilitar a concessão de empréstimos para micro e pequenas empresas que prestem serviços ou forneçam mercadorias à União. A idéia é permitir que o dinheiro que essas companhias têm a receber do setor público seja oferecido aos bancos como garantia de novos financiamentos.

Segundo o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, a medida está sendo estudada em conjunto com o Ministério da Fazenda e deve ser tomada até o final do ano.

Para o ministro, a medida se justifica porque as micro e pequenas empresas são as que mais têm encontrado dificuldades para conseguir crédito no mercado. "Isso já era assim antes da crise, e agora está pior."

Bernardo evitou falar sobre o impacto que a mudança pode ter. Segundo ele, no ano passado as micro e pequenas empresas fecharam contratos no valor de R$ 9 bilhões com o governo federal.

O uso dos pagamentos a receber da União como garantia de empréstimos bancários serviria para ajudar as empresas que, muitas vezes, precisam esperar longo tempo entre a entrega do produto ou serviço para o governo e a liberação do dinheiro correspondente por parte do Tesouro Nacional. Bernardo disse que, em casos de contratos de valores mais altos, esse prazo pode chegar a mais de 30 dias.

Para que essa garantia seja oferecida aos bancos, porém, é preciso que uma regulamentação do governo permita que os créditos a serem recebidos do Tesouro sejam transformados em certificados que tenham valor no mercado e, assim, possam ser aceitos por instituições financeiras.

Essa possibilidade já está prevista na chamada Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas, que entrou em vigor no ano passado, mas depende de regulamentação para entrar em vigor. "Conversei com o Guido [Mantega, ministro da Fazenda] sobre isso na semana passada e estamos vendo como fazer essa regulamentação o mais rápido possível", disse Bernardo. (Mais informações na Folha)

Acesso ao crédito não melhorou, afirma Fiesp

Ou seja, o governo faz sua parte. E os banqueiros se omitem a ponto de a Fiesp ter constatado a situação e estar reclamando. Se os bancos estão omissos com as grandes empresas, imagina então o que acontece com as pequenas e médias empresas e com os correntistas?

Leia mais: Pesquisa mostra que maioria das companhias acha difícil tomar empréstimos. Na opinião de Paulo Skaf, presidente da federação, bancos estão "catalisando" a crise no Brasil ao exagerar na cobrança de juros.

Apesar do esforço do governo Luiz Inácio Lula da Silva em injetar recursos no mercado para que não falte crédito, as empresas não estão conseguindo obter os empréstimos de que precisam para funcionar bem e investir, segundo a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).

A entidade fez uma pesquisa com 35 grandes empresas na primeira quinzena de novembro. Para 55% delas, agora está mais difícil o acesso a financiamentos, enquanto 10% afirmaram que está muito mais difícil. Na avaliação de 35%, está igual.

Além de escasso, o crédito ficou mais caro, comparando com as taxas de juros praticadas no início do ano. Para 60% das empresas, o custo dos empréstimos subiu e, para 20%, subiu muito; 20% acham que está igual.

Na opinião de Paulo Skaf, presidente da Fiesp, os bancos brasileiros estão "catalisando" a crise econômica internacional ao cobrar juros demasiados e represar o dinheiro.

O exemplo mais gritante, destaca, é o dos ACCs (Adiantamentos sobre Contrato de Câmbio). De acordo com o levantamento da federação, na semana de 29 de outubro a 4 de novembro os juros cobrados pelos grandes bancos do país iam de 6,3% ao ano (além da variação cambial), no caso do Bradesco, aos 21,6% ao ano do Itaú.

Esse tipo de financiamento é tomado pelas companhias exportadoras. Elas pegam os recursos com o banco e depois pagam com o dinheiro das suas vendas no exterior.

A média das tarifas nas linhas de capital de giro, no mesmo período, ia de 35,4% no Unibanco a 50,2% no Banco do Brasil. Este, aliás, deveria praticar juros menores por ser uma instituição pública e ter função de fomento da economia nacional, segundo Skaf.

"É inexplicável a diferença de taxas entre bancos que têm o mesmo custo de captação. O setor financeiro está brincando com coisa séria", afirmou o presidente da Fiesp.

Skaf disse que durante o almoço, ontem, reclamou com o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, a respeito. "Falei que alguma coisa precisa ser feita, independentemente da Selic [a taxa básica de juros da economia], e o Meirelles ficou de estudar o assunto." (Mais informações na Folha)

Ganho de bancos com títulos salta para R$ 20,41 bilhões

A informação a seguir mostra que os banqueiros só se preocupam em ganhar. Para eles, parece que vale o lema “quanto pior para o Brasil, melhor para os bancos”. Há inclusive a informação de que quatro bancos brasileiros são os que mais lucraram no mundo. Algo tem que ser feito, com urgência, para controlar essa ganância, que afeta a economia real, prejudica a produção e o comércio.

Leia mais: Os ganhos com operações de títulos e valores mobiliários (TVM), em conjunto, praticamente dobraram para cinco dos maiores bancos do País (Itaú, Unibanco, Bradesco, Banco do Brasil e Santander) no terceiro trimestre de 2008, em comparação com o mesmo período de 2007. No total, esses bancos tiveram um ganho de R$ 20,411 bilhões nos meses de julho a setembro deste ano, contra R$ 10,989 bilhões no mesmo período do ano passado, uma alta de cerca de 95%.

Nessa modalidade, Bradesco, Itaú e Unibanco obtiveram um crescimento superior a 100%. O primeiro subiu 100,7%, passando de R$ 3,19 bilhões para R$ 6,4 bilhões de um ano para o outro. O Itaú teve receitas de R$ 3,95 bilhões com TVM no terceiro trimestre de 2008, ante R$ 1,837 em 2007, um acréscimo de 115,18%. O Unibanco teve o maior ganho relativo verificado entre esses bancos, com avanço de 228,42%, para R$ 2,483 bilhões no terceiro trimestre, enquanto no mesmo intervalo de 2007 ficara com R$ 1,087 bilhão.

O Santander e o Banco do Brasil puxaram a média para baixo. O banco espanhol teve o menor crescimento relativo na comparação de trimestres, 19,06%: passou de R$ 1,432 bilhão no terceiro trimestre do ano passado para R$ 1,705 bilhão neste ano. O BB teve um ganho 70,4% superior ao de 2007 - R$ 5,867 bilhões, ante R$ 3,443 bilhões. (Leia mais no DCI)

Procura por consórcios aumentou 15% nos dois últimos meses

É a população (trabalhadores e classe média) tentando manter o sonho do carro e da casa própria neste momento que o crédito volta a faltar. O consórcio é a alternativa mais barata, mas frusta as pessoas porque o bem não sai na hora. Ou seja, paga-se primeiro e tem a chance de receber o bem muitas vezes só no final da conclusão do pagamento, que pode levar até sessenta meses, dependendo do tipo de consórcio.

Leia mais: A escassez de crédito no mercado financeiro e o aumento nas taxas de juros em linhas de financiamento fizeram a procura por consórcios crescer cerca de 15% nos dois últimos meses. De acordo com a Associação Brasileira de Administradores de Consórcios (Abac), o número de novas cotas comercializadas entre setembro e outubro chegou a 315.415, contra 274.023 no mesmo período do ano passado. Com isso, o total de participantes ativos no mercado passou de 3,43 milhões em outubro de 2007 para 3,55 milhões em outubro de 2008. Apesar do crescimento, especialistas sugerem cuidados antes de aderir à modalidade. É o que mostra a reportagem de Bruno Rosa, publicada no GLOBO desta segunda-feira.

O consórcio funciona como se fosse um condomínio. Várias pessoas formam um grupo fechado com o objetivo de acumular uma poupança para a compra de um determinado bem, como um automóvel. Todos os meses, as pessoas pagam uma prestação e a contemplação, que acontece a cada 30 dias, pode ser de duas formas: por sorteio ou por lance (em que o participante dá uma quantia de uma só vez e ganha direito à carta de crédito). Diferente de um financiamento tradicional, o consórcio não tem taxa de juros, o que acaba deixando a modalidade mais barata. (Leia mais no Globo online)

Caixa quer emprestar R$ 10 bilhões com desconto em folha em 2009

A iniciativa é elogiável. Gera a oportunidade de os trabalhadores do setor público e para muitos do setor privado terem acesso ao crédito. É importante usar o crédito mas sem abusar. Mantendo um olho nos empréstimos, outro nos juros cobrados e o mais importante, com atenção redobrada no orçamento doméstico para evitar o excesso de endividamento.

Leia mais: Valor representa crescimento de 25% sobre a projeção para 2008. A Caixa Econômica Federal informou nesta segunda-feira (17) que ofertará R$ 10 bilhões para o crédito com desconto na folha de pagamento em 2009. Isso representa, segundo a instituição, um aumento de 25% em relação ao montante esperado para este ano (R$ 8 bilhões).

De janeiro a outubro deste ano, foram emprestados R$ 6,2 bilhões pela Caixa por meio desta linha de crédito, o que representa 1,2 milhão de contratos, ou 11% de participação no mercado. Este montante é 9,7% superior ao emprestado nos dez primeiros meses de 2007 (R$ 5,6 bilhões).

O banco público informou ainda que manterá a "atual política de juros e prazos", que está em vigor desde o primeiro semestre de 2008. De forma geral, informou a instituição financeira, as taxas permanecem entre 1,49% e 2,35% ao mês.

INSS — No caso dos empréstimos com desconto em folha do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), a Caixa informou que o prazo máximo é de 60 meses.

Para contratos de até seis meses com os aposentados e pensionistas, os juros são de 0,9% ao mês. Para prazos de seis meses a um ano, os juros são de 1,69% ao mês. Nos contratos de um a dois anos, são de 2,16% ao mês e, de dois a quatro anos, de 2,30% ao mês. Para os empréstimos de cinco anos, são de 2,35% ao mês. Nas demais linhas de empréstimos, os prazos chegam a 96 meses para alguns nichos, como o Judiciário.

A instituição também ofertará o Cartão Consignado para os aposentados e pensionistas do INSS, que permitirá aumentar o valor do crédito concedido em cerca de 30%. A estimativa é lançar o produto até o final deste ano. (Leia mais no G1)