sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Esse é o ano de nos unir para debelar, o mais rápido possível, a crise que nos ameaça

Trabalhador poderá escolher banco para abrir conta-salário

(Postado por Laerte Teixeira) Medida muito interessante. Principalmente, porque os banqueiros não gostaram e tentaram de tudo no Congresso Nacional para vetar a medida. Os patrões já entraram no chororô dos banqueiros e dizem que será difícil implantar a medida. Besteira. Com a tecnologia moderna, basta acrescentar no final da folhade pagamento para qual banco tem que ir o depósito e pronto. Para os trabalhadores é a oportunidade de trocar mesmo de banco, de escolher os bancos que ofereçam menores tarifas, que tratam seus trbalhadores com dignidade, que respeitam os correntistas. Vamos exercer nossa cidadania e usar a portabilidade do salário para vigiar os banqueiros de perto.

Leia mais: Por meio da ''portabilidade do salário'', os trabalhadores da iniciativa privada poderão escolher, a partir desta sexta-feira, o banco no qual receberão seus pagamentos, por meio das chamadas contas-salário. As contas serão isentas de tarifas ou custos adicionais. Pelo menos cerca de 30 milhões de pessoas que possuem carteira assinada podem ser beneficiadas com a medida.

Os funcionários públicos, no entanto, terão oficialmente de esperar até o início de 2012. Mas podem ter acesso à escolha da instituição antes do prazo previsto, caso os órgãos ou governos onde trabalham fechem novos contratos com bancos que recebem pagamentos.

A conta-salário foi criada em 2006 e faz parte de um amplo pacote elaborado pelo Banco Central (BC) para estimular a concorrência entre bancos. Além da conta-salário, o pacote inclui a portabilidade do cadastro dos clientes bancário, bem como de operações de crédito. Neste caso, a pessoa pode transferir um empréstimo de um banco para outro que oferecer melhores condições de pagamento.

Prefeitos tomam posse e já anunciam cortes de gastos

Essa conversa tem dois lados. Um deles é que a crise é séria e preocupa. O outro lado é que existe um hábito entre os políticos brasileiros de prometer demais, muito além da capacidade de caixa dos municípios, estados ou até mesmo do governo federal. Nada mais oportuno, portanto, do que usar a crise para se livrar de responsabilidade quanto às promessas. Mas o povo brasileiro sabe separar alho de bugalho, e os trabalhadores já têm um nível de informação e de organização que permitirá punir ou reeleger os políticos que se escondem atrás da crise para evitar consolidar uma boa administração.

Leia mais: O prefeito de São Paulo Gilberto Kassab (DEM) e a vice-prefeita Alda Marco Antônio (PMDB) chegam para a cerimônia de posse

Administradores das principais capitais do país preveem que o ano será de aperto

A CRISE ECONÔMICA esfriou a posse dos prefeitos das principais capitais do país, muitos dos quais já anunciaram cortes ou contingenciamento nos gastos públicos.

Embora ninguém admita que terá de recuar em suas promessas de campanha eleitoral, é consenso entre eles a avaliação que o ano de 2009 será de aperto.

Em São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), 48, afirmou que "é preciso navegar com cautela nessas águas turvas" e anunciou congelamento em todas as áreas da prefeitura, excetuando saúde, educação e transportes.

No Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), 39, assinou decretos "anticrise" com o objetivo de economizar, neste ano, R$ 1,3 bilhão -o Orçamento-2009 da cidade é de R$ 10,2 bilhões. Uma das medidas prevê a redução dos salários de cargos de confiança.

Os prefeitos de Porto Alegre, Belo Horizonte e Curitiba, respectivamente, José Fogaça (PMDB), Marcio Lacerda (PSB) e Beto Richa (PSDB), também anunciaram redução nas despesas. Em Salvador, João Henrique Carneiro (PMDB), em segundo mandato, prometeu uma administração mais "enxuta" e declarou que vai controlar até o tempo das ligações telefônicas nos órgãos públicos do município. (Leia mais na Folha)

Indústria pode lucrar US$ 34 bi com substituição de importações

A crise chega forte e traz também oportunidades. Temos que estar atentos para aproveitá-las desde que signifique a geração de mais empregos e de renda para os trabalhadores também. Depois, não podemos perder de vista que vivemos numa economia interdependente. E dependemos também do bom andamento da economia global, dos acordos comerciais que assinamos e da participação de todos os setores económicos, de maneira harmónica, para reforçar o mercado interno e diminuir, a curto prazo, os efeitos da crise financeira mundial.

Leia mais: Perda de valor do real em relação ao dólar deve levar produto nacional a tomar 20% do mercado de importados.

A forte valorização de 46% do dólar nos últimos três meses deverá desencadear uma onda de substituição de importações por produtos nacionais. Economistas e representantes do setor produtivo apontam uma redução entre 10% e 20% do volume de importações com o novo patamar do câmbio, acima de R$ 2. Isso significaria um ganho de até US$ 34 bilhões por ano para a indústria brasileira, conforme cálculos feitos com base nos últimos números da balança comercial.

Entre os produtos que mais deverão ser beneficiados estão insumos como papel, aço, tecidos, máquinas e equipamentos, pequenos eletrodomésticos, alimentos e brinquedos. "Em alguns casos a substituição de importação tende a ser imediata, como é o caso de alimentos e bebidas", avalia o diretor do departamento de competitividade e tecnologia da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), José Ricardo Roriz.

No setor têxtil, a substituição de importação tem sido vista como uma grande oportunidade para retomar o mercado perdido para os chineses nos últimos anos. A Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit) estima que o setor vai crescer mais que o Produto Interno Bruto (PIB) em 2009, especialmente por causa da demanda maior das confecções pelo tecido de fabricação nacional.

"Qualquer fatia de mercado que a indústria recupere representa um volume de produção grande e muita gente empregada", argumenta o presidente do Sindicato da Indústria do Vestuário (SindiVestuário), Ronald Masijah. As empresas brasileiras têm 94% do mercado nacional e produzem 6,4 bilhões de peças de roupas por ano.

Como o setor têxtil, a indústria de máquinas e equipamentos festeja a possibilidade de reconquista do mercado perdido para os importados. Segundo o vice-presidente da Abimaq, José Velloso Cardoso, com a desvalorização do dólar frente ao real, a indústria local perdeu competitividade e o País passou a importar até produtos com similar nacional. "Agora, com a mudança no câmbio, a importação deixa de valer a pena". (Leia mais no Estadão)

Governo muda regras de bancos e libera R$ 40 bi para crédito

O conceito chave é irrigar a economia através de crédito. O governo federal tem feito a parte dele. Os banqueiros (como de hábito) sempre que podem agem pensando apenas nos seus interesses. Parece-nos que há uma tentativa de estimular os bancos a emprestar mais para as pessoas físicas fazendo o crédito chegar na base da sociedade. Vamos ver e vigiar. Banqueiro não mercê confiança porque eles conseguiram criar no Brasil acesso diferenciado ao Estado e deitam e rolam.

Leia mais: Em reunião extraordinária, o Conselho Monetário Nacional alterou regras para as operações de crédito

Brasília - Na noite do penúltimo dia útil do ano, os bancos passaram a contar com um limite extra de até R$ 40 bilhões para emprestar aos clientes. Em reunião extraordinária, o Conselho Monetário Nacional (CMN) alterou regras para as operações de crédito e arrendamento mercantil (leasing) em mais uma tentativa de aumentar a oferta de dinheiro no mercado.

A decisão afeta o provisionamento dos bancos nos empréstimos, que é a reserva obrigatória que deve ser feita para cobrir eventuais prejuízos gerados pela inadimplência. Até ontem, bancos que faziam provisão superior à exigida pela legislação eram prejudicados na capacidade de repassar dinheiro aos clientes. Isso porque a operação afetava o cálculo do Patrimônio de Referência (PR), principal parâmetro para determinar o limite de empréstimo de uma instituição financeira.

A partir de agora, o provisionamento extra deixa de entrar no cálculo do PR. Bancos que forem mais conservadores que o exigido - ao formar reserva superior ao obrigatório - não perderão capacidade de emprestar a famílias e empresas.

O provisionamento é calculado de acordo com alíquotas que variam conforme o risco atribuído aos empréstimos. Para as operações consideradas mais seguras, bancos têm de reservar valor equivalente a 0,5% da operação. No caso dos empréstimos com atraso superior a 180 dias, a provisão precisa ser de 100% do valor devido.

Em novembro, segundo o Banco Central (BC), os bancos mantinham R$ 63,4 bilhões em provisões. O valor é aproximadamente R$ 4,5 bilhões superior ao exigido, recursos que poderão ser direcionados a empréstimos. Mas como a capacidade de ofertar crédito é calculada com base em multiplicadores, o potencial de novos empréstimos é bem maior. As regras que relacionam o patrimônio de um banco à sua capacidade de emprestar são determinadas pelo Acordo de Basiléia, conjunto de normas que estabeleceu regras globais para exposição a risco dos bancos.

A analista do segmento bancário do Banco Banif, Lia da Graça, diz que a mudança é mais uma medida do governo no esforço de tentar aumentar a oferta de crédito, mas questiona a eficácia da decisão ao lembrar que instituições que eventualmente estejam sendo mais seletivas na concessão de crédito o façam pelo aumento da percepção de risco, como reação à crise, e não por limitações regulamentares.