segunda-feira, 22 de março de 2010

Água potável em todas as torneiras brasileiras, com campanhas educacionais contra o desperdício

No Dia Mundial da Água, água potável em todas as torneiras brasileiras

Nas comemorações do Dia Mundial da Água a União Geral dos Trabalhadores (UGT) chama a atenção para a conservação da água, através de campanhas necessárias contra o desperdício, contra a lavagem de carros e de calçadas, os aspectos mais visíveis da falta de gerenciamento da água. Na última década, a quantidade de água distribuída aos brasileiros cresceu 30%, mas quase dobrou a proporção de água sem tratamento (de 3,9% para 7,2%) e o desperdício ainda assusta: 45% de toda a água ofertada pelos sistemas públicos.

O Brasil concentra em torno de 12% da água doce do mundo disponível em rios e abriga o maior rio em extensão e volume do Planeta, o Amazonas. Além disso, mais de 90% do território brasileiro recebe chuvas abundantes durante o ano e as condições climáticas e geológicas propiciam a formação de uma extensa e densa rede de rios, com exceção do Semi-Árido, onde os rios são pobres e temporários, mas que se busca uma solução que apoiamos com a transposição do Rio São Francisco.

Essa água, no entanto, é distribuída de forma irregular, apesar da abundância em termos gerais. A Amazônia, onde estão as mais baixas concentrações populacionais, possui 78% da água superficial, e mesmo assim em Manaus existem grande numero de famílias sem água potável nas suas residências. Enquanto isso, no Sudeste, essa relação se inverte: a maior concentração populacional do País tem disponível 6% do total da água.

Mesmo na área de incidência do Semi-Árido (10% do território brasileiro; quase metade dos estados do Nordeste), não existe uma região homogênea. Há diversos pontos onde a água é permanente, indicando que existem opções para solucionar problemas socioambientais atribuídos à seca.

Ou seja, nossa reflexão no Dia Mundial da Água é adotar políticas educacionais, principalmente, que estabeleçam o controle rigoroso no consumo da água para evitar o desperdício. E, ao mesmo tempo, que democratizemos, de verdade, o acesso à água potável. Para que cada brasileiro tenha acesso à água potável, na torneira de sua casa. (Ricardo Patah é presidente Nacional da UGT)

Leia o clipping do dia:

Dia Mundial da Água: Empresas tentam reduzir desperdício de água

A Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu 22 de março como Dia Mundial da Água. No Brasil, 73% da água potável são destinados à agricultura, 21%, à indústria, e apenas 6%, ao consumo doméstico. Uma das grandes preocupações das autarquias e empresas de saneamento básico é combater o desperdício na própria rede e as ligações clandestinas. Somente a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) descobriu, na região metropolitana de São Paulo, 17 mil fraudes em 2009. Em Ribeirão Preto, interior paulista, a tubulação velha é responsável por desperdiçar perto de 40% da água. Para evitar perdas, empresas investirão milhões em prevenção e infraestrurura.
Em Ribeirão Preto, cidade de 600 mil habitantes a cerca de 350 quilômetros da capital, a preocupação do Departamento de Água e Esgotos (Daerp) é substituir cerca de 19,2 mil metros de rede distribuidora de água na região central. Segundo Taneilson Wagner Cristiano Campos, diretor superintendente da autarquia municipal, em alguns pontos da cidade a tubulação tem mais de 100 anos. Ao todo são consumidos 138.100 m³ por dia.
Outra particularidade do abastecimento da cidade é que a captação é feita toda no subterrâneo, no Aquífero Guarani. O reservatório se estende pelos Estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, além de Argentina, Paraguai e Uruguai. Ocupa uma área de 1,2 milhões de km², dos quais 70% estão no Brasil.
Campos contou ao DCI que o governo municipal já possui verba própria para realizar a obra, mas não revelou o montante. A obra será realizada por método não destrutivo. "Analisamos três tecnologias e se teremos uma ou duas tubulações: no caso de uma, quando há manutenção é preciso abrir a rua para o conserto; no caso de duas, uma em cada calçada, o gasto de execução é mais elevado, mas evita quebrar o asfalto. Vamos decidir e lançar edital."
Outras medidas de combate à perda de água é a colocação de macromedidores - que ficam na saída dos poços e subestações de distribuição. "A conta é simples: subtrair do total enviado o que é medido nas casas e indústrias. A diferença é o que se desperdiça."
Além da medição, desde o ano passado a cidade, que trata de 98% do esgoto, faz o programa preventivo e o punitivo, contra desperdício. Campos ressaltou que o programa preventivo é a visita de estudantes de Engenharia às casas e empresas para orientar a população. O punitivo, por sua vez, é o programa "Caça-Fraudes". Ao todo, 6 equipes verificam empresas, indústrias e casas, buscando ligações. "Se for constatada fraude, é feito o boletim de ocorrência e o proprietário recebe sanções legais."
Outra empresa que tenta combater o roubo de água é a Sabesp, empresa que faz o saneamento básico de 300 municípios. No ano passado, a empresa identificou mais de 17 mil fraudes na rede de abastecimento da região metropolitana de São Paulo.
O volume de água desviado pelos "gatos" foi de pouco mais de 3,5 bilhões de litros, o suficiente para abastecer por um mês uma cidade de 650 mil habitantes. Com a descoberta das irregularidades e a negociação com os fraudadores, a Sabesp recuperou um montante de R$ 18,5 milhões que haviam deixado de ser faturados.
No acumulado do ano, das 17.296 detectadas, quase 82% (14.534 casos) localizavam-se em imóveis residenciais, e 10% (1.740), em comerciais. O levantamento também identificou 200 irregularidades em indústrias (1%) e 1.285 (7%) em empresas. Das fraudes, o tipo mais comum foi o de violação de hidrômetro: 9.217 casos. As ligações clandestinas chegaram a 6.258.
Santo André — O Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André (Semasa), cidade que fica na Grande São Paulo, investirá R$ 70 milhões, dos quais R$ 50 milhões se destinam à construção de uma nova estação de tratamento de água que abastecerá 25% do consumo na cidade, e o restante, no Programa Reágua (Programa Estadual de Apoio à Recuperação de Águas). A estação de tratamento está dentro das metas de investimento previstas pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), e os valores para o financiamento aprovado vêm do fundo de recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). O processo burocrático até a assinatura do contrato com a Caixa Econômica Federal deve se estender até o dia 27 de novembro, com a liberação dos recursos pelo Tesouro Nacional. Depois disso, será iniciado o processo licitatório.
Segundo Fernando Debeus Costa, assistente da superintendência, desde 1997 existe uma outorga do Departamento de Águas e Energia Elétrica para captar água da Represa Billings (na região do Parque do Pedroso, local onde a estação será construída). "O governo federal incluiu a obra no PAC porque o custo da obra é muito alto para que o município a faça. Daremos início à obra em 2011 e, depois de concluída, haverá água suficiente para 200 mil pessoas."
Hoje, Santo André é responsável pela produção de somente 6% da água consumida; a cidade compra da Sabesp os outros 94%. A nova estação de tratamento, com capacidade para tratar 350 litros de água por segundo, elevaria a produção própria de água para aproximadamente 25%.
Para agilizar o processo, Costa diz que será contratado um projeto executivo - de cerca de R$ 1 milhão - para fazer a interligação de 10 km entre estações.
Para água de reúso há previsão de investimentos de mais de R$ 20 milhões do Banco Internacional para a Reconstrução e o Desenvolvimento (BIRD). Segundo o governo estadual, o Banco Mundial disponibilizará US$ 130 milhões para atender os projetos selecionados. O Reágua prevê que as prefeituras entrem com uma contrapartida no valor de 30% da obra, percentual a ser ressarcido na conclusão projeto. A contrapartida do município é uma forma contratual de garantir a realização do projeto: as cidades que não comprovarem a eficiência da obra executada não receberão de volta a porcentagem investida.
Costa diz ainda que haverá um viveiro de plantas - contrapartida para a construção do Rodoanel Mário Covas - em cuja irrigação será usada água de reúso. Na fase final do Reágua, cerca de 80 instituições de ensino receberão troca de hidrômetro, instalação de equipamentos de uso racional, como vasos sanitários de baixo consumo e restritores de vazão (diminuem pressão nos tubos). (DCI)

Faixa de renda C e D forma nova classe dominante

Em cinco anos, a Grande São Paulo ganhou 1,8 milhão de novos consumidores. Eles hoje integram um grupo que reúne 14,7 milhões de pessoas com renda mensal entre R$ 804 e R$ 4.807: a classe CD, a nova classe dominante. Grande responsável por minimizar os efeitos da crise na economia, esse público agora se apresenta como principal aposta para o crescimento das empresas, em especial das micro e pequenas.
De acordo com estudo do Centro de Políticas Sociais da FGV, o desenvolvimento da economia brasileira, a criação de empregos formais e a transferência de renda (impulsionada principalmente por programas como Bolsa-Família) permitiram que uma boa parcela da população ascendesse na escala social e, finalmente, ganhasse o título de consumidor.
São pessoas que possuem poucos bens, algum dinheiro extra e muita vontade de consumir - afinal, elas acabaram de estrear no mundo das compras. Conforme consultores, a classe CD preza bom atendimento, prazos longos para pagamento e informações claras sobre as condições da compra. Segundo a Associação Brasileira das Relações Empresa-Cliente (Abrarec), encabeçam a lista de desejos da nova classe média casa própria, carro, eletrodomésticos e eletrônicos, em especial os celulares. (Agencia Estado)

Congresso aprova a reforma da saúde e dá a Obama maior vitória

Projeto que amplia a cobertura médica nos EUA era maior prioridade da agenda legislativa do presidente americano. Mandatário teve de negociar até os últimos momentos para convencer deputados reticentes, assinando lei que veda financiamento a aborto.

Na maior vitória do governo Barack Obama até agora, a Câmara dos Representantes (deputados) dos EUA aprovou ontem a reforma do sistema de saúde, considerada a mais importante legislação social no país desde a criação da seguridade social, nos anos 1930. Nenhum republicano foi a favor da lei, já aprovada no Senado.
"Após mais de cem anos de frustração e décadas de tentativas, [...] provamos que ainda somos um povo capaz de grandes conquistas", disse Obama ao lado do vice, Joe Biden. "Esta é a imagem da mudança."
A expectativa é que o presidente sancione a lei nos próximos dias. A reforma torna obrigatória a aquisição de planos de saúde, sob pena de multa e com subsídio a indivíduos de baixa renda e pequenas empresas, e impede que seguradoras privadas neguem planos a pacientes com doenças preexistentes. Também cria um "pool" de planos privados com critérios mínimos estabelecidos pelo governo para oferecer seguros a não segurados.
Calcula-se que conseguirão acesso ao sistema de saúde estimados 32 milhões dos 46 milhões de pessoas que não têm plano de saúde no país. A transformação é a maior desde a criação dos programas públicos Medicare (para idosos) e Medicaid (para pobres) em 1965.
A negociação com a Casa Branca seguiu forte até poucas horas antes da votação. Obama divulgou à tarde uma ordem executiva (equivalente à medida provisória) que será assinada para reiterar que fundos públicos não serão usados para abortos. Só assim foi garantido o voto de democratas antiaborto reticentes quanto à reforma -o texto foi aprovado por 219 votos a 212, com 34 votos contra de deputados governistas.
"A ordem executiva dá garantias adicionais de que restrições ao uso de fundos públicos para abortos não poderão ser contornadas", disse a Casa Branca em comunicado. Antes dessa última concessão, Obama já havia visto a diluição de várias de suas ideias originais, inclusive desistindo de promover a criação de uma agência pública de seguros em competição com planos privados.
Republicanos se mantiveram unidos contra a reforma e até o início da votação exortaram democratas a votar "não". À tarde, partidários da direita cercaram o Congresso em protesto. "Essa reforma vai aumentar o custo dos seguros aos indivíduos e os gastos do governo na hora errada", disse a deputada republicana Cathy Rodgers.
Além de aprovar a lei de reforma que havia passado no Senado, os deputados aprovaram por 220 a 211, também sem voto republicano, um pacote de emendas orçamentárias que muda a multa a quem não tiver plano, aumenta o subsídio a famílias de baixa renda e adia o início de algumas regras.
Quando emendas versam apenas sobre orçamento, o Senado só precisa de maioria simples para finalizar o processo, conhecido como reconciliação. Democratas perderam a supermaioria (que evita obstruções) na Casa em janeiro e, por isso, não quiseram se arriscar a novo voto em políticas específicas.
A reforma em si, porém, não precisa esperar a aprovação das emendas orçamentárias para entrar em vigor -aguarda apenas a sanção de Obama.
As mudanças deverão custar US$ 938 bilhões em dez anos, segundo o Escritório de Orçamento do Congresso, e reduzir deficits federais futuros em US$ 143 bilhões. (FOLHA)

Banco "refinancia" dívida de concorrente

Para expandir carteira de crédito, bancos oferecem condições supostamente mais favoráveis a clientes de outras instituições. Prática já disseminada nos Estados Unidos começa agora a ganhar corpo no mercado de crédito de setores como o de veículos.
Um dos maiores pesadelos dos bancos brasileiros em matéria de concorrência começa a tomar corpo no mercado de crédito nacional. Trata-se do "refinanciamento" de dívida, em que um banco, em tese, seduz o cliente de outra instituição, oferecendo condições supostamente melhores para migrar um empréstimo em curso.
O modelo, que ainda engatinha no Brasil, já funciona razoavelmente bem no segmento de veículos, em que financeiras emprestam dinheiro ao cliente para quitar a dívida no banco concorrente, com a transferência de alienação do carro de uma instituição para outra.
Também está disponível para financiamentos imobiliários, embora com carteiras ainda pouco representativas.
Diferentemente da ferocidade com que ocorre nos EUA, onde os bancos batem na porta do cliente para oferecer taxas e condições melhores de hipoteca, as instituições no Brasil dizem que são "passivas" nessa abordagem comercial.
Por esse motivo, a concorrência não é um elemento-chave na mudança de banco e não resulta em ganhos significativos para o consumidor.
No caso, essas instituições aceitam o cliente descontente com seu banco original ou aquele que passa por dificuldades financeiras e precisa levantar dinheiro mesmo com a casa ou veículo alienado.
O pioneiro na modalidade é o Banco Panamericano, que opera a linha AutoPan de refinanciamento de veículos ainda alienados. Por ele, o cliente consegue levantar dinheiro, dando o carro como garantia, mas estendendo o prazo de financiamento. Como o risco da operação é maior, as taxas podem ser mais altas do que o financiamento original.
No crédito imobiliário, a financeira BM Sua Casa do grupo Brazilian Mortgages foi a primeira no país a oferecer, em maio de 2007, o refinanciamento, inclusive para imóveis alienados em outra instituição. As taxas são de cerca de 1% ao mês, e os prazos chegam a até 30 anos, compatíveis com os financiamentos habitacionais com taxa de 12% mais TR.
Segundo Vitor Bidetti, diretor da BM Sua Casa, o cliente típico do refinanciamento de imóvel é aquele que tem um financiamento, precisa levantar um novo empréstimo, mas não tem receptividade do banco.
"Ele vem aqui e sai com dois cheques: um para ele e outro para quitar a dívida no banco. É o famoso troca com troco. Nosso cliente é aquela pessoa que procura ajustar seu endividamento. Mas também tem o cliente que não quer se descapitalizar, mas pretende custear um filho estudando no exterior ou fazer um "upgrade" e trocar o imóvel por outro maior", disse.
O Santander também atua no refinanciamento, mas só com o produto de hipoteca, em que o cliente entrega o imóvel como garantia de um empréstimo de uso livre. O banco não aceita como garantia imóveis que não tenham sido quitados. As taxas vão de 1,55% a 1,6% ao mês.
O Citibank também entrou no segmento, mas como parceiro do BM Sua Casa na rede de agências e nas lojas Credicard. (Folha)

Grávidas começam a ser vacinadas hoje contra a gripe suína no país

Crianças de seis meses a dois anos e diabéticos também devem se vacinar até 2 de abril.
De hoje até o dia 2 de abril, 73 milhões de grávidas, crianças com idade entre seis meses e dois anos e doentes crônicos, como diabéticos e cardiopatas, deverão ser vacinados contra a gripe suína (H1N1). Essa é a segunda etapa da campanha nacional que começou no dia 8 e pretende imunizar 80% das pessoas inseridas em grupos de risco antes do inverno -período mais severo da gripe.
No caso de doentes crônicos, não é preciso apresentar atestado médico. Idosos com doenças crônicas só serão vacinados a partir de 24 de abril.
Na capital, 434 unidades básicas de saúde começam a vacinar esses grupos.
As unidades básicas funcionam das 7h às 19h, com uma ou outra exceção. Aos sábados e feriados, as AMAs (Assistência Médico Ambulatorial) ficam responsáveis pelo atendimento -não vacinam na semana.
É possível também buscar doses da vacina em órgãos estaduais. São eles o Hospital das Clínicas (das 8h às 15h) e o Instituto Emílio Ribas (8h às 18h), ambos de segunda à sexta.
O Instituto Pasteur e as salas da vacinação dos terminais rodoviários do Tietê e da Barra Funda também vacinam de segunda à segunda (8h às 20h) -exceto crianças.
As vacinas ainda não estão disponíveis na rede privada. Os laboratórios afirmaram que priorizaram a rede pública. Sanofi-Pasteur e Novartis, contudo, já tentam trazer o produto para laboratórios particulares, onde poderão ser acessados por pessoas não incluídas na estratégia do Ministério da Saúde.
Escolha — Os grupos de risco foram definidos por orientação da Organização Mundial da Saúde. Foi observada a morbidade da doença no ano passado -no Brasil, ao menos 156 grávidas morreram, de um total de cerca de 1.700 óbitos causados pela gripe suína. Por isso, o cuidado com as grávidas é redobrado.
Segundo o Ministério da Saúde, mulheres que descobrirem estar grávidas entre 2 de abril -quando acaba essa etapa- e o final da campanha -21 de maio- também serão vacinadas. O mesmo vale para crianças que completarem seis meses no intervalo.
Diferentemente das grávidas, as crianças receberão uma dose em duas vezes -a segunda será 30 dias após a primeira. (Folha)