segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Fórum Social e Sindical Mundial: refletir para avançar unidos

Fórum Social Mundial começa hoje em Porto Alegre

(Postado por Laerte Teixeira da Costa) — o Fórum Social Mundial que surgiu como um contraponto das esquerdas a Davos, hoje dez anos depois, subsiste por si mesmo. É um ambiente adequado para as cabeças de esquerda repensarem suas estratégias de enfrentamento do neoliberalismo, principalmente, agora que as práticas neoliberais levaram o mundo inteiro a uma crise sem precedentes, prejudicando empregos, comprometendo a produção e imponto aos governos ações emergenciais para salvar, exatamente, o neoliberalismo que prega o estado mínimo. Paralelamente os trabalhadores e suas centrais vão também refletir sobre suas estratégias como fazem em cada evento ao repetirem o Fórum Sindical Mundial. Neste ano, além das agendas relacionadas com precarização de emprego, demissões arbitrárias, etc. vamos discutir, também, as práticas anti-sindicais que se renovam contra os interesses dos trabalhadores através de perseguições e tentativas de solapar a sobrevivência e manutenção das organizações sindicais. É sempre bom refletir para agir de maneira organizada e unitária.

Leia mais: Ao completar uma década, o FSM (Fórum Social Mundial) retorna a Porto Alegre --cidade que recebeu a primeira edição do evento. De 25 a 29 de janeiro, a capital gaúcha e mais cinco cidades da região metropolitana vão receber parte das atividades programadas para o evento em 2010. A programação inclui ainda mais 27 atividades pelo mundo para celebrar o décimo aniversário do fórum.

Apesar do caráter "não governamental e não partidário" do evento, definido em sua Carta de Princípios, a reunião também vai atrair políticos. Na terça-feira (26), por exemplo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai ser o anfitrião da comemoração dos 10 anos do FSM no ginásio Gigantinho, com os presidentes da Venezuela, Hugo Chávez, da Bolívia, Evo Morales, do Paraguai, Fernando Lugo e o recém-eleito Jose Mujica, do Uruguai.

Realizado em Porto Alegre em 2001, 2002, 2003 e 2005, o FSM passou pela Índia, em 2004, pela Venezuela, em 2006, pelo Quênia, em 2007, teve uma versão multicêntrica em 2008 e voltou ao Brasil em 2009, em Belém.

Em uma versão compacta, com expectativa de cerca de 30 mil pessoas --muito menor que a de Belém, que reuniu 130 mil-- este ano o FSM pretende olhar para dentro do processo que o criou, com reflexões sobre os 10 anos do encontro.

"O grupo de organizações que esteve no começo do processo decidiu voltar a Porto Alegre. Além do sentido de comemoração, a ideia é fazer um balanço e organizar os planos", afirmou Oded Grajew, um dos idealizadores do FSM.

Intelectuais e criadores do fórum vão fazer o balanço de uma década e avaliar os rumos da proposta altermundista em um seminário internacional, com temas que vão da sustentabilidade ambiental ao novo ordenamento político mundial e a conjuntura econômica pós-crise.

Além de sediar as discussões do seminário internacional, Porto Alegre tem na programação oficinas, exposições, apresentações culturais e a tradicional marcha de abertura na tarde de segunda-feira (25). A maioria das atividades autogestionadas, organizadas por ONGs, centrais sindicais e movimentos sociais vai acontecer nas cidades vizinhas.

O Acampamento Internacional da Juventude, que nos primeiros anos do FSM era instalado às margens do Rio Guaíba, dessa vez vai ficar em Novo Hamburgo, a cerca de 40 quilômetros de Porto Alegre.

Além dos políticos, entre os nomes confirmados para o megaevento, estão o sociólogo português Boaventura de Sousa Santos, o norte-americano Immanuel Wallerstein, o geógrafo britânico David Harvey e o economista egípcio Samir Amin. (Agência Brasil e Folha)

Centrais preparam conferência no FSM 2010 sobre práticas antissindicais

As seis centrais sindicais brasileiras – CUT, CTB, FS, NCST, CGTB e UGT – realizarão uma conferência sobre praticas antissindicais no País, que deverá ocorrer durante a realização do Fórum Social Mundial 2010, em Porto Alegre, de 25 a 29 de janeiro.

As diretrizes do evento foram definidas, na última terça-feira, 05, em reunião na sede da CTB, em São Paulo.

A atividade foi agendada para o próximo dia 27, às 14 horas, na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul (auditório Dante Barone).

“O FSM é um espaço importante para dar visibilidade às práticas antissindicais ocorridas no Brasil, tais como perseguição, assassinatos e intervenção do Ministério Público com interditos proibitórios”, avalia Gilda Almeida, secretária adjunta de Finanças da CTB.
Novo encontro —
Em dezembro, as entidades promoveram seminário sobre o tema na capital do Pará (Belém), estado que tem um elevado índice de violências praticadas contra lideranças sindicais e trabalhadores. (Fórum Social Mundial Porto Alegre)

Fórum Social Temático Salvador Bahia

O Fórum Social Mundial (FSM) terá uma edição temática na Bahia este ano, entre os dias 29 e 31, que ocorrerá após o evento tradicional em Porto Alegre, que será entre os dias 25 e 29. Um total de 20 chefes de governo da América Latina e África é esperado durante os três dias de debates. Além das agendas próprias, os eventos baiano e gaúcho discutirão temas comuns, que serão levados para o FSM unificado em Dacar, no Senegal, em 2011.

Com o tema "Da Bahia a Dacar: enfrentar a crise com integração, desenvolvimento e soberania", a organização do evento em Salvador prevê a participação de vários ministros, como Tarso Genro (Justiça), Luiz Dulci (Secretaria-Geral da Presidência da República), Carlos Luppi (Trabalho), Carlos Minc (Meio Ambiente), Paulo Vannucchi (Secretaria Especial de Direitos Humanos), Fernando Haddad (Educação), além de personalidades como o escritor Paul Singer, o ex-prefeito de Londres Ken Livingston, o sociólogo norte-americano Immanuel Wallerstein, entre outros.

É esperada também a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no dia 30. Cerca de 30 mil pessoas devem participar do 1º Fórum Social Mundial Temático da Bahia (FSMT-BA), segundo a organização do evento. O FSM faz 10 anos em 2010 e ocorrerá de forma descentralizada em pelo menos 27 eventos regionais, nacionais e locais espalhadas pelo mundo ao longo do ano.

O evento de Porto Alegre abre a agenda com o tema "Fórum Social 10 Anos: Grande Porto Alegre", um congresso regional que terá mais de 500 atividades descentralizadas na capital gaúcha e em Gravataí, Canoas, São Leopoldo e Sapiranga, na região metropolitana de Porto Alegre, e Novo Hamburgo, no Vale do Rio dos Sinos. (Agência Estado)

Fórum Social Mundial tenta encontrar o rumo

Dez anos depois de lançado, o Fórum Social Mundial (FSM) volta nesta segunda-feira ao berço, em Porto Alegre (RS), para uma edição compacta, mas toda programada para se tornar um tipo de divã das esquerdas. Reportagem da enviada especial Soraya Agegge, o Fórum vai refletir, ao longo de toda a semana, como será sua atuação mundial.

Pelo menos quatro vertentes dividem as personalidades históricas: se manter como espaço mundial de ideias avessas ao neoliberalismo, ganhar pernas de ação mais efetivas, se transformar em uma internacional dos movimentos sociais ou, até mesmo, basear uma 5 Internacional Socialista, admitindo os partidos de esquerda, que frequentam, patrocinam, mas não têm poder no FSM.

O próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva participará dessa análise terça-feira à noite, em um evento especial, no Gigantinho, onde deve fazer uma avaliação de seus 10 anos de FSM, quase oito no poder. A ideia é fazer um balanço de seus feitos aos movimentos sociais, que têm criticado alguns setores do governo. A previsão é que Lula participe com a ministra Dilma Rousseff, pré-candidata à Presidência. Neste ano, Lula estabeleceu condições: o encontro com os outros presidentes latinos deve ocorrer apenas na edição do FEM que tem início sexta-feira, em Salvador (BA).

Ele não quer repetir o constrangimento da edição de Belém, em 2009, quando o MST o excluiu de uma programação com outros chefes de estado. Além disso, a edição de Salvador está sendo patrocinada pelo governo Jaques Wagner (PT) e pelo governo federal, fechados com as centrais sindicais, numa espécie de versão autorizada. (O Globo)

Fórum Social Temático de Salvador

Uma das novidades da Lavagem do Bonfim, na quinta-feira 14, foi a homenagem ao Fórum Social Mundial da Bahia, que acontecerá pela primeira vez em Salvador, de 29 a 31 deste mês. Maior festa popular do estado, depois do carnaval, a lavagem das escadarias da Igreja de Nosso Senhor do Bonfim movimentou este ano cerca de 1 milhão de participantes, que fizeram a tradicional caminhada de 8 quilômetros pela Cidade Baixa até a Sagrada Colina, cantando, dançando e bebendo durante o percurso.
Movimentos sociais e centrais sindicais de trabalhadores, que estão à frente da organização do FSM Temático da Bahia, levaram faixas e balões, anunciando o evento e as inovações políticas que pretendem realizar. A principal delas é uma inédita mesa-redonda entre atores sociais e governantes progressistas da América Latina e da África, para debater o mundo pós-crise e construir agendas políticas comuns até o próximo Fórum Social Mundial unificado, em janeiro de 2011, no Senegal. O governador da Bahia, Jaques Wagner, e o prefeito de Salvador, João Henrique, que apoiam o Fórum, foram saudados pelos organizadores durante o cortejo.
Outra novidade da Bahia é a participação do Fórum Crise e Oportunidades, organizado por Ignacy Sachs, Ladislau Dowbor e Carlos Lopes, que reúne intelectuais, líderes sociais e governantes de várias partes do mundo. “A conjuntura política e os embates de 2010 exigem das organizações da sociedade civil debates, posições e parcerias, e isso é o que o FSM da Bahia pretende fazer de forma inovadora no fim deste mês em Salvador”, disse Kjeld Jakobsen, um dos fundadores do Fórum Social Mundial e consultor do Comitê Baiano. O Fórum da Bahia acontece logo após o da Grande Porto Alegre, dando início a uma série de eventos do FSM em todo o mundo durante 2010. (Carta Capital)