terça-feira, 9 de junho de 2009

Financiamento de R$ 100 milhões ajudará a renovar frota e garantir mais segurança para motoboys, com geração de emprego na indústria de motos

UGT e Sindicato dos Motoboys fazem manifestação a favor de mais segurança

Hoje a UGT junto com o Sindicato dos Motoboys participam de um ato para registrar o financiamento de R$ 100 milhões que foi autorizado pelo Codefat para ser investido em motos novas e com mais segurança. O ato terá a presença do ministro Carlos Lupi, do Trabalho, e tem o significado maior para a UGT por serem os motoboys a expressão máxima de integração e de inclusão social de uma categoria de trabalhadores batalhadores, homens e mulheres que arriscam a vida, todos os dias, para manter a dinâmica dos grandes centros urbanos como São Paulo, por exemplo. Os motoboys estão em todos os lugares ao mesmo tempo, exercendo funções de transporte de documentos, ajudando a salvar vidas com os serviços prestados para hospitais. E arriscando a vida no trânsito das metrópoles. Além da oportunidade de comprar motos novas e mais seguras, com financiamento que superam 24 meses, estamos aproveitando o ato com representantes da Prefeitura de São Paulo para criar campanhas educativas para os motoboys e para os motoristas paulistanos. É possível sim uma convivência pacífica a favor das vidas e da dinâmica de São Paulo, que não pode parar.

Cresce interesse estrangeiro no mercado interno do País

Em tempos de crise, empresas de automóveis, informática e telecomunicações apostam suas fichas no Brasil

A crise tem alterado o perfil do investimento produtivo no Brasil. Dados do Banco Central (BC) mostram que atividades ligadas ao mercado interno têm atraído cada vez mais empresas multinacionais interessadas no aumento da renda do brasileiro.

O melhor exemplo é o setor automobilístico, que tem recebido cada vez mais dólares. De janeiro a abril, o investimento estrangeiro direto (IED) no segmento saltou 221% ante igual período de 2008. Informática, eletrônicos e telecomunicações também têm apostado mais fichas no País. Já as áreas que estavam no olho do furacão da crise diminuíram o ritmo. Bancos cortaram os aportes em 87,8% e o setor imobiliário, em 51,8%.

Mesmo com a situação difícil nos Estados Unidos e Europa, montadoras têm reforçado os projetos no Brasil. De olho na rápida reação das vendas após as medidas de desoneração anunciadas pelo governo, a indústria automobilística recebeu US$ 1,95 bilhão em IED nos quatro primeiros meses do ano. O valor conferiu às montadoras o primeiro lugar no ranking dos setores que mais investiram no País, com 22,3% de participação. No mesmo período de 2008, a fatia era de modestos 5,2%, no quinto lugar.

"No Brasil, a política anticíclica tem sido muito ativa, com estímulos importantes à indústria automobilística e eletrodomésticos. Isso chama a atenção das empresas. Além disso, tivemos a manutenção da renda da população", diz Daniela Prates, professora de economia da Unicamp.

Daniela afirma também é preciso lembrar da frágil situação da economia nos países centrais, o que diminui as perspectivas dessas empresas nos mercados tradicionais, como Estados Unidos, Europa e Japão. (Leia mais no Estadão)

Emprego na indústria cai ao nível mais baixo em 8 anos

Lenta retomada da produção, que subiu 1% em abril ante março, não impede cortes. Demissões crescem pelo sétimo mês; Estados de MG e SP, em especial nos setores de vestuário e produtos de metal, são os mais afetados.

Abalado pela crise, o mercado de trabalho industrial não sentiu ainda a discreta melhora dos indicadores de produção. Em abril, o emprego caiu 5,6% ante abril de 2008 e chegou à menor marca da série histórica do IBGE, iniciada em 2001.

Na comparação livre de influências sazonais com março, houve retração de 0,7%. Trata-se da sétima taxa negativa consecutiva. Nesse período, a perda acumulada chega a 6,6%.

Outros dados da pesquisa também revelam a deterioração. O número de horas pagas na indústria, um indicador antecedente de eventuais contratações futuras, recuou 0,4% em relação a março. Também em queda por sete meses consecutivos, o índice acumula uma retração de 7,1% no período.

Imune à crise até fevereiro, o rendimento na indústria já sente os reflexos da perda de ritmo do setor: a folha de pagamento da indústria cedeu 0,2% em relação a março e 1,8% na comparação com abril de 2008.

Todos esses dados mostram que o mercado de trabalho da indústria não se beneficiou ainda da "gradual" recuperação do nível de produção, segundo afirma André Macedo, economista da Coordenação de Indústria do IBGE.

"O mercado de trabalho não refletiu ainda a reação, ainda que modesta, da produção. Pelo contrário, até a folha de pagamento já começa a sentir os efeitos da freada da indústria."

Em abril, a produção cresceu 1,1% ante março, na quarta taxa positiva neste ano. Já em relação a abril de 2008, o setor recuou 14,8%.

Sem contratações — Para Macedo, o fato de o volume de horas pagas não estar crescendo revela que a indústria não deve voltar a contratar tão cedo. Isto porque primeiro os empresários lançam mão de horas extras para só depois abrirem novas vagas.

Segundo Macedo, a pesquisa traz uma "difusão de resultados negativos" em abril. Já o Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial) vê uma melhora modesta nos dados de emprego do setor.

É que as taxas têm sido, mês a mês, "menos negativas" tanto no caso do emprego como no de horas pagas, de acordo com o instituto.

"Apesar de ser negativa, a variação [de abril] é bem melhor do que a registrada em março", diz o Iedi, em relatório. Pelos dados do IBGE, as horas pagas haviam recuado 1,1% de fevereiro para março, e o emprego registrara queda de 0,8%.

"Há uma perspectiva futura menos negativa para o emprego na indústria. Isso tanto do ponto de vista regional como setorial."

Segundo o IBGE, os setores que já vinham com fraco desempenho, como vestuário e calçados, aprofundaram as perdas. Já os ramos que sentiram com mais força o baque da crise passaram a registrar taxas negativas.

Setorialmente, as quedas mais relevantes no emprego em abril ficaram com vestuário (-9,7% ante abril de 2008), meios de transporte (-9,4%), produtos de metal (-10,2%) e máquinas e equipamentos (-8,5%). O emprego cedeu em 16 dos 20 ramos pesquisados.

Por região, os piores resultados ficaram com São Paulo (queda de 4,2% ante abril de 2008) e Minas Gerais (-7,2%). (Leia mais na Folha)

É a hora do Brazil

Certo, o país não se descolou da crise global. Mas o que faz tantas multinacionais redobrarem suas apostas (e seus investimentos) no mercado brasileiro? Respondem Wal-Mart, Tyson, Nestlé, DuPont, GM, Monsanto... Entenda como as corporações globais enxergam o Brasil, por que ele agora emerge como o queridinho entre os países do Bric e como é possível evitar os riscos que podem ameaçar esse poder de atração

Linha de montagem da Audi na Bélgica: no primeiro bimestre deste ano, as vendas caíram 20% na Europa, enquanto no Brasil subiram 12%. Pela primeira vez, um brasileiro foi nomeado presidente da subsidiária.

O executivo inglês Miles Young, de 53 anos, nunca se interessara pelo Brasil ou sentira urgência em conhecer o país – até que, em janeiro último, assumiu a presidência mundial da agência britânica de publicidade Ogilvy & Mather, em meio à pior crise econômica mundial das últimas seis décadas. O Brasil foi o primeiro lugar em que Young desembarcou, no início de fevereiro, como parte de um roteiro que inclui 15 dos 120 países onde a Ogilvy mantém escritórios. Mas ele mal teve tempo de conferir as belezas naturais, enaltecidas pelos estrangeiros há bem mais tempo do que os atributos econômicos. Passou a maior parte dos três dias da visita em reuniões na capital paulista para orientar a equipe sobre as metas para este ano. O ponto alto foi um discurso enfático para 300 funcionários da agência, no qual Young exaltou a importância do mercado brasileiro para os negócios da Ogilvy. A escolha do Brasil como primeira parada foi estratégica. Young acredita que a operação local apresentará neste ano o melhor desempenho entre os integrantes do chamado Bric, grupo de emergentes formado por Brasil, Rússia, Índia e China. “O Brasil está numa posição privilegiada nesta crise. E é nesses mercados, onde a economia ainda cresce, que precisamos ajustar nosso faturamento”, diz Young. “É importante, inclusive, aproveitar o momento para rever nosso modelo de negócios na Europa e nos Estados Unidos.”

No comando da terceira maior agência de publicidade do mundo, com faturamento de US$ 1,8 bilhão em 2007, Young tem uma posição vantajosa. Monitora uma das matérias-primas do capitalismo global – a alocação das verbas publicitárias em diferentes países. Pode antever o destino do dinheiro e, assim, antecipar tendências. É justamente isso que o move neste momento e Young não está sozinho. O Brasil atrai cada vez mais investidores que buscam alternativas aos mercados desenvolvidos, em franca recessão. O economista inglês Jim O’Neill, que criou o termo Bric, acredita que o país tem uma posição privilegiada em relação aos demais emergentes. “O Brasil não apresentou nenhum sinal de crise real”, afirmou O’Neill a Época NEGÓCIOS. “Esta crise deixou claro que países com populações pequenas não têm alternativa de crescimento doméstico. O Brasil não tem esse problema.” (Leia a entrevista na página 86.) Vários executivos das maiores companhias do mundo acreditam que a economia brasileira, por estar sofrendo menos os efeitos da crise, tem o poder de aliviar o inverno financeiro que castiga mercados maiores e mais maduros, como os da Europa e dos Estados Unidos. A Alemanha, maior economia da União Europeia, pode encolher 8% neste ano. O Reino Unido está em recessão desde dezembro, algo que não se via desde 1946, ao final da Segunda Guerra Mundial. A expectativa é que a retração será de 2,8% neste ano. Nos Estados Unidos, espera-se uma queda entre 0,5% e 1,3%. A economia japonesa tem resultados negativos desde abril do ano passado, e estima-se que continuará encolhendo no primeiro semestre deste ano. Se confirmada a queda, serão 15 meses em marcha à ré, um dos piores resultados na história. (Leia mais na Época Negócios)

Copom começa nesta terça a decidir nova taxa de juros

Selic será anunciada na quarta-feira pelo Banco Central.

Copom revê previsão e espera reajuste de 6,3% na eletricidade em 2009

Mercado prevê corte de 0,75 ponto percentual nos juros nesta semana

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central inicia nesta terça-feira (9) a terceira reunião do ano para decidir a nova Selic, a taxa básica de juros  da economia. A decisão será anunciada nesta quarta, ao final do segundo dia de reunião.

Entenda o funcionamento do Copom  — Segundo analistas de mercado consultados em pesquisa do Banco Central, o chamado Relatório Focus, a expectativa é que o Copom decida pelo quarto corte consecutivo da Selic, atualmente de 10,25% ao ano. A aposta majoritária é de que o comitê reduza a taxa em 0,75 ponto.

Na reunião de abril, o BC reduziu a Selic em um ponto, ritmo menor do que havia adotado no encontro de março.
O que é — O Copom foi criado há mais de dez anos, em 20 de junho de 1996. A idéia foi inspirada na experiência do banco central dos EUA, o Federal Reserve (Fed). Antes, o BC aumentava ou reduzia a taxa de juros sem comunicar diretamente o mercado.

Com a mudança, segundo o BC, o processo se tornou mais transparente, o que melhorou a comunicação com o mercado financeiro. Atualmente, vários países seguem esse modelo.

As reuniões do Copom dividem-se em dois dias. A primeira sessão numa terça-feira; a segunda, no dia seguinte. Mensais desde 2000, as reuniões diminuíram para oito desde 2006. 

Objetivo — O objetivo das mudanças nos juros é manter a inflação sob controle, ou seja, cumprir a meta de inflação para o ano.  

A decisão do BC sobre os juros é soberana e não precisa de aprovação do presidente da República nem do ministro da Fazenda. Já a meta de inflação é fixada pelo governo. (G1)

PIB pode ter caído até 2,5% no 1º trimestre, diz Mantega

O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro pode ter caído entre 1% e 2,5% no primeiro trimestre de 2009, o que levaria o Brasil a uma recessão técnica, afirmou hoje o ministro da Fazenda, Guido Mantega.

"Evidentemente, o primeiro trimestre foi ruim, vamos registrar um crescimento negativo, não sei de quanto. Se fala em 1%, 2% e 2,5%. Eu não me arrisco a dar números para não me equivocar", disse Mantega em um evento com economistas e empresários em São Paulo.

Os dados oficiais sobre os três primeiros meses de 2009 serão divulgados amanhã pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e, caso estas previsões se confirmem, o Brasil entrará em recessão técnica ao acumular dois trimestres consecutivos com contrações na economia.

No último trimestre de 2008, o PIB teve queda de 3,6%, embora a economia brasileira tenha fechado o ano com crescimento de 5,1%.

O ministro quis passar uma mensagem otimista e lembrou que estes números significam "olhar para trás", já que, segundo ele, já não servem para descrever o momento atual da economia brasileira, que "está dando sinais de recuperação".

Segundo cálculos oficiais, o Brasil retomará o crescimento econômico no terceiro trimestre e, nos últimos três meses do ano, pode crescer até 4%, o que permitiria fechar 2009 com dados positivos. (Leia mais no G1)