sexta-feira, 20 de maio de 2011

Certidão Negativa de Débitos Trabalhistas é avanço

Exigência de Certidão Negativa protege trabalhadores e clientes finais

Por Moacyr Pereira, secretário nacional de finanças da UGT

A UGT já orienta os sindicatos filiados do setor de serviços, principalmente, a exigir das empresas que contratam terceirizadas sejam empresas públicas ou privadas a exigir nos documentos de confirmação contratual ou durante a concorrência as certidões negativas trabalhistas, sociais e financeiras. Ou seja, insistimos que se proteja os interesses dos trabalhadores com certidões negativas que provem o recolhimento de FGTS, do INSS e também de cumprimento das convenções coletivas das categorias. Pelo projeto aprovado pela Comissão de Assuntos Sociais do Senado, que também confiamos que seja aprovado em plenário e que tenha a sanção da presidente Dilma Rousseff, conseguiremos estabelecer uma nova referencia na relação do poder público com as empresas terceirizadas. Nivelaremos por cima, ou seja, apenas as empresas idôneas é que serão estimuladas a continuar a atender as autarquias e empresas públicas. O que dará também aos sindicatos uma alavancagem maior no monitoramento dos repasses de FGTS e do recolhimento do INSS. Ganham os trabalhadores mas ganha também os clientes finais das empresas estatais ou autarquias, que serão muito melhor atendidas. Sem descontinuidade, sem conflitos e com motivação profissional.

Leia as principais notícias do dia:
Comissão do Senado aprova Certidão Negativa de Débitos Trabalhistas
A Comissão de Assuntos Sociais do Senado aprovou hoje (18) o substitutivo da Câmara dos Deputados ao projeto de Certidão Negativa de Débitos Trabalhista (PL 7077/02). O projeto irá agora para votação no plenário da Casa. O relator do substitutivo na Comissão, senador Casildo Maldaner, está confiante na sua aprovação no plenário, principalmente devido ao clima favorável entre os parlamentares.
Maldaner lembrou que a aprovação unânime na Comissão de Assuntos Sociais foi resultado de um grande debate no Senado. “Houve debates entre as confederações dos trabalhadores e das indústrias”, explicou ele. “Ouvimos os dois lados. O debate foi enorme e resultou nesse consenso democrático.”
Caso seja aprovada no plenário do Senado, a matéria irá para a sanção da presidenta Dilma Rousseff. Inicialmente, o projeto foi aprovado pelo Senado e depois enviado para votação na Câmara dos Deputados. Retornou ao Senado devido a alterações feitas pelos deputados no texto original.
Pelo projeto, as empresas só podem participar de licitações públicas ou receber alguns tipos de incentivos fiscais com a apresentação da Certidão Negativa de Débitos Trabalhista. Em caso de existência de débitos garantidos por penhora suficiente ou com exigibilidade suspensa, será expedida certidão positiva, mas com os mesmos efeitos da negativa – uma espécie de “certidão positiva negativa de débito”.
Nota técnica — O presidente do Tribunal Superior do Trabalho, ministro João Oreste Dalazen, visitou os integrantes da Comissão de Assuntos Sociais do Senado em abril, quando apresentou nota técnica com a defesa dos pontos positivos da Certidão. O ministro lembrou aos senadores que a Justiça do Trabalho não dispõe de mecanismo adequado, como no processo civil, de coerção e estimulo para que o devedor pague uma dívida judicial irreversível.
Para Dalazen, é necessária a criação de mecanismos mais eficientes para que o trabalhador possa receber o seu crédito, como é o caso da Certidão. “De cada cem trabalhadores que obtêm ganho de causa na Justiça do Trabalho, somente 31 receber seu crédito a cada ano”, avaliou o presidente do TST. (Fonte: Augusto Fontenele/TST)

Cheque será compensado em até dois dias em julho
Hoje, os correntistas esperam até 20 dias úteis para dinheiro cair na conta.
Transporte de cheques entre os bancos será trocado por checagem de código de barras e imagens digitalizadas.
Os cheques passarão a ser compensados em até dois dias a partir de 20 de julho, informou a Febraban (Federação Brasileira de Bancos).
Hoje, dependendo da localidade, a compensação pode demorar até 20 dias úteis.
A mudança ocorre devido à implantação da compensação digital, que irá substituir o procedimento físico. A mudança será implantada hoje -os bancos terão 60 dias para se adaptar ao sistema.
Com a mudança, os cheques não serão mais transportados entre os bancos.
Hoje, o banco que recebe um cheque envia-o para a câmara de compensação do Banco do Brasil. O BB envia os cheques às instituições de origem para averiguação de saldo em conta-corrente e conferência de assinatura, data, valor etc. A compensação é feita somente após esse procedimento.
No novo processo, o banco irá capturar as informações do cheque por meio de código de barras e imagem. Essas informações serão enviadas para o BB, em um único arquivo, que irá processá-lo e enviá-lo ao banco de origem.
Cheques de até R$ 299,99 serão compensados em até dois dias; para valores de R$ 300 ou mais, a compensação irá demorar um dia.
A Febraban afirma que o procedimento é mais seguro, porque reduz a possibilidade de clonagem, perda e roubo.
"Esperamos forte redução na clonagem e na falsificação de cheques que proporcionaram, em 2010, prejuízos estimados em R$ 1,2 bilhão para o comércio e em R$ 283 milhões para os bancos", afirmou o diretor-adjunto de Serviços da entidade, Walter Tadeu de Faria.
O Brasil movimenta 90 milhões de cheques por mês. (Folha)

Falta de mão de obra no País supera a média mundial

O Brasil está na terceira colocação no ranking dos países que mais têm dificuldade em encontrar profissionais qualificados para preencherem vagas disponíveis e supera a média mundial. A constatação é resultado de pesquisa divulgada ontem pela Manpower, empresa que atua na área de recursos humanos. Para o levantamento, foram entrevistados 40 mil empregadores em 39 países. O índice de empresários brasileiros que dizem não conseguir achar no mercado pessoas adequadas para o trabalho é de 57%.

Segundo a Manpower, o Brasil só perdeu para o Japão, com um índice de 80% de queixas dos empresários, e Índia, com 67%. “Mas o caso do Japão é por causa do envelhecimento da população. Já a Índia tem um problema parecido com o do Brasil, que é uma nação em crescimento sem profissionais qualificados. Mesmo assim, os indianos falam mais inglês do que os brasileiros”, comenta a executiva de recursos humanos da Manpower, Márcia Almström.

A média global de empresários que apresentaram queixas sobre a falta de novos talentos ficou em 34%, ou seja, um em cada três empregadores no mundo encontra barreiras para preencher as vagas abertas.

“Na comparação entre os países, os economicamente desenvolvidos têm menos dificuldades, pois já formaram esses profissionais e como não estão em crescimento, têm baixa demanda por novos talentos”, explica a executiva da Manpower.

Em comparação com a pesquisa feita em 2010, o Brasil passou do segundo para o terceiro lugar no ranking deste ano, quando foram entrevistados 876 empregadores no primeiro trimestre.

No entanto, Márcia não acredita que houve uma melhora na formação de profissionais brasileiros. “O resultado disso é consequência da piora na Índia, pois não vejo grandes mudanças na educação profissional do brasileiro”, avalia.

Profissões — A pesquisa também detalha para quais funções os empresários têm mais dificuldade em encontrar pessoas qualificadas. Tanto em 2010 quanto agora, os profissionais de nível técnico ficaram no topo dos dez cargos mais difíceis de serem preenchidos.

“Por muito tempo o Brasil não privilegiou o ensino técnico e tecnólogo, mas sim o universitário, mas nem sempre de boa qualidade. Essa estagnação reflete neste momento que o País está em crescimento e precisa de gente qualificada para trabalhar”, diz Márcia.

Para o professor de economia da Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU), Fábio Pereira de Andrade, houve uma desvalorização do ensino técnico por muitos anos no País. “Na época de baixo crescimento da economia não havia demanda por esse profissional. Agora não há nem escolas para formar pessoas capacitadas para atender ao mercado de trabalho”, analisa o docente.

No segundo lugar entre os profissionais mais requisitados estão os engenheiros, que sofreram a mesma depressão de formação e contratação do que os técnicos. “E por ser um curso caro, poucas universidades têm cursos de engenharia e não conseguem formar a quantidade necessária para atender o mercado”, diz Andrade.

Para a executiva da Manpower, o problema de escassez de mão de obra não deve ser superado tão cedo. “Até vejo movimentos de empresas, que já investem em universidades corporativas, e de escolas que querem ampliar suas vagas, mas também é preciso a participação do poder público para que em conjunto esse problema seja resolvido”, afirma. “Senão, vamos continuar importando profissionais de outros países”, completa. (Estado)

BB faz maior investimento para modernizar o varejo desde 1995

O investimento de R$ 1 bilhão programado para este ano, destinado à reforma de quase metade das agências e à construção de 800 novos pontos de atendimento, é apenas a ponta de uma grande estratégia para modernizar o varejo no Banco do Brasil. Segundo o presidente do banco, Aldemir Bendine, a instituição prepara uma verdadeira "revolução" no segmento.

Sem grandes investimentos na área desde 1995, o BB decidiu alterar profundamente seus canais de atendimento, desde o relacionamento com os clientes até o desenho das agências. O objetivo principal é obter o maior retorno possível com cada usuário da instituição. "Essa diretoria tem verdadeira obsessão pela melhoria do atendimento", afirmou Bendine.

De acordo com Alexandre Abreu, vice-presidente do banco, o sistema financeiro mudou nos últimos anos e a fase de grande crescimento da base de clientes ficou para trás. O nome do jogo agora é ampliar o relacionamento com seu público cativo, para continuar a expansão da receita com a mesma quantidade de correntistas.

Internamente, o projeto é conhecido como "BB 2.0", por ser a segunda grande mudança nesse segmento. O banco não fazia aportes no varejo desde 1995, quando fez o primeiro grande investimento em modernização, com a instalação dos terminais de autoatendimento (ATM), a informatização das agências e criação do crédito automatizado. Naquela época, o banco tinha apenas 5 milhões de clientes. Quinze anos depois e com mais de 55 milhões de clientes, a instituição se prepara para um novo momento. "A meta é ampliar o retorno por cliente, para mantermos a rentabilidade sobre o patrimônio líquido no patamar atual, de 25%. A fase de expansão da base ficou para trás", diz Abreu.

Para atingir esse objetivo, o BB montou uma ampla estratégia. O primeiro passo foi a contratação de 10 mil novos funcionários, quase todos alocados nas mais de 5 mil agências. Os pontos de atendimento também foram reformulados. Cerca de metade das agências sofrerá algum tipo de modificação. Outras 600 serão construídas neste ano, já com um novo desenho, para privilegiar o cliente, com investimento total de R$ 1 bilhão.

Além disso, até 2014 serão instaladas quase 2 mil agências complementares, em municípios pequenos, para atingir a meta de cobrir 100% do território nacional. Até mesmo uma "concept store" foi inaugurada no shopping Iguatemi, em Brasília, uma espécie de espaço exclusivo para apresentar o banco aos novos clientes.

Na área tecnológica os investimentos somam R$ 60 milhões. Foi feita a reformulação do CRM (sistema que automatiza o relacionamento com os clientes). A ferramenta permite uniformizar a clientela por grupos, de forma a melhorar a oferta de produtos.

A instituição também trocou 35 mil computadores para suportar o novo sistema instalado nas agências, mais moderno. O BB instituiu ainda um programa de substituição de todos os seus ATM com mais de 5 anos, 20 mil máquinas desde o ano passado.

Até mesmo a gestão das agências foi reformulada. O próprio Bendine se reuniu pessoalmente com os gerentes das 5.087 agências para comunicar as mudanças. A partir de agora, o foco dos gerentes deixa de ser apenas no resultado e o atendimento ganha mais importância.

"Hoje cobramos resultado de uma determinada unidade de negócio em função do volume que vende de crédito, ou da captação que registra no mês. Com a nova visão, cobraremos uma política de relacionamento. Queremos saber como o cliente está sendo atendido, como está a rentabilidade por cliente. Interessa mais como o cliente se relaciona com o banco", diz Abreu.

O diretor da Unidade de Gestão de Canais, Hideraldo Dwight Leitão, diz que o banco se prepara para uma nova era do sistema financeiro. "Hoje os produtos oferecidos pelos bancos são todos similares. A diferença está no conjunto de ações do banco e no atendimento ao cliente", diz.

O número de clientes atendidos por um mesmo gerente também foi reduzido, mas a informação é considera estratégica pelo banco. O objetivo principal é reduzir as reclamações registradas nos BC e nos órgãos de defesa do consumidor, listas que o banco já chegou a liderar. Por exigência legal, o banco tem que retornar uma reclamação em cinco dias. A meta, no entanto, é responder todas em até 24 horas e ser o melhor entre os grandes bancos.

O banco acredita que os resultados já começaram a aparecer. No primeiro trimestre de 2011, não houve aumento do número de clientes, mas o resultado recorrente subiu 42% na comparação com o mesmo período do ano passado. "Estamos conseguindo ser eficiente com a mesma base de clientes", finaliza Abreu. (Valor)

Sindicato acusa Honda de ‘assédio moral coletivo’

Montadora demitiu trabalhadores da fábrica de Sumaré por telegrama, durante processo de negociação com o sindicato e greve iniciada em 12 de maio

O Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas e Região entrou nesta quinta-feira, 19, com ação de assédio moral coletivo contra a Honda do Brasil no Ministério Público. Paralelamente, ingressou com pedido de dissídio coletivo no Tribunal Regional do Trabalho (TRT). O sindicato reclama que a montadora demitiu funcionários por telegrama, no meio de um processo de negociação e no decorrer de uma greve iniciada dia 12.

Na quarta-feira, a Honda anunciou 400 demissões, o equivalente a 12% do seu quadro de pessoal, formado por 3,4 mil pessoas na fábrica instalada em Sumaré (SP). A empresa avisou ainda que há 800 funcionários que ficarão ociosos e estuda medidas para evitar novos cortes.

Com dificuldade em importar componentes do Japão após o terremoto de 11 de março, a empresa vai reduzir a produção diária de 600 para 300 automóveis a partir de junho. Antes disso, os funcionários entrarão em licença remunerada a partir de segunda-feira. A fábrica produz os modelos Civic, City e Fit.

O diretor do sindicato, Eliezer Mariano, espera uma intervenção do TRT ainda hoje. "Questionamos a forma como as demissões foram feitas, de forma arbitrária", disse. Ele também aguarda rápido posicionamento do Ministério Público, por tratar-se de um "conflito já instalado".

Em nota, a Honda divulgou nesta quinta-feira que "utilizou o recurso de telegrama apenas como medida de registro, por absoluta impossibilidade de encontrar os trabalhadores da linha de produção que estavam ausentes da planta em função da paralisação dos turnos proposta pelo sindicato".

Informou ainda que os demitidos começaram a receber ontem cartas explicando a situação e as dificuldades na produção dos automóveis e lembrou que não realizava demissões desde 1992. A empresa não reconhece a greve dos funcionários e afirma que ocorreram paralisações definidas a cada turno.

O sindicato alega que há alternativas para evitar as demissões, como a redução da jornada de trabalho e férias coletivas. Ambas foram recusadas pela Honda durante as negociações.

A Honda voltou a justificar o corte na produção. "Em função dos desastres naturais ocorridos no Japão, diversos fornecedores de componentes eletrônicos, que não podem ser substituídos facilmente, tiveram sua produção afetada. Com isso, o envio de peças para diversos países, inclusive o Brasil, foi prejudicado."

A empresa acredita que o desabastecimento de peças vai se manter até o fim do ano, embora a matriz do grupo tenha informado no Japão realizar esforços para antecipar a retomada da produção normal nas fábricas dos fornecedores de peças.

Queda. Na quarta-feira, o diretor da Honda, Paulo Takeuchi, disse que a empresa previa para este ano aumento de 5% na produção ante as 134,1 mil unidades de 2010. "Agora, nossa projeção é de queda de 20%." Já as vendas devem cair 30% em relação ao total de 126,4 mil unidades vendidas no ano passado. O novo Civic, que seria lançado no segundo semestre, ficou para 2012.

No primeiro quadrimestre, a marca vendeu 36,8 mil carros, 8,4% a menos que em igual período de 2010. O mercado como um todo cresceu 3,7%. A participação da marca nas vendas de automóveis e comerciais leves hoje é de 3,5%, ante 4,2% em 2009. (Estado)

Metalúrgicos rejeitam proposta salarial da CSN

Os metalúrgicos rejeitaram a proposta de reajuste salarial de 7,81% oferecido pela Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). Dos 6.431 empregados que participaram da votação, realizada nesta quinta-feira, 5.807 deles foram desfavoráveis ao acordo.

O resultado da votação foi divulgado no início da noite pelo presidente do sindicato da categoria, Renato Soares. Ele já havia recomendado aos trabalhadores que rejeitassem a proposta, por acreditar que a empresa tinha condições de oferecer uma remuneração melhor.

Nesta sexta-feira o sindicato encaminhará oficialmente à CSN o resultado da votação. (O Globo)

Governo tem arrecadação recorde de R$ 85,1 bilhões em abril

A Receita Federal arrecadou R$ 85,155 bilhões em abril, um valor recorde para o mês. O montante inclui os impostos e contribuições federais e as contribuições previdenciárias ao Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). Na comparação com março, foi verificado aumento nominal de 19,96% e alta real de 19,05%. No confronto com abril de 2010, houve crescimento real de 10,34%.

No primeiro quadrimestre do ano, a Receita arrecadou também um recorde: R$ 311,349 bilhões. Na comparação com o mesmo intervalo de 2010, foi verificada alta nominal de 18,42%. Corrigida pelo IPCA, a arrecadação do quadrimestre sobe a R$ 315,067 bilhões, com elevação real de 11,51%.

Receita administrada — Considerando apenas impostos e contribuições federais (receita administrada), a arrecadação de abril totalizou R$ 59,051 bilhões. Houve aumento real de 17,42% perante março e elevação real de 10,03% no confronto com abril de 2010.

As receitas previdenciárias, por sua vez, somaram R$ 21,456 bilhões, com expansão real de 9,46% no comparativo com março deste ano e incremento real de 11,75% no confronto com abril do exercício anterior.

As demais receitas (recolhimentos extraordinários, como royalties de petróleo e outras arrecadações atípicas) alcançaram R$ 4,648 bilhões em abril, com avanço real de 183,44% em relação a março. Considerando o comparativo com abril do ano passado, foi verificada expansão real de 7,83%.

No quadrimestre, também considerando apenas as receitas administradas, a arrecadação totalizou R$ 218,908 bilhões. Houve ampliação real de 13,02% perante o período de janeiro a abril de 2010.

As receitas previdenciárias, por sua vez, somaram R$ 80,951 bilhões no quadrimestre, com aumento real de 9,71% em relação a igual intervalo do ano passado.

As demais receitas (recolhimentos extraordinários, como royalties de petróleo e outras arrecadações atípicas) marcaram R$ 11,491 bilhões, com queda real de 1,97% em relação há um ano. (O Globo)

CCJ da Câmara aprova projeto que responsabiliza empresas por clonagem de cartões

A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania aprovou nesta quinta-feira proposta que responsabiliza as empresas emissoras de cartão de crédito e de débito por prejuízos causados ao titular em razão de fraude decorrente de clonagem do cartão. O projeto foi aprovado em caráter conclusivo e seguirá para o Senado, a menos que algum deputado apresente recurso pedindo que o projeto seja votado pelo Plenário da Câmara.

O texto aprovado também substitui a expressão "empresa administradora de cartão de crédito", inicialmente prevista no projeto, por "emissora". Segundo o relator na Comissão de Finanças, deputado João Dado (PDT-SP), o que importa é a relação entre o titular do cartão e a empresa que o emite (como instituições financeiras e estabelecimentos atacadistas ou varejistas).

O relator na CCJ, deputado Felipe Maia (DEM-RN), apresentou parecer pela constitucionalidade e juridicidade e propôs apenas uma emenda de redação, que não altera as medidas propostas. Maia também acatou as emendas apresentadas na Comissão de Defesa do Consumidor. Entre as alterações está a que estabelece prazo de até 30 dias para a emissora do cartão ressarcir o titular vítima da fraude.

Fraude do titular

O texto considera ainda a possibilidade de que o próprio titular seja responsável pela fraude. Para esses casos, uma vez comprovada a participação do titular na fraude, ele deverá ressarcir os custos operacionais e prejuízos causados à administradora, além de estar sujeito às sanções previstas no Código Penal. (Agencia Câmara)

Brechas mantêm fluxo elevado de dólares

As medidas tomadas pelo governo para conter o fluxo de recursos em direção ao Brasil já perderam boa parte do seu efeito. A avaliação é feita por participantes do mercado e os últimos dados sobre o fluxo cambial também indicam isso.

Não que as medidas sejam ruins. O fato é que sempre que o governo fecha uma porta, o mercado todo se organiza para achar uma janela. E nunca é demais lembrar que as instituições têm quantidade de funcionários qualificados e bem remunerados dedicados exclusivamente a achar essas brechas.

Cabe lembrar, ainda, que qualquer instituição que descubra como fazer isso primeiro ganha rios de dinheiro (e o inventor da inovação já passa a sonhar com o seu bônus). Depois, a prática se difunde com grande velocidade, já que não há como fazer um registro autoral ou de exclusividade de instrumento financeiro.

Além desses dois bons incentivos, o caso brasileiro tem um apelo ainda maior à busca por alternativas às barreiras regulatórias: a maior taxa de juros do mundo.

Inovação e um pouco de risco atropelam a regulação cambial — Conforme notou um economista de banco estrangeiro, há uma compulsão por arbitrar os juros brasileiros. Como o vício em alguma substância ilícita, não importa o risco, o importante é obter o que se quer.

Então, explica esse economista, quanto mais o governo tenta impedir, mais sofisticadas e arriscadas ficam as estratégias para se arbitrar esse gordo diferencial de taxa de juros.

Tal constatação coloca em xeque os dois objetivos declarados pelo governo quanto à adoção de medidas restritivas ao capital externo.

O primeiro deles, minar uma fonte de financiamento ao crédito doméstico, parece que já foi derrubado pelo discutido acima. Reforçando essa percepção estão recentes entrevistas de fontes do governo alertando que novas medidas não estão descartadas.

O segundo objetivo de tais medidas, que seria conter a exposição a risco cambial das instituições, também foi por terra. Pois tudo indica que os novos produtos financeiros utilizados para retomar a arbitragem são mais arriscados.

Esse é o problema com medidas prudenciais. Elas têm um forte impacto no momento de sua adoção, explica esse mesmo economista. Mas depois seu impacto é descrente até ficar nulo. O que obriga o regulador a estar sempre editando novas medidas. Assim, esse ciclo recomeça. Ainda mais quando o "objeto de desejo" continua sendo a taxa de juros paga pelo Brasil.

Os dados sofre o fluxo cambial ajudam a ilustrar isso. De março para abril a sobra de dólares desabou US$ 12,6 bilhões, para US$ 1,54 bilhão. Não por acaso, as duas elevações de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para captações externas ocorreram no fim de março e começo de abril. Sob essa ótica, o efeito ficou concentrado em abril, pois como se nota no gráfico em apenas 10 dias úteis de maio, a sobra de dólares já subiu a US$ 8,8 bilhões.

Avançando nesse raciocínio, o diretor-executivo da NGO Corretora, Sidnei Moura Nehme, acredita que os bancos já estão se antecipando a alguma mudança de regulação.

As instituições financeiras estão reduzindo a posição vendida em câmbio à vista e ampliando as emissões externas com prazos superiores a dois anos.

Com base nos últimos dados sobre o fluxo cambial é possível estimar que a posição vendida caiu de US$ 11,73 bilhões no fim a de abril, para cerca de US$ 6 bilhões agora em maio.

A posição vendida em câmbio pode ser vista como uma forma de se fazer caixa em reais. Pois o banco vende dólares ao BC e recebe reais em troca, que pode destinar à concessão de crédito ou qualquer outra coisa.

No entanto, esse instrumento é mais suscetível à intervenção estatal. Vale lembrar que já foi imposto um recolhimento compulsório sobre posições que ultrapassarem US$ 3 bilhões ou patrimônio de referência.

Segundo Nehme, as captações não correm tal risco, ao menos por ora. O banco se endivida conforme sua capacidade e oferta de dinheiro no mercado.

"O governo já tinha levado um drible com o IOF até um ano e agora toma outro nas captações até dois anos", diz Nehme, lembrando que uma forma de conter essas captações seria limitar a realização de operações com exposição cambial.

Vale lembrar que embora vendidos à vista, os bancos têm posição comprada no mercado futuro de US$ 11 bilhões. Essa posição comprada superior à exposição vendida à vista de US$ 6 bilhões dá uma boa dimensão de quanto os bancos podem ter captado no mercado externo nesse novo modelo de estratégia.

Cabe ressaltar que existem outras modalidades de exposição cambial dos bancos (derivativos e mercado de balcão, por exemplo), mas que não são visíveis a todo o mercado. (Valor)