quinta-feira, 3 de setembro de 2009

A manutenção da Selic em 8,75% nos coloca, ainda, em quarto lugar no ranking das economias com os juros mais altos do mundo

Laerte analisa Primeira Plenária Nacional de Entidades Filiadas da UGT

(Postado por Laerte Teixeira da Costa) — A plenária foi muito, muito boa mesmo. Eram esperadas 450 lideranças e vieram quase 900 líderes de todos os cantos do Brasil. Gente da Bahia, que enfrentou 40 horas num ônibus. Companheiros do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina. Uma delegação do Pará. E chegaram todos dispostos a trocar idéias, a propor ações, a interferir no andamento da situação política do Brasil a partir da ótica da União Geral dos Trabalhadores. Ou seja, em apenas dois anos nós já somos uma entidade que tem voz própria e que gera um discurso que é percebido pela manifestação de cada um de seus membros. Isso é muito bom pois mostra a importância de se realizar esse tipo de encontro em que a manifestação das lideranças reflete sempre a necessidade inadiável de melhorar o Brasil, as condições sociais e econômicas, acirrar o combate à corrupção, a buscar empregos de qualidade e organizar social e civicamente o País para que se cumpra um dos lemas da UGT que nos é muito caro, ou seja, criar as condições para a plena e ampla e inadiável inclusão social.

Leia as principais notícias do dia, por favor:

Sem surpresa, Copom mantém taxa de juro em 8,75%

A manutenção do juro era a aposta de uma maioria absolutamente esmagadora dos analistas

O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu manter a Selic, a taxa básica de juro da economia, em 8,75% ao ano, sem víes. Isso significa que o juro ficará neste patamar até a próxima reunião do Comitê. O comunicado divulgado ao final da reunião informa que a decisão, tomada de forma unânime, foi motivada pela "flexibilização da política monetária implementada desde janeiro" e pela "margem de ociosidade dos fatores produtivos".

A manutenção do juro era a aposta de uma maioria absolutamente esmagadora dos analistas, como há muito tempo não se via no mercado financeiro. Tamanho consenso foi construído ao longo das últimas semanas com as demonstrações explícitas da autoridade monetária de que era preciso interromper o ciclo de cortes do juro para observar o efeito sobre a economia do desaperto realizado entre janeiro e julho, período em que a Selic caiu 5 pontos.

A recente sequência de cortes tentou amenizar o efeito da crise financeira sobre o Brasil. Agora, com os sinais mais consistentes de retomada da atividade doméstica, o Copom entende que é preciso interromper o movimento para observar cuidadosamente os reflexos da estratégia sobre a atividade econômica.

"O juro deve seguir nesse patamar até, pelo menos, meados do quarto trimestre de 2010. O BC tem sido muito claro de que é necessário esperar mais dados econômicos para avaliar melhor como será a reação da economia aos cortes já realizados", disse a economista-chefe da Bradesco Asset Management (Bram), Ana Cristina da Costa.

Estudos do BC mostram que é preciso até 12 meses para que alterações na taxa Selic tenham efeito na economia real. Por isso, a avaliação sobre a evolução da atividade só poderá ser feita plenamente no início do próximo ano. Para reforçar os argumentos pela manutenção da taxa, o BC também lembra que o Brasil nunca conviveu com juro básico tão baixo como o atual.

Para a economista-chefe da Bradesco Asset, a reação da economia vai ocupar a ociosidade do setor industrial gradativamente, sem pressionar os preços para cima. "A redução da ociosidade será ao longo de 2010. Por isso, vai permitir a estabilidade da Selic por um período relativamente longo". Pesquisa semanal do BC mostra que o mercado prevê juro estável até, pelo menos, setembro de 2010. No último trimestre do ano que vem, que coincide com as eleições presidenciais, analistas apostam em alta de 0,25 ponto, o que levaria a Selic para 9,25%. (Leia mais no Estadão)

COM SELIC INALTERADA, BRASIL TEM A QUARTA TAXA DE JUROS DO MUNDO
A manutenção da Selic fez com que o Brasil ganhasse um posto no ranking dos países com os maiores juros reais do planeta. Na quarta posição, o país tem taxa real de 4,5%. Na liderança se mantém a China, com 7,2%, seguida por Tailândia (5,9%). O ranking elaborado pela consultoria UpTrend mostra que a média dos 40 países analisados está em 1,2%. (Folha)

Caixa já investiu R$ 25,6 bi em crédito habitacional no ano

A Caixa Econômica Federal investiu R$ 25,6 bilhões em financiamento habitacional neste ano até a última sexta-feira, segundo informou a presidente da instituição, Maria Fernanda Ramos Coelho.

De acordo com ela, houve crescimento de 84% nos recursos alocados até agora para crédito habitacional, na comparação com os R$ 13,9 bilhões aplicados em igual período do ano passado. O volume já ultrapassa em 11,3% os R$ 23 bilhões gastos em todo o ano de 2008. Ela disse que os recursos beneficiaram mais de 506 mil famílias neste ano.

Os financiamentos com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) somam R$ 11 bilhões, o que corresponde a 183.562 contratos, e os 298.648 financiamentos com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) alcançaram R$ 13,4 bilhões. Tais investimentos geraram mais de 2,3 milhões de empregos e beneficiaram mais de 2 milhões de pessoas em todo país, acrescentou.

De acordo com Maria Fernanda, os números do programa "Minha Casa, Minha Vida" também mostram boa aceitação: até a semana passada, foram apresentadas 1.430 propostas de empreendimentos com 276.956 unidades, estimadas em R$ 18,5 bilhões. Do total, 245 propostas foram aprovadas e, somadas às contratações individuais, chega a 41.478 o total de unidades contratadas, no valor total de R$ 2,65 bilhões.

A informação, com os respectivos números, foi divulgada hoje em nota pela Caixa Econômica. Segundo a nota, o financiamento habitacional ganhou impulso especial no estado do Rio de Janeiro, onde o crescimento ficou acima do total nacional. A Caixa financiou 34.876 unidades habitacionais no estado, com investimentos de R$ 2,49 bilhões, de janeiro a agosto, o que representa valor 118% superior às aplicações em igual período de 2008.

O bom momento do setor também influenciou as contratações realizadas dentro do programa "Minha Casa, Minha Vida" no estado do Rio, destacou Maria Fernanda. Conforme a nota da Caixa, já foram apresentadas no estado 86 propostas de empreendimentos com 14.748 unidades, no valor de R$ 1,25 bilhão. Até agora, foram contratadas 1.449 unidades, equivalentes a R$ 105,7 milhões, das quais 1.205 na cidade do Rio de Janeiro. (Leia mais em O Globo)

Governo regulamenta programas do 'Minha Casa'

O Programa Nacional de Habitação Urbana (PNHU) e o Programa Nacional de Habitação Rural (PNHR), que fazem parte do "Minha Casa, Minha Vida", foram regulamentados por portarias assinadas pelos ministros da Fazenda, Guido Mantega, e das Cidades, Márcio Fortes, publicadas na edição de hoje do Diário Oficial da União. A Caixa Econômica Federal está encarregada da gestão operacional dos recursos de subvenção dos dois programas.
No total, o governo federal investirá nos dois programas R$ 3 bilhões. A maior parte irá para o programa urbano, que ficará com R$ 2,5 bilhões e atenderá a pessoas com renda familiar mensal bruta de até R$ 2.790. Do programa rural, que ficará com os outros R$ 500 milhões, poderão se beneficiar os agricultores e trabalhadores rurais com renda bruta familiar anual de até R$ 10 mil (no Grupo 1), até R$ 22 mil (Grupo 2) e até R$ 60 mil (Grupo 3).