quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Muita cautela e bom senso neste momento em que se percebem sinais de superação da crise, que ainda não nos devolveu os empregos tomados

Emprego industrial volta a crescer em julho após 9 meses

Aos poucos, um ano após o início da crise em setembro de 2008, começamos uma recuperação ainda que tímida. O que fará de 2009 um ano perdido, lamentavelmente. Mas que ainda assim nos manterá com indicadores mais robustos que os experimentados e sofridos por economias ditas desenvolvidas. O que nos mostra, também, que o Brasil fez ao longo das décadas, desde o Plano Real em 1994, o seu dever de casa. E com o governo do presidente Lula, com a inserção de grandes massas de consumidores ao mercado, conseguimos gerar uma estabilidade que agora nos protege. É preciso fazer mais, muito mais. Transferir renda via salários, incluir mais e mais contigentes ao mercado. O que só é possível se corrigirmos as grandes distorções sociais que o Brasil tem, resgatando homens e mulheres da pobreza, protegendo jovens e idosos, criando e distribuindo bem-estar.

Leia mais: Segundo o IBGE, o emprego na indústria registrou alta de 0,4% ante junho; no ano, queda é de 5,4%.

O emprego industrial subiu 0,4% em julho ante junho, na série com ajuste sazonal, segundo divulgou nesta terça-feira, 8, o IBGE. O resultado positivo interrompe uma sequência de nove quedas consecutivas na ocupação no setor nessa base de comparação, segundo destacaram os técnicos do instituto no documento de divulgação.

Na comparação com julho do ano passado, porém, o emprego na indústria caiu 7,0%, o pior resultado na comparação com igual mês de ano anterior apurado pelo IBGE desde o início da série histórica da pesquisa, em 2001. No ano, o emprego na indústria acumula queda de 5,4% e em 12 meses, recuo de 2,7%.

Folha de pagamento real da indústria sobe 0,1% em julho -- O valor da folha de pagamento real da indústria aumentou 0,1% em julho ante junho, na série com ajuste sazonal, segundo o IBGE. O resultado reverte uma queda de 1,7% apurada na folha do setor em junho ante maio.

Nos confrontos com iguais períodos de 2008, o valor total da folha de pagamento apresentou resultados negativos no índice mensal (-3,9% ante julho do ano passado) e no acumulado no ano (-1,6%). O indicador acumulado dos últimos 12 meses "prossegue com redução no ritmo do crescimento desde setembro do ano passado" (quando alcançou alta de 6,7%)", atingindo 1,5% em julho/09.

Emprego industrial reage positivamente à retomada da produção, diz especialista -- Os dados do emprego industrial de julho mostram uma influência positiva da reação da produção do setor sobre o mercado de trabalho, segundo avalia o economista da coordenação de indústria do IBGE, André Macedo.

Macedo explicou que a queda de 7,0% apurada na produção em julho ante igual mês do ano passado, um recorde negativo na série histórica, resulta de uma base de comparação elevada de 2008. "Os dados que comparam os resultados de 2009 com o ano passado não refletem a recuperação que já está ocorrendo na indústria após o ajuste intenso que foi feito no final de 2008", observou.

Segundo Macedo, "é preciso aguardar novas informações sobre como vai se dar esse ritmo de reação na produção e como vai se rebater no mercado de trabalho". Ele lembra que a ocupação reflete de forma defasada a recuperação na produção industrial e avalia que o emprego não teria como reagir com mais vigor em momento de retomada lenta do setor. (Leia mais no Estadão)

CNT/Sensus: para brasileiros, País enfrenta bem a crise — Para quase metade dos entrevistados na pesquisa CNT/Sensus divulgada hoje, o Brasil lidou adequadamente com a crise financeira internacional. O levantamento mostra que 48,8% das pessoas disseram que o País enfrentou corretamente a situação, índice um pouco abaixo dos 50,4% verificados na pesquisa realizada em maio. Para outros 27,4%, o Brasil não lida adequadamente com a crise, ante os 26,5% do levantamento anterior. Outros 17,4% disseram que o País lida "mais ou menos" adequadamente com a crise. Antes, o índice era de 16,3%.
A pesquisa mostra ainda uma alta significativa no índice de pessoas que acreditam que o Brasil "está saindo" da crise. Do total, 52% fizeram essa avaliação, ante os 35,9% de maio. Para 40,7%, o País segue na crise (55,3% em maio).
O levantamento também revela otimismo em relação a como o Brasil vai sair da crise. Para 59,4% dos entrevistados, o País sairá fortalecido (55,9% em maio). Para 18% dos entrevistados (19,7% na pesquisa anterior), ele sairá enfraquecido. Para 15,6%, o Brasil sairá da crise do mesmo jeito que entrou. Antes, o índice era de 14,5%.


Brasileiro é o que trabalha mais para pagar impostos
O que percebemos no texto a seguir que até mesmo os empresários não suportam mas pagar tanto impostos, mesmo sendo a maioria dos impostos que pagam transferidos para o consumidor final. O que dizer do trabalhador que paga na fonte e na hora que consome os produtos, sem alternativa. E que é taxado em cima de salário e não dos lucros ou da renda. Temos que fazer com urgência a reforma tributária e fiscal. Para reduzir a carga fiscal e incentivar o país a investir e a crescer.

Leia mais: Empresário do país trabalha 2.600 horas por ano para o fisco, contra 563 na AL. Brasil é o último colocado nesse quesito em ranking sobre ambiente de negócios com 183 países e ocupa o 129º lugar na lista geral.
O empresário brasileiro trabalha 2.600 horas a cada ano para acertar suas contas com o fisco. Segundo o relatório "Doing Business - 2010", divulgado pelo Banco Mundial (Bird), trata-se do maior patamar verificado em um conjunto de 183 países.
Na lista de economias onde o empreendedor precisa trabalhar mais tempo para pagar os impostos figuram ainda as de Camarões, com 1.400 horas, Bolívia (1.080 horas) e Vietnã (1.050 horas). No sentido oposto, o empresário precisa trabalhar apenas 12 horas para quitar as dívidas com o fisco nos Emirados Árabes e 63 horas na Suíça. Na comparação regional, o Brasil também vai mal: a média dos países da América Latina é de 563,1 horas.
De modo geral, o Brasil fica no 29º lugar no ranking elaborado pelo Banco Mundial de locais de maior facilidade para a realização de negócios. A classificação coloca o país atrás de Colômbia, Chile, Peru, El Salvador e Nicarágua, entre outros. No relatório anterior, o país estava no 127º lugar.
O indicador leva em conta exigências para abertura de um negócio, legislação trabalhista, registro de propriedade, pagamento de impostos, comércio exterior e fechamento de empresas, entre outros aspectos.
A única reforma computada no estudo a favor da iniciativa privada adotada no Brasil está relacionada à abertura de negócios, com o fim da exigência de licença e inspeção da brigada de incêndio antes da obtenção da licença de operação no âmbito municipal. O relatório cita ainda o começo da implementação de serviços online em algumas cidades de São Paulo.
O Banco Mundial diz que um ambiente de negócios com regulação engessada não contribui para elevar a qualidade dos produtos, tornar o trabalho mais seguro ou reduzir a poluição. Na prática, serve só para inibir a iniciativa privada, o que eleva o número de pessoas na economia informal, aumenta os preços ao consumidor e incentiva a corrupção.
Além do peso dos impostos, o empresário brasileiro lida com entraves relacionados ao número de procedimentos para a abertura de um negócio. No Brasil, a burocracia requer 16 procedimentos, um dos patamares mais elevados no mundo, mas houve melhora em relação ao ano anterior, quando eram necessários 18. A abertura de um negócio no país leva cerca de 120 dias. A média da América Latina é de 45,5 dias.
Um dos pontos favoráveis ao país é o custo para abertura de uma empresa, estimado em 6,9% da renda per capita, contra a média de 35,6% da América Latina. (Leia mais na Folha)


Nova CPMF é rejeitada por 54% dos brasileiros, mostra pesquisa
A maior parte dos brasileiros é contra a criação de um novo imposto para financiar a saúde, segundo pesquisa do instituto Sensus feita para a Confederação Nacional do Transporte.
De acordo com o levantamento, 53,9% dos entrevistados se mostraram contrários à CSS (Contribuição Social para a Saúde), uma espécie de "nova CPMF". Já 37,1% se declararam a favor do imposto.
A mesma pesquisa mostrou uma piora na avaliação da saúde do país. Em maio de 2009, 28,2% consideravam que a situação da saúde melhorara - hoje, esse índice está em 23,4%. Segundo o Sensus, 52,4% dos que estão informados sobre a gripe suína acham que o Brasil tem combatido a doença de modo adequado. Em maio de 2009, esse percentual era de 61%.
A pesquisa mostrou também uma melhora na avaliação dos brasileiros sobre a situação do Brasil na crise econômica. Para 52%, o Brasil está saindo da crise. Em maio, esse índice era de 35,9%. Os números mostram que 59,4% acham que o Brasil vai sair fortalecido da crise, índice semelhante ao de maio. Para 18%, o país sairá enfraquecido. No total, 48,8% acham que o país tem lidado adequadamente com a crise econômica, contra 27,4% que acham que não.
O instituto ouviu 2.000 pessoas entre 31 de agosto e 4 de setembro. A margem de erro varia de um a três pontos percentuais. (Leia mais na Folha)


Mais brasileiros cortaram despesas por causa da crise, indica pesquisa

Os brasileiros aumentaram o corte de despesas do orçamento familiar por causa da crise financeira, segundo a pesquisa "Barômetro Mundial sobre a Crise Financeira", feita em parceria pelo IBOPE Inteligência e a rede Worldwide Independent Network of Market Research (Win). Em julho, 80% dos brasileiros entrevistados revelaram já ter cortado gasto em alguma das 11 categorias pesquisadas, enquanto em março esta fatia era de 67%.

Os brasileiros ampliaram a redução de despesas em todas as áreas, como alimentação, celular e vestuário/calçados/acessórios, por exemplo. Nas compras de mantimentos para casa, 40% dos entrevistados em julho disseram que gastaram menos, frente aos 31% de março.

A maior economia ocorreu no setor de vestuário/calçados/acessórios, em que mais da metade dos entrevistados (54%) já gastou menos - uma alta expressiva frente ao índice de 45% em março.

Foi forte também a redução das despesas com celular. Quase metade dos brasileiros (47%) afirmou que economizou na conta de telefone em julho, frente a 37% em março. Já as compras maiores para casa (que incluem itens como móveis e eletrodomésticos) foram reduzidas por 50% dos brasileiros em julho, acima dos 45% em março.

Os brasileiros também reduziram os gastos com lazer (43% dos entrevistados em julho, frente a 38% em março), com férias e viagens (44% em julho, enquanto em março a fatia era de 37%).

A economia também chegou aos gastos de transporte e condução. Quase um terço (29%) dos brasileiros revelou que reduziu as despesas com o item em março, frente a 27% em março.

Segundo a pesquisa, os países que mais apresentaram cortes de despesas foram México, Islândia, Argentina, Estados Unidos e França. Já Holanda, Suíça e Áustria foram os que menos reduziram gastos.

O estudo foi feito nos meses de dezembro, março e julho com 21.088 pessoas em 22 países para avaliar a percepção da população em relação à crise econômica mundial. (Leia mais em O Globo)