sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Falta de irrigação de crédito preocupa empresas e é ameaça ao consumo e aos empregos

Três bancos têm agora mais de 50% dos depósitos do País

A concentração bancária preocupa. Descontamos o fato de o Banco do Brasil comprar a Nossa Caixa, dois bancos estatais, não significar uma ameaça ostensiva aos empregos. Hoje, vamos nos reunir com o deputado estadual Davi Zaia (PPS), que é presidente da Federação dos Bancários do Estado de São Paulo (Fetecsp) e vice-presidente da UGT para alinharmos as estratégias da UGT para garantir a preservação dos empregos e o equilíbrio salarial que terá que ser rediscutida com a fusão dos dois bancos.

Leia mais: Se forem considerados os cinco maiores bancos, índice de concentração saltou de 48%, em 1994, para 79%.

A concentração do sistema bancário nacional, que já havia avançado de forma significativa com a fusão de Itaú-Unibanco no início do mês, subiu mais alguns pontos com o anúncio de compra da Nossa Caixa pelo Banco do Brasil (BB), ontem. De acordo com ranking do Banco Central (BC), mais da metade de todo o dinheiro depositado no País ficará nas mãos de apenas três instituições financeiras: Itaú-Unibanco, BB-Nossa Caixa e Bradesco.

Se considerados os cinco maiores banco do País (Itaú-Unibanco, BB-Nossa Caixa, Bradesco, Santander-ABN e Caixa Econômica Federal), a concentração de depósitos sobe para 79%. Em 1994, início do Plano Real, esse índice era de 48%, segundo dados da agência de classificação de risco Austin Rating.

Na avaliação de alguns especialistas, isso não é um bom sinal para o consumidor. A explicação deles é que, num mercado mais concentrado, a competitividade tende a diminuir, o que dificultaria a redução dos juros e das tarifas cobradas pelos bancos na prestação de serviços. (Mais informação no Estadão)

Geração de empregos é a menor desde 2002

A febre da crise econômica começou a afetar nossa economia. A tendência é a situação se complicar, infelizmente. E afeta os trabalhadores, sempre as primeiras e principais vítimas. Cabe a nós, lideranças sindicais insistir no realismo e nos blindar, ao máximo contra o terrorismo que interessa aos urubus de plantão, aos espertalhões que estão torcendo para tirar vantagens da crise. É hora de estimular as grandes qualidades da classe trabalhadora que é a solidariedade, o sentimento de pátria, a confiança em nós e no Brasil.

Leia mais: Crise afeta abertura de novas vagas, que somaram 61.401 em outubro. Empresas cortam investimentos, diz CNI.

A crise financeira internacional provocou desaceleração no mercado formal de trabalho em outubro. O mês registrou a geração de apenas 61.401 empregos - o menor resultado para o período desde 2002. Em relação a setembro, quando foram abertas 272.841 vagas, a queda foi de 77%. Os ministros do Trabalho, Carlos Lupi, e da Fazenda, Guido Mantega, reconheceram o impacto e esperam que, daqui em diante, as empresas sejam mais tímidas nas contratações.

Ao divulgar os resultados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), Lupi atribuiu a forte redução do nível do emprego com carteira assinada ao reflexo das turbulências sobre as decisões dos empresários:

- Nos próximos dois meses, o crescimento pode não ser o que esperávamos no início do ano, mas o desempenho até aqui garante esse resultado surpreendente. Leia mais em O Globo

Reforma tributária cria brecha para Estados

A UGT está acompanhando de perto a Reforma Tributária. Não aceitará, em hipótese alguma, redução nos investimentos em Educação e Saúde. É simples assim. E em torno destes dois temas estamos mobilizando nossas bases, para pressionar o Congresso Nacional a buscar uma Reforma Tributária que reduza a carga tributária, sem reduzir os investimentos em Educação e Saúde.

Leia mais: Texto da reforma tributária aprovado ontem permite menor gasto estadual com saúde e com educação. Comissão especial da Câmara que analisa texto aprovou a desvinculação de receitas para Estados, regra similar à concedida à União.

Com objetivo de superar as resistências dos governadores, a nova versão da reforma tributária que segue agora ao plenário da Câmara dos Deputados cria uma brecha para a redução das despesas obrigatórias em saúde e em educação.

Depois de um duelo com a oposição que se arrastou pela madrugada, o governo conseguiu aprovar, perto das 6h de ontem, o texto negociado pelo relator Sandro Mabel (PR-GO) na comissão especial encarregada de examinar a reforma, apresentada em março pelo Palácio do Planalto.

Em meio aos embates que se concentravam na possibilidade de aumento da carga tributária com as novas regras criadas, passou quase despercebido o parágrafo que ressuscita uma proposta controversa derrubada na tentativa de reforma de cinco anos atrás: a permissão para que Estados destinem à saúde e à educação montantes inferiores a, respectivamente, 12% e 25% de suas receitas.

Trata-se, no jargão da tecnocracia, da DRE (Desvinculação das Receitas Estaduais), um mecanismo similar à DRU, que desde 1994 permite à União driblar os percentuais mínimos de gasto na área social fixados pela Constituição. No primeiro ano do primeiro governo Lula, a medida foi defendida pelos governadores e atacada pelas bancadas parlamentares ligadas ao ensino e à seguridade.

Na nova reforma tributária, a desvinculação foi incluída no texto como uma compensação aos Estados, especialmente os mais pobres, que ficarão formalmente impedidos de oferecer benefícios do ICMS para atrair empresas.

Segundo cálculos da Confederação Nacional de Municípios, a regra, se aprovada, reduziria em R$ 3 bilhões as verbas estaduais para saúde e educação. O valor é reduzido se considerado o total nacional de R$ 103 bilhões, mas o impacto, em termos relativos, é mais elevado justamente nas regiões mais pobres do país. (Leia mais na Folha)

Câmara aprova cota de 50% em federais

A decisão dos deputados federais é excelente e muito boa para o Brasil. Demos um grande passo para a inclusão social, pois ao garantir a presença de pobres e dos excluídos de sempre, os negros principalmente, nas universidades públicas daremos oportunidades a quem chegará com muita determinação para aprender e ajudar a melhorar o Brasil. Acabou a reserva de mercado para as elites, dentro das universidades. Em poucos anos, vamos perceber a disputa aluno a aluno, ávidos em aprender e prontos para serem incluídos social e economicamente no mercado de trabalho e nas instituições brasileiras.

Leia mais: Projeto, que agora será analisado pelo Senado, reserva metade das vagas em universidades federais para alunos da rede pública. Vagas destinadas à rede pública terão de ser distribuídas a candidatos negros, pardos e indígenas, na proporção da população.

A Câmara dos Deputados aprovou ontem, em votação simbólica, projeto que reserva pelo menos 50% das vagas em cada curso e turno de universidades federais para estudantes que tenham feito todo o ensino médio em escolas públicas.

Para entrar em vigor, o projeto precisa ser aprovado pelo Senado e sancionado pelo presidente Lula da Silva. Hoje, as instituições têm adotado diferentes modelos para aumentar o número de alunos da rede pública no sistema (como bônus e cotas, mas com distintos percentuais de reserva).

Pelo texto, as vagas destinadas à rede pública terão de ser distribuídas a candidatos autodeclarados negros, pardos e indígenas em uma proporção no mínimo igual à da população do Estado onde fica a faculdade, segundo o censo do IBGE.

A principal mudança feita pela Câmara com relação ao projeto do Senado foi a inclusão de um critério de renda para definir os beneficiados.

Por sugestão do deputado e ex-ministro da Educação Paulo Renato Souza (PSDB), a base governista aceitou destinar metade das vagas reservadas à escola pública para alunos de famílias com renda igual ou inferior a um salário mínimo per capita. Por conta da mudança, o texto voltará ao Senado, onde já havia sido aprovado.

Caso as vagas não sejam preenchidas segundo os critérios estabelecidos, elas serão destinadas a outros estudantes egressos de escolas públicas.

O Inep (instituto de pesquisas do MEC) afirmou não ter disponível o percentual de alunos das federais provenientes do ensino médio público. (Leia mais na Folha)

Pesquisa CNI mostra que 88% dos empresários se dizem afetados pela crise financeira

As empresas, principalmente as pequenas, estão sufocadas. Sem crédito é impossível oxigenar o funcionamento da empresa. E com a omissão deliberada dos banqueiros, que só pensam neles, algo terá que ser feito, com urgência pelo governo federal. Que tem que avançar além do que já tem feito e assumir o controle até que o crédito chegue às empresas, ao comércio e aos consumidores.

Leia mais: Pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgada nesta quinta-feira mostrou que 88% dos empresários entrevistados disseram que a crise afeta os negócios de suas empresas. Entre as empresas atingidas, 57% reduziram as projeções de vendas para 2009. A queda na demanda foi apontada como o principal efeito da crise, seguida pelo aumento dos preços dos insumos e dos equipamentos importados. Conforme a consulta, outros 57% das empresas entrevistadas cancelaram ou adiaram por tempo indeterminado os investimentos previstos para o próximo ano.

- Entre as empresas que não adiaram por tempo indeterminado ou cancelaram seus planos de investimento, 49% mantiveram os planos, mas com cronograma mais longo que o previsto, 31% adiaram os investimentos para 2009 e 19% para data posterior. Apenas 2% mantiveram o cronograma tal como previsto - diz a pesquisa.

A pesquisa revela ainda que 61% das empresas consultadas enfrentam dificuldades para obter crédito de curto prazo. Dessas, 49% afirmaram que o financiamento para capital de giro, desconto de duplicata e outras é a modalidade mais afetada. Para a maioria das empresas, o principal obstáculo do acesso ao crédito é o aumento dos custos, seguido pela falta de recursos e pela redução dos prazos de pagamento.

Na avaliação das empresas, as medidas adotadas pelo governo para melhorar as condições de financiamento tiveram resultados modestos. Para 52% dos entrevistados, as medidas são efetivas, mas com resultados moderados. Os empresários apontam a ampliação do prazo de pagamento dos impostos, a facilitação do acesso às linhas de crédito oficial, o aumento de recursos para linhas oficiais de financiamento como medidas indispensáveis para a superação da crise. (Leia mais no Globo online)