sexta-feira, 3 de junho de 2011

Mobilizar os trabalhadores e a Nação contra a nefasta política de juros altos que concentra renda e ameaça nossos empregos

Resgatar o governo Dilma das articulações dos especuladores dos juros altos

Por Ricardo Patah, presidente nacional da UGT

Neste momento histórico em que a presidente Dilma Rousseff anuncia medidas concretas para a erradicação da miséria mantemos também a esperança de que seu governo se liberte das manipulações articuladas pelos especuladores financeiros, apoiados pelos economistas de plantão, que insistem na nefasta política de juros altos, insistindo no avanço de mais 0,25% na Taxa Selic. O objetivo, como mostra o texto do jornal Valor, de hoje, é afetar o nível de emprego no Brasil. Desta maneira, avaliam os economistas consultados pelo jornal, se configuraria o desaquecimento da economia, com redução do consumo. Justificando, na visão deles, o aumento de juros que articulam através dos meios de comunicação. A presidente Dilma sabe que para combater a miséria tem que manter os níveis de empregabilidade, ampliar a distribuição de renda através de salários decentes e gerar mais oportunidades através de investimentos na Educação e Qualificação. Temos, portanto, que mudar, radicalmente, a atual politica econômica que é infelizmente refém dos economistas e especuladores que só vêm o arrocho fiscal, o desaquecimento da economia e o desemprego em massa como alternativa de viabilidade econômica. Ou seja, uma politica nefasta que beneficia apenas uma minoria, que concentra renda, que traz de volta a desmobilização da Nação brasileira em torno da esperança de termos mais qualidade de vida, com acesso ao consumo, sustentado por empregos com salários decentes.

Emprego reforça tendência de novos apertos nos juros

O desaquecimento da economia estampado nas estatísticas sobre a produção industrial de abril e a queda da inflação em maio não devem alterar a determinação do Banco Central de promover mais um aumento da taxa básica de juros na reunião do Copom de quarta-feira. Há unanimidade no mercado a respeito disso. Todos os 33 economistas consultados ontem pelo Valor já trabalham com Selic de 12,25% em junho, prevendo, portanto, aumento de 0,25 ponto percentual.

Em Brasília, os sinais vindos da autoridade monetária também indicam que o Copom não se deixará influenciar pelos dados sobre a queda da produção e da inflação. O Banco Central considera que precisa ainda dobrar as expectativas dos agentes econômicos em relação à inflação de 2012, prevista em 5,1%, acima dos 4,5% do centro da meta.

O desaquecimento verificado até agora, segundo análises da autoridade monetária, ainda se mostra distante de afetar o mercado de trabalho e, com isso, reduzir o consumo. Cálculos de economistas privados mostram que um aumento da oferta de emprego da ordem de 90 mil a 100 mil vagas por mês é praticamente neutro para a taxa de desemprego, hoje de 6,4% da população ativa. Abaixo disso, o desemprego aumenta. Acima disso, cai. Segundo dados do Caged, em abril foram criados 272.225 novos postos de trabalho e, no quadrimestre, 880.717.

A maioria dos economistas está afinado com essas análises. Entre os 33 ouvidos peloValor, 19 preveem um segundo aumento da Selic, que a levaria para 12,5% em dezembro. Parte dos analistas, porém, acredita no encerramento do ciclo de alta já na semana que vem. Alguns não descartam uma pausa, mas com posterior retomada do ciclo de alta no quarto trimestre, resultando em Selic de até 13,25% em dezembro. (Valor)

Dilma diz que pobreza nunca foi olhada como deveria no Brasil

Ao lançar hoje (2) o Plano Brasil sem Miséria, principal eixo da política social do governo federal, a presidenta Dilma Rousseff disse que a pobreza nunca foi olhada como deveria pelos governantes que a antecederam, à exceção do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, único que citou como preocupado com a questão da miséria no país. Segundo Dilma, Lula enxergou os pobres como "seres capazes de construir sua própria riqueza, sua dignidade".

"Foram precisos mais de quatro séculos para que o combate à pobreza se convertesse de fato em política prioritária de governo. Os nossos pobres já foram acusados de tudo, inclusive de serem responsáveis pela sua própria pobreza", afirmou Dilma, ressaltando que o ex-presidente Lula foi um dos inspiradores do plano lançado hoje.

"Já disseram que, se nós déssemos o Bolsa Família, eles [os mais pobres] se conformariam com a pobreza. Já disseram, de forma absurda, que as causas da pobreza eram o clima tropical, o nosso sol, e a miscigenação. Já disseram, e em parte tinham razão, que se a gente fosse olhar a raiz, uma das causas de nossa pobreza era a escravidão. Mas a escravidão passou há muito tempo e a falta de vontade política ultrapassou a escravidão", disse a presidenta.

O Plano Brasil sem Miséria articula e amplia programas já existentes, como o Bolsa Família, que passa a atender mais 1,3 milhão de crianças e adolescentes, e inaugura o que o governo vem chamando de "busca ativa", para identificar famílias que não são ainda atingidas por ações.

Em seu discurso, Dilma também afirmou que o grande mérito do plano é trazer para a pauta dos governos o compromisso de combate à miséria. "Devemos fazer todo e qualquer esforço para superá-la, para dizer que a luta contra a miséria é dever do Estado e tarefa de todos os brasileiros e brasileiras deste país", disse a presidenta.

Dilma destacou ainda o papel de pensadores brasileiros que estudaram as questões sociais, como Gilberto Freyre, Joaquim Nabuco, Sérgio Buarque de Holanda, Josué de Castro e Darcy Ribeiro. Segundo a presidenta, no Brasil sem Miséria "ecoam as vozes" de todos esses pensadores.

A presidenta também lembrou o sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, idealizador da campanha Ação da Cidadania contra a Miséria e pela Vida, na década de 1990,.e agradeceu à família do pintor Candido Portinari, que cedeu os direitos da obra do artista para ilustrar peças do Plano Brasil sem Miséria. (Agencia Brasil)

Anatel aprova novas regras e abre mercado de TV a cabo para as teles

Regulamento que permite a entrada das teles no serviço de cabo será colocado em consulta pública, com um número ilimitado de outorgas por cidade e licenças vendidas a R$ 9 mil, sem licitação; associação de TV paga prevê reação na Justiça

O último obstáculo para a abertura do mercado de TV a cabo foi desfeito ontem pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Foi aprovado o novo regulamento do setor, que acaba com o limite no número de outorgas e define o preço de R$ 9 mil por licença, com condicionantes.

Na prática, isso significa que o serviço, hoje restrito a apenas 262 municípios, terá não só ampliação da cobertura, mas também aumento de competidores, com a possibilidade da entradas das empresas de telefonia. Até agora, as teles só podiam oferecer o serviço de TV a cabo fora das suas áreas de concessão - o que fazia pouco sentido do ponto de vista econômico, já que não têm, nessas áreas, uma rede de telefonia pronta, para aproveitar a infraestrutura.

"O regulamento vem complementar a decisão tomada no ano passado, que aprovou o novo planejamento do setor", ressaltou o conselheiro João Rezende, relator da matéria na Anatel. Rezende disse que, além de ampliar a cobertura de TV a cabo, as novas regras incrementarão a oferta de banda larga. As normas seguem agora para consulta pública, pelo prazo de 40 dias. Depois, voltam para a Anatel, que acata ou não as sugestões. Só então as mudanças passam a valer.

Rezende lembrou uma pesquisa de servidores da Anatel que mostrou que a abertura do mercado de TV a cabo alavancará também o mercado de banda larga em pelo menos 4,4 milhões de domicílios. A mudança trará uma receita adicional anual de R$ 4,8 bilhões para o setor, segundo Rezende. Isso representa uma alta de cerca de 32% no número de domicílios e de 26% na receita em relação aos dados de 2010 para a banda larga fixa, no prazo máximo de três anos.

Nesse cenário, o governo federal teria uma arrecadação adicional de R$ 176 milhões e os governos estaduais ganhariam R$ 1,2 bilhão. Rezende lembrou que os procedimentos que serão adotados pela Anatel foram corroborados pela Advocacia-Geral da União (AGU), que deu o aval para todas as mudanças.

A abertura do mercado de TV a cabo será condicionada ao cumprimento de obrigações pelas empresas interessadas. Uma das exigências é que as empresas com poder de mercado significativo, como a Net, por exemplo, terão de cumprir a meta de cobertura de 50% a 70% da área da outorga em até 36 meses. Para os novos operadores, que não se encaixam nessa classificação, as obrigações são mais amenas: 25% a 66% no prazo de 96 meses. Com o intuito de expandir o serviço para pequenos municípios, não haverá, no entanto, condicionantes para cidades com menos de 100 mil habitantes.

Segundo o presidente da Anatel, Ronaldo Sardenberg, foram aprovadas três propostas de consulta pública: o regulamento do serviço de TV a cabo; o regulamento dos serviços de outorga para as empresas que prestam serviço (renovação dos contratos das cerca de 80 empresas); e o regulamento dos serviço de outorga para as empresas que não prestam serviço ainda.

Reação. A decisão da Anatel de mudar o regulamento de TV a cabo não foi bem recebida pela Associação Brasileira de Televisão por Assinatura (ABTA). "Isso ainda vai para consulta pública, e há coisas que precisam de esclarecimento e de mudança", disse Alexandre Annenberg, presidente executivo da ABTA. "Existem pontos que vão contra a lei."

Ele citou como exemplos de ilegalidades na proposta as ideias de se cobrar somente R$ 9 mil pela outorga e de não se fazer licitações. "O Ministério Público acionou o Tribunal de Contas da União sobre o assunto", disse Annenberg. O presidente da ABTA espera que o regulamento seja modificado durante a consulta pública. Caso não seja, o executivo prevê que o assunto pode acabar na Justiça. "Uma judicialização dessa história poderia atrasar o mercado por anos", alertou Annenberg.

Na opinião dele, a Anatel deveria oferecer novas outorgas de acordo com as regras atuais, abrindo licitações para várias cidades, e aguardar a aprovação do Projeto de Lei Complementar (PLC) 116, que se encontra no Senado e que substitui a Lei do Cabo.

"O único impedimento que haveria para as concessionárias (Oi e Telefônica) seria o de não operar na sua área de concessão até a aprovação do PLC", apontou Annenberg. "O regulamento, como foi apresentado, cria um ruído desnecessário." (Estado)

Famílias de baixa renda terão telefone com assinatura a R$ 13,90

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) aprovou nesta quinta-feira o Plano Geral de Metas de Universalização para a telefonia fixa (PGMU3) que inclui alterações no Acesso Individual Classe Especial, destinado à população de baixa renda. Com as mudanças, a assinatura básica mensal vai custar R$ 9,50 sem impostos e R$ 13,90 com impostos. A intenção, segundo a Anatel, é aumentar para 13 milhões o número de pessoas com acesso ao programa, oferecendo o benefício às famílias atendidas pelo Bolsa Família. O Aice, que existe desde 2005, tem atualmente 184 mil assinantes.

Ainda de acordo com o plano aprovado, até o fim de 2015, pelo menos 80% dos domicílios rurais devem ter acesso à telefonia fixa e todas as escolas públicas e postos de saúde rurais devem ter pelo menos um "orelhão". O PGMU prevê também que as concessionárias de telefonia fixa devem melhorar o sistema de gestão dos telefones públicos. Cada município deverá ter quatro "orelhões" para cada grupo de mil habitantes.

Foram mantidas regras de planos anteriores, como a instalação de orelhões em locais com mais de 100 habitantes e em instituições de ensino, de segurança, de saúde, além de bibliotecas e museus. Pelo menos 2% dos orelhões devem ser adaptados para deficientes físicos e a chamada para serviços de emergência continua gratuita. (O Globo)

Aquisição de terras por estrangeiros já motiva primeira ação judicial

A alteração nas regras de aquisição de terras por estrangeiros está causando uma comoção fundiária no país. Vendedores e compradores de áreas rurais começam a abrir disputas judiciais para ver quem pagará pelas restrições derivadas de uma nova interpretação da lei pela Advocacia-Geral da União (AGU).

A primeira ação judicial chegará nos próximos dias aos tribunais. Uma ação anulatória de ato jurídico proposta por dois produtores rurais tentará desfazer negócios de R$ 300 milhões da venda de 40 mil hectares de terras na Bahia e em Mato Grosso.

Os vendedores brasileiros afirmam que os compradores estrangeiros suspenderam o pagamento das parcelas do negócio sob alegação de não conseguir acessar financiamentos nem realizar transações lastreadas na posse da terra desde a mudança da regra pela AGU. Os compradores sustentam que não podem registrar nem escriturar as terras em seus nomes. Tampouco podem fazer operações simples como comprar insumos ou fechar contratos sem anuência do vendedor em casos onde sejam exigidas hipotecas do imóvel.

Os nomes das partes permanecem ainda sob sigilo. Mas o advogado Lutero de Paiva Pereira, responsável pelas primeiras ações, avalia que a situação beneficia os estrangeiros. "Eles estão cômodos. Compraram a terra e não estão pagando. Exigem que os vendedores avalizem, com seu patrimônio pessoal, financiamentos e transações que eles não podem fazer por causa das proibições da AGU", diz. Os brasileiros temem perder dinheiro e patrimônio pessoal porque, sem a posse da terra, figuram como devedores solidários. "Por isso, querem entrar na Justiça para anular o negócio", afirma Pereira. Enquanto isso, afirma ele, os estrangeiros "usam a terra e o lucro da produção" sem nenhum ônus.

Consultado sobre a situação, o advogado-geral da União Luís Adams informou ter recebido "diversas propostas" de investidores estrangeiros para modificar a interpretação da lei. "Mas até agora nenhuma decisão foi tomada", afirmou ao Valor.

A AGU fechou o cerco à aquisição por estrangeiros. Orientou o Ministério da Fazenda a criar regras, por meio da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), para impedir a compra de ações de companhias brasileiras detentoras de terras por empresas de capital estrangeiro. Também recomendou ao Ministério do Desenvolvimento bloquear aquisições e fusões de empresas brasileiras e estrangeiros a partir da informação das Juntas Comerciais nos Estados. O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) determinou aos cartórios um "pente fino" nessas transações para evitar o registro definitivo das terras.

As compras de propriedades rurais por estrangeiro vinham sendo fechadas com base em um parecer da Advocacia-Geral da União (AGU) que dispensou autorização para a aquisição de imóveis rurais em território nacional. Até 1995, o Artigo nº 171 da Constituição Federal, depois revogado, permitia a distinção entre dois conceitos: empresa nacional de capital estrangeiro e companhia controlada por acionistas não-residentes no país ou com sede no exterior.

De 2002 a 2008, houve uma avalanche de investimentos estrangeiros em terras no Brasil. Dados do Banco Central apontam para um aporte de US$ 2,43 bilhões nesse período. Se consideradas todas as atividades do agronegócio, como agroindústrias e serviços, a conta chega a US$ 46,91 bilhões em sete anos.

A decisão da AGU também abre a possibilidade de questionamentos jurídicos nos casos de aquisições e fusões anteriores à sua interpretação da Lei nº 5.709, de 1971 - criada no regime militar para barrar a compra de propriedades por estrangeiros. O texto limitava as compras a um quarto da área de cada município brasileiro e previa que cidadãos de mesma nacionalidade não podiam ser donos de mais de 40% desse limite.

Dados inéditos do cadastro rural do Incra mostra que, até 2008, havia 4,04 milhões de hectares registrados por estrangeiros. São 34.218 imóveis concentrados em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Bahia e Minas Gerais. (Valor)

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Mais um agricultor é assassinado no Norte; governo anuncia operação militar

Marcos Gomes da Silva, que morava no mesmo assentamento de casal extrativista do Pará, foi morto a tiros por dois homens encapuzados na zona rural de Eldorado dos Carajás

O agricultor Marcos Gomes da Silva, 33 anos, foi assassinado a tiros, diante da mulher e de outras três testemunhas, por dois homens encapuzados na zona rural de Eldorado dos Carajás. Silva teve a orelha decepada após o crime, da mesma forma que o líder extrativista José Cláudio Ribeiro da Silva, morto há duas semanas, juntamente com sua mulher, Maria do Espírito Santo. A notícia do assassinato, o quinto na região amazônica em duas semanas, chegou ao governo na tarde desta quinta-feira, 2, e levou a presidente Dilma Rousseff a convocar uma reunião com governadores da Região Norte e a anunciar uma ação militar de emergência, batizada de Operação de Defesa da Vida.

O superintendente da Polícia Civil em Marabá, delegado Alberto Teixeira, afirmou que a vítima não tinha inimigos nem era um líder da comunidade, que reivindica ser assentada pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária. "Pode ter sido um assassinato aleatório para atrapalhar as investigações sobre o crime ocorrido em Nova Ipixuna", disse o delegado, referindo-se à morte do casal de extrativistas do Pará. Segundo ele, não há evidências de que o assassinato do agricultor tenha sido resultado de conflitos por terras.

Tragédia. A agonia de Gomes da Silva começou na tarde de quarta-feira, 1º, quando ele construía uma ponte sobre um córrego perto do local onde morava com a família. Dois encapuzados chegaram atirando. Atingido no abdome, ele saltou no rio e se escondeu no matagal, segundo Djesus Martins de Araújo, coordenador do acampamento. (Estado)

Câmara proíbe dívida contestada no SPC
A CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara aprovou ontem em caráter terminativo (não precisa passar pelo plenário) proposta que proíbe que consumidores com recurso ou impugnação contra execução de dívida entrem no serviço de proteção ao crédito.

"É forma de minimizar exagero dos credores", diz Moreira Mendes (PPS-RO), relator. (Folha)

Educação inibe novos projetos, diz estudo

Para se tornar mais atraente como polo internacional de investimento e negócios, o Brasil precisa promover melhoras expressivas na educação e na infraestrutura física, mas já tem trunfos importantes para alcançar esse objetivo - um ambiente macroeconômico razoavelmente saudável, estabilidade política e institucional bastante consolidada e uma infraestrutura financeira sofisticada. Essas são algumas das principais conclusões de um relatório produzido pela Brain (Brasil Investimentos & Negócios).

Elaborado com o apoio do Boston Consulting Group, o documento analisa o desempenho brasileiro em comparação com 13 países (de emergentes como China, Índia e Rússia a desenvolvidos como EUA, Reino Unido e França), em 57 dimensões, distribuídos em sete pilares: ambiente macroeconômico, ambiente institucional, talentos e capital humano, infraestrutura física, infraestrutura financeira, conectividade e imagem.

Para o diretor-executivo da Brain, Paulo Oliveira, o ponto que requer mais atenção é a educação. Se não investir na qualificação de mão de obra, o Brasil pode deixar de aproveitar as oportunidades de investimento que aparecerão nos próximos anos. De 11 pontos analisados pelo relatório no pilar Talentos e capital humano, o Brasil fica em último lugar em quatro, na comparação com os outros 13 países: qualidade do ensino básico, alinhamento do ensino superior com o mercado, internacionalização de estudos e disponibilidade de gestores e engenheiros de qualidade.

Oliveira destaca, em seguida, a importância de o país focar na melhora da infraestrutura física para se tornar um polo relevante de investimento e negócios. A boa notícia é que, nesse setor, a possibilidade de obter avanços concretos é muito mais rápidos do que na educação, ressalta ele. No relatório da Brain, o Brasil aparece em penúltimo lugar no quesito mobilidade urbana, à frente apenas da Índia. No item qualidade de transporte aéreo, o país só supera a Rússia.

O executivo ressalta, porém, que o país dispõe de várias qualidades para se tornar o polo de investimentos e negócios mais importante da América Latina. No caso do ambiente macroeconômico, o crescimento mais forte nos últimos anos, a estabilidade monetária e a baixa volatilidade econômica ajudam a atrair investidores. Há pontos a melhorar, como a distribuição de renda, a pior entre todos os países que aparecem no estudo, mesmo com os avanços recentes.

"Outro trunfo importante é a estabilidade política e institucional do Brasil", diz Oliveira, destacando que, nesse campo, o país está bem à frente de competidores como China, Índia e Rússia. Mesmo no ambiente institucional, porém, também há aspectos que vão mal. O mercado de trabalho é pouco flexível, e o país fica na lanterninha no quesito que mede a facilidade para as empresas pagarem impostos.

A infraestrutura financeira, por sua vez, é mais ponto do qual o Brasil pode tirar vantagem. O país conta com uma regulação eficaz e uma ampla disponibilidade de serviços financeiros. Falta, porém, desenvolver um mercado de títulos privados de prazos mais longos, destaca Oliveira. "O objetivo da Brain é fazer um diagnóstico, mas também fazer uma chamada para ação", diz ele. Grupos de trabalho já estão empenhados nessa direção. O relatório será lançado hoje em evento na sede Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio). A Brain tem hoje 13 associados, entre eles a BM&FBovespa, a Anbima (associação do mercado de capitais), a Febraban (federação das associações de bancos), a Fecomercio e mais nove bancos. (Valor)

Aluno de escola pública pode ficar isento de inscrição em vestibular

Os alunos de escolas públicas podem ficar isentos da inscrição no vestibular de universidades federais, caso o Projeto de Lei 176/07 entre em vigor.
A medida foi aprovada nesta quinta-feira (2), em caráter conclusivo, pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara dos Deputados e agora segue para análise do Senado.
De acordo com o texto aprovado, a medida beneficia os estudantes que cursaram todo o ensino médio em escola pública e os que tenham recebido bolsa integral em escola particular. Para ter direito à isenção, entretanto, os candidatos devem comprovar renda familiar per capita igual ou inferior a uma salário mínimo e meio, o equivalente hoje a R$ 817,10.
Enem — Utilizado como auxílio para compor as notas de muitos vestibulares, as inscrições para o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) começaram no dia 23 de maio e terminam no dia 10 e junho.
As inscrições devem ser realizadas somente pela internet, sendo que as provas ocorrerão nos dias 22 e 23 de outubro. (Infomoney)

Mesmo desempregado, brasileiro compra pela internet, aponta Ipea

Estar empregado não é condição determinante para que os brasileiros comprem pela internet. Pesquisa do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) mostra que a probabilidade de consumo pela internet dos desempregados não é diferente da probabilidade de compra de quem pertence à população economicamente ativa.

Estatisticamente, em uma escala até 1, as chances de compra de quem não está trabalhando é de 0,306 e as dos empregado é muito semelhante, de 0,296. Para o instituto, essa diferença não é significativa.
O estudo, divulgado nesta quinta-feira (2), aponta que, em 2009, quase 12 milhões de internautas compraram pela internet – 19% do total de internautas daquele ano, que foi de 63 milhões. E que do total de empregados, 25% fizeram compras virtuais, número, dessa vez, bem diferente do total de desempregados – 15% deles compraram pela internet em 2009.
Para realizar a pesquisa, o Ipea utilizou dados da TIC Domicílios de 2009 e do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Letramento digital — O técnico de Planejamento e Pesquisa do Ipea, Luís Claudio Kubota, que apresentou a pesquisa, explicou que 20% dos usuários das áreas urbanas compraram pela web e 9% dos usuários de áreas rurais fizeram o mesmo.
Por renda, a classe A concentrou 59% das compras virtuais, seguida das classes B (33%), C (13%) e das classes D e E (5%). O técnico avaliou que, embora seja evidente que as classes de maior renda tenham a maior probabilidade de comprar no e-commerce, outros fatores contribuem para que a baixa renda não compre em maior proporção, como o fato de a maior parte dos pagamentos on-line serem feitos por meio do cartão de crédito – instrumento que não alcança toda a população.
“Do ponto de vista da inclusão dos consumidores de menor nível econômico e de escolaridade, o crescimento da renda propicia maior acesso, mas um ponto que é muito importante é o letramento digital, pois existe um risco envolvido nessas transações”, afirmou. “Existe um risco do mal uso do cadastro, de não ser efetuada a entrega. E é fundamental a questão do letramento digital. Se você não adota medidas adequadas, há um aumento das fraudes eletrônicas”, explica.
Por região, do total de compradores, 23% estão no Sudeste, 12% no Nordeste, 20% no Sul, 19% no Norte e 19% no Centro-Oeste. De acordo com Kubota, de maneira geral, os consumidores do Norte tem maior propensão a comprar pela internet que os da região Nordeste.
Por faixa etária, existe uma proporção maior de compradores de internet com idade entre 25 e 59 anos. Dentro dessa faixa etária, a proporção é maior entre aqueles com idade de 35 a 44 anos, que concentraram 29% dos compradores. (Infomoney)

Bernardo diz que teles preferem cobrar caro para atender pouca gente

O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, cobrou das empresas de telefonia ações para ampliar o acesso da população aos serviços de telecomunicações a preços mais acessíveis. “Como as empresas se conformam em oferecer serviços que só atendem a cerca de 20% da população? Não acho razoável. Isso se deve à renitente opção das empresas de oferecer serviços caros e atender pouca gente. E tem que ser o contrário, tem que oferecer serviço barato para muita gente. Podemos fazer muito mais que isso, e o mercado não pode só pedir dinheiro para o governo”, disse Paulo Berrnardo.

O ministro participou da abertura do 55º Painel Telebrasil, promovido pela Associação Brasileira de Telecomunicações. Disse que o governo está disposto a trabalhar em parceria com as empresas do setor de telecomunicações para aumentar o acesso da população aos serviços de telefonia e banda larga. Segundo ele, esse é um desafio e uma responsabilidade do governo e dos agentes econômicos. “Queremos somar esforços, estamos com toda a disposição de fazer diálogo, trabalhar de forma coesa, fazer parcerias”.

Paulo Bernardo revelou que tem sido cobrado “de forma enfática” pela presidenta Dilma Rousseff para fazer avançar o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), que prevê a massificação do acesso à internet de alta velocidade. Outra determinação da presidenta foi o uso das tecnologias de informação e comunicação para a área de educação, inclusive com o aumento da velocidade da banda larga nas escolas públicas do país. (Agencia Brasil)