quinta-feira, 13 de agosto de 2009

É inaceitável que os trabalhadores mais humildes, ocupados na limpeza ambiental e urbana, sejam as vítimas preferenciais da Prefeitura de São Paulo

Prefeitura ameaça com demissão 20% dos trabalhadores da limpeza urbana e ambiental
(Postado por Moacyr Pereira) Alegando dificuldades orçamentárias, a Prefeitura de São Paulo anunciou ontem que fará um corte de 20% no seu orçamento destinado à limpeza ambiental e urbana da capital.
As empresas do setor, atualmente, contratam cerca de 15 mil trabalhadores na limpeza urbana e outros 20 mil na limpeza ambiental em diversos órgãos da prefeitura.
“Neste momento em que se percebem indícios de superação da crise, a iniciativa da prefeitura de São Paulo é precipitada, desumana e descabida”, afirma Moacyr Pereira, presidente do Siemaco, sindicato que representa os trabalhadores da limpeza urbana e ambiental.
Estes trabalhadores, diz Moacyr Pereira, são da base da pirâmide social e necessitam de proteção social, especialmente em épocas de crise, por isso vamos nos mobilizar para sensibilizar a opinião pública e a prefeitura para evitar que milhares de trabalhadores, que ganham salários baixíssimos sejam colocados na rua.

Leia mais sobre o corte do Kassab e sobre as demais notícias sobre a economia brasileira. Um dos destaques é o excelente desempenho do Banco do Brasil e o discurso do presidente Lula afirmando que é possível reduzir ainda mais a taxa Selic.

Kassab reduz serviços de limpeza de rua
Prefeito determinou corte de 20% no valor dos contratos; orçamento destinado às obras viárias e de canalização será reduzido em 70%. Promessas de campanha, como não aumentar a tarifa de ônibus e construir mais AMAs, não serão afetadas pelas medidas anunciadas. Sarjeta lotada de bitucas na praça da República, região central de São Paulo; jogar cigarro na calçada pode render multa de R$ 500.
Em tempos de lei antifumo, que encheu calçadas de bitucas de cigarro, e às vésperas da temporada de chuvas, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), determinou um corte de 20% nas verbas para a retirada de entulho e a varrição das ruas da cidade.
A medida representa redução de R$ 58,4 milhões na previsão de gastos com coleta de resíduos (R$ 31,56 milhões) e varrição (R$ 260,3 milhões).
Além da limpeza urbana, houve uma redução de 70% do orçamento para obras viárias e de canalização. Como o volume de recursos caiu de R$ 300 milhões para R$ 100 milhões, obras com início previsto para este ano ficam para 2010. "O serviço, que já está muito ruim, vai piorar. Não dá para fazer o mesmo com menos equipes", diz José Moacyr Malvino Pereira, presidente do Siemaco (sindicato de trabalhadores na limpeza pública). (Leia mais na Folha)

Emprego reage aos poucos, mas massa salarial encolhe
Boletim de Mercado de Trabalho revela possível desaquecimento no consumo das famílias.
O desempenho do mercado de trabalho no primeiro semestre de 2009, não foi satisfatório, mas ficou acima das expectativas no início da crise nas economias doméstica e internacional. As evoluções dos níveis de ocupação e rendimento são bem inferiores às registradas no mesmo período de 2008, revela o Boletim de Mercado de Trabalho nº 40, publicação trimestral da Diretoria de Estudos Macroeconômicos (Dimac) do Ipea.
Outros indicadores não reagiram tão mal, como foi o caso das taxas de desemprego e de informalidade. Além disso, no mês de junho registrou-se melhora em praticamente todos os indicadores, o que vem sendo interpretado por muitos analistas como uma possível evidência de que as maiores dificuldades já teriam ficado para trás.
A má notícia fica por conta dos rendimentos dos trabalhadores. Aqueles com pelo menos ensino médio completo experimentam a maior perda salarial (3,9%) e representam o grupo com maior participação na população ocupada (em torno de 57% no primeiro semestre de 2009).
O boletim chama a atenção para dois fatos com relação à massa salarial: ela sofreu uma queda contínua de janeiro a maio (aproximadamente 3%), e o nível que ela atingiu no segundo trimestre é inferior ao registrado no último trimestre de 2008. Segundo a publicação, esses são fatos preocupantes porque sugerem um possível desaquecimento do consumo das famílias, o que poderia dificultar uma possível recuperação da economia e do mercado de trabalho, ao menos no curto prazo. A intensidade dessa recuperação no segundo semestre de 2009 vai depender, portanto, da velocidade na retomada dos investimentos. O boletim traz ainda diversas notas técnicas. A primeira delas, de Marcelo Azevedo, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), apresenta o índice de medo do desemprego, elaborado e divulgado pela CNI. Essa estatística reflete as expectativas do comportamento do mercado de trabalho no curto e médio prazos.
A segunda nota trata do impacto da crise sobre as mulheres e conclui que elas foram mais afetadas na evolução do nível de ocupação. Carlos Henrique Corseuil, Rodrigo Dias, Miguel Foguel, e Daniel Santos, pesquisadores e bolsistas do Ipea, assinam a terceira nota, que discute o custo da perda de um emprego formal no Brasil.
Os autores usam episódios de demissões nos dados da Relação Anual de Informações Sociais do Ministério do Trabalho e Emprego (Rais/MTE), entre 2000 e 2006, para analisar tanto o tempo que o indivíduo leva para se reempregar no setor formal, como para comparar o salário de reemprego com aquele que vigorava no momento da demissão.
Os resultados apontam que 38% dos indivíduos não conseguem se reempregar no setor formal num prazo de até um ano, e que há uma perda salarial de aproximadamente 13% associada à demissão. (Leia mais no Estadão)

Ação agressiva no crédito devolve a liderança ao BB
Expansão na crise leva o Banco do Brasil a passar o Itaú no ranking dos bancos. Fazenda se queixa de declarações do presidente do Itaú sobre expansão dos bancos públicos na crise; lucro do BB cresce 43%.
Nove meses após ter perdido a liderança para o Itaú Unibanco, o Banco do Brasil retomou o posto de maior banco em ativos do Brasil e da América Latina.
Segundo o balanço do segundo trimestre do ano, divulgado na madrugada de hoje, os ativos do Banco do Brasil chegaram a R$ 598,8 bilhões, ante R$ 596,4 bilhões do Itaú Unibanco.
O Banco do Brasil salta da 10ª para a 7ª posição no ranking dos maiores bancos da América Latina e dos EUA, segundo a consultoria Economática. O Bank of America se mantém na liderança, seguido por JPMorgan Chase e Citigroup. O Itaú Unibanco cai de 7º para 8º.
O BB lucrou R$ 4,014 bilhões no primeiro semestre, alta de 0,55% ante o mesmo período do ano passado. No segundo trimestre, o lucro foi de R$ 2,348 bilhões (+43%).
Segundo a Folha apurou, a atuação agressiva do BB na concessão de crédito durante a crise foi fundamental para a instituição ter recuperado a liderança do ranking bancário, objetivo cobrado por Lula após a perda do posto. Enquanto os bancos privados foram mais cautelosos após o congelamento global do crédito, o BB acelerou a liberação de empréstimos para evitar um contágio maior da crise.
Os números do primeiro semestre divulgados pelos bancos privados mostram claramente essa desaceleração na concessão do crédito. No ano passado, o crédito se expandiu no país a um ritmo de cerca de 30%. Em junho, caiu pela metade em relação ao mesmo mês do ano passado.
Segundo dados da consultoria Austin Rating, com base nos balanços do segundo trimestre de dez bancos privados, o crédito cresceu em média 16,1% em relação a junho de 2008. O Itaú Unibanco, por exemplo, registrou expansão de 15,7% do crédito, e o Bradesco, de 20%. Já em relação a dezembro, o volume dos empréstimos dos bancos privados praticamente não se alterou ou até caiu.
Além da forte aceleração do crédito, os números do BB relativos ao primeiro semestre mostram redução do "spread" (diferença entre os juros pagos pelos bancos ao captar recursos no mercado e a taxa cobrada dos clientes). A equipe econômica pretende usar esses dados para aumentar a pressão sobre os bancos privados para que baixem o "spread". (Leia mais na Folha)

Insatisfeito, Lula quer novos cortes na taxa Selic
Apesar de a taxa básica dos juros (Selic) estar hoje em 8,25% ao ano, a menor taxa da história do País, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva demonstrou que não está satisfeito. "É desejável e possível cortar ainda mais", afirmou ontem à noite na festa dos 71 anos da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que lhe concedeu o Grande Colar da Ordem do Mérito Industrial. Lula também ressaltou que a atratividade do Brasil ocorre pelos investimentos produtivos de longo prazo. "Seria um equívoco imaginar que o fluxo de capital estrangeiro reflete apenas o lado da especulação financeira." (Leia mais no Estadão)

ACSP: demanda por crédito cresce pelo 3º mês seguido
A demanda dos consumidores por crédito subiu pelo terceiro mês consecutivo, segundo informações da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). O Índice Nacional SCPC de Crédito ao Consumidor aumentou 1% em julho ante junho, dado que confirma a tendência de recuperação da concessão de crédito no País verificada nos últimos meses, embora em um ritmo lento. Em junho, o indicador apresentou alta de 0,5% ante maio; em maio, o índice cresceu 4,5% em relação a abril.
"Nos últimos meses, o crédito e as vendas no varejo estão se recuperando, embora de forma gradativa. Não é uma recuperação espetacular, mas reflete a realidade de cidades grandes e pequenas de todas as regiões do Brasil", afirmou o economista-chefe da ACSP e coordenador nacional do indicador, Marcel Solimeo.
Segundo ele, a expectativa para o segundo semestre é de continuidade da expansão das operações de crédito, o que permitirá que haja aumento do consumo, produção e emprego. "Isso permitirá entrarmos em 2010 com um nível de concessão de crédito equivalente aos números de 2008", previu Solimeo.
Em julho, a procura por crédito em bancos, financeiras e no varejo teve elevação nas Regiões Norte (4%) e Sudeste (3,5%), mas caiu nas Regiões Sul (-5%), Nordeste (-1,5%) e Centro-Oeste (-1,5%).
Na comparação com julho de 2008, a demanda por crédito ainda registra queda de 20%. Segundo Solimeo, isso ocorreu porque a demanda por crédito em julho do ano passado foi muito significativa, 10% acima do registrado no mesmo mês de 2007. Ele disse também que a oferta de crédito ainda não foi normalizada para o pequeno varejo, que depende de bancos e financeiras de menor porte, ao contrário do que vem sendo verificado com as grandes empresas e instituições financeiras. "Ainda não estamos nos níveis pré-crise", afirmou. (Leia mais no Estadão)

Negociação para dispensa coletiva irrita empresário
A decisão do TST (Tribunal Superior do Trabalho) de determinar que a as companhias busquem acordos com representantes dos trabalhadores antes de uma dispensa coletiva gerou críticas.
Para a CNI (Confederação Nacional da Indústria), essa negociação prévia não está prevista na Constituição e, portanto, deveria ser instituída pelo Congresso por meio de uma lei específica.
A orientação do TST foi dada na segunda-feira, no julgamento da demissão de milhares de funcionários da Embraer em fevereiro. A companhia foi absolvida da acusação de abuso por não ter procedido dessa maneira, justamente por a legislação não trazer essa determinação.
A CNI considera que o TST aumentou a insegurança. "Os agentes econômicos que se submetem aos marcos legais precisam de estabilidade", afirmou a entidade, em nota.
Para Amauri Mascaro, professor de direito do trabalho da USP, tanto empresários como trabalhadores estarão respaldados pela orientação do TST. (Leia mais na Folha)